Dê abrigo
Seja amigo
Mas sobretudo
Dê Pão para os poetas
Os poetas que encontrares a noite
Em solidão
Dê tua atenção
Escutai suas lamentações
O vinho barato
As alegrias
O açoite
Mas sobretudo, sobretudo
Dê Pão para os poetas
Os poetas andam famintos
Perdem-se em horizontes e orientes
A fome que lhes vai
Quebram-lhes os ossos, os dentes e as mentes
Portanto, seja a solidariedade mais digna
Aquela que a todos contempla
Mas a maior é aquela que sobretudo
Da Pão aos poetas
Os poetas dormem desabrigados nos lares do mundo
São tão vulgares quanto as estrelas no céu
São tão amplos como os dormitórios nas ruas
Seus versos mais banais que rimas de céu, mel e fel
Mas ainda que estes recusem a ajuda, o abrigo e o alimento
Insistai mais um pouco
Todas as perseveranças são necessárias
Mas sobretudo a perseverança
De dar Pão aos poetas
De dar Pão aos poetas
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