A Crítica, a Sombra e O Outro



Sempre quando faço uma crítica a alguém, tenho que ter em mente que estou dirigindo esta crítica a mim e não ao alvo do meu destino. A crítica à alguém diz mais a respeito de si do que do outro. Quando me vejo criticando alguém em pensamento e recriminando determinada pessoa por tal atitude; penso até que ponto tais críticas são cabíveis à mim. Converso comigo mesma para saber até que ponto isso é ou não uma sombra projetada no outro. E sei que esta conversa tem quer honesta, advinda do meu esforço para se melhorar como ser humano através do autoconhecimento. 

A projeção da nossa sombra acontece o tempo todo. Estamos o tempo todo criticando os outros e policiando suas atitudes ao invés de olhar para nosso jardim interior e se perguntar: o que é que tenho semeado dentro de mim? O que tenho feito para me melhorar como ser humano? O que tenho feito com minhas experiências? Aprendido com elas?

Não importa o que o outro pensa do mundo; importa apenas se você respeita o modo do outro ver a vida e se você sabe conviver com as diferenças, pois as diferenças sempre existirão! Ninguém é igual a ninguém. Somos todos diferentes. Somos todos seres únicos, individualmente falando e pode ser que o outro tenha um pensamento que você não concorde. Tudo bem. Ninguém é obrigado a policiar pensamento de ninguém, muito menos, tentar invalidar o argumento dele. O problema é quando usamos o nosso discurso para acusar, agredir ou até mesmo matar quem discorda do nosso ponto de vista. E é o que vemos atualmente no mundo: ideologias que massacram, governos totalitaristas que não permitem a liberdade de expressão e religiões que usam do ódio e da intolerância para impor sua verdade no mundo.   

Seria perfeitamente ideal se todas as pessoas do mundo estivessem compromissadas com suas reformas íntimas e com suas evoluções espirituais. Seria maravilhoso se todas as pessoas olhassem para as outras pessoas e vissem nelas, uma grande família cósmica! Seria mágico e transcendente se todos os indivíduos amassem um ao outro como a si mesmo. Seria lindo se não houvesse tristeza, fome, miséria, sofrimento, mortes no mundo. Seria perfeito. Não seria? Mas esse mundo ideal está longe de existir e eu sei que não verei isso, não agora, não nesta encarnação, não neste momento de transição do planeta terra. Quando você descobre que a Dualidade é um dos princípios universais, você começa a perceber a gigantesca roda que está girando e girando, repetidamente; e como temos voltado inúmeras vezes na Terra para cometer os mesmos erros que nos fizeram fracassar algum dia no passado... 

O fato é que nem todos estão prontos para se despertar para a Verdade que há em si mesmo.  E os despertos, estão buscando se melhorarem como seres humanos para serem a diferença que eles esperam ver no mundo, afinal: somos herdeiros de nós próprios. 

Três coisas a serem notadas depois desta reflexão:

1 - A crítica que se faz ao outro pode revelar mais coisas sobre si mesmo (sombras, medos, projeções, repressões). 
2- A sombra existe. Esta aí dentro. Precisa ser olhada sem medo. Precisa ser encarada de frente. A Sombra pode te ensinar a como usar seus verdadeiros potenciais. 
3- O outro é também o "Eu". Eu existo porque o Outro existe. Só sou capaz de afirmar minha existência através dos olhos do outro. Agora, que outro é esse? Se o outro é eu, quer dizer que o outro sente tudo aquilo que sinto (dor, sofrimento, alegria, tristeza, felicidade, amor, raiva, frustração). Então, por que o outro machuca o outro? Porque não aprendeu a reconhecer o humano que há através destes olhos que enxergam o outro.  

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