Mas que mês estranho!
Abril foi o mês dos altos e
baixos, solavancos, recaídas e depressão. Põe na mesa, aí, um copo de café, por
favor. Aconteceram tantas coisas que está sendo difícil a digestão de algumas
delas. Enquanto a crise está se alastrando escandalosamente pelo mundo externo,
um conflito nos países internos atingiu-me essas semanas...Não que eu veja isso como algo
ruim, afinal, tudo se torna de alguma forma aprendizado, injetado na veia, pois
aqui tem caveira, fih!
Por mais que “aprendizado” soe
como algo individualista, já que existem situações que infringimos dor em
terceiros e a percepção do sofrimento alheio ocasionado por nós torna-se algo
impulsionador para nosso próprio crescimento como ser, aprendi a enxergar o
mundo dessa forma. Não que eu encare essa forma de enxergar o mundo como algo
completo, mas sim, incompleto sobre todas as situações que vivenciei e as que
ainda irei viver. É um ponto subjetivo e pessoal de olhar para vida, buscando
através desse ato um significado. Estou tentando ser menos inflexível e mais
aberta a novos pontos vista. Mesmo que esteja difícil desagarrar da minha
inflexibilidade, do meu desejo de querer estar sempre certa, aos poucos vou
conseguindo me libertar desses sentimentos internalizados.
Encarar a vida como
um aprendizado é válido. Perceber que toda situação tem algo para ser aprendido,
é transformador e unicamente exclusivo. Pois isso nos permite estar em constante
mutação, não permitindo que fiquemos restringidos pelos arcaicos conceitos que
grudam em nossa alma como se fossem certezas, em um mundo tão incerto e carente
de compreensão. Este é meu aprendizado, adquirido de minhas experiências intransferíveis
que moldam constantemente a forma de enxergar o mundo, de melhorar meu
relacionamento comigo e com o outro. Busco ampliar minha visão, me abrindo a
novos conhecimentos, nessa dança cósmica que me deixa ensaiar a constância meus
passos, com os pés no chão, mas a mente nas estrelas.
Essas crises “existenciais” vieram me ensinar à
necessidade de se ter mais constância, coragem, insistência e firmeza com aquilo
que quero. Como dizia um palestrante, o sofrimento existe porque estamos em
desarmonia com o “Universo” ou com o nosso “Propósito”. Tudo bem, céticos e
materialistas, é de todo direito de vocês acreditarem na inexistência destes
significados e que tudo ocorre meramente por “ACASO”. Mas, assim como vocês tem
a crença em algo (que não precisa ser necessariamente divino) no mesmo fervor
que um religioso tem naquilo que acredita, tenho todo o direito do mundo em
acreditar na existência das Leis Universais observando empiricamente seus
funcionamentos a partir de minha própria vivencia. Agora, se isto é certo ou
errado, se é válido ou inválido, se funciona ou não funciona, realmente não
importa. Em vez de procurar motivos para segregação, porque não encontrar
pontos que nos unam, ou seja, pontos de agregação?
Estamos ocupados demais dividindo
e classificando pessoas, esquecendo-se da humanidade que deveria imperar nas
nossas atitudes... Esquecemo-nos de fazer o dever de casa da benevolência,
apegando-se a sentimentos que não são nada produtivos e só nos separa onde
deveria existir a união. Lançamos olhares furiosos e rancorosos, isentos de
compaixão, com dificuldades extremas para abrir mão do orgulho e das ofensas,
procurando devolver os desacatos nas mesmas intensidades que foram recebidas.
Com os corações impiedosos, as palavras amarguradas saem do nosso controle
fazendo com que vomitemos pseudoverdades sem abrirmos a porta para abraçar a
compreensão! Tolos todos nós somos, mas não percebemos, afinal, estamos
ocupados demais com nossa própria opinião... Tolo sou, por achar que sei alguma coisa. Tolice...
Partes das crises nos países
internos também foram motivadas pela forma como a sociedade, apesar de dizer
que está em constantemente evolução, nunca esteve tão presa a velhos e arcaicos
conceitos moralistas e pior de tudo, dogmáticos! Quantas famílias brasileiras
abrem espaço para que o diálogo consciente sobre sexo ocorra dentro de casa?
Raramente isso é conversado nos lares! Fingimos não perceber que nossas
crianças estão se despertando cada vez mais cedo para a sexualidade e pais
continuam ignorando o assunto, colocando a relação sexual como algo restrito e
pecaminoso, graças aos séculos na luz da religião. Culpar a mídia pela erotização que circula com facilidade pelos meios comunicativos acessíveis, o governo pela falta de incentivo e campanhas, não passa de uma forma dos pais se ausentarem dessa "obrigação".
Eu sei. É um tema que assusta muitas
pessoas, envergonha outras e escandaliza para geral, mas não muda o fato do
quão ainda somos hipócritas com algo que faz parte da nossa natureza instintiva. Afinal, quem não carrega opiniões tão assertivas a cerca do assunto? Quantos preconceitos foram enraizados no inconsciente coletivo a respeito do ato pelas religiões? E quanto ao extremo do liberalismo, das atitudes desregradas e sem compromisso, que leva milhões de jovens a prática sem responsabilidade gerando muitos conflitos? A raiz do problema está na forma como direcionamos essa potencialidade podendo-a transformar em algo extremamente construtivo ou destrutivo. Afinal, sexo
é fonte de prazer, aprofundamento da intimidade entre os parceiros e um ponto
de liberação energética, sendo imprescindível que aliemos nossa consciência à responsabilidade de nossos atos. O cuidado e respeito são indispensáveis em ambos lados envolvidos! Entretanto, a não educação favorece o surgimentos de muitos conflitos vivenciados muitas vezes pela falta do diálogo que deveria existir entre pais e filhos. E isso não compete a nenhum órgão público a fazer-lo!
Quantos tabus, preconceitos (morais/religiosos) e visões generalizadas nascem da ignorância, justamente por acreditarmos em pontos de vista intolerantes que não abrem espaço para compreensão? Certas brigas são desnecessárias, mas algumas são necessárias justamente para se colocar na mesa um ponto de vista não explorado. Com a força do diálogo, podemos sim, chegar a entendimentos mútuos sem que ambas partes se sintam feridas.
Quantos tabus, preconceitos (morais/religiosos) e visões generalizadas nascem da ignorância, justamente por acreditarmos em pontos de vista intolerantes que não abrem espaço para compreensão? Certas brigas são desnecessárias, mas algumas são necessárias justamente para se colocar na mesa um ponto de vista não explorado. Com a força do diálogo, podemos sim, chegar a entendimentos mútuos sem que ambas partes se sintam feridas.
E termino esse post com um assunto polêmico para completar esse mês tão apanhado. Abril, vai com Deus! (E obrigada pelas inspirações, afinal, esses períodos de altos e baixos, me renderam boas escritas)...
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