Flor

- Você é a minha desgraça

Canto Primeiro

Dama do Amor
Flor da Minha Solidão
A quem não encontro
Ascensão Absoluta

Minha Face em Tua Ausência
Tua Face para Beleza de meu alheamento
Absorto estou em conjecturas
Puramente minhas - Que chamo de juras tuas.

Rosa Voraz
O Jardim em sacrifício a Ti
E de mim - Nada resta
Tudo é tua primavera!

II

Toda vez que eu percebo que eu te amo
Eu tenho vontade de morrer.
Eu até acredito em Deus para pedir misericórdia.
Flor-Adaga feita para o meu peito
Perfeita!
Minha Anti-Alma
Tu és a minha morte até a morte
Ai de mim!
Tu és a eternamente a grande amiga que me avisaria: Melhor que tu não tivesses nascido
Sem fim!
até o sem fim
Anti mim antes de mim
Vais dizendo as palavras
Enquanto me enterras na cova rasa
No Jardim em que te esperava
Tendo escrito isto
Seja isto a última coisa
Que se ouvirá de mim
Eu amo
A minha doce dor de morte
E nesta doce dor de morte
Eu viverei por toda a Eternidade.

III

Flor doença
A crescer da minha mente
Cujas raízes a crescer são meus espinhos
Sua inexistência dói em meu sangue
E de minhas palavras saem os melhores vinhos a serem celebrados em homenagem aos amores vãos
E aos anos em vão
Com a melhor face da eternidade
Convido tu Dama e Flor de Morte
A dizer de amor
A encher meu pranto e leito de morte com risos
Enquanto digo: -  eu acredito!

IV

Você é o lado mais cruel da minha Fortuna
Você é este buraco na minha alma
As feridas na face da lua
A minha dessolução e a minha dor

Você é plena
Como o vazio do Universo
Em mim você é a Criadora
De todo o meu vazio
De mais e mais vazio
Vazio por tua Luz
Me ilumina e me persegue
Sou todo vazio deste amor
E mais e mais palavras sangram de mim
Não consigo me defender
A desintegração de tudo o que conheço até desaguar no que eu sinto
É minha melhor defesa
Em que abro os braços
Para a Flor-Adaga
Que sempre plantas em mim
Quando surge a oportunidade
Consciência minha
Da Divindade Tua

IV

My Cherry Wine Baby
Ma Fleur du Mal
Minha Sentença de Morte
Meu Juízo Final

V

Flor da Tormenta
Flor do Tormento
Flor do Adormecimento
A Luz do Sofrimento Lento
E Eterno
A qual me sentenciastes
Justamente
Flor das Artes de Minha Auto-Destruição
Face mais bela da raiva que tenho de mim
Beleza do ódio que minha alma toma
Até que te tornes a minha Ceifeira

Tu és de todas A Primeira
A Dor indica que por aqui tu ficas
Fica tudo assim
Com a morte de minha paz

Descanso sem contratacar
Não tenho vida porque lutar
Não tenho argumentos depois da prisão
Nem crença no lar após o exílio
Tudo o mais eu acredito

No que deforma e me comprime o coração também creio
Creio que um dia poderei jogar estes escritos numa lareira
Quando deste lugar nem os guardas nem a vila tiverem mais interesse
Fugirei para cumprir verdadeiramente a pena
Um sonho de solidão realizarei
Aquele que um dia te contei
Então serei plena natureza
Da minha dor

VI

Flor da escuridão
Flor da minha morte
Apague as lembranças
Preserve os túmulos
Não há nada dito
Enquanto eu escuto tudo

Seria uma saída do pesadelo
Em um sorriso
Seria o inferno suportável
No paraíso possível
Seria mar de graças
Rimas fáceis em poesias calculadas
Seria ardis e estratagemas
Teologia dos furtus das almas

Mas é a Flor Mistério
No meu esclarecimento final
Nada de amor aqui
Eis a verdade que me destes
Blasfemei contra a liberdade prometida
Para ficar na terra que não me destes
Desde lá e desde então
Vou cuidando dos seres nômades
E abrigando comigo quem não quer abrigo
Vou chamando inimigos de amigos
Até ter provas suficientes
Quando enfim eu puder ser
O Anjo que auxiliará Deus
Quando haver livros para serem lidos e escritos
No Juízo Final
Juízo de Meio, Fim e Precipício
Estão nos seus lábios
E estão em todos os lados de seus dados que lanças por brincadeira e por querer
Diante da severidade de suas tranças
E na verdade de teu Sorriso-Criança
Eu vou a ti
Vôo a ti
E crio asas
No Abismo

VII

Flor de Morte
Flor da Doçura
Flor da Solidão
Definitiva
Flor do Deserto
Flor da Desolação
Flor Escura de Luz
Que põe fim ao meu Jardim
Para então só nascer neste
A Tua Ausência
Jardim da Inexistência
Onde tudo não se vê
Apenas tudo que é você

Flor Cruz
Flor Luz
Flor Suplício
Flor Martírio
Indo de encontro ao seu caminho
Vou vendo tuas flores
E elas se apresentam a mim por nome
E de ti dizem que estás no mundo, no tempo e no espaço
Flor Divina
Flor Alucina-me
Flor do Não
Flor da Taberna onde renasci
Flor do Exílio onde me criei
Flor Lar onde não habitei
Pegue este andarilho
Lance no precipício
Para que cante abismos
Em teu nome
Numa gira de poesia
Junte as gentes frias
Dêem festa
Construa uma ponte
e chame ela pelo meu nome
E no monte daquele horizonte
O sol se imporá
Sabeis
Com toda sorte de esquecimentos

As pessoas atravessam
Transeuntes
É mais um dia
É distração
Sono dos que se movem

VIII

Flor da minha hora
Flor da minha obra
Flor da obra do tempo contra o tempo
Flor do Eterno Não Retorno
Aqui está a Pétala de tua definitiva mensagem
Tão definitiva que não posso dizer se é a última ou a primeira
Tu não retornarás
A Pétala me diz
E repito cantando
A minha canção ela canta
- Ela não retornará
Então eu danço
Com as pétalas azuis que o outono antigo espalhou
E todas elas cantam e dançam
Ela não retornará
É agora a Sinfonia de todos
O Povo canta
A guerra acaba e a paz também
Eu já não preciso pensar e nem lembrar do que tua pétala disse
A pétala entra em mim
A pétala sou eu
E toda vez que alguém cantar
Serei canção sem saber total ser no total nada

IX

Eu amo
A Flor da Minha Desgraça
Que me arruinará em eras
Ainda que eu me acabe em pouco tempo
Sou a vela acendida no quarto abandonado
Para que a cera que por lá ficar
Indique por tempos e tempos o que está enterrado

Não julguem que eu abandonei o Lar
Esta inocência eu tenho
Todas as acusações aceito
Sou aquele que foi para Lar que não me recebeu
O qual sempre volto para este Lar
Com as portas eternamente fechadas
Eternidade que bate forte na minha cara
E sempre outra vez tenho que retornar
Para ter a ilusão que nunca está fechado quando sou enviado para longe. Que tenho que voltar para ver ao menos a porta se fechar. Para que não seja uma porta fechada por natureza
Este é meu não lar no universo. Ao qual sempre retornarei
Em qualquer miragem onde escuto: Volte Meu Amado
Volto e tenho de novo
Livre passe para o deserto
Onde outra miragem revigorante me é prometida
E mais uma vez uma nova partida
E mais outra vez a mesma partida

Sim, digo apenas de mim
Oh tu que não me escutas

X

Flor da minha agonia
Flor impronunciável quando a estação é amor
Flor de dito fácil no dia de minha morte
Flor da Poesia Sublime
Flor do Fim Sublime e de toda destruição Sublime
Flor de Kali repousada em meus ombros
Que é então este mistério?
Se existe o amor verdadeiro entre nós
Seria um adultério
E a verdade do desejo seria uma castidade
Ainda mais santa com a nossa distância
Que mistério é este
Flores você me traz em meu fim
Azul para minha alma e o beijo mais doce
Enquanto vivo tu eres quasares
Tu estás próxima de mim
Como o Astrológico está do Astronômico
E como o que não se pode numerar está da natureza
Queria estar próximo de ti como o inefável está da poesia
E como o silêncio que está ao lado da natureza
Mas estou perto como palavras estão da Beleza e tão perto como a Música está de uma fotografia que diz de quem não está
Assim é minha lembrança: A imagem do que não será.

Espero uma palavra de amor de ti
Como um beato que espera que aconteça de novo a era dos milagres
Quando os milagreiros andavam na terra pela boca dos boatos.

Estou perto de você como a crença está da realização. E a lei está da justiça. A convenção que me prende a ti nunca foi realizada. Ritualizada foi em delícias solitárias onde um dia vi você. Estou cada vez mais perto de você inalcançável. Geometria mágica, cálculos impensáveis rodeiam minha mente incalçável em teu indecifrável - laço vermelho - que um dia deixou-se contemplar - mas que não autorizou estes sonhos-que-me convenceram a me afogar

Em algo além de mim. Flor Anti-Narciso
Flor antes e depois de mim
Flor Além de Mim em Mim
Flor do meu Fim
Flor do meu Fim

Só me resta cantar
Flor de Requiem
Flor da Reivindicação
Flor da Tempestade

Nem tão ao Sol
Nem tão ao Mar
Nem tão as tuas mãos
Nem tão ao teu olhar

Não ouvi de ti e não me preveni
Voei mesmo assim
Ouvi de ti
E nem quis me prevenir
Voei mesmo assim
Vôo até o fim
Até o fim voa em tua direção
Que pensas?
Seria alguém como eu a dizer não?
Acaso tenho alguma opção diante deste amor que escolhi destino?
Que mais esperava deste diabo?
Que não aspirasse ascensão ao Paraíso Beatrice em teus braços?
Que esperava deste Anjo? Que entre obedecer a Deus e entender a liberdade disto... Desobedeci a Deus, a ti e liberdade? Para te adorar a contragosto de todos?
Que esperavas de um ser como eu? Esperavas? E esperando tinha o contra ataque e outras palavras de negação?
E eis tudo o que precisava
Ser renegado com iminência
Minha profissão por excelência
Flor-Inferno
Flor-Paradiso
Flor que acaba em mim
O lado de lá do intransponível
Contemplo esta fronteira
Como quem quer ser esclarecido
Com uma dádiva de conhecimento
Que pede em troca a alteração irrevogável dos caminhos da vida
Não sou indiferente
Imóvel em contemplação de ti
Sempre estou mudando
Me movendo em direção de ti
Não estou e não sou
No movimento que me arrasta
Me carrega gentilmente
E vou parar
Como uma idéia que foi possível na sua mente
que à natureza sua
Não voltará
Prosseguirá em frente
Onde os caminhos
São você
E o que eu fui e já não sou
Tu és tudo
E assim eu sou

XI

Flor da minha dor
Flor da minha maldição
Flor sentença da minha eterna condenação
Flor de minha morte lenta para toda a eternidade
Flor que me faz ver a escuridão
E ilumina o meu não ver

Flor do meu desespero
Flor do meu não crer
Quando penso em ti
Eu amo
Quando penso em mim
Ganho força para a tragédia certa
Quando penso em nós
Eu duvido
Tudo o mais eu acredito
Você nunca voltará para mim
Eu tenho duas mortes contigo que me são o bastante. Nunca mais poderei voltar para você.
Flor de Nunca Mais
Flor do não retorno
O caminho do meu amor por ti é infinito e sempre expande fora de sua direção. O universo é imenso para o afastamento de nós dois.

Flor do universo
Flor do amor
Flor sem fim
Guardiã da beleza
Queira lembrar de mim
Para que eu seja apenas esquecido outra vez
Numa última vez
No seu paraíso de maçãs, rosas e céu de fogo.
Com um vestido novo
Constante verdade
Visto da mesma forma tanto no mundo quanto em minha alucinação

XII

Tu és
As Flores que nascem em minhas Ruínas
A Flor da Minha Destruição
O Prazer em me deixar queimar
O dever de perder sem lamentar
De cumprir a tragédia sem arrependimento e sem ensinamento
Meu ensimesmamento em me entregar totalmente
Meu alheamento
O Templo da minha Alucinação. Lúcido e entorpecido diante de ti Musa Nua que se veste de mim e me sepulta. Tu és a Mais Bela Face da Morte. Tenho comigo sempre tuas mãos nas minhas. Tuas mãos sobre meu peito. Tuas mãos que me fecham os olhos e me dá luz do fim. Eu digo as minhas palavras e você não escuta. Então percebo que eu estou mudo. Você que a muito sabia que eu estava morto e respeitou minha inocência. É o fim. É o naufrágio. Diga que um dia irá me visitar. Com esta mentira Minha morte será o canto de ti, minha Sereia. Musa implacável. Amar a ti é imperdoável. Nasça de mim os escritos que irão a superfície onde serão colhidos e salvos por Ti.

XIII

Flor da minha alma
Flor do meu desespero na calma
Flor da minha desilusão final
A Ilusão é real
Padeço o mal que existe
E que não pode ser reconhecido existente
Porque em tua diplomacia
Fui o intragável estrangeiro
Meus mapas não convencem
E o que eu sinto só convenci a mim
Mensageiro não mandastes embora
Me abrigastes no derredor
Onde é pior
Estou o mais perto do nunca te ver
Estou quase íntimo da distância que não se pode percorrer
Estou mais próximo de morrer em teus braços
Como deve ser o que nunca será
Que assim seja
Ao menos daí Rainha de Meu Outono sem nunca vir a minha estação enviou me a distância um beijo
Será o beijo de morte.
As flores que ela não recebeu de mim estão guardadas para minha hora final que ela me dá agora.

XIV

Minha dor
Flor da minha escuridão
Minha tortura
Minha loucura
Minha ilusão

No meu Jardim de Luz és uma Flor Escura

És a Luz que não consigo olhar.

Caminhos no nada me lanças
E para além de lá amor por ti vou buscar

Este amor é nada. É menos que nada. Matemática incalculável, mistério imperscrutável, abismo certo da alma. Lugar onde desaparece e se retiram as flores do universo para nunca mais serem. Numa transformação que só se mostra como destruição. Para ti uma Dança. Apenas Tu Dançarina permanece e vê acréscimos ao teu jardim. E aos décimos desço no mundo abaixo dos números. E se tu não me calculas não me vês. E se não me vês me liberto: Jardineira a plantar mais uma flor na Partida.

XV

Você é a minha desgraça
A minha miséria
A minha morte
Minha lua e meu amor

Minha Dor
Meu Sofrimento
Meu Amor
Consagro minhas lágrimas a ti
Por louvar a Beleza
O louvor ao Amor
Fica para tua decisão.

Flor da minha Luz
Flor da minha solidão
O meu exílio tem a bandeira de teu nome
As cartas são todas a ti para não serem lidas.
O que nelas vai escrito pertencem tanto a Ti Escarlata e a Envão. Irmãs Perfeitas em meu Único amor.

Busquei dos antigos versos porque não digo nada de novo. É o Amor que não será e que se canta. Digo algo novo, porque é tua Beleza em minha Canção. Novo fôlego me dá, minha vida se esvai por tuas mãos. E logo me traz a vida, se esvai de mim e vai a ti a adoração. Perco para sempre para ganhar este cantar eternamente. Perco de vista e resisto saber de ti, sabendo que cairei em tentação. E quando caio, me levanto tomando tuas mãos que se foram. Tu segues, em frente, sempre em frente. Eu posso seguir-te esquecendo teus passos nesta trilha, tomando minha emoção e cantando novamente no caminho de um vento qualquer, em minha mente teu ventre mulher, para sempre amor Desde sempre até agora. E mesmo agora, ainda para sempre. Tudo terminará com tuas mãos repousadas em meu fim. Melhor assim. É o meu melhor aceito por ti. Amor sem amor, mar pleno, beleza eterna, verdade do tempo. Tudo isto para ser lembrado num relance: sou eu, o poeta nauta, velejando em teu mar. Naufrágio: Amor para se libertar quando tudo é esquecer...

Kali - Oração e Devoção

Para cada vez que a ilusão maldita entra na minha cabeça
Minhas consciência violenta a minha mente
Num esforço de me ater a realidade
Para que eu não te procure e eu tenha que ser açoitado por você
O açoite que poderia ter dado em mim

É a Deusa Primitiva
Para minha Alma Primitiva
Eu que rondo a civilização de seus feitos
E sobrevivo na selvageria o culto que se faz com teu nome

Mulher cujas tranças ainda dançam sobre mim
Eu me elegi teu sacrifício
Alguém tem que sangrar pela inocência da Criança
Que dança e dança
Pés mágicos a jogar a terra
Em cada exaltação que mostra tua perna em direção
A cavar e cavar
O meu túmulo
Já fui ressacrificado

- Joguem lá o imundo
O apartado
Lúcido quando foi embora antes de ter a saída decretada
Louco quando voltou sem ser convidado
Enterrem, enterrem o imundo
Que a terra aparte-o de ainda mais de mim
Louco da insânia
De me querer
Uma vez foi útil e nunca mais
No nunca mais deve permanecer
E morrer lentamente
Lentamente perder a mente
Para a decomposição que me apraz e me acalma
Vai! Vai longe
Ser vagabundo no espaço
O que foste vagabundo na terra
Vá! Vá! Pequena estrela
Certamente uma centelha que se apagará em menos de um ano luz
Nem no imenso do céu durarás muito tempo
O pouco que serviste para durar em meu serviço
Agora é o fim
Da minha dança aqui
Eis minha trança
Com
Um adereço
Que esqueço
Diante da Beleza de meu Colar de Morte
Sou de Shiva a Consorte
Sou Shiva e mais que isto
Sou Kali
A Deusa da Certeza
A Deusa da Pureza
E da perdição
Cesse a Ilusão
Ilumine-se a própria escuridão
Caia o devoto
No abismo devido
Por amor a religião

Eu sou Kali a Deusa
A Flor de Lótus
Danço sobre as mortes
De deuses e de homens

- Que assim seja!

A Hipocrisia e a Inocência

Minta para mim
E eu acreditarei
Até que você se engane
Então a verdade nos libertará
Caminhos separados
Seres diferenciados
Confusão Completa e Esperteza Infértil
Cada um para o seu lado
Sem direção
A regência foi morta

"Onde está a Música?"
Perguntaremos longe um do outro

Canção do Cadáver Honesto para a Assassina Inocente

I

Eu estou morto
Eu sou morto
Eu tenho o direito de ser e estar

Você não pode fazer de idiota um idiota que não quer nada.
É uma simples verdade a qual me atenho. Acredite!
Tudo o mais sábio e eloquente que digo são as minhas mentiras. Acredite!

Não é porque você é Inocente
Que você não seja a minha Assassina
Mas ninguém precisa saber o que tu és e o que eu sou
Será nosso segredo e nosso pacto
Você não pode ressuscitar um morto que quer ficar morto
E eu não posso te acusar de nada
Estamos todos bem
E você poderá continuar a brincar

Então Criança
Pode brincar com meu Cadáver enquanto não feder
Mas não esqueça de me enterrar

Não julguem os fantasmas que assombram como ruins
Todas as pessoas cobram o que sentem que lhes é devido

Deves apenas me enterrar
Senão educadamente irei te lembrar
Não chame isto de assombrar

Criança, Criança
Brincaste o bastante
Senão perceberes nunca crerás que o momento é suficiente.

Agora deixe-me descansar
Deixe-me ser lembrança
Assim não terás que lembrar de mim

II - Canção Final

"A Tua Flor Azul brilha viva
Em Cima de minha Tumba
Para sempre - Para sempre mais
Minha Eterna Musa"

O Naufrágio do Poeta Nauta

Eu te amaria
Eu estaria do seu lado todos os dias
Mas eu morri
Eu não posso
Eu sinto muito

Eu sentiria muito também
Por tudo que deixei de ouvir de ti
De tudo o que sentiste
Não importa o tamanho da parte de mim neste tudo
Mas eu estou morto

Quando eu ouvisse tuas palavras
eu te compreenderia
Eu poderia ver perfeitamente a guerra que teríamos feito
Nosoutros contra Osoutros
Mas eu morri naquela que travamos eu contra mim

Eu te amava tanto
que poderia amar por todos os anos
que durasse a minha vida
Mas foi um engano a minha vida
E minha morte liberou a mim tanto quanto a você
"Deus mate-me e Deus mate-o por favor"
Um lado da mesma oração nas duas faces de nossa comunhão
Eu deixei a ti
E tu deixas-ti em mim

Eu sempre escrevo como um testamento
São versos que precedem a morte
Meu amor como herança é generoso
e Eu sou generoso como os mortos que aceitaram ir embora
E tu o sabias
Sim tu o sabias
Que quem ama como um louco
Mais que fora de si e fora da mente
Está mesmo fora do mundo e morto
Morto

Morto Mundo Morte
Profunda Sorte Faz-se Luz

eu te amo
e tu és a única herdeira
Tudo e nada de mim te pertencem
Seja para possuíres ou renegar
Não importa
Sou imperador de minha própria alma
e andarilho deste mundo
Posso querer tudo e receber todos os convites de ir embora
Sem contradição
Sem humildade e arrogância
estou morto

Meu pedido
Dama Flor de Meu Exílio
é que guarde os versos no abismo
e nunca deixem que se queimem
queime sim o Poeta
e enterre-o no Ar

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