A Ironia da Vida...




A ironia da vida é viver como se não houvesse a morte. É aterrorizante imaginar como vivemos a vida de forma mascarada, acreditando que todas as pessoas são obrigadas a serem eternas. 

Quando a morte bate na porta, ela assusta. 
Ela não diz nada e entra sem ser convidada. 
Ela paralisa e nos roubam a palavra, a ação, o tempo.
Fica uma estranha sensação de que não fizemos o suficiente e quando percebemos o nosso erro, tarde demais. O incômodo persiste no travesseiro e a pergunta que acorda sem resposta é: "será que aproveitei o tempo que tinha, fazendo o meu melhor?". 
O sentimento fica entalado, as palavras também. É remorso misturado com saudade. É o arrependimento de não ter dito adeus e o adeus de quem não queria encarar despedida. É lágrima misturada com lembranças. É tudo uma coisa só: a dor de quem parte e a dor de quem fica. A única coisa que a morte não devora é o sentimento que persiste e cria raízes naquele coração que está destinado a cultivar a memória de quem partiu. 

Ironia é viver a vida eternizando as pessoas. 
Elas não são eternas, são mortais, de carne, osso e sangram por fora e por dentro. 
São existências de significado, de emoções, palavras, sentimentos. 

Ironia é viver a vida sem consciência que a morte significa a nossa possibilidade para fazer o melhor enquanto temos tempo: para amar sem limites, para doar-se sem razões e compartilhar risos, alegrias, derrotas, vitórias; tornando a existência uma experiência inigualável e única! 

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