30 de maio de 2014

Dicotomia


Naquele finalzinho de tarde, nem tinha percebido que adormeci em seus braços. Havíamos assistido um filme anteriormente, um pouco cansativo que acabei dormindo na metade sem saber como se concluiu a história. Quando acordei, lá estava ele ao meu lado, me observando. Timidamente, ajeitei-me em seu peito. Senti, entretanto, que algo naquele breve espaço de tempo havia acontecido. Estranho ficou o ar entre nós dois. Percebendo o conflito, perguntei:

- Aconteceu alguma coisa? - indaguei-lhe, meio desajeitada, levantando-me de onde estava.

Ele olhou em meus olhos. Sabia que não conseguiria esconder o quê o perturbava de mim. No desencontro de nossos olhares, ele respondeu:

- O final do filme, me deixou atônito. - disse, com um certo ar de insatisfação. - Todos nós corremos o risco sério de nos frustrarmos, quando nossas expectativas não são realizadas.

Aquilo que ele me disse, não me assustava. Anos de vivência em relacionamentos amorosos, me auxiliaram de alguma forma, a tentar enxergar os sentimentos com menos idealizações. Evitava a todo custo, permitir-me idealizar algo entre nós, pois esta seria a relação que eu realmente gostaria que fosse mais construída nos moldes da "realidade". Mal acreditava que nesse inocente pensar, outra idealização se formava. Responder minha pergunta não tirou-lhe o conflito. Percebendo que seu incômodo em dar palavras a esses sentimentos confusos persistia, falei:

- É meio complicado separar nossos sonhos da realidade. Nossas expectativas em relação a uma pessoa ou com alguma situação, sempre continuaram permeando no círculo das nossas imaginações. Pego como exemplo minhas experiências no campo afetivo. Vim com uma pequena bagagem de algumas tentativas amorosas que não deram certo, que a princípio gerou certo desconforto, mas hoje, as vejo como um aprendizado. E isso não impediu que você escapasse de idealizá-lo. 

- É... Eu também confesso que a idealizei. E conforme fui a conhecendo, uma pessoa totalmente diferente surgia diante de mim. Alguém que demonstrava ser segura, vi muita insegurança. Alguém que mostrava-se tão decidida, não era mais que uma criança sem alguma direção para ir. - disse-me. - Isso me assustou. Foi a mesma coisa que comprar gato por lebre. Sabe, aquelas propagandas enganosas? Foi assim que me senti... 

- Talvez, nossas idealizações aí, se diferem. Desde que começamos a nos relacionar, tentei ao máximo enxergá-lo da forma que era. Meu ideal estava na forma de conceber o Amor, que só entendi depois, que cada um ama da forma que dar conta. Você é a primeira pessoa que consegue mexer tão fortemente com meus sentimentos. Toda vez que vejo o seu sorriso, é como se um tufão surgisse dentro de mim, fazendo-me ser apenas uma garota que se apaixona pela primeira vez na vida. E não é a primeira vez que me relaciono. - digo sorrindo. - Mas é a primeira vez que estou amando numa intensidade que só eu conheço.

Percebendo sua introspecção diante a resposta, perguntei-lhe:

- Mas... Você se arrependeu de ter começado a se relacionar comigo? Não quero forçá-lo a estar comigo...

- Uma parte de mim se arrepende. Outra parte, me faz estar hoje aqui, com você. Se estamos juntos, é porque têm uma vontade pessoal também.

Tudo bem, pensei. Ninguém tem certeza absoluta de nada. Certeza única, é que esse tempo que estamos unidos, não terá mais volta. Cada momento torna-se único. A noite ele me levará de volta para casa e amanhã, será um outro dia. Não fizemos contrato firmando eternamente nossas almas a estarem em um compromisso e nem nos avisaram que haveriam dicotomias. Contudo, se ele e eu estamos juntos, é porque de alguma forma, nossas vontades encontraram um acordo. Silenciosa é a semente que cresce em nossos corações e somente o tempo dirá, se há de vim a ser uma árvore ou somente uma flor, dessas que murcham devido ao deterioramento de suas efêmeras belezas.
              

28 de maio de 2014

Sedes diligentes... Até mesmo no falar...


Quantos de nós vivemos rodeados de pessoas que nos desestimulam constantemente? O tempo todo, somos bombardeados com a descrença alheia.

A incompreensão e a intolerância permeiam nos âmbitos das nossas relações pessoais, restringindo-nos de alcançar uma verdadeira comunhão fraternal.

Ao ouvir uma lamentação, raramente buscamos olhar, atenciosamente, ao dor do próximo que talvez necessite apenas, naquele momento de desabafo, um incentivo positivo. Mal nos damos conta do poder que existe em nossas palavras. Podemos muito bem auxiliar nosso irmão a enxergar os próprios dissabores com fé que um dia irá superá-los ou fazer exatamente o contrário. E se um dia, você, caro leitor, se encontrar nesta delicada situação, sem algo bom ou positivo para dizer, é melhor que permaneça calado. Vomitar "verdades", como se fossem certezas incontestáveis, de modo algum será produtivo, podendo lançar um coração que já se encontra em desespero à pesarosa lama de seus fracassos. Tão presunçoso será, quando se subestima a dor alheia, fazendo com que o indivíduo caia na armadilha da própria vaidade.

Não permita que seus lábios estimulem o crescimento da desesperança no coração de seu semelhante, mas reforce a necessidade do estímulo sincero para que este amigo supere a fase de seus conflitos, com fé que tudo será resolvido!


Tenha calma! Para tudo há uma solução. Acalme seu espírito e não deixe que a ansiedade perturbe sua casa mental. Certamente perceberá que o tempo e o esforço/desejo verdadeiro de melhoria íntima, são os agentes que transformam os futuros passos que daremos na nossa caminhada evolutiva.


26 de maio de 2014

O que é verdade?



Do que precisamos nos libertar? O que nos prende em uma situação, pessoa, lugar ou pensamento? A maior ilusão é achar que podemos controlar alguma coisa! Realmente nos iludimos, achando que podemos manipular o ambiente e as pessoas para nossa  própria satisfação. Não temos o controle de absolutamente nada. O tempo é uma invariável em que precisamos nos dispor inteiramente para lidar com as variáveis que surgem no caminho. São as variáveis, entretanto, que mudam nossas escolhas apresentando-nos um novo horizonte, totalmente diferente daquilo que já tínhamos visto.

Tantas perguntas sem respostas. O que é verdade ou mentira para você? Ando meio confusa. O que vi foi esse apego a uma aparente forma-verdade que não aceita ser questionada. Outra ilusão! Achar que somente nosso ponto vista é certo. Será que estamos prontos para aceitar a verdade dos outros? Quando nos agarramos a uma ideologia, filosofia, pensamento ou crença, simplesmente limitamos nosso quadro mental.

Somos prisioneiros de nós mesmos. Criamos nosso próprio sistema pessoal, com visões unilaterais do que poderia ser supostamente VERDADE. Montamos argumentos hipotéticos numa análise superficial, desconsiderando aquilo que é Verdadeiro para o outro. O que importa? Somente nossa verdade importa. Estamos todos presos e restringidos a percorrer somente a nossa ilha, a ilha do umbigo.

Tudo é uma limitação quando há um apego abusivo à uma opinião, situação, pessoa ou lugar.

Não reconhecemos nossa real capacidade e nem a dos outros. Não acreditamos nos nossos potenciais e quem dirá do próximo. Desvalidamos as verdades alheias por puro achismo, sem ao menos considerar que a realidade individual é totalmente única, original e não mais ou menos, importante. A experiência ainda está aliada a construção do que consideramos "verdade"...

Sim, continuamos enchendo nossa casa mental com Lixo, mentiras que compramos e sequer mergulhamos dentro de nós mesmos para questionar tudo aquilo que nós é oferecido. Também, não vemos novas possibilidades (que também são válidas) para se ver um mesmo ponto. Existem tantas formas para se enxergar a MESMA coisa... Por que é que existem tantos conflitos?

Qual é o mais ou menos válido/certo, não importa. Talvez nem deveria entrar em discussão. Tudo isso só separa a gente de nós mesmos e do outro... São apenas separatismos. E esta é uma visão pessoal, não errada, mas nem certa... sobre a vida, minha vida.  

    

24 de maio de 2014

Como você está?


A angústia e o desespero tornam-se imensamente grandes, impossíveis de serem combatidos por nós mesmos. O pior de tudo é achar que não damos conta do recado, que precisamos de um alívio exterior para amenizar a dor implantada no íntimo. Sessões de terapia, antidepressivos, remédios para dores de cabeça, apelo à ajuda divina, fazem parte do receituário. Todavia, esquecemos claramente que a Tristeza só tem esse potencial destrutivo, porque damos a ela esse poder.   

Esse sofrimento foi cultivado como uma planta, regado diariamente com nossas limitações, desilusões e descrenças. Nos assustamos quando estamos diante da Dor, com profundas raízes que dificultam que nós a arranquemos por si próprios. Não lutamos e entregamos a bandeira, pois estamos aparentemente cansados, o que nos faz recorrermos ao auxílio externo, sem ao menos buscarmos compreender em que ponto está nossa angústia. Mas não se engane, são apenas sedativos que irão oferecer a nós, que nem chegaram a superfície do problema! A dor está na parte mais interna do nosso Ser, a dor está na Alma.  

Uma guerra interior já é dada por vencida. Tão grande é a batalha contra nossos demônios interiores quando estamos no âmbito mais solitário de nós mesmos! Achamos que não somos capazes de vencê-los. Quem irá nos ajudar? Será que alguém é capaz de compreender? Quem irá lutar ao nosso lado? Estamos mesmos sozinhos nessa luta?! 

A solução está em aceitar a existência do seu sofrimento. Aceite a tristeza como uma Benção e abrace sua própria angústia como se fosse um filho seu. 

Estude, questione, busque a origem dessa dor, de seus conflitos, de seu desespero! Como eles foram parar aí? Como nasceram? Se eles existem, é porque EU permiti que eles se encontrassem ali. Eu sou o próprio "CRIADOR" e se eles estão presentes, é porque encontram terras férteis em nosso Ser para se instalarem. Nós cultivamos e plantamos, mas somos nós que devemos arrancá-las!  

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Ao defrontar-me novamente com o monstro da insegurança, busquei compreender todos os processos/circunstâncias/situações que estive presente e o que cultivei nos últimos 7 anos. Olhei uma segunda vez para o passado, sem medo, sem julgá-lo, sem repreendê-lo. Verdades de mim mesma foram expostas e todas minhas vulnerabilidades tornaram-se mais nítidas. Compulsões a repetições, um ridículo senso de inferioridade, a mania de ser uma droga de pará-raios, parcialidade que só me levaram ao buraco, inseguranças emocionais, oportunidades jogadas no ralo, conquistas que não soube valorizá-las, altos e baixos, conflitos, conflitos e mais conflitos. Bases construídas na insegurança, desmoronaram como um castelo de areia. Ela esteve sempre presente em mim e só agora, tive a coragem de olhar na sua face e o que vi... Foi a Insegurança que precisava urgentemente de algo Seguro, com alicerces fortes como um concreto! 

Descobri que preciso voltar ao meu centro urgentemente, centrar-me novamente e não deixar que o desespero tome as rédeas do que sou! Não posso deixar que minha alegria e ânimo de viver sejam atribuídos apenas quando você está presente. Não posso lhe entregar o controle da minha própria vida, jamais! Sim, agora sei e demorei a compreender. Meus próximos passos serão dados com apenas um pensamento em mente: "como EU quero ESTAR/SER daqui a 7 anos?". As respostas vieram rapidamente, mostrando que eu já as tinhas, só precisava enxergá-las dentro de mim...



"Minha Mãe Santíssima, 

Acolhei-nos com seu manto sagrado, os corações angustiados, cansados e desolados.

Acolhei aqueles que não tem um abraço por perto, que vivem na solidão mergulhados na mais profunda tristeza.

Que estes corações possam ser confortados e que nossas esperanças possam ser renovadas com cada nascer do dia. 

Que esta tristeza seja tão passageira quanto um suspiro e que nossos corações possam ser fortalecidos, com a fé que tudo dará certo. 

Que possamos seguir esse caminho confiantes que a Providência jamais nos desampara e que Ele, não deixará que nenhum filho teu, se perca no vale das sombras."

Que Assim Seja!

      
  

23 de maio de 2014

Marta, cara mia!



Imemorável são as experiências, especialmente aquelas que tocam nosso eu mais íntimo e profundo. Impartível são as lembranças, que não são homogêneas com o cotidiano. Notável demência estreita-se por tais atos passíveis de uma nítida ignorância. Negável é aquele, que não partilha de seus regozijo, enclausurado na própria bolha, alheio ao sentir de uma singela e mútua alegria.

Um dia, lhe conto, Marta. Há momentos que ganham própria vida. E acredito, fidedigno destas palavras, que o Amor continua sendo algo estranhamente incapaz de ser decifrado que caminha por mistérios, indiferente as descrições! Penso. Talvez ele nem esteja disposto a ser descrito ou mensurado, só precisa que o vivenciemos da forma mais clara, sincera e honesta! Surge quando menos esperamos, ganhando um espaço grandioso em nossas almas. Há quem acredite que ele venha de fora e comece a morar dentro, mas continuam se enganando. Ele nasce dentro de nós e se expande para fora, cujo raios dessa expansão são difíceis de se medir! Marta, acredite, o Amor já está dentro de você, por isso, não busque o fora, mas volte-se para si. Volte-se para o centro de si mesma. 

O Amor está no nosso interior. Ele já existia aí, muito antes de pensarmos sobre a nossa existência, transcendendo tempos e presente na nossa consciência, pois esta que não é perecível, nem mesmo ele, morre algum dia. Continua vivo, se transformando e permitindo-se crescer. 


Duvide de alguém que lhe diga que nada é possível. Questione a impossibilidade de seus ideais e jamais se atreva a cair na descrença de si mesma. Todo Limite é transponível. Todo sonho é fragmento da alma. Pedaços que se espalham na vastidão do infinito. Sonhos fragmentam-se no presente e lembranças são apenas peças que se encaixam no passado. O futuro continua sendo essa caixa preta de variáveis, surpresas e mudanças. 

Cara mia, nossos sonhos continuam sendo engrenagens e forças motrizes do nosso SER. Não deixe perder o gosto pela vida, Marta, não deixe de sonhar. Uma alma sem sonhos, é uma alma a caminho de sua própria sepultura.

Aqui, nestas terras, a primavera chegou e os campos já estão todos floridos. Como gostaria de te mostrar a majestosa beleza que se encontra na natureza! Aguardo ansiosamente por sua resposta,

Atenciosamente,
Francesco

Conhecimento pesa... Liberte-o!


Quem imaginaria que conhecimento pesa a mente?! Pois é, conhecimento não utilizado é energia estagnada. Não se assustem com essa afirmação. Pra quem já começou a caminhada do autoconhecimento, buscando elucidar o raciocínio e procurando descobrir as verdades espirituais que residem no seu interior, sabe o quão necessário é a disposição que temos que ter frente ao "saber". Analisar, questionar e raciocinar, é o mínimo que podemos fazer na posição de estudantes espiritualistas. Entretanto, deparei-me com algumas situações semanas anteriores, mostrando-me claramente que "conhecimento não é sabedoria" e tampouco  o tornará sábio se você o acumular. Voilà! 

Após alguns tapas levados na cara, lavando o rosto no chão de uma forma bela e contempladora, afinal, a dor também nos ensina, vim percebendo o quão importante é a utilização daquilo que já "sabemos". Não basta você mergulhar nas maravilhas dos ensinamentos espirituais se você não os utiliza, nem 1/5 do que se conhece! 

E nem pense que os mentores espirituais estarão ao seu lado, impedindo você de vivenciar seus tropeços. Apesar dos inúmeros alertas e dos conselhos que entram por um ouvido e sai pelo outro, alguns tombos são importantes para que o ser aprenda, ainda mais o que são cabeças duras e tão teimosos quanto uma porta. 

Errando é que se aprende, certo? Talvez. Se 1/5 do que você conhece, for utilizado, certamente evitaria muitas dores de cabeça! 

É como imaginar estar em uma biblioteca toda desorganizada. Você só acumula os livros e sequer há administração. O conhecimento está todo espalhado pelo chão. Há estantes empoeiradas e sujas. Assim é o nosso interior, quando não cuidamos devidamente daquilo que absorvemos! Lá vou eu, arrumar as prateleiras, fazendo uma limpa inteira naquilo que não utilizaria mais. Peguei algum de meus livros e pus na mochila. Sai em direção a biblioteca pública da cidade. Durante o percurso, aquele conteúdo começou a pesar nas minhas costas. Logo fui abençoada com um insight: "Conhecimento pesa. Conhecimento não utilizado é energia parada." Chegando ao meu destino, entreguei os livros para doação. Devolvi  o que o Universo fez um dia chegar as minhas mãos de graça. Deixei o lugar, com uma sensação extrema de leveza. Como se algo pesadíssimo tivesse sido tirado de minhas costas... Não basta ter para si, é preciso liberar essa energia que entra de alguma forma para o mundo, transformada. E descobri que é isso que faço ao escrever algo nesse blog. Se cada postagem minha já tiver proporcionado reflexão a qualquer um que esteja também nesse processo de busca interior, certamente já será válido todo o trabalho que tenho na criação dessas reflexões. Pois não há sentido nenhum, acumular somente para si. A graça maior está em compartilhar aquilo que vem da alma e nasce direto do nosso coração!

Namastê!            

19 de maio de 2014

Complexidade...




Talvez as coisas do coração sejam tão simples, mas somos incapazes de enxergar o óbvio. Temos o gosto pelo o que é complicado ou realmente temos uma predisposição a querer complicar tudo...

Somos impacientes demais. Vivemos tão apressados que nem sequer percebemos o ritmo que acompanha determinadas situações. 

Queremos resultados sem termos vivenciado o processo de maturação. Por que é que a realidade sempre se defronta cruelmente com nossas expectativas? 

Queremos nos livrar de nossas dores, tristezas e incertezas sem ao menos procurarmos saber o que tais circunstâncias realizam. Somos livres para transformar qualquer decurso em uma experiência válida, unicamente nossa.

Queremos a cura sem estarmos dispostos a dissecar nossas reais doenças. Há quem diga que as enfermidade são casualmente biológicas, sem um mínimo de envolvimento o possível com os nossos lados mentais e emocionais. Mas, trabalhamos em conjunto e nada deve ser analisado isoladamente. A doença nada mais é do que uma manifestação do próprio organismo que soa como um alarme para que nossas atenções se volte para dentro. Há alguma coisa que precisamos mudar? Onde está a chave da sua ignição?

Estamos em um barco, cuja direção é dada individualmente por nossas ações e pensamentos. Aos poucos vamos desbravando o oceano que somos convidados a delinear... Navegamos por conflitos, mergulhamos em perguntas e pescamos muitas dúvidas. Mas há respostas tão óbvias e evidentes que não precisamos complicá-las. Quem sabe? Ainda não descobrimos a simplicidade e talvez sejamos apenas convidados a lidar com a nossa complexidade da forma mais aceita e cabível a nós. 

Estamos no mesmo barco, navegando pelas estrelas e compartilhando o que há de melhor e pior na gente mesmo, desbravando o Universo que se apresenta diante à nós...


15 de maio de 2014

Vamos caminhar, por favor!



Enquanto caminho, levo duas folhas e uma caneta, como se fosse registrar algo importante no momento em que dou estes passos.

O que vêm a minha mente são apenas percepções, não totalmente certas e nem consideravelmente erradas. 

São impressões indeléveis, raras, breves.

Assemelha-se como insight que vem para nos despertar deste transe, desta neura que estamos inseridos e somos convocados a participar. Uma aparente verdade torna-se visível ao olhos: a sociedade está doente, nós somos doentes. Não há ninguém suficiente são e nem sanidade que não beire à loucura. Todos marcham ao precipício do equívoco. Ideias generalizadas, preconceitos e conceitos enraizados, ideologias que massacram e nos aprisionam no mesmo lugar. Onde é mesmo que estamos? Estamos entre os enfermos de mente, corpo e alma.

Talvez a depressão se caracterize por uma fase que realmente acreditamos que tudo na nossa vida não vale nada. Para quê viver? Viver é tão difícil, amargo ou salgado demais. Vivemos o desgosto de nossas frustrações, nossas decepções e arrependimentos. Tudo mostra-se parado, escasso, ínfimo para saciar nossa fome. Estamos com fome de quê mesmo? Ter que levantar todos os dias e perceber que nossas expectativas são apenas quimeras que se defrontam constantemente com a realidade, dói. Uma dor insuportável sentida por lágrimas numa tristeza que parece não ter mais fim. Estamos a mercê de nós mesmos, largados, abandonados e sequer sabemos como entramos no "DARK SIDE". Um Inverno de nossas almas em que o frio paralisa o nosso medo. Não queremos fazer nada. Perdemos a motivação. Perdemos o sentido da vida...

Esta, entretanto e ouso a dizer, pode ser a fase mais produtiva do indivíduo que está mergulhado na lama de seus próprios fracassos, se este souber direcionar este momento que contém muitas revelações sobre si mesmo desencadeando períodos de reflexão e aprendizado que não se aprende nos livros e nem através de conselhos.

Todos somos seres carentes. Todos nós sentimos um vazio inexplicável nas nossas existências. Todos procuram a cura para as enfermidades que assolam nossas vidas, sejam estas, doenças de ordem física, mental, emocional ou espiritual. Todos estão em busca de um sentido. Vivemos no barulho da insignificância que nossas vidas possam ter. Como preencher este espaço ocasionado pelo vazio existencial? Muitos procuram por sentidos que justifiquem suas crenças, seus hábitos, seus passos, seus modos de viverem. E podem ser que encontrem algo que os retirem temporariamente dessa perturbação! Muitos buscam saciarem as sedes de suas almas naquilo que é perecível: DINHEIRO, STATUS, PODER, CONHECIMENTO, PAIXÃO. Há outros que nem mesmo irão procurar esse sentido vivendo na inconsciência de seus atos, sendo controlado por aquilo que os homens ditaram... Mas os males ainda persistem no nosso âmbito e nenhum parâmetro foi mudado. A evolução consciencial torna-se um sonho longínquo e poucos são os indivíduo plenamente despertos e livres de qualquer amarração!

Caminhar me fez ver algum destes pontos...

Um sentido, um propósito, um significado, todos nós buscamos por algo que justifiquem a vida! Se você caiu, tropeçou, não se preocupe. Continue caminhando e lute para sair dessa lama depressiva a qual entrou. Caminhe. Ande. Movimente-se. Haja! Faça aquilo que lhe compete fazer, faça aquilo que somente você saiba fazer. E se esforce para transformar tudo aquilo que desagrada! Não tenha medo de desgarrar de velhos padrões ou hábitos que fazem com que você deia volta em círculos. Permita-se pensar de formas diferentes e enxergar por ângulos jamais percorridos. Jamais aceite algo como verdade se esta não for minuciosamente revistada, avaliada ou testada. Não gaste tempo em uma fase de tristeza a não ser que você esteja disposto em transformar-la em algo produtivo, rico em reflexão e aprendizado. Não gaste tempo sendo aquilo que você não é. Você perde energia demais nesse processo tentando ser algo que se encaixe nos padrões que o outro idealiza.

Respeite as diferenças, Viva como se fosse a última vez (pois só temos ESSA vida, perdoe-me lado espiritual, mas é uma verdade), Ame e expanda todo o Amor que existe em seu ser, Descubra seus potenciais, Modifique-se sempre que necessário e Permita-se estar sempre aberto às experiências que transformam a nossa alma!










14 de maio de 2014

Dance the music!



Meu Amor, será que você me daria a honra de me acompanhar nesta dança? Tudo bem, eu também não sei dançar. É só irmos devagarinho, assim evitamos pisar no pé um do outro. Vamos balançar nosso corpo conforme o nosso ritmo.  Vamos evitar aqueles manuais que nos ensinem a arte da dança, e então poderemos encontrar nossa própria forma de curtir esse movimento de idas e vindas. Vamos descobrir a cada passo, nesta enigmática melodia, aquilo que nos une. 

Eu, Você, Nós. 

Dance comigo esta música. O som, o Amor. Nosso palco, o Coração. Seremos duas crianças que descobrem um universo de possibilidades dentro de si. Você me convidou para entrar no seu, a porta estará sempre aberta para que adentre no meu. Vamos dançar conforme a melodia do dia! Dancemos seguindo o ritmo de nossas batidas. 

Danço essa música só se for contigo. 

Obrigada pela honra concedida!     

12 de maio de 2014

A Semente (OSHO)




“Esta figura mostra uma pequena flor silvestre que enfrentou o desafio das rochas, das pedras em seu caminho, para aflorar à luz do dia. Envolta em brilhante aura de luz dourada, ela exibe a majestade do seu pequenino ser. Sem nenhum constrangimento, equipara-se ao sol mais brilhante. Quando nos defrontamos com uma situação muito difícil, há sempre uma escolha: podemos ficar repletos de ressentimentos e tentar encontrar alguém ou alguma coisa em que pôr a culpa pelas nossas dificuldades, ou podemos enfrentar o desafio e crescer. A flor nos mostra o caminho, na medida em que a sua paixão pela vida a conduz para fora da escuridão, para o mundo da luz. Não há nenhum sentido em se lutar contra os desafios da vida, ou tentar evitá-los ou negá-los. Eles estão aí, e se a semente deve transformar-se na flor, precisamos passar por eles. Seja corajoso o bastante para transformar-se na flor que você foi feito para ser.

A semente não pode saber o que lhe vai acontecer, a semente jamais conheceu a flor. E a semente não pode nem mesmo acreditar que traga em si a potencialidade para transformar-se em uma bela flor. Longa é a jornada, e sempre será mais seguro não entrar nessa jornada, porque o percurso é desconhecido, e nada é garantido. Nada pode ser garantido. Mil e uma são as incertezas da jornada, muitos são os imprevistos e a semente sente-se em segurança, escondida no interior de um caroço resistente. Ainda assim ela arrisca, esforça-se; desfaz-se da carapaça dura que é a sua segurança, e começa a mover-se. A luta começa no mesmo momento: a batalha com o solo, com as pedras, com a rocha. A semente era muito resistente, mas a plantinha será muito, muito delicada, e os perigos serão muitos. Não havia perigo para a semente, a semente poderia ter sobrevivido por milênios, mas para a plantinha os perigos são muitos. O brotinho lança-se, porém, ao desconhecido, em direção ao sol, em direção à fonte de luz, sem saber para onde, sem saber por quê. Enorme é a cruz a ser carregada, mas a semente está tomada por um sonho, e segue em frente. Semelhante é o caminho para o homem. É árduo. Muita coragem será necessária. - OSHO”

11 de maio de 2014

All You Need Is Love

Simples assim, pra quê complicar?



Tudo o Que Você Precisa É de Amor


Não há nada que você possa fazer que não possa ser terminado
Nada que você possa cantar que não possa cantar
Nada que você possa dizer, mas você pode aprender a jogar o jogo
É fácil

Não há nada que você possa fazer que não possa ser feito
Ninguém que você possa salvar que não possa ser salvo
Nada que você possa fazer, mas você pode aprender a estar no tempo certo
É fácil

Tudo que você precisa é de amor
Tudo que você precisa é de amor
Tudo que você precisa é de amor, amor
O amor é tudo que você precisa
Amor, amor, amor
Amor, amor, amor
Amor, amor, amor

Tudo que você precisa é de amor
Tudo que você precisa é de amor
Tudo que você precisa é de amor, amor
O amor é tudo que você precisa

Não há nada que você possa aprender que já não seja conhecido
Nada que você possa ver que já não foi mostrado
Nenhum lugar que você possa estar que não é onde você estava destinado a estar
É fácil

Tudo que você precisa é de amor
Tudo que você precisa é de amor
Tudo que você precisa é de amor, amor
O amor é tudo que você precisa

Tudo que você precisa é de amor
(Vamos juntos, agora!)
Tudo que você precisa é de amor
(Todo mundo)
Tudo que você precisa é de amor, amor
O amor é tudo que você precisa...
(O amor é tudo que você precisa)
(Ela te ama, yeah, yeah, yeah!)

Você quer se despir do EGO? (relacionamentos)


Os últimos acontecimentos deram-me bastante reflexões a cerca da natureza humana quando se trata de relacionamentos íntimos e seus conflitos. Repensar nos passos dados é um exercício de auto-consciência, importante e inseparável do conhecimento que busco de mim mesma. Às vezes, tento pensar a respeito da problemática apresentada procurando soluções, mas vejo que é um esforço em vão! 

Nem todos estão abertos o suficiente para se dizer que errou no processo. Nem todos tem humildade para dizer o quão falho é e que errar faz parte da nossa natureza imperfeita. Será que isso advém por causa do julgamento alheio? O quão honesto emocionalmente você é? Você é sincero com seus sentimentos?  

Estamos com os corações cheio de orgulho! E a vaidade de nossos míseros conceitos nos impedem de avaliar a situação imparcialmente! Nessa divergência apresentada, ambos os lados, segundo nossa ótica pessoal, estão com a razão, será?! Engano nosso! Do ponto de vista social e espiritual, ambos estão errados, não há ninguém certo nessa história! 

À noite, quando colocarmos nossa cabeça no travesseiro repensando os últimos acontecimentos, buscando culpados, nos vemos incapazes de aceitar que também erramos no processo! Mas sabemos que erramos, ferimos e machucamos o outro! A própria consciência é um julgador implacável das próprias atitudes. Sabemos intimamente onde erramos, mas não queremos admitir!!! Admitir que se errou, que nossos conceitos foram falhos, dói muito no Ego! Ninguém está pronto para isso, ninguém quer se livrar do EGO... E Você está pronto para se despir dele?



E você de que lado está?
Estou do lado do Bem, com a Luz e com os Anjos...


  Esta noite dormi embalada por um Sonho.
Sonhei com você, dizendo-me suavemente: Vai dar tudo certo!
 Sua voz penetrou os recônditos de meu Ser, dando-me
Força, Fé e Coragem para superar essa Fase.
Uma Esperança estranha invadiu meu coração,
Eu sabia que logo atrás dessas nuvens, o Sol
continuava brilhando com todo seu esplendor!



  

10 de maio de 2014

Recomeçar, às vezes, é necessário...



De ontem pra hoje, após ter visto uma resposta que abalou-me novamente, pois mostrava claramente que estava começando a me iludir, vim refletindo a respeito da palavra "recomeço" e como ela é necessária nesse momento. Começar de novo nem sempre é fácil, mas também não é impossível. Requer paciência, determinação e coragem para dar a volta por cima e muita força de vontade para superar essa fase de sofrimentos que, aparentemente, parecem não ter mais fim. 

Mas toda tristeza dará lugar a alegria! Toda mágoa dará lugar ao perdão, toda irritação dará lugar a compreensão e todo ódio dará lugar ao Amor! Eu acredito fielmente nisso! Não se trata de uma utopia, mas de um valor que internalizei em meu ser. E sei que vou superar tudo isso!  

Tento olhar para os acontecimentos, buscando analisar nossos passos e onde errei, onde erramos. 

Entretanto, procurar culpados, apontar erros, descobri quem é o errado não importa mais. Tentar martelar na sua cabeça o que poderia ter sido feito não irá te levar de volta ao tempo. Tudo ocorreu como deveria ocorrer. Derramar lágrimas não irá trazer a pessoa de volta. A realidade é essa, se conformar, pois acabou. Nutrir falsas esperanças e acreditar que teremos uma chance de fazer isso dar certo, é adiantar o sofrimento para mais tarde. 

Estou sofrendo agora. Estou com uma dor insuportável e uma angústia me assola de tal forma que as vezes não tenho nem forças para levantar da cama e viver! Mas acordo, levanto e agradeço a Deus por mais um dia. Estou lutando contra meus monstros interiores. Aos poucos vou me reerguendo dessa pancada que levei, tendo que deixar para trás aquilo que muito acalentei. Falo disso, ciente de meus passos, pois sei que se estou vivenciando algo assim é porque atrai essa situação para mim. 

Estou tentando lidar com isso da forma que posso. Estou o tempo todo conectada aos meus sentimentos, e você? Como você está? Como posso te ajudar? Me deixe te ajudar! Sofro porque você sofre também. Sofro porque me preocupo contigo, me preocupo com seus sentimentos! 

Chico, meu bom e velho Chico já dizia... "Começar de novo, trazendo as marcas da experiência do passado, mas com leveza! Como se fosse uma folha de papel em branco. Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim." 

Recomeçar não significa apagar aquilo que foi importante na sua existência. Recomeçar não é esquecer as pessoas que fizeram parte da sua vida. Recomeçar não é deletar, excluir, jogar fora, sentimentos afetivos e rejeitá-los. Recomeçar não é fechar as portas pra oportunidade de mudanças. 

Recomeçar é permitir-se ser feliz por outros caminhos, ver o passado com carinho e olhar para o futuro com o coração cheio de esperanças de que muitas coisas boas ainda hão de acontecer nas nossas vidas!

Sempre é tempo de recomeçar!

  

9 de maio de 2014

Reagir no não-reagir...


Misteriosos são os caminhos da alma. Misteriosos são as razões do coração. Abri o livro na página certa, no momento certo, como se tivesse sido intuída a abrir aquele título e as palavras dele pareciam querer falar comigo:
(Peço permissão para fazer apenas uma alteração no nome do personagem principal pelo meu, pois os momentos que estou vivenciando coincidiu com o que ele vivenciou também)


- Você precisa reagir, Michele! Não pode se entregar a esse estado! Você não é assim! Quanto mais demorar para reagir será pior!

- Reagir como? Não tenho o que fazer! Você tem ideia de como me sinto? É uma coisa que não dá nem para descrever! É uma sensação e sentimentos horríveis! Nunca experimentei algo parecido. Sinto uma dor no peito, uma angústia!.. Não tenho vontade de fazer nada. Alias, a única vontade que tenho é da de ficar deitada e quieta. Nada mais!

- Você precisa se esforçar para fazer alguma coisa. Comece a resolver pequenas situações. Force-se a assistir um filme no cinema, vá ao teatro, ao centro espírita, à psicoterapia... Sei lá! Ocupe seu tempo!

- Você não sabe como me sinto. Não é uma tristeza comum. É algo aterrorizante. Uma dor intensa me domina, meu rosto fica pesado, contraído. Sinto dor mesmo! É como se meu corpo não tivesse força alguma e pedisse cama. No meio disso tudo, a vida perde a importância, perde a cor, o brilho, a graça. Nada faz sentido. Por que lutamos, trabalhamos e depois morremos? Tudo é tão rápido, sem objetivo. 

- Estou assombrada por ouvir isso de você - falou de modo lamentoso. Aproveitando a primeira pausa, de modo enérgico, continuou: - Pelo amor de Deus, Michele! Onde está todo o seu conhecimento? Onde está a sua fé?

- Eu não sei onde está tudo o que aprendi. Não consigo pensar. As coisas não fazem sentido. A minha mente fica em branco e preto. Às vezes não me concentro e não entendo o que estão me falando, mesmo que sejam coisas simples. Não sei mais em que acredito. Só sei que não me reconheço. Nunca senti isso antes. 

- Você, hoje, está envenenada com as energias de todos os sentimentos negativos que você mesmo criou, cultivou e alimentou. Com exceção de Deus e dos espíritos criado por Ele, nada mais é eterno. Então o que você experimenta não vai durar para sempre. O remédio para o que a aflige não está em um vidro ou em uma cartela que sai de um laboratório farmacêutico. A sua dor é na alma. O remédio para você, espírito, está na prece, no Evangelho, nos ensinamentos de Jesus. 

- Eu penso que isso o que estou sentindo não vai passar nunca!

- Vai passar sim! Você vai vencer essa dor! Vai superar esses sentimentos depressivos quando se libertar das energias ruins que criou para si mesmo e se renovar com energias novas, salutares criadas ou atraídas por você.

- Quero voltar a ser como antes.

- Você nunca poderá ser, agir ou pensar como antes. Como era antes te deixou como está agora. Você precisa e vai conseguir ser mais forte, diferente de antes. Vai conseguir viver melhor a vida, amando, respeitando, aproveitando a alegria dos bons momentos, aprendendo com as dificuldades das tristezas sem se deixar envolver por elas. Quando sentir raiva, ódio, parar e pensar: de que adianta isso? Para que vai me servir tanta preocupação? Para que vai me servir esse sentimento triste? Então vai se socorrer nas reflexões do Evangelho e perceber que em vez de raiva e ódio, deve compreender aquele que tenta provocar em você tais sentimentos e que aquilo vai passar. Vai descobrir que sentir tristeza e não poder fazer nada, faz parte da vida e que isso também vai passar. Você vai poder se esforçar para fazer o melhor e se sentir bem com isso. Deitar a cabeça no travesseiro e dizer: Hoje eu dei o melhor de mim. Não tive sentimentos ruins nem pensamentos negativos. Então, eu evolui! E se por acaso não conseguiu, imaginou ou fez alguma besteira, pensar: hoje eu, ainda, não consegui, mas isso é por enquanto! Amanhã será melhor!

- Eu sei disso tudo! Não me dê aulas! Mas, no momento, como estou agora, é difícil agir assim.

- Então pense: eu vou conseguir! Sou uma vencedora por que estou viva! Nasci para ser feliz. É isso o que Deus quer de você, Michele! O pensamento tem uma força poderosa e você sabe disso!

- Obrigada. Essa conversa me clareou as ideias. Sinto-me mais animada.

- Por favor, Michele, reaja! Não se deixe abater. Deus tem mas poder que isso que sente! Peça ao Pai bom ânimo e amparo para que tenha força de vontade de fazer o que for preciso para sair desse estado!

- Eu peço para acordar de manhã e não me sentir mais assim, para não ter mais nada disso. Mas não tenho resultado. 

- Você quer, na verdade, um passe de mágica. Isso não vai acontecer. Você se colocou nesse estado e isso não aconteceu do dia para noite. Então não será do dia para noite que vai sair dele. Somente você é quem vai poder sair dessas condições.

- Eu não me coloquei nesse estado - comentei.

- Você se colocou nesse estado quando se irritou, ficou com raiva, ódio, nervosa e experimentou tantos sentimentos sem se importar com mais nada. Você envenenou-se aos poucos. Você é uma criatura de amor, paz e luz. Os sentimentos negativos provocaram um choque com a energia elevada que tinha. Ao mesmo temo não procurou reverter os sentimentos ruins, os pensamentos de raiva, o nervoso... Não teve paciência, amor, não compreendeu, não procurou entender o outro através do que Jesus nos ensinou. Não confiou em deixar para Deus cuidar das coisas e das situações que a contrariavam. Tudo isso provocou um choque energético em seu ser. Repare que você não está doente. Pode ser que tenha ou apareça algum probleminha corriqueiro, mas doente não está. Porém se sente doente como se estivesse gripada. O choque que sofreu foi psíquico, espiritual de duas energias ou fluidos incompatíveis, ou seja, a energia que tinha com a que criou. O resultado dessa explosão é o que está experimentando agora, um problema não físico, mas psíquico e espiritual. Isso só se cura com sua própria força interior, agindo e atuando a seu próprio favor. Só se cura com a paciência e mudança de hábitos, trocando o nervoso, a raiva, o ódio, a contrariedade por amor, esperança, paz, harmonia. O desespero e o desânimo só vão piorar seu quadro psicológico, fazendo com que se sinta cada vez mais derrotada.

- O que eu faço com o que já passou? 

- Resolva uma coisa de cada vez. Vai precisar fazer o melhor que puder, mas vai ter que fazer. Não poderá ficar adiando. Terá de agir. Haverá coisas ou situações que não poderá mudar. Então confie em Deus. Tenha fé e esperança, porque Ele não vai te desemparar desde que você faça a sua parte! 

Trecho extraído do livro Corações sem Destino de Eliana Machado pelo espírito Schellida



8 de maio de 2014

Perda Emocional


Passar por um momento de "perda", seja ela física ou emocional, é um processo de aprendizagem individual, em que precisamos encontrar dentro de nós mesmos, forças, para que possamos superar determinadas situações com aquilo que já temos. São forças misteriosas que surgem interiormente, forças que nos movem e nos impulsiona a buscar mudanças mais efetivas externamente e internamente. Forças que já estavam ali, ocultas, mas prontas para serem acessadas.

Toda perda deixa um buraco a ser preenchido. A questão é: como você irá preencher este espaço vazio? 

Buscamos soluções externas para nossas maiores aflições e nos apegamos a elas como se fossem realmente nos salvar desse buraco que nós próprios cavamos, muitas vezes, pelo medo de arriscar. 

Estamos cegos, procurando por luzes que estão fora de nós. 

Valores e virtudes são tão facilmente quebrados nesta humanidade que há muito tempo esqueceu-se da força da coragem, da bondade, do amor e a força do caráter de um verdadeiro homem de bem. Virtudes e valores que fazem a "força" e toda a diferença. São esses valores que nos conscientizam nos nossos relacionamentos próximos e na responsabilidade que temos com cada alma que tocamos. Não somos responsáveis por aquilo que cativamos?

Ainda assim...

Fomos jogados em um mundo hostil e cruel, alheio aos nossos sentimentos, em quem podemos confiar?!  

Levantamos nossas mãos ao céu, suplicando pelo auxílio Divino e proteção pelo mal que nos cerca! Pedimos o tempo todo a Deus que nos livre dos infelizes acontecimentos que marcam nossa estrada sem percebermos que tudo aquilo que acontece à nós é um efeito que inexiste sem a causa. 

Somos co-criadores de nosso destino e seremos conhecidos pela nossa Obra. Uma árvore é reconhecida pelo seu fruto! E assim seremos!

Uma perda material não é o foco deste momento. Certamente essa alma estava tão carente quanto eu... Afinal, a carência não tem nome e apresenta-se sob várias faces. Tudo bem. Não te desejo mal nenhum, desde que seja bem aproveitado e utilizado, ainda que indiretamente, para fazer o bem.

Aposto, apesar do aparente pessimismo, nos valores que nos transformam, valores ainda acalentados por uma minoria na humanidade. Acredito que o Bem exista e já está em nós. Só precisamos nos esforçar, ter paciência e persistência pacífica. Só precisamos exercitar essa força. É só buscarmos direcionar nossos olhares para dentro e há de percebermos que somos a fonte para nossa própria cura! Este espaço pode ser preenchido com nós mesmos, com o que há de melhor da gente. Busque, aceite e acredite, essa força já está dentro de você.


2 de maio de 2014

A difícil arte de lidar com o fim


É companheiros, tão difícil é começar uma relação quanto terminar uma. Não saímos totalmente ilesos desse processo. É muito complicado admitir para nós mesmos que aquela história terminou, pois dói diretamente no nosso Ego, incitando a milhões de pensamentos negativos que vai desde a sensação de rejeição dos sentimentos, desenvolvimento da baixa-estima, quadros depressivos e decepções acumulativas. 

A decepção geralmente é o sentimento que mais abala, na maioria dos términos. Quanto maior é a expectativa na relação, maior é a chance de nos frustrarmos quando o que foi idealizado não ocorrer exatamente como planejado. Achamos que a desilusão nasce espontaneamente no ato que ocorreu momentos anteriores ao fim, mas não. A decepção foi nutrida pacientemente por nós mesmos durante a construção deste vínculo, devida a incapacidade de se enxergar o outro como ele é, gerando uma sensação de termos sido traídos quando o mesmo quebra as regras silenciosamente ditadas por nós! As idealizações cuidadosamente acalentadas se desfazem numa rapidez surpreendente. Por isso, todo cuidado é necessário até mesmo nos nossos planejamentos e na forma como nos relacionamos com o próximo. Perguntas interessantes a se fazer frente a uma possível decepção é: 
  • Amamos o outro que idealizamos ou sua verdadeira face?
  • Conseguimos aceitar o outro como ele é, sabendo-se dos seus defeitos e qualidades?
  • O que buscamos no outro faz parte da realidade que ele pode oferecer ou é algo subestimado, em níveis de perfeição quase impossíveis de se encontrar em alguém (ser humano)?


Nem sempre estamos certos em todas as situações. Momentos que antecede um término podem ser explosivos se não tivermos um mínimo de auto-controle para se evitar prejuízos futuros (Sim, palavras podem machucar mais que uma agressão física). É comum que adotemos posturas extremamente defensivas e intolerantes. A contração muscular e a rigidez dos sentimentos fazem com que a situação fique realmente tensa. Calma! É só isso o que tenho a dizer. Não saímos de casa para declarar guerra a ninguém e por mais que os motivos justifiquem a sua irritação, trabalhe sua tranquilidade. Lembre-se que aquela pessoa participou, provavelmente, de bons momentos e não merece ser tratada com o nosso pior lado, não em um momento tão delicado.   

Deixar o orgulho de lado e deitar ao chão em uma situação tão frágil quanto essa, dizendo para si mesmo e para o outro: estou realmente inseguro, não é errado. Admitir sua insegurança e sua dificuldade para lidar com determinada situação não é sinal de fraqueza e tampouco ignorância ou imaturidade. Entretanto, nós seres humanos falíveis, nos julgamos sábios o suficiente, incapazes de cometer algum erro. O orgulho, muitas vezes, nos impede de reavaliarmos nossas atitudes. A honestidade emocional precisa ser trabalhada no exame da auto-consciência, assim, poderemos avaliar nocivos hábitos que abrirão portas para uma possível mudança comportamental (positiva, claro).

O arrependimento originado da decepção/frustração, abre caminhos para que a mágoa e o ressentimento instalem nos nossos corações, permitindo que fiquemos machucados com as atitudes do próximo. Lembre-se: se aceitássemos o outro como ele é, reconhecendo seus defeitos e os abraçando, não nos magoaríamos e muito menos, nos decepcionaríamos.

Enfim: o Fim chegou, a relação terminou, cada um foi pra sua própria casa, você se descabelou. Se desesperou, chorou por dias seguidos ligando para todos seus amigos ouvirem suas "mágoas". Foi pro bar beber, pois como dizia um ex meu: "mulher ensina homem a beber e a chorar". Se sentiu perdido, desorientado, com a sensação de rejeição e uma auto-estima baixíssima, como se não fosse possível apaixonar-se outra vez e que aquela relação seria a última de sua vida.  

É... é inevitável achar que um relacionamento durará para sempre, apesar dos contos da Disney dizerem o contrário. Quando nos relacionamos, não assinamos contratos de restrição de liberdade com o parceiro. Ele é tão livre quanto você para fazer determinadas escolhas. Você pode estar muito bem com ele e de uma hora para outra, ele decidir terminar. Sim. Nem mesmo um casamento ou filhos é capaz de "segurar" uma relação, não se houver Amor entre o casal (o que para mim difere-se da comum paixão)

Por isso, conviva com essa possibilidade! Quem estar ao seu lado pode um dia te deixar. Simples. É uma realidade. Não podemos questionar. Podemos sofrer, chorar, xingar, brigar, irritar, descabelar, ir nos pais de santo pra fazer amarração (que geralmente não funciona, não acredite nessa baboseira, sério. Haverá muitas implicações espirituais e isso é explicado melhor nos textos do Teoria da Conspiração), mas continuará sendo uma realidade! 

Entretanto, o MEDO de perder alguém cria situações paranoicas como: o excesso de proteção que parte para controle geral dos passos da pessoa amada, o ciúme, a possessividade, a insegurança. Isso tudo é um prato cheio para que o paranoico fique a mercê dos sentimentos alheios, fluindo de acordo com eles e se abalando por qualquer coisa, quando algo sai fora do controle da zona de conforto (quadro das idealizações por assim dizer). Mas, não se desespere se você tiver diante de um possível fim de relacionamento! Não se desespere se você for rejeitado, abandonado e deixado a mercê nesse mundo cruel e hostil. A vida continua e tudo isso, passa! (Geralmente eu fico irritada ao ouvir isso quando estou sofrendo: Ah, não se preocupa, isso passa! E realmente, passa. Não importa o tamanho da dor que você está sentindo, esse sofrimento há de passar.)



O Adeus nem sempre é um fim, mas um recomeço!

Após um término, é muito comum que as pessoas sigam cada um para seu caminho, sem querer saber o que está acontecendo com o "falecido". Pelo menos elas não demonstram isso abertamente, mas a curiosidade sempre existirá e é pra isso que existe o Facebook (para stalkear a vida do ex-companheiro-zueramascomfundodeverdade). Dependendo de como foi o término, claro, se foi aqueles explosivos, cada um quase faltou estrangular o outro, é normal a primeiro instante que criemos um sentimento de antipatia, desgosto e ingratidão por aquele que foi detentor de nossas mais profundas afeições. Mas, INFELIZMENTE, esquecemos desse detalhe movidos pelo ressentimento ou orgulho ferido! Como dizia um amigo meu: Porque a tristeza consegue ser mais intensa que a felicidade?

Mude essa postura mental e emocional, e comece a gerar um sentimento sincero de gratidão! É muito importante agradecer o Universo pela oportunidade que ele te deu para estar ao lado de alguém muito especial e que fez parte de sua vida. Não negue a importância, pois foi importante! Não importa se ele (a) estar ou estará ao seu lado, mas agradeça sempre. Lembre-se que essa pessoa esteve presente nos bons momentos  e isso é o que deve PREVALECER na balança! Pare de pesar as circunstâncias negativas e enxergue o que foi positivo. Assim irá perceber o quão significador isso foi para você e como essa relação te proporcionou amadurecimento! Sim. Crescemos com todos os nossos relacionamentos interpessoais, principalmente, os afetivos!

Não se martirize e nem se cobre. Você e seu ex-parceiro não fizeram nada de errado. Vocês fizeram exatamente aquilo que estava na capacidade de vocês dois fazerem. Tentar pensar no que poderia ter sido feito para evitar-se um término, não passa de uma auto-flagelação e não precisamos mais disso! Ainda mais em uma fase tão baixa de auto-estima que ficamos após o fim de uma relação! Lembre-se, você fez seu melhor, fez aquilo que estava nas suas mãos e na sua competência à fazer-lo!   

Analisar os próprios aspectos (hábitos nocivos) descobertos nesse relacionamento pode te proporcionar muito amadurecimento pessoal. Se você descobriu que era ciumento, irá trabalhar, com toda a certeza, a confiança nas próximas uniões. Se você se deparou com momento em que foi intolerante, trabalhará mais a tolerância. Até mesmo em uma situação aparentemente negativa, você pode aprender com ela, se assim estiver disposto a evoluir! 


É importante nesse momento de reconstrução/pós término, repensar seriamente no que você espera vivenciar nesse setor da sua vida.

Adentrar em um relacionamento é um processo constante de auto-conhecimento. É de frente com o outro que lidamos com o que há de melhor e pior em nós. É nesse processo que nos descobrimos no Olhar no próximo, abraçando seus defeitos e suas virtudes, descobrindo um mar de potencialidades que podem ser tanto destrutivas quanto construtivas!

Por isso, se uma relação chegou ao fim, não se desespere. O adeus nem sempre significa um fim, mas um recomeço. E como diriam os místicos/espiritualistas: se uma união chegou ao fim ou se alguém afirmar que o "amor" acabou, é porque não era exatamente AMOR, mas apenas manifestações biológicas proporcionadas por algo chamado paixão ou mesmo amizade. Como dizia Paulo de Tarso: O Amor tudo crê, tudo suporta, tudo espera! E por mais que os céticos duvidem, a verdadeira magia do amor existe e esta, quando verdadeira, transcende os véus ilusórios da matéria, levando-nos ao famoso encontro de ALMAS AFINS.

Permita-se RENASCER sempre e deia tempo ao tempo! Respeite seu ciclo, sabendo iniciar e finalizar ele! 

A Energia do Amor Verdadeiro já está dentro de nós! Esperando para que a compartilharmos por onde quer que passemos. 

E antes de tudo: AME-SE! Não há nada errado em amar-se, aceitando-se como você é e permitindo transformar-se sempre para melhor!

O Amor não fecha uma porta, pois a porta sempre encontrará-se aberta para quem descobriu a capacidade que possuía para Amar Verdadeiramente Alguém!