31 de maio de 2016

A Origem do Mundo

Não-escolha
Então Retornarás
A Origem do Mundo

Comunhão que vê
E não participa
A Medida do Mundo

Tempestades no Deserto
As Areias Voam...
Lança tuas mãos
E toma uma Asa

Que as Areias Azuis são Mágicas
A Asa é Tempo
Que te leva a atravessar memórias
Invisíveis e não conhecidas
Que chamam por Teu Nome a Tempos
E clama por Tua Alma
De gênesis a gênesis
No Palco da Criação

Mas se em suspensão no Ar
Não souberes onde ir e nem como chegar
Não te perturbes

Não escolha por tua Asa
Que quer bater
E pelo Vento
Que quer levar
Não decidas jamais pelo Tempo
Que quer correr, que quer correr

Então da Não-Escolha
Virá Sabedoria
Então Dia de Criação haverá

E assim
Apenas
Em criar
Decidirás

E Todas
As Criações
Te Descobrirão
E te revelarão

Se eu Sonhasse

Se eu me espantasse com o Tamanho do Universo
Eu teria Sonhos com a Imensidão do Vazio

Se eu me maravilhasse com a Diversidade de Coisas que há no Universo
Eu haveria para mim Sonhos de Ciência

Se eu sequer Sonhar com nós inseridos em tudo isso
Em plenitude de Insignificância
Ante a Transitoriedade que significa tudo
Ainda assim, eu teria Sonhos de Amor

Eu trocaria a Eternidade
Para ter um Caminho de Passagem mais facilmente

Eu passearia pela Eternidade que nunca pretendo Trocar
Mais fácil
Se eu sonhasse com você
Quando enfim estivesse ao meu Lado

Domingo de Páscoa

Doce Canção emerge de Tempos em Tempos
Cristo renasce, Cristo renasce
A certa melodia que nos inclina a contemplação do que podemos sentir
Reverenciando na Gentil Divindade o Sol do melhor que podemos ser
Cristo renasce, Cristo renasce
Renasceremos

Não apenas palavras ou Divina Sabedoria
Jesus espalhou atos de Deus entre nós
Feliz Semeador em florescer os corações
Ganhou o Mundo em fazer Jardins de Amor
De nossas Incertezas fez Beleza
De nossos lamentos, rebentos para a Eterna Primavera
Das Árvores em Terras onde abandonaram o frutificar
Multiplicou os frutos ao nos curar o Olhar
Que Campos Férteis sempre estavam lá
Apenas aguardavam o despertar do Coração
Dos que foram chamados a trabalhar nas infinitas Cearas
Da Incessante Criação

Cristo Renasce, Cristo renasce
Cristo Renasce em nós
Floresceremos

Para Frente, o Cristo Sempre Menino olha
Vê Ventura de Novos Tempos
Ao Saber que o Firmado Compromisso com a Humanidade se estabelece
Nos apresenta A Obra e A Obra nos apresenta
Olhos de Amor que emana Luz Terna mesmo ante dura treva
Aparece enfim
Ao olhar para Pedro, para mim e para ti
Vê o que somos: Eternos Portadores do Ofício
de zelar pelas pequenas Sementes em prol dos Grandes Milagres
Ainda que escondamos o Sol entre nuvens obscurecentes
Em saber que virá o melhor de nós Jesus opera seu Doce Sacrifício

Para frente, para frente
Nos Horizontes, Cristo Renasce
Renascem os Novos Horizontes

Cristo faz em pó os Enganos Construídos
Ainda que se façam de Templos Bonitos
de Tijolo em Tijolo: Ruirão
Não ficará Pedra sobre Pedra
As pedras que querem ser atiradas serão caladas
Em cada coração liberto da Prisão

Cristo do Pó da Terra
Faz Desenhos Bonitos
Que se tornam Oásis da Verdade
Para todos os que atravessam Desertos
Tendo em Mira a Verdadeira Estrela
Jesus a fazer ponte das Tábuas de Ensinamento
Até o nosso Coração em Renascimento
Constrói os Templos em Nós que não cairão
E que não deixarão cair de nós
As Glórias dos Novos Tempos

Cristo Renasce, Cristo Renova
Uma Vida Abundante: Agora!

Quem de Eternidade rapidamente Vir
Passeará em cada Momento do Rio
Onde Nosso Senhor e Mestre foi Batizado
Quem de Momentos vir
Mesmo diante das Confusões, ao Caminho chegará
Mesmo diante da Hesitação, não atrasará
Que no Rio onde Jesus batiza seus Novos Discípulos
Ele mostra a Direção onde está o Mar
Que deságua nós na Eternidade Bela:
Jesus para sempre de Braços Abertos
Abraçando os corações a se fazerem sinceros
Nas Águas que o Senhor lava as nossas Vestes
E faz melhor as Nossas Obras

Bendita as Boas Obras
Estas dizem de Deus
Que nos disse Jesus
Bendito os que vão
Com Saber em Mãos
Crer que a Comunhão
Se fará Civilização

Bendito os que oram, Bendito os que choram
Com Jesus no pensamento
Com Flama Suave que em guardar Belos Corações
Confirmam o Ensinamento
Benditas as Crianças
Benditos todos a Zelarem por elas
Ao guardarem os Jardins Fortes onde Frutificam o Saber do Amor
Onde elas brincam, onde elas aprendem, onde elas ensinam
Benditos os que Amam
Benditos os que ao Amar revelam o que são
Estes revelam a Luz
Que sempre Jesus nos revela
Reino dos Céus: Universo a nos Abraçar
Bendito Tu Jesus Cristo, o que Renasce

Cristo Renasce, Cristo Renasce


Por Amor de nós, mostra a Divina Face
Nos Renasce para o Divino Amor
Que não terá Fim

As Palavras

Eu não quero saber de seus argumentos
De suas reflexões sobre o amor
Palavras são Guerra
E estou em Guerra contra as Palavras

Minhas Armas são estas
Um Beijo e o que se descobrir com isto
Junte-se a Mim

Palavras são Guerras
E o que eu sinto nunca se cala
Pois nunca será Palavras

Apenas saberei lutar uma Guerra
Onde eu possa ser recolhido por você a cada Batalha
Enviado e Reenviado por Seu Nome
a Conquistar Terra Nenhuma
para Deitar em Areias Tuas
Ver as Constelações Gêmeas de tua Íris
Desconhecer Mistérios, esquecer perguntas...
Passear pela Constelação de tua Íris
Entrar em teu Sonho
Antes que teus beijos fechem a porta de teus olhos
Acordar depois que meu sonho terminar no teu
Quando for tarde e perto demais para tudo que se refere a nós dois

A Noite para mim só diz:
- Guerra as Palavras!
As Estrelas que se esqueceram
Já me avisaram para lutar ao lado de Minha Amada
Me Juntarei a Ti

Livro dos Mistérios

"Verdade
Curto Ato
Eternidade feita de Anseios Vãos
E Humanidades que não vão muito longe"

I

Daqui, Ela Vai
Porque sabe
Que tudo que se repete
Morto está
E não se gasta

"Não se gastar"
A Lei deles
Ela não escutou
Quando iam lhe dizer
Bateu suas Asas
E vôou

"Se repetem e matam
Tudo o que está a frente
Tudo o que está condizente
Com o que é até ser o que não pode ser"

II - Chuva de Prata

Uma chuva de matérias adulteradas
Caiu sobre nós
O ciclo de nossas almas
Não mais sobem aos céus
Represamos nossas águas
E as águas represadas
Prenderam a nós

Então que ao menos
o que invadir o céu
seja prata adulterada
Para que ao menos a falsa chuva
Seja Pura

Chuva de Prata
A vir de nossos sonhos
Irrigar nossos enganos
Afugentar nosso trabalho e frutificar nossa insônia

O Único Desejo de Nós
Realize
De Nós contra Nós
Faça um Reino

"É preciso saber que se chegará o Fim
E não apenas saber que o Fim está próximo"

III

Quero no meu leito final
Apenas os urubus verdadeiros
Saia daqui você
Com teus gêmeos
Abutres de Humanas Faces

Quero no meu leito final
Apenas os urubus verdadeiros

Deixei para trás
Os tesouros que nunca serão vistos
Dos trabalhos de confraria que não desbravaram mares
Das palavras ditas fora do coração
E aceitas por rezas mágicas
Por todos que crêem na razão por superstição

Deixei para trás
Que se houver algo para se haver
Que venham ao meu encontro
Pois não posso parar meus passos
Assim continuarei a deixar para trás novamente
Os antigos desencontros a viram novos

Quero no meu lar
Corações provados na Inocência
Humanas almas trabalhadas com Diligência
Pela Fortuna, pelo Tempo e pelo Amor
Estas Jóias de Chronos
Quero que adornem o meu peito
Estas Vestes Amigas... para enfeitar meu Quarto
Todas estas Belezas trabalhadas
Quero as representantes no Palácio do Amor
Comungando com este tais Seres
E Amor por estas gentes por cada batida de meu peito
E por cada batida do Relógio dos meus Significados
Na Biblioteca onde escrevi meu Livro de Mistérios
Nunca lido por mim para sempre ser lido
Por estas gentes amadas e amigas
Gratidões milhares, gratidões milhares
Com Graças enfeito vossas cabeças
Caminhei caminhos de humanas faces e outras obras de Natura
Para chegar aqui e sorrir vocês aqui

"Tudo o que se repete está morto
Mas ainda não está terminado"

IV

Tudo o que se repete morto está
Os repetidos espelhos
A Ausente Face
Dos devaneios extratos
Da realidade não passada
Assim guardada
A Mente repetida
A Mente assassina
Para os futuros momentos
Transformações que aguardam em desesperos
De nunca mais sair dos Novos Labirintos

Não será testemunhado
O momento que irá se libertar
A Vida

É necessário partir
Depois de se souber o suficiente
Renunciando o conhecimento completo
Em Sabedoria
De poder sentir
Aquilo que só depois irá ser conhecido

- Tudo o que se amar
Irá findar
E se libertará

Tudo o que se amar
Irá libertar
E continuará a acompanhar...

Amando em Silêncio

Eu sou Amante sem Amada
E eu amo como uma Chuva na Madrugada
Rios correndo sem Dor
Sol brilhando sem medos
Tão profundamente, tão intensamente
Que o amor há de ser uma descoberta

Eu estou Amando sem Amada
Quem sou Eu? Sua Liberdade
Que lhe dou através dos anos
Quando amor tem de ser Ciência em Silêncio
Ciência e Silêncio
Ainda.
Silêncio aprendendo Ciência
Ciência se tornando Amor
Acredite em mim! Eu sou sua liberdade
Sou um trabalho vindo de sua Mão
Dançante, Amável - Belas Mãos
Sou o que você quiser
e Eu posso desaparecer
Eu lhe dou o que você alcançar
Eu estou amando fora de seu amar

Eu estou Amando sem Amada
É como um Oceano
De fogo
É como um entardecer
Tão Novo
Que eu tenho que te dar todo o Amor que tenho
Para então ter o que te dar
E começar...

Eu não tenho Palavras
Eu não tenho Palavras
São apenas lavras
Nas Searas
Imensas, infinitas
Que eu vou amar e buscar
Para poder te buscar
E ao te ver cairão as palavras que meus braços carregavam
Queira tu ter me escutado
Antes de ser por teus Lábios
Inocentado

Eu estou até Amando sem Amor
Olhando para a Lareira
Aprendendo com Fogo
A me deixar queimar
Quando chegar a Hora
Quando chegar o Olhar

Eu... amando sem Amada
É apenas um Pôr-do-Sol que eu não conheço

29 de maio de 2016

Amor

Se você não consegue fazer mais
Você deve fazer mais

Se você não consegue deixar partir
Você deve deixar partir

Um Dia você vai querer que o Amor bata a sua porta

O Dia que o Amor bater a sua porta
Talvez você não saiba o que fazer

Poetria

I

Eles te ensinaram a Odiar
E você odiou
Eles te ensinaram a Rebeldia contra o Mundo
A Desobediência Universal
Para melhor ser leal a eles
E você desobediente aos seus olhos
Viu através do olhar deles
E o mundo se multiplicou e aumentou
Em casa de espelhos

Eles te ensinaram que outras gentes não podem pensar
Eles te ensinaram que concordar exige maior esforço
Eles te ensinaram que as gentes extranhas
Não têm ternura, apenas ódio a humanidade desde as entranhas
Assim te ensinaram e você foi aprendendo
E você está bem em que eles estejam bem
Os outros e seus delírios são o Mal
Combate o bom abate
Caiam os maus através de pensamentos
E dos afastamentos

Óh! Grão-Aprendiz!
Com esta Força vai!
Construir Castelos!
Onde habitarão vossas amizades!
Lá guardarão a humanidade como exclusividade!

Óh! Grão-Aprendiz!
Não sofra Excomunhão do Castelo!
Não saia do Castelo!
Vossas amizades não lhe seguirão!

Te ensinaram a Odiar
E você odiou
Te ensinaram a pensar
E você se tornou ódio

O ódio cresce no derredor de teu pensamento
Ao derredor do Mundo em apequenamento
No agigantamento das sombras que adoras
No afastar do Sol que devora
E dos papéis inimigos que te assombram
O Mundo é um Constructo
No Mal
E precisa de um invólucro
Para ser transformado
Um Mundo Nu não foi feito
Para ser suportado
Lamentei! Lamentai-vos!
Até vesti-lo de nossas lágrimas
Que ordenarão o que deve ser feito
E os nomes que devemos limpar das vestes dos tempos idos ainda não mudos

Aprendiz! Aprendiz! Nada diz!
E tu és o que sempre quis!
Tu Aprendiz! O que sempre quis!
És o que de ti se diz!

II

A Verdade
É que cultivo minhas flores
Cultivo um Jardim de Almas
Não as colho, apenas as contemplo
São exercícios de minha Metafísica Alma
De ir-me contra o Mundo da Natureza
E o Mundo das Idéias
Que faço com a finalidade última
Do incômodo teu

Longe do Castelo
Perto do Coração do Jardim
Dançando Azul
No Mundo Nu

Tu que tanto pelejas
Que matarias todas as gentes
Porque de ti depende a vida de todas estas mesmas gentes
Há de encontrar grande verdade
Em todas as pessoas que gritarem para ti: Sim.
Mas é apenas para sustentar a ordem Maniqueísta da Vida
Ainda que contra a Ordem Maquiavélica de suas Conquistas
Que eu entro divino sussurrando e sorrindo: - NÃO!

Você diz que o Mundo
Seria melhor feito conforme o desenho
O plano de um sonho já sonhado
Que nem ressonhar te atreves
Tamanho o medo
De alterar as linhas e misturar as cores
Lembre-se! Minha Alma é Azul
Azul que Ama todas as Linhas e Cores
Em movimentos
Não me condeno
Em um sonho que não é meu
Que isto fique por razão de Natura e desenvolvimento de Psiquê
Por Pesadelo que brindo a ti
Antes mesmo de apagares a Luz
E mesmo que inventes uma outra Luz
O Brinde permanecerá
Tenhas Sono ou não o tenhas mais
Ao brincar de infinitudes de começos
Na Casa onde só haverá uma Festa e nada Mais

Quem visitará você quando estiver em comemoração?
A sua mais nova e nobre ação
Mais uma vez repetida...

Quem senão os Inimigos do Júbilo?
Trancai as portas!
Protegei a Festa! Permanecei protegidos pelo Muro!
Dai a vida dos invasores em prol deste entretenimento
De vós contra o Mundo
Até que o Mundo seja visto
Por obra de fazê-lo esquecido

III

Desculpe, preciso ir
Confesso que comigo não está a verdade
Preciso partir

Sou apenas um encantador de povos
Fique com o mais de vir
Na Dança do Porvir

Se eu cantar Amanhãs
Não me sigas
Eu e a Verdade somos Solidões
Só temos para onde ir



Desvelar

Eu preciso desver tudo aquilo que eu vi
E se isso for impossível
O que será um Novo Olhar?

Canção ao Mal-Amor

A Todos vós
Covardes
Meus Versos
Covardes
A vos encontrar
Sem se moverem
Apenas por nascerem
Como é da Natura
Em Vossos Refúgios

A Todos Vós
Que podeis ouvir minha voz
Porque não podeis disfarçar
A Vós Minha Canção
Todo o meu Mal-Amor
Perante o qual eu tomo todos
Em Consagração

A todos vós a aceitarem Mal-Amor
A açoitar vosso amor próprio a Nada
Vontades vacilantes
Que não caem por Terra
Nem por fogo, água ou ar
Mas pela vacilância inalterada
Vós que no conforto dos espinhos a vos ferir preguiçosamente
De amor pouco em vosso leito de muitos sonos
Na recusa de ir a Longa Estrada da Perdição
Pois preguiçais de Perdição estreita, rápida e disponível
Tal vossa visão

Amor verdadeiro aos que longanimam por Caminhos
Dos gozos Pacientes dos que habitarão os Jardins do Amor
A nós: Solidões incompletas e Companhias insuportáveis
Por não suportarmos sermos amados por nós e nem por ninguém

Já vos inscrevi no meu Banquete de desgostos
Já mascarei os vossos Rostos
Aos do Mal-Amor! Meus cumprimentos, minhas mais boas vindas e meu amém!

A vós das Soberbas desgraçadas
Parabéns
A Lançar até os Amores mais fortes
Bem longe de vós
Que sei?
Que vós sois estátuas enormes
Horrendas!
Que ninguém compraria ainda que por poucos vinténs
A não ser a Chuva e os Ventos que vos destroem
A vós meu brinde
Por cada vez que o Amor vos tocou prazerosamente
Inesquecivelmente
Então cresceu a Vossa Vaidade
O Amor vôou
E ficaram vós Gigantes Inchados de Asas Pequenas
Meus Parabéns! Meu brinde!
E as penas amadas que vos caem
Dos que resolveram ir Acima!

A vós que idolatreis vossa covardia nos convites
Das Festas e Banquetes do Amor que não houvéreis vós participado
Vinde comigo! Juntai-vos a minha farsa e mentiras
Meros hipócritas não somos
Adoremos a Hipocrisia
Vestindo-a dos melhores tecidos
Dos melhores não-ditos
Dos melhores escritos
Escutados por Olvido Infinito
Gravados por Queimados Livros
Nas Bibliotecas Loucas Esquecidas
Onde vivem Vossos Ídolos-Filhos Distorcidos

Quem de tudo o que Soube do Amor
E Escolheu o Mal-Amor
Ajuntei-te com a Permissão
de teu sempre-não
E de tua vida em vão
Aos Palacetes desta Festa

Brindaremos Falsidades
Sorriremos Feridas Faces
Mal-Amores abundantes
Em banquetes de fome ambulantes
a virem ser servidos de nós fáceis
Em todas Desistências-Penitências que chamamos de Sim

Até que a Loucura que não dança
Encare nosso bem-vestir olho-a-Máscara

Então com um passo simultâneo
com Ela
Nós possamos Sair daqui
E lá fora onde quebram-se espelhos
Nós possamos ver um Fim
De Mim

...

O Amor chegará
E será chamado Vingança

Não se apaixone por Poetas minha Querida

Não se apaixone por Poetas minha Querida

poetas são maquiavélicos
Usará do grande amor despertado
Para cantar um novo fado
E de todos os teus sentimentos em aberto
Em novos versos
O Grande Amor, Ah o Sonho de um Grande Amor
Em mais um grande Poema
Fins poéticos para te fazer um meio
Para a Arte da Poesia
que logo então será a Arte da Fuga
De teus braços para outros braços
Que logo serão abandonados
Pois abandonar-te
É a Arte
Amar alguém só é versar
E atravessar para a Terra-Poesia
Única Morada e Única Amada
E todas as Amantes declaradas insignificantes
A Não ser por reluzir a Face da Amada Principal
A se viver, a se escrever
A Grande Obra
Para ti
O Teu Mal
Um Amor de Malécia
Dado a poetas que nada prestam
A não ser pelos poemas que extraem de vós Amadas
Em prol do Amor Eterno
Que sabes muito bem
É apenas um verso
É apenas um verso

Pois portanto fica o dito
E novamente te aviso
Não se apaixone por Poetas minha Querida
Óh! Única de minha Vida!
Não se apaixone por Poetas minha mais Grande Amada!

não se engane com poetas minha querida
Óh minha vida, minha mui amada
Porque eu ei de te amar por toda eternidade
toda e qualquer eternidade que não seja verdade
minha querida não se engane com poetas
não se engane com esta sorte de mentirosos
Pois eu lhe tenho amor, o amor que durará para sempre
Um sempre e eterno adeus
Ah minha querida! Minha Amada
Não se engane com declarações assim
Não se engane com esta maldita poesia
Pois meus sentimentos por você
Ah tão nobres, tão belos
Não duram nem um minuto, quanto mais um dia!

Minha querida
Minha eterna querida
Minha amada
Minha imortal
Sabes que eu te direi adeus
Mas não vou te deixar
Pois a poesia ficará com você
Tal um mal incurável
Do meu amor que não durou, mas a chaga ficou

Minha querida não se envolva com poetas
Não se envolva com estes patetas
Toda nobreza destes está na distância
Do Ser Humano e a Escrita
E se você acredita
Será a coisa mais bonita
E a coisa totalmente desprovida de vida

Poetas soam ainda melhores cantando a Morte
Pois são sinceros nisto ao menos
Em poder dar uma certeza
Mas não se engane Princesa
Cantar a Morte, cantar o Amor
É como fazer o mesmo ofício
A Diferença em louvar as duas Musas Eternas
Tu e Ela
É que você sabe qual das duas ficará com o Poeta para sempre

Portanto minha querida
Minha Única de minha Vida
Aquela que é digna de todo o meu Amor
E que não haverá uma gota sequer dele
Não se engane com poetas.

Não se envolva com Poetas Querida
Poetas são narcisistas
Amam apenas suas palavras

Poetas trocariam
Sua paixão de Mulher Bem Amada
Por uma Rima qualquer

Esquece estes temores e suspeitas
Venha para os meus braços minha Querida
Porque eu te Amarei por toda a minha Vida

Ridículo

Todo ser humano é ridículo
Cada um destes
Se você conseguisse contar todas as estrelas
E se você conseguisse fazer a chuva parar
Você conseguiria fazer o ser humano deixar de ser ridículo

Todo ser humano é ridículo
Buscas por maravilhas
Pela máxima beleza
Por castelos que protegerão todos os sonhos que não podem ser quebrados
Tudo isso nos leva a atestar
O Ridículo
Que é a Natureza humana

Todo ser humano é ridículo
Ao atravessar a chuva e dizer que as gotas têm algo a dizer
Todo ser humano é ridículo
Ao achar que tem que olhar para o céu e ver algum recado... Além

Não existe nada além
Nem na nossa ignorância
Nem em nada

A Busca pelo Ridículo
É a causa sagrada

Eu vos chamarei
De minhas irmãs e meus irmãos
E assim o que eu farei?
Farei da irmandade da humanidade
A coisa mais ridícula - A única lei

Eu não quero ser ridículo
Eu não quero ser ridículo agora e em nenhum instante
Eu quero ser sozinho
Eu quero poder fechar meus olhos
E não perceber mais nada
Mais nada que transcenda
Mais nada que quebre todas as barreiras do meu ridículo

Eu preciso dar um fim

Meu senso de ridículo se expande cada vez mais
Muito mais, muito mais...

Apenas a Beleza vai além do meu Ridículo
Apenas Eu Ridículo acredito na Beleza como meu único Universo em Expansão





Não-Compreensão

Eu não quero ser compreendido
Eu não posso ser compreendido
De que maneira você quer me usar?
De que maneira você quer me matar?
De que maneira você quer me aprisionar com a sua compreensão?

Eu não quero sua compreensão, não quero

O Sol não vai brilhar para mim assim
Com essa falsa educação
Com esse falso azul
Com esse falso sol
Não, não...

O Sol já prometeu nunca mais brilhar para mim

Eu não quero compreensão
Eu não quero ser apunhalado pelas costas
Com a sua caridade

Eu não quero seus campos
Eu não quero sua cidade
Eu não quero nenhuma forma de abrigo
Nenhuma forma em que você me mantenha protegido contra o relento da noite
Protegido contra as palavras que cortam
E as almas que devoram

Essas almas que devoram quero me juntar a elas
As almas excomungadas do juízo final
As almas que não têm lugar eterno
Nem no céu e nem no inferno

Essas almas que eu quero me juntar

Quero tentar devorar estas almas
E fugir de ser devorado por elas
A Luta e Fuga eternas
Assim as quero

Eu quero fugir
Do teu juízo final
Eu quero fugir até do teu amor
Qualquer instância do seu para sempre
Qualquer inquisição da sua compreensão

Eu estou fora
Eu estou livre
Da tua compreensão

Abismo

Um abismo chama outro Abismo
¿Quais as palavras
Que um abismo escutará do Outro?

Dê Pão aos poetas

Dê Pão aos poetas
Dê abrigo
Seja amigo
Mas sobretudo
Dê Pão para os poetas

Os poetas que encontrares a noite
Em solidão
Dê tua atenção
Escutai suas lamentações
O vinho barato
As alegrias
O açoite
Mas sobretudo, sobretudo
Dê Pão para os poetas

Os poetas andam famintos
Perdem-se em horizontes e orientes
A fome que lhes vai
Quebram-lhes os ossos, os dentes e as mentes
Portanto, seja a solidariedade mais digna
Aquela que a todos contempla
Mas a maior é aquela que sobretudo
Da Pão aos poetas

Os poetas dormem desabrigados nos lares do mundo
São tão vulgares quanto as estrelas no céu
São tão amplos como os dormitórios nas ruas
Seus versos mais banais que rimas de céu, mel e fel
Mas ainda que estes recusem a ajuda, o abrigo e o alimento
Insistai mais um pouco
Todas as perseveranças são necessárias
Mas sobretudo a perseverança
De dar Pão aos poetas

Saudade

Eu tenho Saudade do que eu era
Você tem Saudade do que você era
Quando estávamos juntos

Esta Saudade de Si compartilhada
O que seria
Em Amor Agora?

Memória?
História?

Devo passar...



26 de maio de 2016

Crianças e a Leitura



Incentivar a criança ao hábito da leitura, deveria ser uma obrigação dos pais que realmente se preocupam com o futuro do pequenino. Hoje, uma mãe entrou na livraria acompanhada de seus filhos. A criança que olhava aquele mundo rodeada por livros, encantado com cada obra, dizia euforicamente para sua genitora: "mãe, compra um livro para mim!".  A mãe foi categórica. Sem se importar com o entusiasmo do pequenino, afirmou: "pra quê comprar um livro se você não irá ler?". 

Observando a cena, querendo internamente me intrometer, queria apenas dizer a essa mãe ou aos pais que pensam que: "gastar dinheiro com livro é jogar dinheiro fora", que vocês estão cometendo um grande absurdo! 

Por favor, pais e mães, não desestimulem seus filhos à leitura!  Não diga que o mesmo é incapaz de ler um livro! O incentivo a leitura nas tenras idades estimula a criatividade da criança, auxilia nos quesitos linguísticos e o melhor: ela irá adquirir conhecimentos, reforçará seus valores e construirá sua bagagem cultural! Estando familiarizada desde pequenina com a literatura, ela terá maior facilidade na aprendizagem e isso é comprovado através de pesquisas e estudos do desenvolvimento da criança! 

Por isso, papai e mamãe, não cortem as asas da imaginação/criatividade dos seus pequeninos! Favoreça um ambiente para que seja estimulado o desenvolvimento de suas potencialidades! E para terminar esse texto, Mario Quintana já dizia: Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não lêem.

Desabafo: Trabalho


Quando uma emoção está enraizada devido a nutrição de uma mágoa, você só percebe a existência dela ao falar sobre ela, não com as palavras, mas com as lágrimas.

Nos últimos meses vim me sobrecarregando emocionalmente com fardos alheios, estresse, decepções no trabalho e só tive ciência de que havia chegado ao limite quando fiz nessa semana uma entrevista para uma possível mudança na área profissional. Pela primeira vez na vida, ao falar sobre os motivos que me levaram a sair do meu emprego atual, me emocionei na frente do entrevistador. Sim. Paguei um mico, pois todos os manuais de autoajuda dizem que você não pode falar "mal" do seu emprego anterior, muito menos "chorar". Isso pode ter me dado carta direta a desclassificação... Mas as lágrimas que desceram naquele momento tinham um sentimento enraizado. Um misto de saudade, tristeza, alegria, decepção.

A Leitura foi um lugar que passei 4 anos da minha vida, vivenciando cada dia como se fosse o último. Sempre tive em mente que deveria dar o meu melhor para contribuir pro bom funcionamento daquela loja. Eu adorava ir para aquele lugar e me sentia em "casa" ao lado daqueles livros. Ir para Leitura era um momento de encontro com as pessoas as quais estimava muito. Encarava cada dia esperando por surpresas, novidades e voltava, geralmente, para casa com o saldo positivo. Já cheguei a desistir de uma faculdade, pois escolher entre a Leitura ou curso que eu idealizava, escolhi permanecer lá.

Por vivenciar intensamente cada dia ao lado daquelas pessoas, acabei me intrometendo na vida de algumas que me tinham considerável estima. Por adorar aquele lugar, achei que poderia ajudar aquelas pessoas a lidarem com os seus problemas. Sofria com meu colega de trabalho quando este vivenciava uma injustiça. Quantas e tantas vezes não tomei dores alheias por não suportar verem eles sofrendo?..

Meu gerente, chegou a dizer semana passada: "Michele, você têm que parar de carregar as dores alheias. Pois quando é a sua vez, ninguém aqui faz isso por você". Nesses 4 anos de Leitura, vi o lado bom e o lado ruim do ser humano. Pude aprender mais sobre mim e meu relacionamento com as pessoas. Erramos e aprendemos juntos.

Mas, chega uma hora, que você sente sua alma ansiando por novos desafios. Você sente que tem um potencial que pode ser direcionado para construir coisas boas. E você sente também que toda mudança só acontece em momentos de sofrimento/rupturas e que é necessário encarar isso de frente, com a cabeça erguida.

Eu não me envergonho do trabalho que exerci. Tenho consciência das minhas faltas, mas também sei que muitas qualidades puderam ser desenvolvidas. Fiz o meu trabalho com amor, dedicação, compromisso.

Não me envergonho de ter confiado em determinadas pessoas mesmo que essa confiança possa ter sido quebrada. Me envolvi com cada pessoa ali entregando meu coração e esperando reciprocidade. E por isso a decepção foi mais forte. Ela só nasceu porque espero demais daqueles que têm pouco a oferecer. Porque dou demasiada importância e levo com seriedade o que as pessoas falam...

Não me envergonho de ter me intrometido na vida de uma pessoa que considerava amiga, querendo impedi-la de cometer atos indignos à moralidade dela.

Não me envergonho da forma como agi dias atrás. Não me envergonho, hoje, de estar sem conversar com 90% da loja, por não concordar com atitudes de determinadas pessoas no âmbito profissional... Não me envergonho e se eu estiver errada, O Universo há de me mostrar isso e ainda bem, pois sou um Ser capaz de aprender com os próprios erros.

Minhas lágrimas representaram tudo isso e muito mais. Uma parte do meu ser está realmente decepcionado. Outra parte está agradecida.

Sou grata as pessoas que despertaram em mim o desejo de querer fazer o bem.

Sou grata ao Universo por ter me dado a oportunidade de conhecer o meu melhor amigo: Marco Melo.

Sou grata por ter tido essa oportunidade de mostrar à algumas pessoas que há uma teia enigmática de mistérios insondáveis no campo da espiritualidade e isso ajudou, outro amigo que fiz lá, a sair daqueles estudos que não o levariam, de fato, ao caminho da sua "evolução espiritual".  

Sou grata à vocês.
Sou grata a quem fez parte da minha vida e 
aqueles que decidiram permanecer nela!
Sempre.
Gratidão.

Se a minha presença tocou alguns corações nesse lugar, me importando para dentro deles, tenho certeza que nada foi em vão e que fiz aquilo que estava em minhas mãos fazer.

Agora, estou aliviada.

Meu coração tem esperanças que o Universo é generoso e que as oportunidades são tão amplas e abundantes quanto a extensão do céu azul.


Leitura: Altas emoções hahaha

Sou grata a essas pessoas. Elas me ensinaram muito sobre mim mesma! 

Foto tirada nos primeiros meses de loja. :)))


Marco Melo, minha alma irmã!!!

  Gratidão!!!

22 de maio de 2016

Expulsos do paraíso




E no centro daquele majestoso jardim, havia uma árvore que simbolizava o conhecimento sobre o bem e o mal. Deus havia dito que aquele que comesse o fruto proibido estaria fadado a conhecer a face da morte e todas as calamidades que dela, surgiriam. Instigados pela serpente, Adão e Eva comeram o fruto e ficaram envergonhados por terem descobridos a verdadeira natureza a qual pertenciam: a Humana.  

O Fruto proibido deu-lhes o conhecimento sobre o mundo, mas também os fizeram ter consciência sobre a sua mortalidade e a dificuldade contida no Ser e Estar. Virão-se obrigados a saírem do Paraíso, punidos por sua curiosidade e pela insaciável sede de saber... 

Fomos punidos por sermos humanos. Punidos a vivermos eternamente a procura do Saber. E para alcançar esse "saber", atravessamos a Roda da Dor. A dor, aqui mencionada, não é física, mas mental. 

Dói fazer o movimento para removermos os entraves da ignorância que nos impedem de enxergarmos o Universo com outros olhos. É doloroso colocarmos a mente em constante reflexão, pois esta exige uma percepção mais aguçada, um esforço mais cuidadoso, um olhar mais abrangente e acolhedor, daquele que torna-se consciente do poder que há em suas mãos. O mundo é uma construção do sujeito que atua sobre ele. 

E, se Adão e Eva não tivessem comido o fruto? Estaríamos todos a banhar nas águas do Paraíso? Nos contentaríamos com destino de termos nossa inocência velada? 

A expulsão do paraíso não ocorreu pela desobediência, mas pelo medo divino de passarmos a questionar o que não deveria ser questionado. E mesmo tendo acesso ao conhecimento, o Universo se desenhou por linhas insondáveis de mistérios pouco acessíveis a nós, humanos e todo movimento que alma tem feito, é para retornar ao seio daquela tranquilidade experimentada, mas que hoje, permanece no gosto nostálgico de um sonho amargado...  

21 de maio de 2016

Flores de plástico...




Flores de plástico não têm prazo de validade. A superficialidade com que são feitas demonstram a sua verdadeira utilidade: a preocupação descabida com a aparência permanente. Elas não precisam se preocupar com o que há dentro delas: sua natureza é oca, vazia e sem vida. 

Flores de plástico não morrem. Permanecem como enfeites pútridos para decoração da sala-de-estar. Não exalam perfume e nem expiram "essência". Representativas da realidade, as flores de plástico são ilusões compradas e distribuídas por sorrisos mascarados e intenções maliciosas. Quem compra, sabe que não é real, mas adquire mesmo assim pelo valor supérfluo que ela representa: o valor da imortalidade reciclável que exala inutilidade na líquida sociedade que valoriza a aparência em vez  de genuinidade...

Existem pessoas semelhantes às flores de plásticos, isto é, pessoas supérfluas e carentes de pensamento próprio, que preferem ser modelada pelo "mundo" ao invés de estimular a consciência para o que realmente importa: o cultivo da sua originalidade. Preferem manter o status quo por não admitirem a "rejeição" alheia, mas nem percebem que com tal atitude rejeitam a si mesmas...

Flores de plástico não há de se decompor facilmente e não obstante aceitará as intervenções da natureza à qual não pertencem...
   
       

18 de maio de 2016

Falsidade? Saí fora!




Me desculpe, mas não é pessoal. Só me recuso a ser mais um número nessa lista abandonada de pseudo-amigos. Pessoas que não conheço, que não fazem parte do meu cotidiano, não há o porque querer saber da vida delas e nem elas da minha. Pessoas que me têm adicionada, mas que pessoalmente não olha nem na cara? Não vejo o por que mantemos uma cordialidade virtual. Pessoas falsas? Essas foram as primeiras a serem excluídas sem despertar um mínimo de remorso ou mesmo empatia. 

Às vezes, temos que dar nossa cara a tapa e dizer o que as pessoas não vão gostar de ouvir, por mais desagradável que isso seja. Elas precisão se conscientizar do quão importuno são suas posturas diante à determinadas situações e como a falta de ética no convívio social gera mais segregação das pessoas do que agregação.

Normalizamos tanto o absurdo pelo silenciamento e a acomodação, que não nos preocupamos quando situações injustas ocorrem ao nosso lado. Passamos a mão na cabeça daquele que está evidentemente errado. Não verbalizamos nossa indignação! Ignora-se que os paradigmas nos paralisam em atos repetitivos e nocivos a nossa evolução.  

 "O Problema não é meu, para quê me importar?". Volto a bater na mesma tecla, mas dessa vez não estou sozinha.
Quando alguém propõe alguma ação fora da "ordem", sempre um colega fala: "fica na tua, com o tempo você se acostuma. Isso não é problema teu". Nós temos de substituir o "isso não é problema meu" e o "isso não é problema teu" pela ideia de "isso é problema nosso". Porque a frase "isso não é problema teu" não faz com que ele deixe de ser um problema. A mudança da propriedade de um problema e da responsabilidade não anula o problema. Mesmo que eu diga "isso não é problema meu", essa fala não faz o problema desaparecer. Apenas diz que não estou assumindo a solução. Mas eu tenho de assumir a solução, porque existe um problema e ele é nosso. - Educação, Convivência e Ética, Mario Sérgio Cortella.
O que era pra ser falado, já foi dito. Não levantarei minha voz para aqueles que não estão dispostos a ouvi-la, muito menos à quem não está disposto ao diálogo construtivo... Para estes, restam-lhes o silêncio incômodo ocasionado pela secura de suas almas...

14 de maio de 2016

Lembrete meditados



Escolhas. São inúmeras. O tempo todo, nos defrontamos com a realidade do desejo e a expectativa que criamos em torno dele. Qual melhor caminho a seguir e que me levará a realização do que espero, anseio, procuro? Nos deparamos com as escolhas e os caminhos que delas, surgem. Só reconhecemos a importância que cada decisão teve em nossas vidas, quando lidamos com as consequências. Mas, será que temos maturidade para lidar com aquilo que não esperamos? Incluindo as consequências menos agradáveis? A consequência de uma escolha pode ser prevista? Ou seus resultados são variáveis e mutáveis? Até que ponto, possuímos o livre-arbítrio para escolhermos algo sem sermos coagidos pelas pressões externas (ambiente e pessoas)? Escolher. Um ato reflexivo.

Perguntas nascem durante a noite, quando estamos cansados demais para refletir a forma como temos levado a vida. O dia requer trabalho e nos cobra competência. Quem tem tempo para pensar, é aquele que está ocioso ou que não trabalha. Como dizia a dona maria: "Filosofia não enche barriga". Refletir sobre as questões da vida, só para os ociosos, desocupados e que não precisam correr contra o relógio para pagar as dívidas. Estamos correndo o tempo todo e não refletirmos as escolhas que fazemos. Não temos tempo para pensarmos nas consequências de nossos atos quanto menos na incoerência de nossas ações. 

Perguntas são incômodas. Dúvidas geram insegurança. Incerteza na era da informação, é vista como um ato de ignorância, pois todos, sem exceção, têm opiniões sobre TUDO na vida. Aquele que não sabe é inferiorizado por alguém que acha que sabe. Tenho um "pé atrás" quando alguém afirma: "eu sei", sem se dar conta que ninguém pode saber sobre "tudo". Convicções são pensamentos enraizados, não aceitam ser questionados. Desconfie de quem se mostra o tempo todo convicto ou nega-lhe dúvidas. Não foram as respostas que revolucionaram o mundo, mas as perguntas.   

Não consigo compreender o que leva uma pessoa a falar mal da outra e sorrir para a mesma, como se nada tivesse acontecido...

Agir correto. Competência ética. Cultivar a tradição. Partilhar valores. Comungar com a verdade. Permitir que sejamos mais humanos conscientes do nosso poder de transformação. Auxiliar cada indivíduo no desenvolvimento de suas potencialidades. Conscientizar-se que somos uma única raça: a humana.  Difícil, sim. Impossível, jamais!

Nem tudo o que é velho, deve ser descartado. Devemos cultivar a tradição no sentido de que os valores universais (fraternidade, respeito, honestidade, integridade, compaixão, paciência) devem ser transmitidos para as gerações mais novas. Assim, estas virtudes, jamais se enfraquecerão na Era da Instantaneidade, onde as relações se deterioram devido a liquidez que não se esforça para cultivar pacientemente a semente das afeições.      

Que modificações poderemos fazer se não somos conscientes do nosso passado? Como almejar um futuro diferente se permaneço praticando as mesmas ações no presente? Como superar padrões de comportamento que limitam a minha criatividade e não me deixam conhecer o que poderia vim a ser sem estas limitações? Se não procuro conhecer o meu passado como construirei meu futuro? Negar a existência do passado é negar a nossa história. É negar tudo aquilo que construímos e vivemos hoje. 


Erro: O Retrocesso da Evolução?





Errar, todo mundo erra. Não há problema nisso. Não vejo o porque de estigmatizarmos o erro como algo condenável e impassível de perdão. Contudo, existem certas pessoas que dizem que repetir o erro é sinal de retrocesso. Será mesmo? Penso que quando repetirmos um erro, quer dizer que nunca buscamos compreender o que esse erro veio a nos ensinar: sobre a nós mesmos, sobre as nossas atitudes. Milhões de pessoas vivem repetindo o próprio passado, habituada com seus vícios e negando a possibilidade de mudarem defeitos de nascença, defendendo-se com a simples afirmação: "sempre fui assim". Admitem que não farão esforço para mudar os defeitos que lhes comprazem e são essas mesmas pessoas, que afirmam com convicção que estamos "retrocedendo" ou invés de evoluir. 

Sempre, é uma palavra muito forte. Sempre, nos dar a ideia de continuidade que não tem fim. Soa como algo fatídico, predestinado ou determinante. Dizer que "sempre foi assim", nos incapacitam de visualizarmos mudanças. E, as mudanças, ocorrem o tempo todo! Só não as vê, quem não quer. 

Ao ler os comentários dos "revolucionários" do Facebook sobre a questão atual do país, vejo que ninguém tem a certeza absoluta para afirmar se ocorrerá de fato, o que tanto teorizam em suas mentes. A ciência não trabalha com certezas, mas com probabilidades. A economia não trabalha com exatidão, mas com tendências. Probabilidade e tendência, são possibilidades de uma eventualidade ocorrer, mas nunca são determinantes em seu intento, pois considera-se as variáveis do percurso! 

Quem não garante que o quê é considerado erro hoje, pode tornar-se um acerto amanhã? E o que achamos que é certo agora, pode se tornar errado daqui a 10, 20 ou 30 anos? Pense nisso: Hitler acreditava estar certo e haviam pessoas que o apoiavam. Hoje, sabemos que o ato dele, foi um crime à humanidade! 

A evolução da humanidade, não trata-se de uma linha contínua de acertos, mas de uma espiral que não garante que possamos ou não, cometer os mesmos erros dos nossos antepassados. Contudo, o erro não existe para nos consumar no arrependimento, mas para oferecer reflexões a cerca das nossas atitudes para que aja no presente escolhas mais conscientes e responsáveis. Precisamos nos livrar do estigma que "as coisas sempre foram assim", pois isso nega as mudanças que já ocorreram e que ainda estão por vim. A vida é um processo contínuo de transformação. Se há 500 anos, matavam-se impiedosamente aqueles que eram contra uma ideologia, hoje "bloqueamos" ou "excluímos" do nosso círculo social/virtual quem não partilha afeições. Se há algumas décadas, a corrupção passava invisível aos nossos olhos, hoje, com o acesso ilimitado à informação, abrimos os olhos para repensar no que a política tem oferecido para a população e no que ela ainda pode oferecer!  

Erro? 
Não. 
Retrocesso?
Jamais.

Aprendizado.
Sim. 


8 de maio de 2016

Sobre o nosso vínculo...





Ele disse: "Não compreendo porque a essa altura do campeonato e de tempo passado, tenta reaver alguma aproximação. O que eu fiz, foi seguir em frente. E gostaria que você fizesse o mesmo."

Seria uma boa, claro, se eu conseguisse caminhar olhando para frente sem me importar com aquilo que perco quando deixo de olhar para trás. É uma ironia achar que temos o pleno controle da vida ou das emoções! Ninguém manda na terra do sentimento, nem nós mesmos. Não escolhemos a pessoa a quem destinaremos o nosso Amor. Eu sei. Eu também não gosto muito dessa história que não temos o pleno controle de TUDO. Tenho ascendente em capricórnio e para completar, uma bela lua virginiana e a última coisa que quero, é as coisas fora da ordem ou do meu controle. Mas isso é impossível. Nada é controlável, o que dirá nossos sentimentos. 

Por isso, amar, não trata-se de uma escolha, pois não temos opção se devemos ou não, ficarmos apaixonados por alguém.

Mas esse sentimento, que não sei explicar, que não sei direito o que é, assemelha-se como uma chama que arde fortemente quando estou em sua presença. Eu também, gostaria de seguir em frente, camuflando esse vínculo que há entre nós, fingindo que ele não existe. Queria poder ser indiferente quanto a isso, mas não sou. Sou teimosa. E como eu já disse, a teimosia pode ser a coragem ou a tolice dos humanos. 

Seguirei em frente, na certeza quase cruel, que iremos nos encontrar algum dia. E quando nossos caminhos se cruzarem, saberemos afirmar se o vínculo foi algo fictício ou se ele ainda está presente, em nosso presente. 

Até lá, caminhe forte e firme, minha querida alma. 
Nos vemos em breve.

Frágeis interações...





Você se assusta quando se depara com uma bela Torre na casa 11 da mandala. A casa da amizade. O que me deixa atônita nem é a tragédia preanunciada por esse Arcano, mas a coincidência deste oráculo com os trânsitos de Saturno pela mesma casa, que me tem feito refletir nos últimos meses o meu posicionamento frente aos grupos sociais que faço parte. 

De uns tempos para cá, tenho me assustado com o número de pessoas que vim cortando a amizade. Algumas, foram se afastando naturalmente em decorrer da falta de tempo para manter algum vínculo sólido. Outras, me vi obrigada a me afastar por não concordar com os valores que nutriam, por não conseguir apoiá-las em suas atitudes que aos meus olhos eram erradas. Os conflitos originários das minhas relações sociais, me fizeram pensar em algumas coisas referentes a minha postura pessoal. Confrontar-se nunca é fácil, quando se rejeita enxergar que o erro pode estar em você. Se não houver um exercício de sinceridade para consigo mesmo, dificilmente você cresce diante dessas situações que podem estar cheia de aprendizados. 

O momento pede transformação. Duras verdades serão confrontadas. Laços que não sejam sustentáveis, serão drasticamente cortados. E no meio dessa crise, estou aprendendo a enxergá-la com bons olhos, pois ela significa: mudança! E mudanças, significa: coisas novas pela frente! 

As situações me fizeram ver também que não é porque alguém "mostra" os dentes para você, que ela será seu amigo. Como diz um ditado popular: o inferno está cheio de boas intenções. É com o tempo e a intimidade que vamos descobrindo o que há por debaixo de cada máscara. Se iremos nos deparar com belezas interioranas, só o tempo para dizer o que é verdadeiro. Laços verdadeiros merecem ser preservados. O que for frágil e revestido pela incongruência moral, o vento encarrega de levar para longe.

Decisões




Algo se despedaçou, partiu-se em milhões de pedaços, impossíveis de serem recolhidos. Seus estilhaços eram afiados. E cada vez que eu tocava neles, me machucava. Um sadomasoquismo inconsciente. Pois querer carregar as dores, para aliviar fardos alheios, aumentava minha carga... Sofria com meus problemas. Sofria com os problemas dos outros. Sofria porque não conseguia impedir as pessoas de tomarem decisões que as prejudicavam. Sofria porque algumas pessoas eram incapazes de compreender que nem todos os seres humanos são, de fato, competitivos e individualistas.  E essa parcela, ainda que pequena, se importa verdadeiramente com o outro. Ela existe e de vez em quando, cruzamos com essa pessoa que nos ensina que há algo extremamente valioso dentro do SER.  

E diante ao sofrimento, algumas decisões foram feitas:

Decidi não colher os cacos de vidro, para não me machucar. 

Decidi deixar tudo como está. 

Decidi que minhas mãos eram delicadas demais para sangrar.  

Decidi, dessa vez, não lutar... 

Decidi que deveria parar de querer convencer as pessoas a verem outro nascer do sol. 

Decidi não insistir mais em pessoas que me retribuíram com sua indiferença.

Decidi não mostrar que há outros caminhos para aqueles que estão cegos pela luz da própria sombra.

Decidi quando não queria tomar decisão alguma.

Decidi reconhecer minha pequenez e assumir minha arrogância.

Decidi que seria responsável por todas as consequências das ações que tive/terei.

Decidi que escolheria o Amor ao invés da Dor.

Todas as decisões que tomei, me levaram a percorrer estradas inusitadas. Se estou decidindo agora, não é por temer o futuro previsto nas cartas e nem me desculpar pelas faltas do passado, mas para tomar as rédeas do meu agora e dar a esse "agora": mais construção e menos fatalismo, pois afirmar a existência de um único destino é brincar com a sorte e acreditar em um Deus que escolhe no dedo quem será mais ou menos feliz desde o seu nascimento à morte. 

O Passado já está escrito. 
O Futuro é uma folha em branco. 
O Presente, caneta e letras.  
O Tempo? Infinito enquanto dure...

7 de maio de 2016

"Mau-caratismo"



Loucura?! Insensatez! Falha de caráter? O que está acontecendo? Como as pessoas conseguem fechar os olhos para as injustiças que ocorrem ao lado delas!? "Não é comigo, não tenho que me preocupar!". Claro, isso deve ser a primeira coisa que vêm na mente de alguém que está tão fechada em si e não tem tempo para considerar a necessidade do outro. Falha de caráter é mau-caratismo. Hipocrisia é hipocrisia. Falsidade é falsidade. Mentira é mentira. O que é errado, é errado. Quem não tem ética, não tem moral. Mau-caratismo é falha de caráter, corrigível, óbvio.  

Pessoas cegas. 
Tem olhos para ver, mas não enxergam. 
Pessoas surdas. 
Tem ouvidos para escutar, mas não escutam. 
Pessoas mudas. 
Tem boca para falar, mas não falam!

Os tempos estão mudando. O que era eterno, encontrou-se o fim. Nada é para sempre. Nossa mortalidade não suporta o peso da eternidade. Mas enquanto houver vida, temos que lutar para que esta, não seja pequena, não se limite a viver com aquilo que não gosta. O pouco tempo que nos é concedido, deveria ser utilizado para tornamos insaciáveis aprendizes nas sendas do conhecimento. Mas não. Têm gente que usa o conhecimento para rebaixar os outros para se sentir superior por causa de algum status social temporário. Tem gente que só se sente grande quando humilha o outro e aponta seus defeitos... Mas essa gente faz parte dos 5% de canalhas existentes no mundo e devo acreditar que exista o Bem, os justos e puros de coração!

Ele me disse que não era possível mudar o mundo. Mas sou teimosa. E a teimosia é a coragem ou a tolice dos humanos! Graças a Deus. Sou tola, pois não entrego meus sonhos para serem maltratados pela descrença desse mundo. O mundo não precisa de mais descrentes, mas de sonhadores, idealistas, pessoas que acreditam que possam fazer algo para o bem comum! 

Isto é para os loucos. Os desajustados. Os rebeldes. Os criadores de caso. Os que são peças redondas nos buracos quadrados. Os que vêem as coisas de forma diferente. Eles não gostam de regras. E eles não têm nenhum respeito pelo status quo. Você pode citá-los, discordar deles, glorificá-los ou difamá-los. Mas a única coisa que você não pode fazer é ignorá-los. Porque eles mudam as coisas. Eles empurram a raça humana para frente. Enquanto alguns os vêem como loucos, nós vemos gênios. Porque as pessoas que são loucas o suficiente para achar que podem mudar o mundo são as que, de fato, mudam. - Steve Jobs





3 de maio de 2016

Esforço vindouro...




O que não pode ocorrer é deixar que o medo me paralise ou que o passado me impeça de enxergar o futuro. Mas como posso pensar em algo que não tenho e nem sei se terei? Futuro, este, que não sei quando chega, nem sei quando nele, me encontro. E para escapar-me das incertezas do porvir, não planejo lembranças para não moldar expectativas, mas desejo que esta vida não seja pequena, seca ou frívola. 

Este futuro, que não chega, mas que corro para alcançá-lo, não me escapa os dedos e nem me faz correr por direções que se dispersam. A única estrada que conheço é aquela que traço com meus passos... Porventura, o destino não está escrito e o que alivia minha angústia, é saber que nem tudo se trata de sorte ou azar. Não há deuses quem jogam dados e nem montanhas que se movem quando se têm a fé do tamanho de um grão de mostarda. 

O que a vida tem me revelado, trata-se de um segredo muito simples. Chama-se esforço. Extra força. Força que vem das entranhas. Quem emprega a força com as próprias mãos por não acreditar que a mente é capaz de mover uma montanha, é aquele que move a montanha...