Ela se fez Poesia


I

Foi assim. A Calmaria adentrava em meu coração tal uma tempestade
Tua Melodia e Tua Mensagem assim exigia
O que requereu de mim elevar-me ainda a tua vontade
Para adentrar no dia que tu me abrias

Ainda sim o que de Beleza se espalhou ao Mundo
Não havia florescido em meu Coração
Brilhavas gotas com Tua Luz e Cor em cada Segundo
Mas para fluir precisaria do toque e do tecer de tuas mãos

As não ditas sinas em meu coração por tempos de mais se estenderam
Noite após noite coração meu - um leito maldito
Para se deitar a alma e amaldiçoar os corpos
Onde não me elevo e não me entrego

Criou-se assim em mim a inimistade
Inveja da Divindade
Que lança Criaturas na imensidão
Com Amor Interminável
E Laços Inquebrantáveis

II

"- As Obras de Labor e Tempo em Irmandade
Procurem a Montanha
Imprima nesta o Semblante
Que Revele as bonas Obras do Amor
Seja por abraços ou abalos
Flores ou outros tremores
Haja em todo Espaço
Onde caiba o Abraço
Que para sempre há de crescer
E fazer crescer quem está neste enlaço
A Fonte Inesgotável de Ser
A tudo o que ousou ser

Porque quem olha em guia sábia
Vê que o que antecede é Carinho Primeiro
O que está diante de nós é Caminho
Adiante é o Destino
O qual podereis chamar entre vossas Amizades
Se souberdes refletir bem vossas almas naquele Rio

Em cada Beijo que te envio
Saberás encontrar um querido Ensejo
Então aprenderás que escolher um Desejo é também colher
E trazê-lo ao Jardim que Amas
Nas Estrelas Convidadas que visitaras
Cearás com a Sabedoria diante do verso e do Universo
Assim... Que tu extraias chamas dos Orvalhos de Sol
E que tu extraias Brisas do Lunar Farol

Ousa Amar e Mudar
Ousa Amar e Mudar
E então poderás Cantar!"

III

Ah! Em que caminhos poderei te encontrar?
Que quando te chamo não te fazes Melodia
Que quando Amo tu não te fazes Milagre
Nem Encontro ou Consolo quando por ti presto insana porfia
E incansável obstinação a vagar pelo Mundo Vão
Ah! Porque Tu não confessas o que te faz Poesia?

Que estranho pensar este que me instigas
Aproximas o Mistério e Desvias de mim o Segredo
Ampliar o Entendimento é crescer em Desertos Crescentes
E hás para mim que Maior e Mais brilhante céu desta noite será
Maior razão para gritar a mim: - Alma minha! Alma minha! Olha para cima e te consola!
- Não!
Ao largo que nesta sina com o coração manso menos descanso
Ora! Porque tu não confessas o que te faz Poesia?
E este demasiado trilhar para abrir as portas ao Extasiado Olhar?
Não te turba a confessar o que te faz Poesia?

Confessa agora o que te faz Poesia!
Tens em alta conta os Ventos Vindos em Segredo
Com Multidões e Histórias de Amores Milhares no Olhar
Dignas a Atravessar todos os Momentos
Óh! Amigas Destes Ventos
Amiga de banhar-se nestes Rios em cor de Mar
A Convidar toda sorte de Ímpetos e Espíritos bem dispostos
Para Celebrações ao Antigo Amor
O qual tu conheces as várias faces
E ainda ousas também convidar sortes de almas tal a minha
Que em tudo as sinas alegres atiram cinzas
Ao Amor não são enviados e não se enviam
A Espera e obstinação somente que tu confessasses
O que te faz poesia...

IV

Da Angela ouvia e também da potenta Valquíria
O que não podia ser bem e nem dito
A um ser a vagar no mundo
Ouvindo uma perduvida
Para o mais que depois creria

Persevera este num atrevimento
Por Ela

Que não confessava e não se arrependia
Indiferente se eu contemplava - só vivia
Na Noite que para mim eternamente brilharia
Para Ela um Todo Dia.

...Acende então um candeeiro na Lua em Mar Verdade e Rosas Celestes Beninas...

E Ela se fez Poesia

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Estrela + 9 de Espadas

Gita e os 22 arcanos do Tarô

Tarô - Uma expansão da Mente, Coração e Alma! [parte 2]