Livro dos Mistérios

"Verdade
Curto Ato
Eternidade feita de Anseios Vãos
E Humanidades que não vão muito longe"

I

Daqui, Ela Vai
Porque sabe
Que tudo que se repete
Morto está
E não se gasta

"Não se gastar"
A Lei deles
Ela não escutou
Quando iam lhe dizer
Bateu suas Asas
E vôou

"Se repetem e matam
Tudo o que está a frente
Tudo o que está condizente
Com o que é até ser o que não pode ser"

II - Chuva de Prata

Uma chuva de matérias adulteradas
Caiu sobre nós
O ciclo de nossas almas
Não mais sobem aos céus
Represamos nossas águas
E as águas represadas
Prenderam a nós

Então que ao menos
o que invadir o céu
seja prata adulterada
Para que ao menos a falsa chuva
Seja Pura

Chuva de Prata
A vir de nossos sonhos
Irrigar nossos enganos
Afugentar nosso trabalho e frutificar nossa insônia

O Único Desejo de Nós
Realize
De Nós contra Nós
Faça um Reino

"É preciso saber que se chegará o Fim
E não apenas saber que o Fim está próximo"

III

Quero no meu leito final
Apenas os urubus verdadeiros
Saia daqui você
Com teus gêmeos
Abutres de Humanas Faces

Quero no meu leito final
Apenas os urubus verdadeiros

Deixei para trás
Os tesouros que nunca serão vistos
Dos trabalhos de confraria que não desbravaram mares
Das palavras ditas fora do coração
E aceitas por rezas mágicas
Por todos que crêem na razão por superstição

Deixei para trás
Que se houver algo para se haver
Que venham ao meu encontro
Pois não posso parar meus passos
Assim continuarei a deixar para trás novamente
Os antigos desencontros a viram novos

Quero no meu lar
Corações provados na Inocência
Humanas almas trabalhadas com Diligência
Pela Fortuna, pelo Tempo e pelo Amor
Estas Jóias de Chronos
Quero que adornem o meu peito
Estas Vestes Amigas... para enfeitar meu Quarto
Todas estas Belezas trabalhadas
Quero as representantes no Palácio do Amor
Comungando com este tais Seres
E Amor por estas gentes por cada batida de meu peito
E por cada batida do Relógio dos meus Significados
Na Biblioteca onde escrevi meu Livro de Mistérios
Nunca lido por mim para sempre ser lido
Por estas gentes amadas e amigas
Gratidões milhares, gratidões milhares
Com Graças enfeito vossas cabeças
Caminhei caminhos de humanas faces e outras obras de Natura
Para chegar aqui e sorrir vocês aqui

"Tudo o que se repete está morto
Mas ainda não está terminado"

IV

Tudo o que se repete morto está
Os repetidos espelhos
A Ausente Face
Dos devaneios extratos
Da realidade não passada
Assim guardada
A Mente repetida
A Mente assassina
Para os futuros momentos
Transformações que aguardam em desesperos
De nunca mais sair dos Novos Labirintos

Não será testemunhado
O momento que irá se libertar
A Vida

É necessário partir
Depois de se souber o suficiente
Renunciando o conhecimento completo
Em Sabedoria
De poder sentir
Aquilo que só depois irá ser conhecido

- Tudo o que se amar
Irá findar
E se libertará

Tudo o que se amar
Irá libertar
E continuará a acompanhar...

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