Canção ao Mal-Amor

A Todos vós
Covardes
Meus Versos
Covardes
A vos encontrar
Sem se moverem
Apenas por nascerem
Como é da Natura
Em Vossos Refúgios

A Todos Vós
Que podeis ouvir minha voz
Porque não podeis disfarçar
A Vós Minha Canção
Todo o meu Mal-Amor
Perante o qual eu tomo todos
Em Consagração

A todos vós a aceitarem Mal-Amor
A açoitar vosso amor próprio a Nada
Vontades vacilantes
Que não caem por Terra
Nem por fogo, água ou ar
Mas pela vacilância inalterada
Vós que no conforto dos espinhos a vos ferir preguiçosamente
De amor pouco em vosso leito de muitos sonos
Na recusa de ir a Longa Estrada da Perdição
Pois preguiçais de Perdição estreita, rápida e disponível
Tal vossa visão

Amor verdadeiro aos que longanimam por Caminhos
Dos gozos Pacientes dos que habitarão os Jardins do Amor
A nós: Solidões incompletas e Companhias insuportáveis
Por não suportarmos sermos amados por nós e nem por ninguém

Já vos inscrevi no meu Banquete de desgostos
Já mascarei os vossos Rostos
Aos do Mal-Amor! Meus cumprimentos, minhas mais boas vindas e meu amém!

A vós das Soberbas desgraçadas
Parabéns
A Lançar até os Amores mais fortes
Bem longe de vós
Que sei?
Que vós sois estátuas enormes
Horrendas!
Que ninguém compraria ainda que por poucos vinténs
A não ser a Chuva e os Ventos que vos destroem
A vós meu brinde
Por cada vez que o Amor vos tocou prazerosamente
Inesquecivelmente
Então cresceu a Vossa Vaidade
O Amor vôou
E ficaram vós Gigantes Inchados de Asas Pequenas
Meus Parabéns! Meu brinde!
E as penas amadas que vos caem
Dos que resolveram ir Acima!

A vós que idolatreis vossa covardia nos convites
Das Festas e Banquetes do Amor que não houvéreis vós participado
Vinde comigo! Juntai-vos a minha farsa e mentiras
Meros hipócritas não somos
Adoremos a Hipocrisia
Vestindo-a dos melhores tecidos
Dos melhores não-ditos
Dos melhores escritos
Escutados por Olvido Infinito
Gravados por Queimados Livros
Nas Bibliotecas Loucas Esquecidas
Onde vivem Vossos Ídolos-Filhos Distorcidos

Quem de tudo o que Soube do Amor
E Escolheu o Mal-Amor
Ajuntei-te com a Permissão
de teu sempre-não
E de tua vida em vão
Aos Palacetes desta Festa

Brindaremos Falsidades
Sorriremos Feridas Faces
Mal-Amores abundantes
Em banquetes de fome ambulantes
a virem ser servidos de nós fáceis
Em todas Desistências-Penitências que chamamos de Sim

Até que a Loucura que não dança
Encare nosso bem-vestir olho-a-Máscara

Então com um passo simultâneo
com Ela
Nós possamos Sair daqui
E lá fora onde quebram-se espelhos
Nós possamos ver um Fim
De Mim

...

O Amor chegará
E será chamado Vingança

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