Poetria

I

Eles te ensinaram a Odiar
E você odiou
Eles te ensinaram a Rebeldia contra o Mundo
A Desobediência Universal
Para melhor ser leal a eles
E você desobediente aos seus olhos
Viu através do olhar deles
E o mundo se multiplicou e aumentou
Em casa de espelhos

Eles te ensinaram que outras gentes não podem pensar
Eles te ensinaram que concordar exige maior esforço
Eles te ensinaram que as gentes extranhas
Não têm ternura, apenas ódio a humanidade desde as entranhas
Assim te ensinaram e você foi aprendendo
E você está bem em que eles estejam bem
Os outros e seus delírios são o Mal
Combate o bom abate
Caiam os maus através de pensamentos
E dos afastamentos

Óh! Grão-Aprendiz!
Com esta Força vai!
Construir Castelos!
Onde habitarão vossas amizades!
Lá guardarão a humanidade como exclusividade!

Óh! Grão-Aprendiz!
Não sofra Excomunhão do Castelo!
Não saia do Castelo!
Vossas amizades não lhe seguirão!

Te ensinaram a Odiar
E você odiou
Te ensinaram a pensar
E você se tornou ódio

O ódio cresce no derredor de teu pensamento
Ao derredor do Mundo em apequenamento
No agigantamento das sombras que adoras
No afastar do Sol que devora
E dos papéis inimigos que te assombram
O Mundo é um Constructo
No Mal
E precisa de um invólucro
Para ser transformado
Um Mundo Nu não foi feito
Para ser suportado
Lamentei! Lamentai-vos!
Até vesti-lo de nossas lágrimas
Que ordenarão o que deve ser feito
E os nomes que devemos limpar das vestes dos tempos idos ainda não mudos

Aprendiz! Aprendiz! Nada diz!
E tu és o que sempre quis!
Tu Aprendiz! O que sempre quis!
És o que de ti se diz!

II

A Verdade
É que cultivo minhas flores
Cultivo um Jardim de Almas
Não as colho, apenas as contemplo
São exercícios de minha Metafísica Alma
De ir-me contra o Mundo da Natureza
E o Mundo das Idéias
Que faço com a finalidade última
Do incômodo teu

Longe do Castelo
Perto do Coração do Jardim
Dançando Azul
No Mundo Nu

Tu que tanto pelejas
Que matarias todas as gentes
Porque de ti depende a vida de todas estas mesmas gentes
Há de encontrar grande verdade
Em todas as pessoas que gritarem para ti: Sim.
Mas é apenas para sustentar a ordem Maniqueísta da Vida
Ainda que contra a Ordem Maquiavélica de suas Conquistas
Que eu entro divino sussurrando e sorrindo: - NÃO!

Você diz que o Mundo
Seria melhor feito conforme o desenho
O plano de um sonho já sonhado
Que nem ressonhar te atreves
Tamanho o medo
De alterar as linhas e misturar as cores
Lembre-se! Minha Alma é Azul
Azul que Ama todas as Linhas e Cores
Em movimentos
Não me condeno
Em um sonho que não é meu
Que isto fique por razão de Natura e desenvolvimento de Psiquê
Por Pesadelo que brindo a ti
Antes mesmo de apagares a Luz
E mesmo que inventes uma outra Luz
O Brinde permanecerá
Tenhas Sono ou não o tenhas mais
Ao brincar de infinitudes de começos
Na Casa onde só haverá uma Festa e nada Mais

Quem visitará você quando estiver em comemoração?
A sua mais nova e nobre ação
Mais uma vez repetida...

Quem senão os Inimigos do Júbilo?
Trancai as portas!
Protegei a Festa! Permanecei protegidos pelo Muro!
Dai a vida dos invasores em prol deste entretenimento
De vós contra o Mundo
Até que o Mundo seja visto
Por obra de fazê-lo esquecido

III

Desculpe, preciso ir
Confesso que comigo não está a verdade
Preciso partir

Sou apenas um encantador de povos
Fique com o mais de vir
Na Dança do Porvir

Se eu cantar Amanhãs
Não me sigas
Eu e a Verdade somos Solidões
Só temos para onde ir



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