Mais uma vez vejo tudo ruir. O que parecia sólido começou a rachar a ponto de quebrar e não ter mais volta. As estruturas simplesmente cederam, como se as paredes que construí para me proteger não fossem capazes de suportarem o peso que carregava. Um desmoronamento silencioso, difícil de descrever, impossível de evitar.
Tentei organizar meu mundo diversas vezes, controlar o que eu sentia, erguer estruturas internas que me dessem segurança. Fiz planos, rotinas, metas; como se fosse possível minha própria vida obedecer os limites que havia criado para ela. Mas agora, tudo parece escapar do meu controle. O que eu pensava que era forte está se desfazendo com o vento. O que eu acreditava ter conquistado está esvaindo pelas minhas mãos. O que antes era certeza virou escombros.
Há uma angústia interna, um peso, um vazio. Já doeu tanto em outrora que hoje não os sinto mais. Se ao menos fizessem tanto barulho como no passado, teria força para lutar contra eles. Cheguei novamente em um lugar que há mais perguntas sem respostas. As incertezas me fazem olhar para dentro, onde nada está claro e certo.
Talvez.. a queda seja necessária. Talvez, essa destruição venha abrir espaço para que algo real nasça. Aquilo que se desfaz agora, por mais importante que tenha sido, não sustenta mais quem estou lutando para me tornar. Perder o controle é doloroso e mostra que o medo e esforço não podem tomar as rédeas da sua vida.
Eu não sei o que pode nascer dos escombros. Não sei quem eu serei quanto tudo se acalmar. Mas estou atravessando esse desmoronamento silencioso e tudo o que posso fazer agora é existir no meio do que desmorona. Talvez essa resistência meio ao caos já seja o ponto de partida de um novo começo.

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