Por um abraço...


Ignoramos muito bem a dor que sentimos, sabemos dissimular perfeitamente nossos conflitos. Em seu rosto estampa-se uma face risonha, incoerente com a realidade interna que se encontra. O mundo anda solitário ou criamos distância do tamanho de um paredão de concreto? 

Como perceber a carência do outro se estamos perdidos no nosso próprio umbigo? Como tocar em um coração, se estamos ocupados demais protegendo aquilo que nos pertence? O que é mesmo que te pertence? Tempo? Carreira? Estudos? Dinheiro? Carentes todos nós somos, mas ninguém quer admitir e nem sempre essa falta nasce de uma necessidade puramente material. 

Carência é sinal de fraqueza ou dependência? Talvez, um, talvez, outro. Mas se forem ambos, somos fracos e patéticos em não querer admitir o que sentimos por medo de sermos rejeitados, abandonados ou isolados. O mundo deseja que sejamos auto-suficientes e independentes. Estão nos isolando, estamos nos isolando.

 Andamos por ruas hostis, esbarrando com inúmeras faces que se fragmentam a cada minuto que passa. Passamos por essas pessoas e nem as percebemos.


Ao acabar a estressante rotina, tudo o que queremos é chegar em casa e encontrar alguém para compartilhar o dia. Ou, fazer aquela ligação que nos transforma. 

Carentes ou dependentes? Somos ambos, mas podemos ser também, aqueles que sempre tem uma mão amiga para oferecer... E nem sempre o outro vai expressar suas necessidades, mas quem sabe, tudo aquilo que ele precise, seja apenas um minuto de conversa, alguém para o ouvir, um olhar atencioso ou um Abraço apertado, capaz de dissipar qualquer sombra de insegurança que te aflige por alguns instantes... 

E prostrada, minhas mãos estão em comunhão
Esperando para que um dia atendam meu pedido...
Ele é tão simples, mas tão complexo...
Desejo por um Abraço
Que nos salva de nós mesmos.          

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Estrela + 9 de Espadas

Gita e os 22 arcanos do Tarô

Tarô - Uma expansão da Mente, Coração e Alma! [parte 2]