A difícil arte de lidar com o fim


É companheiros, tão difícil é começar uma relação quanto terminar uma. Não saímos totalmente ilesos desse processo. É muito complicado admitir para nós mesmos que aquela história terminou, pois dói diretamente no nosso Ego, incitando a milhões de pensamentos negativos que vai desde a sensação de rejeição dos sentimentos, desenvolvimento da baixa-estima, quadros depressivos e decepções acumulativas. 

A decepção geralmente é o sentimento que mais abala, na maioria dos términos. Quanto maior é a expectativa na relação, maior é a chance de nos frustrarmos quando o que foi idealizado não ocorrer exatamente como planejado. Achamos que a desilusão nasce espontaneamente no ato que ocorreu momentos anteriores ao fim, mas não. A decepção foi nutrida pacientemente por nós mesmos durante a construção deste vínculo, devida a incapacidade de se enxergar o outro como ele é, gerando uma sensação de termos sido traídos quando o mesmo quebra as regras silenciosamente ditadas por nós! As idealizações cuidadosamente acalentadas se desfazem numa rapidez surpreendente. Por isso, todo cuidado é necessário até mesmo nos nossos planejamentos e na forma como nos relacionamos com o próximo. Perguntas interessantes a se fazer frente a uma possível decepção é: 
  • Amamos o outro que idealizamos ou sua verdadeira face?
  • Conseguimos aceitar o outro como ele é, sabendo-se dos seus defeitos e qualidades?
  • O que buscamos no outro faz parte da realidade que ele pode oferecer ou é algo subestimado, em níveis de perfeição quase impossíveis de se encontrar em alguém (ser humano)?


Nem sempre estamos certos em todas as situações. Momentos que antecede um término podem ser explosivos se não tivermos um mínimo de auto-controle para se evitar prejuízos futuros (Sim, palavras podem machucar mais que uma agressão física). É comum que adotemos posturas extremamente defensivas e intolerantes. A contração muscular e a rigidez dos sentimentos fazem com que a situação fique realmente tensa. Calma! É só isso o que tenho a dizer. Não saímos de casa para declarar guerra a ninguém e por mais que os motivos justifiquem a sua irritação, trabalhe sua tranquilidade. Lembre-se que aquela pessoa participou, provavelmente, de bons momentos e não merece ser tratada com o nosso pior lado, não em um momento tão delicado.   

Deixar o orgulho de lado e deitar ao chão em uma situação tão frágil quanto essa, dizendo para si mesmo e para o outro: estou realmente inseguro, não é errado. Admitir sua insegurança e sua dificuldade para lidar com determinada situação não é sinal de fraqueza e tampouco ignorância ou imaturidade. Entretanto, nós seres humanos falíveis, nos julgamos sábios o suficiente, incapazes de cometer algum erro. O orgulho, muitas vezes, nos impede de reavaliarmos nossas atitudes. A honestidade emocional precisa ser trabalhada no exame da auto-consciência, assim, poderemos avaliar nocivos hábitos que abrirão portas para uma possível mudança comportamental (positiva, claro).

O arrependimento originado da decepção/frustração, abre caminhos para que a mágoa e o ressentimento instalem nos nossos corações, permitindo que fiquemos machucados com as atitudes do próximo. Lembre-se: se aceitássemos o outro como ele é, reconhecendo seus defeitos e os abraçando, não nos magoaríamos e muito menos, nos decepcionaríamos.

Enfim: o Fim chegou, a relação terminou, cada um foi pra sua própria casa, você se descabelou. Se desesperou, chorou por dias seguidos ligando para todos seus amigos ouvirem suas "mágoas". Foi pro bar beber, pois como dizia um ex meu: "mulher ensina homem a beber e a chorar". Se sentiu perdido, desorientado, com a sensação de rejeição e uma auto-estima baixíssima, como se não fosse possível apaixonar-se outra vez e que aquela relação seria a última de sua vida.  

É... é inevitável achar que um relacionamento durará para sempre, apesar dos contos da Disney dizerem o contrário. Quando nos relacionamos, não assinamos contratos de restrição de liberdade com o parceiro. Ele é tão livre quanto você para fazer determinadas escolhas. Você pode estar muito bem com ele e de uma hora para outra, ele decidir terminar. Sim. Nem mesmo um casamento ou filhos é capaz de "segurar" uma relação, não se houver Amor entre o casal (o que para mim difere-se da comum paixão)

Por isso, conviva com essa possibilidade! Quem estar ao seu lado pode um dia te deixar. Simples. É uma realidade. Não podemos questionar. Podemos sofrer, chorar, xingar, brigar, irritar, descabelar, ir nos pais de santo pra fazer amarração (que geralmente não funciona, não acredite nessa baboseira, sério. Haverá muitas implicações espirituais e isso é explicado melhor nos textos do Teoria da Conspiração), mas continuará sendo uma realidade! 

Entretanto, o MEDO de perder alguém cria situações paranoicas como: o excesso de proteção que parte para controle geral dos passos da pessoa amada, o ciúme, a possessividade, a insegurança. Isso tudo é um prato cheio para que o paranoico fique a mercê dos sentimentos alheios, fluindo de acordo com eles e se abalando por qualquer coisa, quando algo sai fora do controle da zona de conforto (quadro das idealizações por assim dizer). Mas, não se desespere se você tiver diante de um possível fim de relacionamento! Não se desespere se você for rejeitado, abandonado e deixado a mercê nesse mundo cruel e hostil. A vida continua e tudo isso, passa! (Geralmente eu fico irritada ao ouvir isso quando estou sofrendo: Ah, não se preocupa, isso passa! E realmente, passa. Não importa o tamanho da dor que você está sentindo, esse sofrimento há de passar.)



O Adeus nem sempre é um fim, mas um recomeço!

Após um término, é muito comum que as pessoas sigam cada um para seu caminho, sem querer saber o que está acontecendo com o "falecido". Pelo menos elas não demonstram isso abertamente, mas a curiosidade sempre existirá e é pra isso que existe o Facebook (para stalkear a vida do ex-companheiro-zueramascomfundodeverdade). Dependendo de como foi o término, claro, se foi aqueles explosivos, cada um quase faltou estrangular o outro, é normal a primeiro instante que criemos um sentimento de antipatia, desgosto e ingratidão por aquele que foi detentor de nossas mais profundas afeições. Mas, INFELIZMENTE, esquecemos desse detalhe movidos pelo ressentimento ou orgulho ferido! Como dizia um amigo meu: Porque a tristeza consegue ser mais intensa que a felicidade?

Mude essa postura mental e emocional, e comece a gerar um sentimento sincero de gratidão! É muito importante agradecer o Universo pela oportunidade que ele te deu para estar ao lado de alguém muito especial e que fez parte de sua vida. Não negue a importância, pois foi importante! Não importa se ele (a) estar ou estará ao seu lado, mas agradeça sempre. Lembre-se que essa pessoa esteve presente nos bons momentos  e isso é o que deve PREVALECER na balança! Pare de pesar as circunstâncias negativas e enxergue o que foi positivo. Assim irá perceber o quão significador isso foi para você e como essa relação te proporcionou amadurecimento! Sim. Crescemos com todos os nossos relacionamentos interpessoais, principalmente, os afetivos!

Não se martirize e nem se cobre. Você e seu ex-parceiro não fizeram nada de errado. Vocês fizeram exatamente aquilo que estava na capacidade de vocês dois fazerem. Tentar pensar no que poderia ter sido feito para evitar-se um término, não passa de uma auto-flagelação e não precisamos mais disso! Ainda mais em uma fase tão baixa de auto-estima que ficamos após o fim de uma relação! Lembre-se, você fez seu melhor, fez aquilo que estava nas suas mãos e na sua competência à fazer-lo!   

Analisar os próprios aspectos (hábitos nocivos) descobertos nesse relacionamento pode te proporcionar muito amadurecimento pessoal. Se você descobriu que era ciumento, irá trabalhar, com toda a certeza, a confiança nas próximas uniões. Se você se deparou com momento em que foi intolerante, trabalhará mais a tolerância. Até mesmo em uma situação aparentemente negativa, você pode aprender com ela, se assim estiver disposto a evoluir! 


É importante nesse momento de reconstrução/pós término, repensar seriamente no que você espera vivenciar nesse setor da sua vida.

Adentrar em um relacionamento é um processo constante de auto-conhecimento. É de frente com o outro que lidamos com o que há de melhor e pior em nós. É nesse processo que nos descobrimos no Olhar no próximo, abraçando seus defeitos e suas virtudes, descobrindo um mar de potencialidades que podem ser tanto destrutivas quanto construtivas!

Por isso, se uma relação chegou ao fim, não se desespere. O adeus nem sempre significa um fim, mas um recomeço. E como diriam os místicos/espiritualistas: se uma união chegou ao fim ou se alguém afirmar que o "amor" acabou, é porque não era exatamente AMOR, mas apenas manifestações biológicas proporcionadas por algo chamado paixão ou mesmo amizade. Como dizia Paulo de Tarso: O Amor tudo crê, tudo suporta, tudo espera! E por mais que os céticos duvidem, a verdadeira magia do amor existe e esta, quando verdadeira, transcende os véus ilusórios da matéria, levando-nos ao famoso encontro de ALMAS AFINS.

Permita-se RENASCER sempre e deia tempo ao tempo! Respeite seu ciclo, sabendo iniciar e finalizar ele! 

A Energia do Amor Verdadeiro já está dentro de nós! Esperando para que a compartilharmos por onde quer que passemos. 

E antes de tudo: AME-SE! Não há nada errado em amar-se, aceitando-se como você é e permitindo transformar-se sempre para melhor!

O Amor não fecha uma porta, pois a porta sempre encontrará-se aberta para quem descobriu a capacidade que possuía para Amar Verdadeiramente Alguém!

    



      

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