26 de junho de 2016

Falando de Amor

Conhecimento é levar o Ser a Ponta do Abismo
Para Nascer

I

Silêncio
Síntese das Sínteses
Silêncio
Síntese das Palavras
Tal o Mar é a Síntese das Chuvas
E a Luz é a Síntese das Cores

II

As gentes sábias dizem
Palavras são violência...
Toda Poetisa-Criança
É Digna
Esta inocência é digna
De condenar todos nós
Que fracassamos tanto na paz
Que fracassamos Tanto na guerra
Por Amor ao Descanso
Por Amor a não ver

Está a frente...

Eu estarei a frente do Livro do Passado
Mas... Eu passei depressa
Quando era para eu passear pelo Caminho... Atento.
Sem pressa de chegar
A pressa era para conhecer, para escutar
Os perigos do caminho
Conhecimento eu quero
E não compreensão
Não entendimento
Preciso nascer com o que eu venha a saber
Eis o que me disse um Amigo
É isto o que eu devo fazer

Esta inexistência é fácil
De tudo o que tenho para dizer
Às humanas gentes
Que poderiam ser diferentes
Se tivessem o que dizer
Em silêncio
E que tudo o que eu conheço
Tudo o que é conhecimento
Que pode inspirar a Humanidade
A Ser uma Cidade
Em um Outro Firmamento
É: Tudo o que sabe silencia
Tudo o que transmite conhecimento
Finda o tudo o mais ao redor
No Silêncio... Tudo acaba no Silêncio
Por isto que só o Silêncio tem o que dizer
(Que assim seja)

Que isso seja a minha primeira parte
Com o Fracasso
Eu tenho o que dizer
Do Silêncio
E do Vazio
De Nossos Tempos
Eu vou dizer
Eu não vou negar
Eu vou dar a minha Mensagem

III

Pare com as palavras
É tempo de colheita

Pare com as palavras
Vá ter com as coisas geradas delas
É tempo de Sinfônia do Silêncio
É tempo de Sinfônia

Basta de discursos
É tempo de Poesia

Basta de amores
É tempo de Amar

Baste-se de Mundos
É tempo de Ciência

Que Simplificar a todo momento vero seja
Unir-se ao verso
Unir o diverso

IV

As gente sábias dizem
Tolos vão depressa às palavras

Os prazeres permanecem...
Quando caem aos Seios das Pessoas Sábias
Não fazem som algum
O que sentem as pessoas quando falam?
Ô Quê posso dizer quando me tira a voz
O Inominável que me Liga a Você?



Amor desapegado?




Amar de forma desapegada? Amar de forma indiferente? Amar desinteressadamente? Que tipo de amor é esse? "Desapego" não nutre afeição e nem constrói relações sólidas. Não acredito nesse tipo de "amor". Certamente não é um amor que se importa verdadeiramente com outro. Ao meus olhos: o Amor está nos detalhes, na constância, na paciência, no zelo, na doçura e na sua firmeza. Melhor exemplo deste Amor firme? 
Jesus. 

Quem aceita prontamente tudo, até mesmo as atitudes erradas do "ser amado" (seja este um filho, um irmão, um amigo, um parceiro afetivo) sem chamar-lhes atenção para o erro, sinto muito. Mas você não está preocupado com o outro, nem com o Amor em si.

O Amor têm que ser firme; não desapegado, mas que demonstre constância e importância! 

O Amor pode ser livre; não no sentido da irresponsabilidade promíscua, mas na compreensão que honrar o compromisso assumido é não denegrir a sua integridade com o desrespeito.

Teoria das Almas Gêmeas - Parte 2



Quem se aprofunda nos estudos da espiritualidade esbarra com essa questão: será possível que almas gêmeas existam? No 4° texto mais lido da página Fragmentos de Meu Ser, trago informações que me levam a uma conclusão satisfatória: sim, a existência das almas gêmeas são verdadeiras e exatas, assim como o sol que dá início a jornada do dia. 

E para continuar o debate levantado por esse texto, complemento com outro estudo exposto em uma das obras do Chico Xavier, O Consolador, ditado pelo espírito de Emmanuel. 

Interessante mencionar, que o Amor, para ser vivenciado em seu estado sublime, advém de um trabalho árduo de lapidação do próprio espírito que faz o movimento para remover os entraves do coração. Somente assim é possível abri-lo para encontro daquele que o faz vibrar suas energias superiores. A teoria das Almas Gêmeas, respondida sabiamente pelo mentor de Chico Xavier, reafirma que não trata-se de um romantismo barato vendido pela mídia, mas de uma realidade do espírito que passa a buscar debaixo do sol ou em uma multidão a Alma a qual foi "separada" e que quando a reencontra, une-se em um eterno júbilo. 

Será uma verdade a teoria das almas gêmeas?
- No sagrado mistério da vida, cada coração possui no Infinito a alma gêmea da sua, companheira divina para a viagem à gloriosa imortalidade. Criadas umas para as outras, as almas gêmeas se buscam, sempre que separadas. A união perene é-lhes a aspiração suprema e indefinível. Milhares de seres, se transviados no crime ou na inconsciência, experimentam a separação das almas que os sustentam, como a prova mais ríspida e dolorosa, e, no drama das existências mais obscuras, vemos sempre a atração eterna das almas que se amam, mais intimamente, evolvendo umas para as outras, num turbilhão de ansiedades angustiosas, atração que é superior a todas as expressões convencionais da vida terrestre. Quando se encontram no acervo dos trabalhos humanos, sentem-se de posse da felicidade real para os seus corações - a da ventura de sua união, pela qual não trocariam todos os impérios do mundo, e a única amargura que lhes empana a alegria é perspectiva de uma nova separação pela morte, perspectiva essa que a luz da nova revelação veio dissipar, descerrando para todos os espíritos, amantes do bem e da verdade, os horizontes eternos da vida. 
Existe nos textos sagrados algum elemento de comprovação para a teoria das almas gêmeas?
Somos dos primeiros a reconhecer que em todos os textos necessitamos separar o espírito da letra; contudo, é justo lembrar que nas primeiras páginas do Antigo testamento, base da revelação divina, está registrado: "e Deus considerou que o homem não devia ficar só." 
A atração das almas gêmeas é traço característico de todos os planos de luta na terra?
O universo é o plano infinito que o pensamento divino povoou de ilimitadas e intraduzíveis belezas. Para todos nós, o primeiro instante da criação do ser está mergulhado num suave mistério, assim como também a atração profunda e inexplicável que arrasta uma alma para outra, no instituto dos trabalhos, das experiências e das provas, no caminho infinito do tempo. A ligação das almas gêmeas repousa, para o nosso conhecimento relativo, nos desígnios divinos, insondáveis na sua sagrada origem, constituindo a fonte vital do interesse das criaturas para as edificações da vida. Separadas ou unidas, nas experiências do mundo, as almas irmãs caminham, ansiosas, pela união e pela harmonia supremas até que se integrem, no plano espiritual, onde se reúnem para sempre na mais sublime expressão de amor divino, finalidade profunda de todas as cogitações do ser, no dédalo do destino.
A união das almas gêmeas pode constituir restrição ao amor universal?
O amor das almas gêmeas não pode efetuar semelhante restrição, porquanto, atingida a culminância evolutiva, todas as expressões afetivas se irmanam na conquista do amor divino. O amor das almas gêmeas, em suma, é aquele que o espírito, um dia, sentirá pela humanidade inteira.  

Fonte: O Consolador, Ed. FEB. Francisco Cândido Xavier [Emmanuel], pág. 213.

25 de junho de 2016

Vaidade





Vaidade das vaidades, tudo é vaidade!

Ser melhor que os outros? Viver comparando quem é mais feliz? Ter o carro do ano, o status social desejável, o cabelo peito e bunda invejável, o emprego dos sonhos ou a inteligência nobel, me tornam alguém melhor que o outro? Mas quem é esse outro se não o reconheço em mim através dos olhos dele?  

Vida seca, fútil, vida vazia, em que tento preencher os espaços interiores com mais vazios que constroem a incompletude que quero a todo custo escapar. Vida esta, que detém minha miserabilidade, que recusa virtudes às quais acredito estar em meu julgo. E que na margem da mediocridade, na repetição insana do que acho que sou, mas daquilo que não faço parte, vejo-me no espelho o desenho da minha vaidade, exposta como um troféu de descaso aos sonhos que dormem apenas no meu travesseiro.

A vaidade já não é mais um defeito, mas uma qualidade de uma personalidade neurótica, que anseia reconhecimento aos seus feitos, que usa a cena do dia para dar performance à sua lista de pequenas vitórias que compõe seu medíocre existência... Uma vida girada em torno de si, tende a ser fechada, reclusa e solitária. Maquiar a tristeza com um sorriso, fingir que a dor não existe com remédios duvidosos que prometem a felicidade duradora e plástica. Postar fotos de como a vida é bela através de filtros para esconder a realidade, para enaltecer nossa vaidade, para invejar os curiosos e tornar-se desejável por um breve momento enquanto, eu mesmo, não me desejo a todo tempo.

Mas enquanto existir o reflexo, minha vaidade viverá satisfeita.

Esta é a vaidade das vaidades que reconheço nos outros, mas não em mim. 
E por me achar humilde, me torno o mais vaidoso de todos...


22 de junho de 2016

3° dia de reflexão sobre a Educação




Terceiro dia de estágio e algumas reflexões estão nascendo. 

O trabalho de quem escolhe o campo da educação para atuar profissionalmente é desafiador. Nenhum dia é igual ao outro dentro de uma escola. Todos os dias temos que estar com o coração aberto, preparado para as surpresas. Elas virão com seus problemas, mas também com suas soluções. Quem escolhe a docência, tem em mente que vivemos em um período de constantes mudanças e que às vezes, a resposta para o problema que enfrentamos não se encontrará nos livros e nem na aula daquele professor de faculdade. Percebi que os livros e artigos acadêmicos, que lemos e que são importantes para a nossa formação profissional, assemelham-se aos ingredientes de uma receita de pão. No final de tudo, é você que coloca a mão na massa para fazê-lo e o mais essencial: colocando o seu toque, sua energia, seu amor. 

O trabalho de um docente requer paciência e muito amor pelo o que se faz, pois não é fácil e sim, desafiador. Quem escolhe o ofício de ser professor precisa saber que todos seus atos e suas palavras são observados o tempo todo pelos olhos de uma criança.  Logo no terceiro dia, vejo como devo ser consciente da minha postura e como isso irá influenciar cada criança que entro em contato. 

Outra coisa que me chamou atenção está na seguinte questão: até que ponto o professor tem autoridade na sala de aula? Até que ponto podemos chamar a atenção de uma criança ou propor uma reflexão sobre suas ações usando uma analogia?  Um episódio curioso aconteceu com uma professora que propôs uma reflexão para a criança, mas que ao chegar aos ouvidos de uma mãe foi recebida como um desrespeito.  A posição de um professor é também delicada, frágil como um ovo. Se a chamada de atenção de uma criança que desrespeita o professor na sala de aula é considerada pelos pais como algo inadmissível, como se espera a "educação" desta criança, se até autonomia que temos para fazê-lo é nos retirada? Como ensinar os deveres e limites de uma criança se as regras dentro de uma sala de aula não são respeitadas? É óbvio que a educação não se identifica mais com conceitos de castigo ou educar através da imposição do medo. É óbvio também que existem certas tradições que devem ser repassada para as gerações futuras, pois a criança de hoje será o adulto de amanhã. Se ela não cultivar valores tradicionais e universais como o respeito, a fraternidade, a cordialidade, a bondade, a verdade, o amor, é verdadeiro afirmar que estaremos ajudando na construção de um indivíduo egocêntrico, que não reconhece seus limites e que não se importa com seus semelhantes.

Termino esse texto assim, deixando essa sensação de que não acabou...
      

20 de junho de 2016

O Universo Chamado Criança




Hoje foi o dia em que começou meu primeiro estágio em pedagogia no colégio Santa Maria. Dá um friozinho na barriga encarar situações completamente novas! Confesso que meu nervosismo me atrapalhou até no exercício de tarefas mais simples. Diante ao pequeno erro, percebi que deveria ser paciente ao aprender e não me cobrar tanto em ser "perfeita" logo no primeiro dia. Suspirei aliviada. Um pequeno erro não deveria ser encarado como um monstro e graças ao acolhimento da minha orientadora, pude ficar mais tranquila. Estou em um ambiente totalmente novo, aceitando o desafio de coração aberto para aprender com todas aquelas crianças, com todos os mestres, coordenadores, zeladores, professores, ali presentes. 

Logo no primeiro dia vi que terei muito aprendizado pela frente!  

Na época em que era estudante, nunca havia parado para refletir sobre o funcionamento de uma escola e uma coisa é verdadeira: o aprendizado acontece dentro da sala de aula e vai além dos muros. Consegui observar isso hoje. 

A base da vida humana é estabelecida pelas relações que temos ao longo da nossa existência. Nascemos interagindo com o próximo. Se não houver o outro, não há um reconhecimento de si mesmo. Nos conhecemos através do olhar do outro e diante as distinções de cada indivíduo; o respeito, a cordialidade, o zelo, são as bases que constrói as boas relações seja de amizade, namoro, casamento, pais e filhos, professor e aluno. 

Diante à todas àquelas crianças, fiquei imaginando como minhas atitudes poderiam influenciá-las, como poderia ajudar a professora a desenvolver o potenciais delas. Loucura, pensar assim, né. Até cogitei fazer o mapa astral da turma para compreender quais interações são mais exaltadas através dos quatro elementos. Quem sabe, nesse estágio eu não consiga estudar a Astrologia para compreender como cada criança reage com as energias do seu signo solar? (ambicioso, heim).

A criança tem um universo dentro de si de ternura, imaginação, encanto e muita, muita energia!!! Meu coração está aberto pra aprender com estes pequeninos, pois eles têm muito a ensinar aos que se acham grande, só porque cresceram!!!   


obs: Castigo! Castigo?! Castigo. Michele, hoje não usamos mais essa palavra, pois ela remete a um passado sombrio em que os mais velhos puniam as crianças que faziam travessuras! Hoje, Michele, a palavra castigo não é usada mais na educação, pois é usual, velha, abatida e não educamos as crianças através do medo, mas do Amor! Desconstruindo velhos pensamentos e palavras que só percebemos que estão agarradas em nós, quando a usamos sem perceber... Uma valiossima lição!

19 de junho de 2016

O Amor sempre é mais forte...


Hesitei dias até ter coragem o suficiente para bater em sua porta. 

Ouvi alguém sussurrar no ouvido: 
"Você está com medo de encarar seu passado, está com medo de admitir que deu adeus àquilo que era importante para ti." E esse sussurro estava certo. Eu estava com medo e ele consumia. 

Passei anos fugindo, fingindo que não me importava, distribuição indiferença enquanto o meu coração doía pela covardia de não lutar por nós, de não lutar pelo o Amor. Eu, que tanto falo sobre o Amor, só vim me dar conta que tudo o que sei, aprendi tanto na sua presença como na sua ausência.

Todos esses anos, agi como uma verdadeira covarde, Cuca. Embarquei em outros relacionamentos com medo de admitir o que eu sentia por você e foi um desastre. Todos com quem me relacionei foram tentativas de projetar aquilo que vivemos e que foi único na minha vida.  Conheci pessoas interessantes, mas nenhuma conseguira tocar minha alma, o meu coração... Até admitir a dimensão de meus sentimentos, deveria averiguar a possibilidade de não estar iludida. 

Então, o vi. E ao vê-lo em uma distância em que minhas mãos poderiam tocá-lo, eu tive a absoluta certeza que durante esses anos todos, não deixei um minuto sequer de pensar em você. Olhar-te nos olhos, me mostrou que esse sentimento sempre esteve vivo em mim. Eu o amava como sempre o amei e o amarei até a eternidade. Por alguma razão, eu entendia que tudo aquilo era passageiro e que, algum dia, estaríamos juntos novamente. E essa certeza eu tive, ao olhar em teus olhos e consegui vê-la em tua alma. 

Durante muito tempo, fugi daquilo que era importante para mim por medo. Não era só você que me evitava, mas eu também evitei encarar aquilo que meu coração não me deixaria esquecer facilmente. Mas quanta coisa se perde na ausência? O tempo está devorando tudo! E eu havia decidido em meu coração que cuidaria mais das pessoas que são importantes para mim enquanto eu estiver viva.

Resolvi encarar de frente. Fui até lá, com o coração aberto e me receberam com o coração aberto também. As conversas nostálgicas me fizeram olhar para o passado com carinho. Me senti grata por ter conhecido pessoas tão especiais. Olhei para aquelas paredes, para os quartos, para o chão, para os livros, para cada pedacinho que fora construído com amor, com zelo e dedicação. Olhei para aquela mulher, mãe do Homem que nunca deixei de amá-lo e ela sempre fora tão bela, tão radiante, tão forte e tão influente na construção do que sou, que vi-te, momentaneamente, nela. Abracei-a fortemente. Deixei que meu coração falasse as palavras que me escaparam outrora. Estava encarando a situação de frente: sem fugir, sem omitir sentimentos, sem me esconder por medo. 

E o medo mostrou-se uma mera criação da mente. O Amor sempre é mais forte que os nossos medos, as nossas inseguranças, as nossas dúvidas. O Amor é como uma luz que acendemos em um quarto escuro. Ele ilumina tudo e não há mais motivos para imaginar monstros escondidos debaixo da cama ou dentro do guarda-roupa. O Amor é mais forte que as nossas limitações e lhe dar coragem para que não se limite a pensar de forma "pequena". O Amor reconhece cada luta e não se intimida diante do "não". O Amor é sempre mais forte. 

Se você tem algo importante, cuide! Cuide das pessoas que você ama, demonstre sua afeição à todos que você importou para dentro enquanto há tempo para dizer, para demonstrar!  E saiba que onde você estiver, o Amor que sinto estará contigo desejando-lhe mais bençãos na sua vida, mais força para superar os obstáculos, mais felicidade compartilhada e momentos memoráveis! 


Aprendizado da semana: não à culpa...




Um peso saiu de meus ombros. Era como se eu estivesse carregando o mundo nas costas. Apesar de não ter dado o melhor de mim nos momentos finais, não estou mal comigo mesma. Não me culpo mais pelo que deu de errado entre nós. Não me culpo mais pelo o que está errado na vida. Meu coração não se desespera com idealizações que têm a probabilidade de não serem realizadas por demandar atitudes alheias. Não culpo mais o mundo pelas minhas frustrações. Não culpo mais a humanidade pela maldade que se espalha. Não culpo mais as pessoas pela minha infelicidade. Não culpo mais o sistema pelo "não-amor" entre os indivíduos.

Temos que parar de exteriorizar tudo, pois as respostas não estão do lado de fora, mas no âmago do nosso ser. Se não estamos bem com nós mesmos, não há ninguém para se culpar a não ser a si próprio. Mas contra tudo e a todos, posso me proteger: das intenções maliciosas, dos sorrisos vulgares, dos olhares cobiçosos e das línguas maldosas.   

Somos senhores do nosso destino e a a história de cada indivíduo é construída de escolhas que nos trazem progresso ou que nos fazem permanecer no mesmo lugar. E não são as idéias estagnadas que nos impulsionam a se movimentar, mas a aceitação do novo quando se mergulha no desconhecido e nas incertezas!




Às vezes, mudar algo que desagrada em nós, demanda esforço. Exige paciência para não bebermos o copo da ansiedade e atropelarmos com o carro os bois. Carece de um olhar mais respeitoso para os ciclos, compreendendo a finalidade de cada momento, tendo em mente que nenhuma situação é duradoura: tudo é cíclico, tudo se transforma, tudo movimenta, tudo acontece, mas só se nos permitirmos  pensar além da margem que criamos em torno de nós mesmos.

Se focamos inteiramente no problema, sem buscar sua raiz ou origem, como a arrancaremos? Se estou frustrada com os resultados e não fizer uma análise da situação, como requerer mudanças se não observo atentamente meus passos? Se estou acomodada com uma dificuldade e vivo reclamando dela, como espero resolvê-la? Alias, você quer mesmo resolver quando reclama?

Não podemos escolher ser a "média", ou seja, ser mediano perante a vida que é ampla, abundante e rica em possibilidades. Temos que ampliar nossos olhares para contemplarem o horizonte e não deixá-lo na superficialidade dos pensamentos que não edificam, não constroem algo para o bem de todos. Devemos ter ambição o suficiente para não deixamos os sonhos morrerem na mediocridade.

12 de junho de 2016

Sorrir não alivia a nossa dor...



Como a dói na alma sorrir por fora quando se chora por dentro. 

É doloroso esboçar um sorriso e dizer para todos que estamos bem quando não o estamos. Que estranho movimento fazemos para nos mostrarmos inabalavelmente fortes para os outros... É como se a tristeza fosse sinal de fraqueza. Felizmente, ela não é. 

Estar triste por alguma eventualidade que não esperamos ou por expectativas não realizadas é normal. Ficamos tristes por vários motivos e não precisamos colocar uma máscara de invencibilidade em torno de nós: nenhum ser humano é de ferro. Somos feito de carne e osso. Somos dolorosos por dentro e por fora. Somos feitos de sentimentos. Somos construídos pelas palavras. Somos moldados por nossas ações. Somos frutos de nossas escolhas e a forma como interagimos com o mundo advém do olhar que temos dele. Pensamentos constroem a realidade.

A tristeza advinda de pequenas eventualidades é saudável: nos coloca em contato com nossas emoções, nos reensina a importância de determinadas pessoas em nossas vidas e mostra que o Amor se apresenta no cuidado, no zelo, na consideração que temos com o outro. Redescobrimos o peso de uma vida e como a presença destas pessoas colorem o nosso dia-a-dia... 

Essa é uma tristeza normal, originária da subjetividade humana. Não precisamos sorrir para aliviar esta dor, pois a melhor forma de externar esta tristeza é através das lágrimas e de um bom ouvido que nos abrace ou palavras de carinho que nos acolham e reanime nossas esperanças de um amanhã melhor...  

Triste, hoje estou... Mas que esta tristeza não escolha minha rotina e que nem se habitue em minha alma. Que seja tão passageira como o vento e silenciosa quanto ao um beijo de boa-noite.  


Contra-dita poesia...




Que vida é esta a qual não sinto que faço parte?
Desta desordem que não me norteia...
O beijo traído e a confiança esquecida
Que vida é esta que em cada esquina
não estima, se esquece, desvaloriza?
Como vidros rachados, trincados na alma,
Relações são espelhos; todos estão quebrados.
Os lábios guardam venenos e as palavras são vomitadas.
A mentira é uma arma que mata,
A verdade é o nada que contempla.

O nada que não possuo.
O nada que não tenho.
O nada que não sou.
Mas,
Pertenço ao Universo,
Pertenço a Vida,
Pertenço a sua Existência.
Desta vida, que me têm por inteira,
quando esqueço de mim mesma...
Vida esta, cujo o Destino
está esquecido no futuro mais-que-perfeito
e escrita no pretérito imperfeito...


Incômodo...



Dizem os mais velhos: "tudo passa". Eu, enquanto jovem e inexperiente, perco-me na ansiedade que não reconhece a transitoriedade dos problemas nos quais escolhi sofrer... Escolhi... Estranha palavra. Deveria acreditar que o sofrimento me destina e não que os escolho... 

Me angustio por aquilo que não sei e sofro antecipadamente, acreditando que os obstáculos são impassíveis, impossíveis de se resolver. O impossível só é assim porque limitamos nossa mente ao acreditar em sofrimentos que não possuem um fim. Condicionar os pensamentos na não-resolução dos conflitos é se acomodar com o que incomoda... E muita coisa está me incomodando ultimamente, mas tento varrer a sujeira para debaixo do tapete. Varrer sujeira para debaixo do tapete só para tirá-la de perto das vistas, não diminui ou resolve o que tanto me incomoda...

Enquanto houver uma situação incômoda, haverá possibilidade de mudança... 

O Amor Não Escrito

Ninguém precisa de amar ou receber amor para escrever poesia
Poesia são versos, são palavras
Toda a poesia é possível

Toda a poesia é possível, é previsível
Toda possibilidade humana existe
O Amor existe
Pessoas e seus problemas existem
Independente de poesia
Independente do amor que há
e o que sente alguém que escreve poesia

Ninguém é obrigado a sentir o que escreve
Ninguém é obrigado a viver de acordo com o que escreve
Os escritos podem acontecer sem precisar do aval das pessoas que lêem
Alguém que escreve pode viver livre daquilo que escreveu
Os escritos se depositam aos livros
Dos livros saem as humanas gentes
Não é necessário que algo se faça assim
Igual ou diferente

São apenas escritos bonitos
São apenas versos sinceros
A sinceridade destes não fica manchada por quem a escreveu
Todos os versos são puros e estão salvos no paraíso que é uma biblioteca
Tudo o que se escreve é purificado
Quando cai no papel se purifica da pessoa que o escreveu

Sejam os versos puros e verdadeiros
Seja quem escreve apenas alguém a pegar o remo e conduzir  barcos
Conduzir carruagens
Em terra ou no ar
E em entregar o seus serviços
Termina

Não é necessário sentir o que se escreve
Não é necessário nem amar e nem acreditar naquilo que se escreve

Os versos são livres
Estão libertos das gentes que tanto dependem destes

Eu não amo quando eu escrevo
E o que é escrito é tão repleto de amor
Que as pessoas podem acreditar que eu amo assim também
Não, não, não! Eu apenas escrevo

Houvesse todas as pessoas que escreveram e leram
Correspondido a tudo aquilo que foi escrito
Seria o Mundo e não a Biblioteca
O Lugar mais bonito

Eu não amo quando eu escrevo
Eu não sinto quando eu escrevo
Eu não me comprometo quando eu escrevo

O Amor é mais Poesia nas Palavras
Do que na Alma de um Poeta

E é assim...

Que eu me liberto de todo fardo sobre mim
Que assim me liberto dos versos também
E se eu te digo que eu te amo
É porque é Verdade
Em Movimento
Pode ser capturado por algum escritor qualquer
Mas é um Amor em Movimento em direção a Você

O que eu sinto
O Amor Verdadeiro que Você sente na alma
Toda vez que este bate em meu peito
É algo que não cabe num escrever
E é por isso que eu vou amar Você
Muito mais, muito mais do que eu vir a escrever pra Você
Não irei aprisionar o meu Amor em belas palavras

Acredite em mim
Acredite em meu Amor
Quando eu olhar em seus olhos
Quando eu fazer amor com Você
Quando eu alcançar as suas mãos
E ficar perdido no Labirinto de seu Olhar
Assim acredite no meu amor
Quando eu escrever belas palavras
Quando eu te escrever belos poemas
Leia, leia... Apenas

Mas quando eu chegar diante de Ti
E não saber expressar nem ínfima parte do meu Amar
Diante de Teu Olhar
Aí sim...
Pegue Teu Amor
E escreva em mim




Quando eu encontrar o Grande Amor...


... Não terei medo de me entregar. Não irei fugir. Não irei mais me enganar. 

Quando eu estiver diante do meu grande amor, não irei economizar nas declarações e nem arranjarei desculpas para não encará-lo. Não adiarei a felicidade que nos destina e nem ficarei remoendo o passado, fruto de nossas experiências. Não prenderei minhas escolhas no "e se", pois o único tempo que viveremos é o presente, na presença constante de nós dois.

Quando eu encontrar o grande amor da minha vida, lutarei por ele e não hastearei a bandeira da derrota até que esteja-me esgotado todas tentativas. Não darei-me por vencida pela rotina e o reconquistarei todos os dias, provando que o Amor se alimenta de pequenos gestos e se esconde na simplicidade da vida. 

Ao meu grande amor está reservado os meus melhores beijos, os meus melhores textos, as minhas melhores conversas, o abraço mais apertado, os olhares mais intensos. À ele, destino o amor mais profundo, a entrega do corpo e da alma. Ao meu grande amor: que me tenha por completo, sem metades. Que olhe para o meu corpo nu, sem disfarces.

Quando eu estiver ao lado do meu Grande Amor não sentirei vergonha de declarar meus sentimentos, não terei vergonha do que sou. Não o desampararei nos momentos de tristeza. Estarei presente em cada lágrima derramada, em cada sorriso esboçado, construindo de pouquinho em pouquinho nossa felicidade que será partilhada entre gerações...   

Meu Grande Amor, de tão grande que não cabe nas palavras. De tão forte o qual está explícito o quanto o amo de forma louca, urgente, desesperada. A ti, dedicarei a minha mais profunda e devotada afeição. 




11 de junho de 2016

Românticos, são poucos...




"Românticos são poucos", foi o que eu pensei ao ver um garoto segurar um buquê de rosas vermelhas na entrada do shopping que trabalho. Ele aparentava ter entre 15 à 17 anos. As pessoas passavam por ele e comentavam curiosas. As mulheres olhavam com um brilho nos olhos e na intimidade, guardava-lhes uma sutil inveja daquela que receberia as flores. Eu, o olhava feliz. E inspirada pelo seu gesto, senti-me grata por ainda existir pessoas que acreditam no Amor e fazem tudo para demonstrá-lo no dia-a-dia, transformando a rotina em uma doce convivência de esperança, história e alegria. 

Não é habitual vermos pessoas românticas. Está se tornando cada vez mais raro encontrarmos pessoas que não tem vergonha de demonstrar seus sentimentos. Demonstrar sentimento, para muitos, é sinal de fraqueza. Dizer "eu te amo", tornou-se um crime. Fazem sexo, sem haver amor. E o amor, hoje em dia, desconhece o cuidado que é confundido com apego... Os poetas não são mais procurados. As flores tem murchado... A música romântica não toca mais nas rádios e nem sempre, têm a preferência do público. Românticos, são poucos. Ainda existe, mas são raros. E por serem raros, são extremamente valiosos. São eles que alimentam o nosso coração e nos dar esperança para acreditar na forma transformativa do Amor. 

Nos meus tempos de juventude, toda noite era surpreendida por uma rosa. Ele adorava me dar rosas "roubadas". O dono, talvez, não se importasse em ver suas rosas arrancadas do jardim que alimentavam o amor de dois jovens. O gesto poderia ser pequeno, mas em meu ser, sustentava a minha alma. Flores. Mulheres adoram receber flores. Homens também. Não se prive de dar flores a quem ama. Não tenha vergonha de demonstrar seus sentimentos mais profundos. 

Se sinta abençoado por amar!   

   

Puro Amor

Não quero você assim com tanta Pureza
Não quero você assim com tanto Cinismo
Para que as minhas Vaidades Humanas não te obscureçam
O Grande Amor que sinto


10 de junho de 2016

Amor

Dizer coisas bonitas ou coisas horríveis para alguém é apenas uma questão de poesia. Amar é outro nível de comunicação.



Carinhoso

Ah! Como é bom te amar
E como é bom ter alguém para amar sempre!
Pois é assim que será
Apenas para sempre tem o tamanho do meu amar!
É assim que eu quero me fazer melhor
Por você e apenas por você

Tudo o que pergunto quando olho os céus
É se você estará aqui do meu lado
Eu olho para você e vejo o céu
De meu Amor revelado






7 de junho de 2016

A Musa do Mar

Ainda que eu não conseguisse te encontrar em uma música
Eu te procuraria num Mar de Música

Em um oceano de cores
Ondas de cores ao meu encontro
Mar dos Amares a velejar...

Eu procuraria
Até encontrar o Perfeito Azul
Que me diria de Ti

De Ti ouviria falar finalmente
O meu Amor

E quando eu te encontrar minha Amada
Quero que saibas
Te procurarei
Em Oceanos Infinitos ainda Desconhecidos
Ao Teu Lado
Cada vez mais perto
Cada vez mais Procura
Em cada Encontro Contigo







6 de junho de 2016

Livro da Vida




Se o Amor fosse algo controlável, seguraria com todas as rédeas esse sentimento e direcionaria à você. Mas, você e eu, sabemos que é impossível controlar essa força! É impossível controlarmos o Amor, pois ele desconhece meios de manipulação e controle. O Amor só é Amor quando estar em liberdade. Ele e a Liberdade caminham juntas, de mãos dadas, sem rivalidades, só na camaradagem. 

Mas o tempo que compartilhamos, experiências foram acumuladas e me despeço com o coração repleto de gratidão. Você esteve presente em diversos momentos de dificuldade: na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença, você estava aqui, dando-me forças para não me deixar cair nos momentos de fraqueza. Não devemos nos sentir mal pelo que tivemos e que saíamos dessa relação sem culpas, remorsos do que poderíamos ter feito para impedir o fim que naturalmente se fez... 

Desde o início, você sempre soube de tudo e ainda assim, escolheu permanecer do meu lado. Você sempre soube dos segredos do meu coração e em nenhum momento me julgou, mas abraçou minhas mágoas e chorou incontáveis noites comigo. Eu, realmente, sou muito grata a você. 

Eu não sei o que será do futuro e tampouco o presente dá a entender que caminhos serão tomados, que destinos serão realizados. Mas o presente é uma construção do passado feito por nossas escolhas. Se tenho consciência do meu passado é porque o vejo construído em meu presente. Se consigo perceber minhas escolhas do presente, tenho uma ideia dos frutos que colherei no futuro. E posso te assegurar, não imagino pouco para ti, mas o vejo cercado de muito e esse muito se multiplicará e será repartilhado com aqueles que compartilham contigo, a vida.  

Eu, fui uma dessas pessoas que compartilhou uma parte da sua história, sou um capítulo (ou vários), mas o seu livro dar continuidade e não termina naquilo que acreditamos ser o fim. O  Livro da Vida ainda tem várias páginas em branco e novos capítulos surgirão, novas histórias nascerão e novos sorrisos irão florir em teu jardim! Mas lembre-se: o autor principal é você. Escreva! Escreva consciente do quão poderoso pode ser seu pensamento. Mentalize naquilo que você deseja. Tenha foco e ouse a dar o salto para a fé. Não tenha medo de correr riscos e nem deixe que seu coração se perca nas maliciosidades do que é mundano.  E jamais se esqueça: somente o Amor acontece, transforma, se movimenta e é. 


Dessa energia que transborda do meu peito, que chegue até ti, o alento. 
As lágrimas que outrora derramamos, banharão a terra e regará as sementes.
O que virá a ser, somente o tempo para dizer...
No final de tudo, estaremos bem. 

Dia L



Queria deixar algo registrado nesta noite. Eu e meu amigo Nathan nomeamos o dia 05 de junho de DIA L.  Esse foi o dia que consegui superar um medo bobo, antigo, mas que me atrapalhava a encarar ele! Céus. Como a mente prega peças e cria situações que distorcem a realidade e nossa percepção quanto aos fatos. 

O Dia foi nomeado L porque foi o dia que resolvi aceitar aquilo que esteve sempre presente em mim: O Amor. Eu sei, é loucura acreditar que em pleno século 21, no auge do deterioramento das relações e da superficialidade dos sentimentos, haja Amor Verdadeiro! Sim. É real e eu posso te provar isso. A única ilusão é o mundo transitório que vivemos, pois sabemos que aqui, nesse plano, nada é eterno e que a nossa origem é puramente espiritual. A impermanente natureza coloca nossa alma em movimento, isso é fato, mas sem Amor não há transformação real do espírito e as experiências não serão vistas como um aprendizado para o indivíduo. É  somente amando, que encontramos o caminho para a "Salvação". 

Durante esses dez anos, o Amor que tenho por você me fez percorrer um caminho totalmente inesperado. Ele me fez caminhar pelas trilhas do autoconhecimento e me reconectou à minha alma! Através desse Amor busquei Deus e o reencontrei em mim mesma. Esse Amor provocou intermináveis ondas de transformação e por isso, sou eternamente grata. Sou abençoada por Deus pela capacidade de amar alguém de forma verdadeira, duradoura e intensa! Eu o Amo como todas as forças de minha alma e as estrelas são testemunhas! Seja daqui dez, vinte, uma outra vida, a eternidade, meu Amor por ti é infinito!    

Minha querida alma, procure ouvir mais seu coração. Nós, piscianos, precisamos do sentimento para nos sentir vivos! Quem, melhor que nós, para acessar os portais das emoções? Nós dois somos de peixes, regido pela mesma ordem angelical (Principados), precisamos que o Amor se torne uma constância em nossas vidas. A única voz audível é a do coração. A mente prega peças, pois ela mente! Ouça mais seu coração e você estará conectado à Deus! A divindade se expressará através do seus gestos e suas palavras serão verdadeiras, pois estarão abençoadas!  

Ah, esqueci de lhe dizer algo: Estou orgulhosa do Homem que é. Estou orgulhosa por não ter traído seus princípios e por ter se mantido fiel à eles. Estou orgulhosa pelo trabalho que desenvolve, pois você faz bem aquilo que está compromissado à fazer! Tenho orgulho de você! 

Força na cabeleira e na brandura, tudo ao seu tempo! 




ps: o dia chamou-se L pelo fato de ser a letra inicial do seu nome. Também pela coincidência de ter tocado Legião Urbana e ver o Nathan encarnando o Renato Russo naquela praça, como também, L de Libertação, pois o Amor, acima de tudo, liberta! "Só o Amor conhece o que é verdade" e não há razões para não amar você! Amo-te!

4 de junho de 2016

Meditas de Amor



- Meu amigo, tenho que te confessar uma coisa. Após meditar muito sobre os últimos acontecimentos, repensei na minha insistência quanto as coisas passadas que não fazem o mínimo sentido voltar para elas hoje...

- Fale-me mais sobre isso.

- Antes de eu tomar a decisão do término, minha alma já estava esgotada que não havia em mim, tentativas de arrumar o que estava errado entre nós. Todas as chances esvaíram-se pelo cansaço e pela falta de consideração por parte dele, que não reconhecia que determinados atos ruíam a relação. Quando terminei, queria me libertar do sufoco de ter a voz abafada, os olhos vendados e os passos vigiados. E o mais engraçado, mesmo tendo ciência do abuso emocional que havia sofrido em suas mãos e carregado a culpa pelo fim do relacionamento, nunca deixei de amar o meu algoz... Eu verdadeiramente o amei com todos seus erros, com todos seus defeitos, mas o Amor verdadeiro impõe limites e não era porque o amava que deveria aceitar tudo dele. Mas, acredito que ele não tenha compreendido a lição. Esperava fidedignamente que eu o idolatrasse e alimentasse cada vez mais seu ego!

- Confesso que me recuso a amá-la se isso significar mendigar amor à ela. Não é por isso que a amo!
Meu amor por ela não é para ajudá-la a recuperar seu ego que se sentiu ferido diante ao término. Não insistirei, mesmo que este seja o seu desejo, pois Amar alguém não é adular o seu Ego ou Orgulho!

- O Amor é justamente a força que nos liberta destas amarras: do ego, do orgulho, da ilusão, do medo; então, por que alimentarmos isso naqueles que amamos?

- Permanecer nesse modelo retrógrado é alimentar a relação de senhor-escravo! Amar é libertar-se disso.

- Exatamente! Não é porque amamos que devemos passar a mão na cabeça dos amados que erram. Se você ficasse insistindo em declarar seu amor, estaria minando o seu amor-próprio! E as batalhas em nome do AMOR devem ter pelo menos dois combatentes! São duas pessoas que assumem o risco de estarem juntas e que estão dispostas a serem transformadas em nome do amor.

- Quando você aprende o que é Lutar pelo Amor, você nunca mais se sujeitará a mendigar o afeto de ninguém, não adulará egos e nem se humilhará por falsos orgulhos. Você aceitará apenas lutas dignas que te levam a crescer e amar cada vez mais e melhor!


Anjo


Divagando ao caminhar, pensamentos soltos, perdidos, dispersaram-se no ar. Caminhava solitariamente e minha única companhia era a chuva. O vento frio beijava meu rosto. Meus pés sentiam a gélida água perpassar pelos sapatos. Andava solitária, mas não me senti sozinha.

A escuridão espreitava-me e a cada passo dado, sentia uma espécie de temor por situações e seres imaginários. As sombras tornavam-se uma possível projeção destes medo que me assombravam. 

Me dei conta que havia adentrado na noite escura. Na presença da escuridão quem eu era? Senti medo por não estar em segurança, por adentrar em territórios desconhecidos. Não havia ninguém naquela rua. E se acontecesse algo? Meu coração palpitava e não sabia se era por medo ou cansaço. 

Mas ao sentir medo, senti-me incrivelmente viva.  
Senti que esta vida valia consideravelmente o bastante para não perdê-la na mediocridade da existência. 
Por que temos medo do escuro? A resposta mais plausível seria pelo simples fato que lá escondemos o que não queremos ver: feridas, traumas, conflitos e defeitos provenientes do caráter duvidoso. É nas profundezas do íntimo que se escondem nossas verdadeiras intenções e que muitas vezes, o repúdio à elas desenha-se nos atos alheios. O espelho para nossos conflitos é o outro.

Meditei com a chuva. 
Mesmo solitária, não estava sozinha. 
Senti uma presença estranha a andar ao meu lado. Ela me intuía os caminhos, protegendo-me de algum mal. Quis acreditar que existia uma mão protetora a embalar o sono dos poetas, o coração dos artistas e a alma dos sonhadores. Acreditei fielmente estar em companhia do meu Anjo, pois Ele, melhor do que ninguém para saber que na escuridão, armadilhas se escondem e a única força capaz de lutar contra as trevas era a luz. Ele estava comigo, andando lado-a-lado, presente nas incontáveis noites escuras já enfrentadas, dando-me forças quando acreditei ter perdido tudo. 

Hoje, senti sua presença, ao caminhar por vias escuras, debaixo da chuva. Senti-me protegida e o ouvi Ele recitar versos que saíram desengonçados de meus lábios:

"O Senhor é meu pastor e nada me faltarás. Ainda que eu ande pelo vale das sombras, não temerei nenhum mal, pois o Senhor está comigo." 

2 de junho de 2016

Fraquejar...





Ando, ultimamente, desanimada. Olho para o espelho e me desconheço. Percebo pela falta de brilho, o desgaste mental que enfrento. Estresse? Desânimo? Tristeza? Talvez, seja de tudo um pouco além daquilo que não vejo. Só que pouquíssimas pessoas percebem que eu não estou bem. Melhor assim, não quero ver ninguém preocupado comigo por falsa modéstia.     

Sei que devo ser forte para carregar àqueles que estão caindo. Preciso de forças para viver naquele ninho de cobras sem ser picada. Preciso ser forte para mostrar à ela que posso ampará-la nos momentos que não está bem. Mas às vezes, fraquejo. Não consigo dar o melhor de mim quando deveria e me sinto extremamente desanimada para executar determinadas tarefas que não são reconhecidas. E nesses dias de fraqueza, jogo tudo pro alto. Desisto de lutar, pois nesses dias, não há uma força sequer que me faça levantar da cama para enfrentar aquele lugar... Sei que falta poucos dias para estar longe dali, mas 16 dias têm sido vivenciados como se fosse demorar anos... 

No meio da tempestade que estou, tudo está ruindo. Dizem que as transformações mais significativas na vida são aquelas acompanhadas por uma lição dolorosa, dificilmente aceita no começo e que só reparamos nos benesses da transformação em um futuro próximo. No horizonte que se desenha o futuro ao olharmos para trás, perceberemos que essas mudanças nos trouxeram a um outro caminho que jamais achamos que poderíamos percorrer. Mesmo fraquejando diante às situações que tornaram-se insuportáveis de se manter, não devo fraquejar naquilo que é importante para mim, pois tenho total certeza do que quero e sei que vou conseguir alcançar meus objetivos!