A Terceirização da culpa





Terceirizar a culpa. Apontar os algozes responsáveis por nossos fracassos. Por que teimamos em pôr a culpa no outro e responsabilizá-lo pelo o que não damos conta de realizar? Por que limitamos os nossos potenciais e não acreditamos na força que reside em nosso interior? Por que a mesma mente que problematiza não é aquela capaz de solucionar os seus próprios problemas?

Apontar culpados para o fato do processo criativo estar bloqueado é atribuir aos outros a responsabilidade que temos para sermos nós mesmos. É incrível como o tempo todo estamos terceirizando a culpa. Se o indivíduo se sente frustrado diz que a culpa é da sociedade que impõe limites e barreiras que o impedem de vivenciar seus sonhos. Se algo dar errado e não sai como planejado, o outro é culpado pelos atrasos e as dificuldades da vida mundana. Se a pessoa não deixa sua imaginação fluir, certamente foi a educação que podou o seu lado lúdico. Sempre buscamos desculpas por tudo aquilo que deixamos de realizar. E enquanto atribuímos aos outros o poder para controlar as nossas vontades, ficamos a mercê dos acontecimentos externos e pouco procuramos nos libertar dos grilhões mentais que cultivamos dentro de nós mesmos! Grilhões que nos aprisionam e nos impedem de enxergar os desafios como um ponto de aprendizado/crescimento!

Ninguém pode assumir a responsabilidade de ser você a não ser você mesmo. Ninguém pode chegar e dizer para ti o que você pode ou não fazer. Ninguém pode dizer quem somos e do que não somos capazes! Cada indivíduo é um universo! Cada encontro, um potencial a ser direcionado. 

Se estou sempre terceirizando a culpa, como poderei ser autônomo em minha própria vida? Como aprenderei com meus erros se não possuo autonomia para admitir que nem sempre estou certo? Como farei escolhas que estruturam minha existência se estou sempre delegando aos outros àquilo que deveria ser decidido por mim? Toda escolha reflete a maturidade que possuímos. Se erramos ao escolher em um dado momento do passado e nos arrependemos desta escolha no presente, temos que ter em mente que o futuro nos exigirá uma mudança de postura para que não venha a se repetir o que já demonstrou-se falho. 

Nem sempre a culpa é do outro. 

Assumo minha parcela de "culpa" porque sou responsável pelas minhas escolhas e por suas consequências.

Assumo as rédeas do meu destino e direciono meus passos para que eles me levam ao que eu tanto quero conquistar. 

Limitações podem até ser impostas pelos "outros", mas só terão força para te atrapalhar se você não lutar para superá-las!


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