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Mostrando postagens de setembro, 2019

Let It All Go

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Se somos fortes para deixarmos ele entrar, também somos fortes para deixarmos ele ir?  Porque se magoar desse jeito? Porque se agarrar aquilo que lhe machuca? Você pode até juntar os estilhaços e ignorar a dor que está sentindo, mas vejo você se ferindo ao tentar juntar as partes de um sonho que se despedaçou e levou consigo todo seus planos, toda sua mudança, toda sua esperança em uma nova vida. Por mais difícil que seja, estou aprendendo um axioma popular que sempre ignorei por achar que a força da vontade e a persistência fossem o suficiente para realizar aquilo que queria: "o que é para ser, será". É uma frase tão simples e poderosa. E entendo aqui como: não há vontade humana que seja maior que a "Vontade de Deus". Isso é uma lição de humildade preciosíssima. Se algo que você queria não se realizou, paciência. Não é por falta de luta, a gente sabe, porque quando queremos que algo dê certo, corremos atrás e movemos céus para isso. E por mais que se c

すみません、忘れました。(Me perdoe, esqueci)

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Eu sei o que ele está sentindo. Nos poucos momentos de lucidez, sua mente se indaga o tempo todo: "o que estou fazendo aqui?". Ele não entende como sua vida se tornou tão limitada, tão impotente e previsível. Ele não compreende porque seu direito de ir e vir estão designados aos outros decidirem. Ele não entende como sua liberdade de outros tempos construiu sua prisão de agora. A realidade dele está difícil, eu sei, porque ao me colocar em seu lugar, tenho certeza que enlouqueceria. Mas o Universo está dando a ele a oportunidade de viver o restante de sua vida sem ter consciência de quem foi e quem é. Esquecer os erros que cometeu em vida é melhor do que viver arrependido sem a chance de repará-los. Ainda bem que o esquecimento está sendo seu remédio. Ainda bem que seus sentidos estão sendo anestesiados e que ele não lembra o homem ordinário que foi. Quando a morte vier buscá-lo, ele não reconhecerá sua imagem no espelho e toda podridão de seu passado será enterrado

Ana

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Ela está perdidinha. Acha que pode salvar a todos, mas não salva nem a si mesma. Acha que sabe exatamente o que todos precisam, mas é negligente com suas reais necessidades. Falta-lhe amor próprio, autoconhecimento e discernimento. Falta também respeitar as escolhas alheias, pois o outro tem direito de decidir o que é melhor para ele independente do que ela achar que deve ser feito. Ela precisa compreender que ninguém precisa ser igual a ela. Mas ela não entende. Quantas vezes você já caiu, Ana? Quem nunca tropeçou, nunca se iludiu, nunca amou e não foi retribuída? Muitos! Para o amor existir entre duas pessoas, ele precisa ser recíproco, precisa ser uma via de ida e volta. Não existe essa história de amar de graça, se relacionar por dois, amar mesmo que o outro seja indiferente. Para o amor existir, precisa do esforço mútuo do casal ou a relação afunda. Você amou por dois, se relacionou por dois, se esforçou como nunca por dois também e isso te esgotou emocionalmente a ponto

O silêncio dos inocentes (Redação do ENEM 2017)

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Tema da redação: "Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil". Título: O silêncio dos inocentes. (Adoro usar o título de filmes e músicas em minhas redações. Se está errado, não sei) A constituição brasileira garante o acesso do indivíduo portador de deficiência auditiva ao sistema educacional inclusivo, assegurando-lhe aprendizado ao longo da vida. Entretanto, nem sempre a realidade enfrentada é aquela idealizada pela Lei.  A formação educacional de surdos no Brasil enfrenta desafios. A desestruturação e o despreparo no âmbito sócio-cultural auxilia para que haja exclusões sociais, impedindo o deficiente auditivo de exercer plenamente sua cidadania.  Outro fator desafiante é a desinformação da população quanto a existência de escolas inclusivas. Quantas famílias desconhecem a possibilidade ofertada ao portador de deficiência auditiva de estudar libras e ter conhecimento do sistema Braile que permitiriam o desenvolvimento de suas habilidades funcio

Cálice (Redação para o ENEM 2015)

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Tema da redação do Enem 2015: A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira. Título: Cálice (quis fazer uma brincadeira com a música do Chico Buarque). A violência doméstica deferida as mulheres é um fator preocupante para a sociedade brasileira. Diversas agressões são cometidas diariamente e infelizmente, por falta de denúncia devido ao silêncio da vítima, é impossível punir o agressor.  A mulher, por carregar o estigma de "sexo frágil", delegou contra sua própria vontade durante séculos, o poder para que o Homem (parceiro, pai) direcionasse e dominasse suas ações, o que lhe privou da sua própria liberdade de escolher o que julgasse ser melhor para si. Se até o início do século XX, a voz feminina ainda era abafada pela sociedade que se desenvolveu sob atitudes e pensamentos machistas, é fato que nos dias atuais, muitas mulheres, vítimas da violência, se relutem em denunciarem seus agressores pelo medo que é criado no psicológico daquelas que

Viva um dia de cada vez...

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As coisas se ajeitam vivendo um dia de cada vez. É impressionante como os males de um dia são mais suportáveis no outro dia. A gente se desespera diante a um problema achando que ele não tem solução. Mas quando você deita a cabeça no travesseiro, você lembra de pedir a Deus mais força para suportar as dificuldades que se apresentou neste dia. E aí, a mágica acontece. No dia seguinte, você acorda com a cabeça mais tranquila, acorda mais disposta a encontrar novas formas de resolução para o seu problema e percebe que ele não é um bicho de sete cabeças. Olha a bagunça que seu desespero fez dias atrás. Serviu para alguma coisa? Absolutamente, não. O medo nunca poderá ser uma sensação a qual devemos apoiar nossa vida. Se vivermos com medo nunca sairemos do mesmo lugar e os problemas poderão se tornar maiores do que realmente são. Você acha que não tem solução para algo? Acalme o espírito, esvazie a mente e verá que existe solução sim. Se acha que seu fardo está pesado demais,

Não me cobre, por favor...

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Por favor, não faça isso comigo. O que mais odeio no mundo é fazer as coisas de modo obrigado. Já não basta o fardo que o Universo colocou em meus ombros para carregar sozinha agora tenho também que carregar suas cobranças em relação ao que deveria fazer? Por favor, não faça isso comigo ou faça e me partirei no meio em dor e desespero. Já estou tendo que enfrentar minhas decepções; estou tendo que encarar minhas mágoas mais profundas e isso é muito além do que consigo suportar. No ápice do meu pessimismo, chego a pensar que a existência é uma pura experiência de sofrimento com poucos momentos genuínos de felicidade, mas que na maior parte dela, somos submetidos a dor de ser quem somos: imperfeitos, fracos, e limitados. E neste momento, estou aceitando quem sou, aceitando minha natureza humana tão falha, tão pequena, tão pobre e mesquinha. Estou aceitando minhas feridas, estou aceitando também a ajuda de todos porque nesta bagunça toda, não consigo carregar isto sozinha... 

Menina boazinha...

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Quando mais nova, tinha a síndrome do "salvador". Achava que sabia exatamente o que todos precisavam, dava conselhos imbuídos de "alto-ajuda". Sacrificava o saciamento de minhas necessidades pessoais para satisfazer o próximo.  Eu adorava esta imagem que apresentava aos outros: a moça boazinha que falava de amor ao próximo, que escrevia textos inspirados na cura através do perdão. Até que um dia, esta imagem desmoronou e a moça boazinha revelou seus ressentimentos. Suas feridas emocionais fediam; seu coração não estava totalmente aberto para o perdão. Havia raiva e frustração nela; havia também autopiedade e vitimismo; e suas explosões emocionais quase sempre colocavam tudo que ela tinha a perder... Hoje, essa garota boazinha não existe mais. A bondade, ao meu ver, são para os justos e corretos de espírito. Uma qualidade moral sobre-humana que dificilmente é exercida nesta sociedade. Quando presenciamos atos genuínos de bondade, somos tomados por esta força