Expulsos do paraíso




E no centro daquele majestoso jardim, havia uma árvore que simbolizava o conhecimento sobre o bem e o mal. Deus havia dito que aquele que comesse o fruto proibido estaria fadado a conhecer a face da morte e todas as calamidades que dela, surgiriam. Instigados pela serpente, Adão e Eva comeram o fruto e ficaram envergonhados por terem descobridos a verdadeira natureza a qual pertenciam: a Humana.  

O Fruto proibido deu-lhes o conhecimento sobre o mundo, mas também os fizeram ter consciência sobre a sua mortalidade e a dificuldade contida no Ser e Estar. Virão-se obrigados a saírem do Paraíso, punidos por sua curiosidade e pela insaciável sede de saber... 

Fomos punidos por sermos humanos. Punidos a vivermos eternamente a procura do Saber. E para alcançar esse "saber", atravessamos a Roda da Dor. A dor, aqui mencionada, não é física, mas mental. 

Dói fazer o movimento para removermos os entraves da ignorância que nos impedem de enxergarmos o Universo com outros olhos. É doloroso colocarmos a mente em constante reflexão, pois esta exige uma percepção mais aguçada, um esforço mais cuidadoso, um olhar mais abrangente e acolhedor, daquele que torna-se consciente do poder que há em suas mãos. O mundo é uma construção do sujeito que atua sobre ele. 

E, se Adão e Eva não tivessem comido o fruto? Estaríamos todos a banhar nas águas do Paraíso? Nos contentaríamos com destino de termos nossa inocência velada? 

A expulsão do paraíso não ocorreu pela desobediência, mas pelo medo divino de passarmos a questionar o que não deveria ser questionado. E mesmo tendo acesso ao conhecimento, o Universo se desenhou por linhas insondáveis de mistérios pouco acessíveis a nós, humanos e todo movimento que alma tem feito, é para retornar ao seio daquela tranquilidade experimentada, mas que hoje, permanece no gosto nostálgico de um sonho amargado...  

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Estrela + 9 de Espadas

Gita e os 22 arcanos do Tarô

Tarô - Uma expansão da Mente, Coração e Alma! [parte 2]