Obsession.

Era irresistível não olhar para ele, a sua beleza não era de se deixar escapar. Era um tipo diferente de beleza, não era artificial, não era físico, não era o externo, era o que havia dentro dele.
   Eu sabia que ele levaria partes de mim, assim como traria sentimentos desconhecidos por mim, eu sabia que a reciprocidade dele era uma armadilha, nada que me contém é recíproco. Eu precisava extremamente dele, precisava de inalar o seu cheiro, precisava de sentir suas mãos calejadas em minha pele, precisava de escutar sua voz rouca, precisava de vê-lo.
Confesso que precisava dele ali, precisava que ele estivesse sempre disposto à ficar conversando  comigo até altas horas da madrugada, que me abraçasse após a morte de algum personagem em minha série preferida. Confesso que gostava dos novos sentimentos que havia aderido, gostava da forma que faziam eu me sentir, era bem acolhedor e desesperançoso, pois era de se imaginar que aquilo tudo acabaria comigo.
  Foi terrível quando acabou, foi doloroso, porque tudo que sentia ele arrancou e nada mais poderia me preencher, e quando ele havia feito esse massacre percebi que não tinha nada dentro de mim além daqueles sentimentos que ele tinha trazido. Não tinha nada em mim, e era estranho sentir o nada em mim, era bem estranho não sentir o que sentia quando o via, por isso insistir em minha obsessão por ele, porque era horrível não sentir nada.
  Confesso que ele ainda é minha obsessão, da qual não consigo me livrar.

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