4° Carta [Cansaço, Cartas e o Coração]




Esta carta surge do cansaço do meu dia-a-dia. Escrevo-a porque desejo e sinto que ela pode transformar isso em algo bom. Até porque ela vai ser lida pelos seus olhos doces e sinceros, o que já vale à pena. Hoje, estou em um daqueles dias, sabe? Em que tentamos nos esforçar para não cairmos em mais uma cilada, uma situação pesada com pensamentos não muito bons. Parece que quanto mais tentamos sair, mais somos puxados por uma força contrária. Acho que acontece porque a nossa mente quer sair, mas nosso coração tem dificuldade para desprender.  Só agora, nesse restinho de sol do dia em que desisto de lutar contra à corrente e respiro, é que volto a me sentir em paz. O estado de paz não demanda nenhum tipo de força, nem pra cima, nem pra baixo. 
Escrevo também porque em uma aula, esta semana, sobre "o diário do escritor", vimos algo a respeito da carta: "A carta é um momento de reflexão e comunhão com o outro em um estado elevado, uma conversa paciente e criativa, na qual ao mesmo tempo que me dirijo a você, Mi, eu me dirijo a mim mesmo. Portanto, ao entrar em contato com você, entro em contato comigo. Esse ensinamento me foi de saudade e de tamanha necessidade de voltar aqui e não perder essa nossa ligação. 
A minha confissão, afinal, é que o tempo me é curto para tantas coisas. Na verdade, eu é que me confundo na correria de ser o que já se é... O tempo, o tempo, é eterno... O tempo, na verdade, não passa porque ele permanece existindo e continuará existindo. O tempo infinito é o agora. 
Engraçado, Mi, que agora relendo a sua carta sobre os desentendimentos e essas coisas da vida, posso dizer que vivi isso hoje nesses dias longos... Vou procurar responder o que perguntou. Sim, acredito que todos passamos todos os dias pela guerra das "razões". Felizmente, se pararmos pra pensar (ou não pensar), talvez, essa seja a hora emergencial de deixar o coração finalmente entrar para ajudar. Porque no fundo é tudo uma questão de pontos de vista e a conclusão é mais simples do que se espera. Acho que independente de existir um dono da verdade, o mais importante é se abrir e construir e compartilhar a verdade um do outro. 
Por fim, Mi, desculpa a caneta falhando e essa letra apertadinha. E obrigado, a carta pareceu consolidar algo de bom do dia de hoje. Ah, continuo lendo os livros com muita felicidade toda vez que os pego! Felicidades, minha amiga, mesmo na tristeza! E agora, me diz, como você está? 
Beijos do seu amigo, que continua perto, apesar de tudo, Marco! 
Saudade [16/09/15]

 Ps: Leia esta carta ouvindo Paciência - Lenine. Reler estas cartas têm me despertado emoções fortes. O coração bate mais forte e relembro algumas coisas que havia esquecido com a correria do dia-a-dia. Agora, não vou esquecer mais a importância destas reflexões. Não mais.   
  

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