30 de abril de 2014

Sem retorno...

Seguimos perfeitamente todos os rituais de um término. 

As mensagens se tornam mais secas e polidas, mas cuidadosamente esquematizadas. Marcamos a hora e o dia, pensando-se já nas palavras que diríamos a essa pessoa sem que a machuque, mas nos machucamos de qualquer jeito. Não há necessidade de se inventar novas palavras. As horas custam a passar. Em seu coração, há milhões de sentimentos que querem ser ditos, mas que não ganham voz ativa quando estamos de fato na frente dessa pessoa. Em um piscar de olhos, as lágrimas escorrem e sem que percebamos o ato está concretizado. Os olhos já não se olham nos olhos. As mãos estão distantes demais para que a abracemos. Pouco a pouco, acabou o que acreditávamos que seria eterno...  Em nosso íntimo há apenas um questionamento: por quê? Será que não agi conforme o esperado? Será que o Amor que julgávamos existir entre nós, simplesmente morreu? Onde foram parar as juras de Amor, as promessas de alegria e a vontade de se querer construir realmente algo mais sólido? Se perderam com a oscilação, escorreram pelo ralo. E você é obrigado a despertar desse sonho (ou pesadelo) sem saber como seria o final. O final é esse, o FIM...

Ordálias, Obrigada por me ensinarem o quão falso é o chão que piso e que, pra quem quer entrar no caminho da realização da Verdadeira Vontade, aquilo que não é verdadeiro na nossa vida simplesmente o tempo apaga qualquer vestígio, desmorona, se perde, se destrói... Minha alma pode está se rasgando em dor e eu realmente posso perder tudo isso (ilusão de achar que realmente temos alguma coisa), mas sei que um futuro diferente, novo e repleto de oportunidades verdadeiras se abrirá no horizonte! 

28 de abril de 2014

Estudos Espiritualistas - Tudo é ponto de vista...




Passei alguns dias, afastada dos estudos espiritualistas. Além das turbulências vivenciadas nas semanas anteriores, estava dando-me umas férias para voltar posteriormente a todo vigor, afinal, tenho muito ainda para conhecer e aprender com a Espiritualidade.

Especialmente ontem, uma amiga procurou-me para tirar uma dúvida. Ela começou a estudar recentemente o velho testamento da bíblia e a questão foi a seguinte. No livro de Levítico 19:26, encontramos as instruções:

 “Não pratiquem adivinhações e magia.”

“Não se dirijam aos necromantes, nem consultem os adivinhos, porque eles tornariam vocês impuros. Eu sou Javé, o Deus de vocês.”

(Bíblia Sagrada – Edição Pastoral Paulus)

O questionamento dela seria sobre a posição do Espiritismo referente às recomendações que Moises recebeu de Deus para guiar o recém-povo liberto Hebreu. No posicionamento de estudante da doutrina espírita, acabei não sabendo responder a dúvida na hora, pedindo-lhe desculpas pela falta de informação. E isso acabou me perturbando, fazendo com que eu procurasse nas Escrituras e no Livro dos Espíritos conclusões saudáveis a respeito dessa passagem. Por favor, em nenhum momento estarei me posicionando contra alguma religião e nem é minha intenção atacar as mais variadas interpretações que surgem a partir de uma leitura bíblica, mas questioná-las!

O que eu entendi sobre a dúvida dela e acredito que este era seu questionamento, segundo as devidas passagens, a prática do Espiritismo seriam uma afronta as Leis que Deus estabeleceu aos homens daquela época. Porque, teoricamente e na prática, os Espíritas buscam “comunicar” com os “mortos” via as manifestações mediúnicas. 

Entretanto, para chegarmos a uma conclusão mútua, temos que definir em conjunto o que é a Morte e realmente nos perguntarmos o conceito que atribuímos a Alma ou Espírito, acreditando que ambos são capazes de sobreviver à efemeridade da existência física/material. Mas não são todos que adotam essa ideia. Perguntem-se: A Alma existe ou não existe? Seu espirito adormece junto com seu corpo esperando o retorno de Jesus nos dias apocalípticos? 

Sobre o livro Levítico – Manual de condutas escritas por Moisés.


Antes também de analisarmos devida passagem, temos que levar em conta o tempo a qual ela foi atribuída. No mesmo livro de Levítico, encontramos instruções para o povo hebreu, sendo uma espécie de manual para condutas que deveriam ser adotadas na pequena sociedade que se formava. Pra entender sobre a libertação desse povo, recomendo um filme bem light que retrata o cenário que os Hebreus se encontravam, chama-se o Príncipe do Egito. Esse manual de condutas escritas por Moisés vai desde instruções para lidar com os leprosos, a forma como as pessoas deveriam fazer sacrifício de animais em nome de Deus e até mesmo pagamento do dízimo.
Quem não seguisse à risca o manual, seria castigado por Deus! 

Essa projeção de que Deus é um ser que castiga, impõe, domina, foi algo predominante naquela época e ainda existe nos dias atuais, sendo propagado por algumas religiões com base cristã.  

Encontramos também em Levítico a famosa Lei de Talião: Olho por Olho, Dente por Dente. Além disso, mostra-se o quão errôneo são a adoração ao “Deus da Morte”, condenando a consulta aos necromantes (mortos) e também as práticas adivinhatórias. É importante ressaltar que o povo hebreu fora escravizado durante anos pelo Egito. Não seria estranho que os hebreus adotassem os ritos de passagem daquela cultura a qual estavam inseridos. Deus da Morte, na cultura egípcia é Anúbis, aquele que está relacionado com a mumificação e a vida pós-morte, segundo a mitologia daquele local. Quando Moisés libertou esse povo, muito da cultura já estavam enraizadas nas atitudes dos hebreus. Esse livro Levítico é um manual de condutas que Moisés estabeleceu para que se evitasse a prática e adoração de outros “deuses pagãos”.

No Evangelho Segundo o Espiritismo encontramos explicações interessantes a respeito dessas passagens e as leis estabelecidas por Moisés.

Há duas partes Distintas na lei mosaica: a de Deus, promulgada sobre o Monte Sinal, e a lei civil ou disciplinar, estabelecida por Moisés. Uma é invariável, a outra é apropriada aos costumes e ao caráter do povo, e se modifica com o tempo. 
A lei de Deus está formulada nos dez mandamentos seguintes: 
I – Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás deuses estrangeiros diante de mim. Não farás para ti imagens de escultura, nem figura alguma de tudo o que há em cima no céu, e do que há embaixo na terra, nem de coisa que haja nas águas debaixo da terra. Não adorarás nem lhes darás culto. II – Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão.
III
– Lembra-te de santificar o dia de sábado.

IV
– Honrarás a teu pai e a tua mãe, para teres uma dilatada vida sobre a terra que o Senhor teu Deus te há de dar.
V –
Não matarás.
VI
– Não cometerás adultério.
VII –
Não furtarás.
VIII –
Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.
IX –
Não desejarás a mulher do próximo.
X –
Não cobiçarás a casa do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem outra coisa alguma que lhe pertença. 
Esta lei é de todos os tempos e de todos os países, e tem, por isso mesmo, um caráter divino. Todas as demais são leis estabelecidas por Moisés, obrigado a manter pelo temor um povo naturalmente turbulento e indisciplinado, no qual tinha de combater abusos arraigados e preconceitos adquiridos durante a servidão do Egito. Para dar autoridade às leis, ele teve de lhes atribuir uma origem divina, como o fizeram todos os legisladores dos povos primitivos. A Autoridade do homem devia apoiar-se sobre a autoridade de Deus. Mas só a ideia de um Deus terrível podia impressionar homens ignorantes, em que o senso moral e o sentimento de uma estranha justiça estavam ainda pouco desenvolvidos. É evidente que aquele que havia estabelecido em seus mandamentos: “não matarás” e “não farás mal ao teu próximo”, não poderia contradizer-se, ao fazer do extermínio um dever. As leis mosaicas, propriamente ditas, tinham, portanto, um caráter essencialmente transitório.
Desde que comecei a estudar essas questões da alma, sempre me perguntei o por quê da existência de um Deus Castigador. Nunca entrou na minha cabeça que Deus fosse um Ser raivoso, sentisse ira ou decepção pelos humanos (vide a história de Nóe, Paraíso e etc)! Sinceramente, não acredito que Ele tem características tão humanas como nós muitas vezes projetamos Nele. Outra coisa a se mencionar. O Deus do Velho Testamento  e do Novo Testamento e aquele que Jesus ensina, são totalmente diferentes! Se nas antigas escrituras temos um Deus que necessitamos ter temor para se crê nele, nas escrituras recentes, Jesus nos ensina a existência de um Deus de Amor, Misericordioso, Benevolente, Humilde! Uma discrepância evidente.

Sobre o que foi escrito acima. Acredito que seja possível responder as devidas perguntas. 


O Espiritismo Kardecista tem como premissas a existência do MUNDO ESPIRITUAL. E em nenhuma vez, negamos a existência do Criador e a perfeição de suas Leis que regem o Universo. Acreditamos em Deus, em Jesus, na Espiritualidade Maior e seus benfeitores, nas Leis de Causa e Efeito, na Reencarnação, na existência da Alma pós-vida e na continuidade da Vida em outras esferas, afinal, Ele mesmo disse: A casa de meu Pai, possui várias moradas

A Mediunidade, faculdade intuitiva do espirito encarnado que abrem portas para uma comunicação entre aqueles que supostamente "morreram", é um trabalho que busca levar mensagens confortadoras àqueles que perderam um ente querido. Em nenhum momento a "necromancia" é trabalhada, pois o cunho das mensagens não são adivinhações do futuro! Um dos maiores médiuns brasileiros, que trabalhou incessantemente essa faculdade, foi o nosso amado Chico Xavier. Ele é referência de uma conduta totalmente cristã (refiro-se a Cristo e não ao Cristianismo), baseada na humildade, benevolência, caridade e amor! Ensinamentos deixados por Jesus e outras personalidades que nos inspiraram com suas vidas na terra de entrega incondicional ao bem do próximo, como exemplo: Madre Teresa, Gandhi, Martin Luther King, Francisco de Assis e por aí vai!

Chico Xavier levou conforto e esperança aos corações destruídos pela separação temporária da morte nas milhões de cartas que foram entregues! Como isso poderia ser condenado por Deus? Se em cada palavra escrita por Chico, há um registro de um ato de Amor e entrega ao próximo? Se em cada palavra um coração de uma mãe foi confortado, como Deus poderia castigar isso?.. 

Sobre a consulta com os “mortos”, a conversação entre vivos e espíritos, o que poderiam me dizer da seguinte passagem de Jesus encontrada no evangelho de Mateus 17:1 :

“Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, os irmãos Tiago e João, e os levou a um lugar à parte, sobre uma alta montanha. E se transfigurou diante deles: o seu rosto brilhou como o Sol, e as suas roupas ficaram brancas como a Luz. Nisso lhes apareceram Moisés e Elias, conversando com Jesus.”

Elias e Moisés, dois profetas que já estavam “mortos”, então espera. Jesus conversou com o espírito dos dois? É isso mesmo? E a respeito do "Olho por Olho, Dente por Dente", nosso Mestre ensinando que se recebêssemos uma ofensa, jamais deveríamos retribuir na mesma moeda, mas oferecendo o outro lado da face! Outra questão a se mencionar. Não existe morte para os espíritas, afinal, o que morre é apenas o corpo físico, mas o espírito continua vivo! Ou seja, não há consulta com os "mortos", pois os que estão do outro lado, estão bem mais vivos quanto nós, encarnados! Outra passagem interessante para se estudar é a de Lázaro e sua irmã Marta, encontrada em João 11, em que Jesus diz o seguinte:

"Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá;
E todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá. -João 11:25-26"

E pra finalizar a questão da adivinhação, mencionada também nesse "manual" é algo que pode ser indagado. Porque será que José, filho de Jacob, não foi castigado pela “ira” de Deus devido ao seu dom de saber interpretar sonhos e assim predizer acontecimentos futuros? Isto é de alguma forma uma arte divinatória, predizer futuro através de algum oráculo seja ele sonho ou qualquer outra ferramenta, ou será que não?.. 


Deixemos o benefício da dúvida. Há muito ainda para ser questionado, aprendido e assimilado. Nem tudo deve ser levado ao pé da letra. Imagine se estivéssemos enraizado a Lei de Talião. Olho por Olho e o mundo estaria cego como já dizia Gandhi...

O importante é abrir a mente e nos permitir fazer determinados questionamentos, levando em conta também que bíblia não foi algo que caiu divinamente sob nossos solos, mas foi escrita por homens e modificada pelos mesmos! Alguém se lembra que até uns séculos, as missas eram rezadas em latim e os sacerdotes ficavam de costas para os fiéis e a bíblia muito menos era traduzida? E os livros apócrifos, o que dizer sobre eles e porque não fizeram parte do que hoje conhecemos como "Escrituras Sagradas"? E quanto as outras religiões como Budismo, Hinduísmo, Xintoísmo e etc (tem símbolo nessa imagem que desconheço), são menos importantes e inverídicas? E as mitologias locais, como a grega, romana, celta, nórdica, egípcia, japonesa, são inválidas? E os cultos africanos (umbanda, candomblé) e indígenas não tem nenhuma importância culturalmente falando?

Como já dizia um físico que admiro bastante, Marcelo Gleiser: 

"Quando escolhemos um Deus, excluímos todos os outros"
     

27 de abril de 2014

Hora do acerto de contas. Abril, vai com deus!


Mas que mês estranho!
Abril foi o mês dos altos e baixos, solavancos, recaídas e depressão. Põe na mesa, aí, um copo de café, por favor. Aconteceram tantas coisas que está sendo difícil a digestão de algumas delas. Enquanto a crise está se alastrando escandalosamente pelo mundo externo, um conflito nos países internos atingiu-me essas semanas...Não que eu veja isso como algo ruim, afinal, tudo se torna de alguma forma aprendizado, injetado na veia, pois aqui tem caveira, fih!


Por mais que “aprendizado” soe como algo individualista, já que existem situações que infringimos dor em terceiros e a percepção do sofrimento alheio ocasionado por nós torna-se algo impulsionador para nosso próprio crescimento como ser, aprendi a enxergar o mundo dessa forma. Não que eu encare essa forma de enxergar o mundo como algo completo, mas sim, incompleto sobre todas as situações que vivenciei e as que ainda irei viver. É um ponto subjetivo e pessoal de olhar para vida, buscando através desse ato um significado. Estou tentando ser menos inflexível e mais aberta a novos pontos vista. Mesmo que esteja difícil desagarrar da minha inflexibilidade, do meu desejo de querer estar sempre certa, aos poucos vou conseguindo me libertar desses sentimentos internalizados.

Encarar a vida como um aprendizado é válido. Perceber que toda situação tem algo para ser aprendido, é transformador e unicamente exclusivo. Pois isso nos permite estar em constante mutação, não permitindo que fiquemos restringidos pelos arcaicos conceitos que grudam em nossa alma como se fossem certezas, em um mundo tão incerto e carente de compreensão. Este é meu aprendizado, adquirido de minhas experiências intransferíveis que moldam constantemente a forma de enxergar o mundo, de melhorar meu relacionamento comigo e com o outro. Busco ampliar minha visão, me abrindo a novos conhecimentos, nessa dança cósmica que me deixa ensaiar a constância meus passos, com os pés no chão, mas a mente nas estrelas.


Não vou dizer que não estou arrependida, pois me arrependi sim, de algumas escolhas que fiz há um tempo. Sei que joguei no lixo algumas oportunidades por conta da fraqueza ou de achar que não seria capaz por pura bobeira. Somos todos capazes, se assim desejarmos! Não é nem questão de mérito, mas de garra e persistência. Não é porque surgiu um obstáculo que devemos desanimar.




Essas crises “existenciais” vieram me ensinar à necessidade de se ter mais constância, coragem, insistência e firmeza com aquilo que quero. Como dizia um palestrante, o sofrimento existe porque estamos em desarmonia com o “Universo” ou com o nosso “Propósito”. Tudo bem, céticos e materialistas, é de todo direito de vocês acreditarem na inexistência destes significados e que tudo ocorre meramente por “ACASO”. Mas, assim como vocês tem a crença em algo (que não precisa ser necessariamente divino) no mesmo fervor que um religioso tem naquilo que acredita, tenho todo o direito do mundo em acreditar na existência das Leis Universais observando empiricamente seus funcionamentos a partir de minha própria vivencia. Agora, se isto é certo ou errado, se é válido ou inválido, se funciona ou não funciona, realmente não importa. Em vez de procurar motivos para segregação, porque não encontrar pontos que nos unam, ou seja, pontos de agregação?



Estamos ocupados demais dividindo e classificando pessoas, esquecendo-se da humanidade que deveria imperar nas nossas atitudes... Esquecemo-nos de fazer o dever de casa da benevolência, apegando-se a sentimentos que não são nada produtivos e só nos separa onde deveria existir a união. Lançamos olhares furiosos e rancorosos, isentos de compaixão, com dificuldades extremas para abrir mão do orgulho e das ofensas, procurando devolver os desacatos nas mesmas intensidades que foram recebidas. Com os corações impiedosos, as palavras amarguradas saem do nosso controle fazendo com que vomitemos pseudoverdades sem abrirmos a porta para abraçar a compreensão! Tolos todos nós somos, mas não percebemos, afinal, estamos ocupados demais com nossa própria opinião... Tolo sou, por achar que sei alguma coisa. Tolice...

Partes das crises nos países internos também foram motivadas pela forma como a sociedade, apesar de dizer que está em constantemente evolução, nunca esteve tão presa a velhos e arcaicos conceitos moralistas e pior de tudo, dogmáticos! Quantas famílias brasileiras abrem espaço para que o diálogo consciente sobre sexo ocorra dentro de casa? Raramente isso é conversado nos lares! Fingimos não perceber que nossas crianças estão se despertando cada vez mais cedo para a sexualidade e pais continuam ignorando o assunto, colocando a relação sexual como algo restrito e pecaminoso, graças aos séculos na luz da religião. Culpar a mídia pela erotização que circula com facilidade pelos meios comunicativos acessíveis, o governo pela falta de incentivo e campanhas, não passa de uma forma dos pais se ausentarem dessa "obrigação". 


Eu sei. É um tema que assusta muitas pessoas, envergonha outras e escandaliza para geral, mas não muda o fato do quão ainda somos hipócritas com algo que faz parte da nossa natureza instintiva. Afinal, quem não carrega opiniões tão assertivas a cerca do assunto? Quantos preconceitos foram enraizados no inconsciente coletivo a respeito do ato pelas religiões? E quanto ao extremo do liberalismo, das atitudes desregradas e sem compromisso, que leva milhões de jovens a prática sem responsabilidade gerando muitos conflitos? A raiz do problema está na forma como direcionamos essa potencialidade podendo-a transformar em algo extremamente construtivo ou destrutivo. Afinal, sexo é fonte de prazer, aprofundamento da intimidade entre os parceiros e um ponto de liberação energética, sendo imprescindível que aliemos nossa consciência à responsabilidade de nossos atos. O cuidado e respeito são indispensáveis em ambos lados envolvidos! Entretanto, a não educação favorece o surgimentos de muitos conflitos vivenciados muitas vezes pela falta do diálogo que deveria existir entre pais e filhos. E isso não compete a nenhum órgão público a fazer-lo!

Quantos tabus, preconceitos (morais/religiosos) e visões generalizadas nascem da ignorância, justamente por acreditarmos em pontos de vista intolerantes que não abrem espaço para compreensão? Certas brigas são desnecessárias, mas algumas são necessárias justamente para se colocar na mesa um ponto de vista não explorado. Com a força do diálogo, podemos sim, chegar a entendimentos mútuos sem que ambas partes se sintam feridas. 

E termino esse post com um assunto polêmico para completar esse mês tão apanhado. Abril, vai com Deus! (E obrigada pelas inspirações, afinal, esses períodos de altos e baixos, me renderam boas escritas)...

     




24 de abril de 2014

TPM (Todos os Problemas Misturados)

Ah, por favor. Cansei de meias verdades. Cansei destes meios termos, dessa insistência nossa em querer explicar tudo ou colocar as experiências do mundo numa caixa generalizadora de situações. Não sou a pessoa mais certa e nem serei. Cansei também dessa rotulação, dispenso estes pensamentos e emoções que grudam em mim como sefossem certeza de minha alma. Quero tocar este chão que piso, quero algo concreto, algo que se erga e fique. 

A única certeza é a morte. O resto é tudo incerto, confuso e sem um pingo de clareza. Posso admitir, finalmente, que meu mundo interno está bagunçado? E se essa bagunça fizer parte de mim, há algum problema em deixar tudo dessa forma? Não quero impor mais meu jogo nem quero jogar o que vier. Os deuses brincam com os dados e tiram revés ou sorte. Qual foi o lado da moeda que caiu? 

Seja cara ou coroa...  

Quero é tocar este chão que piso, sentir cada passo, contemplar minha bagunça, por favor, deixa tudo como está! Nem precisa tentar arrumar nada.... Além do Amor que nos une, certamente, a loucura faz também parte.



Por um abraço...


Ignoramos muito bem a dor que sentimos, sabemos dissimular perfeitamente nossos conflitos. Em seu rosto estampa-se uma face risonha, incoerente com a realidade interna que se encontra. O mundo anda solitário ou criamos distância do tamanho de um paredão de concreto? 

Como perceber a carência do outro se estamos perdidos no nosso próprio umbigo? Como tocar em um coração, se estamos ocupados demais protegendo aquilo que nos pertence? O que é mesmo que te pertence? Tempo? Carreira? Estudos? Dinheiro? Carentes todos nós somos, mas ninguém quer admitir e nem sempre essa falta nasce de uma necessidade puramente material. 

Carência é sinal de fraqueza ou dependência? Talvez, um, talvez, outro. Mas se forem ambos, somos fracos e patéticos em não querer admitir o que sentimos por medo de sermos rejeitados, abandonados ou isolados. O mundo deseja que sejamos auto-suficientes e independentes. Estão nos isolando, estamos nos isolando.

 Andamos por ruas hostis, esbarrando com inúmeras faces que se fragmentam a cada minuto que passa. Passamos por essas pessoas e nem as percebemos.


Ao acabar a estressante rotina, tudo o que queremos é chegar em casa e encontrar alguém para compartilhar o dia. Ou, fazer aquela ligação que nos transforma. 

Carentes ou dependentes? Somos ambos, mas podemos ser também, aqueles que sempre tem uma mão amiga para oferecer... E nem sempre o outro vai expressar suas necessidades, mas quem sabe, tudo aquilo que ele precise, seja apenas um minuto de conversa, alguém para o ouvir, um olhar atencioso ou um Abraço apertado, capaz de dissipar qualquer sombra de insegurança que te aflige por alguns instantes... 

E prostrada, minhas mãos estão em comunhão
Esperando para que um dia atendam meu pedido...
Ele é tão simples, mas tão complexo...
Desejo por um Abraço
Que nos salva de nós mesmos.          

23 de abril de 2014

A letter for you, little child...



Sonhei que estava escrevendo uma carta para você. Não me leve a mal, se o que disser aqui soar como grosso ou desconexo... Não guardo raiva e nem mágoa e, me desculpe se não aceitei seu convite. Tenho alguns mecanismos de defesas que surgem quando menos desejo. Não sei se é impressão minha, mas você carrega uma tristeza muito grande dentro de si. Nem sei se é intuição, mas percebo um sorriso triste e um olhar profundo de amargura.... Não temos especificamente uma ligação, mas tudo aquilo que um dia ele amou, tornam-se algo importante para mim também.  Ainda que o Amor nos surpreenda a cada instante, nesse caminho aprendo que amar envolve também o respeito ao passado e o cuidado com o futuro. Ambos são necessários se realmente queremos construir algo ao lado daquela pessoa, independente se ela está ou não no nosso destino. Mas, um sábio indiano já dizia que em questão dos relacionamentos existem quatro princípios:

  •          “Quem quer que você encontre é a pessoa certa”
  •         “O que quer que tenha acontecido é a única coisa que poderia ter acontecido”.
  •         “Cada momento em que algo começa é o momento certo”
  •          “O que acabou, acabou”



Quando me concentro em você, sinto energias confusas, tristeza e pesar. É como se seu campo emocional tivesse eclodindo, pesquise sobre a Torre... Como se algo tivesse lhe tirado aquilo que nutria sua sede, a sua fonte do amor. Mesmo que sejamos ensinados a buscar essa fonte fora da gente, em pessoas, coisas míticas e fantásticas, em seres divinos, mas humanizados, esquecemos muitas vezes de recorrer a nossa fonte interior que é inesgotável e feita para saciar nossas sedes. É tão belo buscar Deus e falar sobre ele, mas e o processo que temos para redescobrir a Divindade que habita em nós? Se descobríssemos o potencial criativo que temos ao nosso dispor, não o buscaríamos em templos erguidos, supostamente, em seu Nome, mas internamente, em cada célula e átomo que compõem nosso corpo, sabendo-se que cada minúscula partícula é parte do mesmo componente que formam as estrelas, planetas e o Universo. Somos todos partes desse TODO, somos um. 

Não se lamente se as coisas não saíram da forma como você planejou. Certamente, somos desconhecedores das enigmáticas linhas que traçam nossas vidas e mudam rotas que, aparentemente, já estavam escritas... Deixar para trás, não quer dizer que você não reconhece a importância, pois sabe perfeitamente que aquele momento foi único. Deixar para trás, significa, deixar ir, deixar que esta Energia transformadora adentre novamente sua vida. Quem se agarra muito ao passado, estaciona-se e não percebe o instante de cada presente. E é isso que você precisa aprender, precisa aprender a abrir mão para que assim possa realmente vibrar na felicidade da pessoa que ama. Isso é para você. É uma carta e tenho certeza que um dia lerá e sentirá intuitivamente que essas palavras são suas. Não falo por mal, mas porque já errei muito por essas vias... Entretanto, tenho aprendido que mesmo que existam pessoas para nos aconselhar, nosso maior aprendizado está nas nossas próprias experiências. Mas este é o meu presente para seu aniversário, de alguém que não te conhece, mas que realmente se importa com você... 

22 de abril de 2014

Conto: Insight


Um velho manuscrito fora encontrado nas regiões, que supostamente havia sido no passado um país chamado Brasil.

"Não sei se terei muito tempo até que descubram meu verdadeiro paradeiro. Qualquer demonstração de rebeldia é cruelmente reprimida e o simples ato de escrever estas linhas, poderá me levar ao cárcere privado, onde serei massacrado da forma mais cruel o possível. Mas, se por ventura, este manuscrito for encontrado, gostaria que ele se tornasse um relato do que vivenciei para as gerações futuras. 
Um crime contra a humanidade é diariamente cometido, impune, sem que algo seja feito. O descaso da maioria é reflexo do cansaço de seus corações com esperanças não preenchidas, cansadas demais para levantarem novamente a espada e irem a luta. Se a impunidade continuar sendo disseminada, é certo que seremos fracos demais para arrancar pela raiz o Mal que assola a história da raça humana.

Meu nome é 019. Isso mesmo. Nesse tempo em que vivo ter-se um nome era regalia apenas de meus antepassados antes da metade do terceiro milênio. Eu e o restante da população mundial somos apenas “codificações numéricas”. Alias, não somos muito. A humanidade reduziu-se drasticamente nos últimos séculos, restando-se apenas 10% do que um dia se atingiu 7.00.000.000 bilhões de pessoas. Guerras, desastres aparentemente naturais, doenças, miséria e fome foram as principais causas para um extermínio em massa. 
O que restou da raça humana foi escravizado pelo regime totalitário que se tornou regente, oprimindo qualquer liberdade de expressão do indivíduo. São 100 anos que "eles" nos mantém em cativeiros. Não me pergunte quando foi que tudo isso se originou. O que pouco sei, encontrei em livros que não foram destruídos e hoje estão escondidos. 
Todo o conteúdo educacional que recebemos é para nos tornarmos “cidadãos”, ou melhor, marionetes. Tudo é controlado, desde o que se divulga na mídia, na educação que recebemos, e no controle diário de nossos passos. O sistema possui em seu arquivo, registros do que fizemos nas 24 horas do nosso dia. Se alguma ovelha pensar em sair fora da linha, é devidamente punida. Não sabemos o que é liberdade. Com a redução populacional tornou-se mais fácil controlar as ovelhas que se restaram. Somos criados para continuar sustentando esse sistema, o mesmo sistema que um dia massacrou nossas famílias e derramou nosso sangue nas incontáveis guerras em nome da soberania. Nossos olhos não veem além daquilo que é permitido verem. E o que vejo é tristeza e desolação. 
Engano foi achar que algum dia a humanidade conheceu ideologias tão belas como a democracia, fraternidade ou liberdade. Por trás destas fachadas, descobriu-se que mais cedo ou mais tarde, estas convicções filosóficas eram totalmente insustentáveis numa sociedade a qual se alastravam chagas como a desumanização, a hegemonia, a tecnologia, o individualismo e o capitalismo... Erro dos nossos antepassados acharem que realmente estavam caminhando para uma “EVOLUÇÃO”. 
A falta de expectativa que temos pelo futuro é desenhada por linhas já escritas as quais não abrem o mínimo espaço para que mudanças mais significativas ocorram. Nutrir esperança em um momento tão desolador, acreditando que tudo um dia será diferente não muda nossa verdadeira realidade. Acreditar em seres fantásticos e se agarrar a mais ideologias não nos permitirão que façamos alguma coisa que realmente mude o que não pode ser eternamente consumado como um fato.

Mas, acredito na impaciência humana e por mais adormecidos que estamos o cerne da transformação continua inerte em nossa essência. Nestas linhas me despeço. A luz que ilumina meu caminho está se apagando, a folha e o lápis não são mais o suficiente para que o continue meu relato. Mas, rezo, se ainda existir algum Deus, que minhas palavras não se percam nos véus ilusórios da fragilidade existencial de cada vida e que o Ser humano busque se conscientizar que somente com a união é que realmente faremos a mudança, balançaremos estas velhas estruturas brandindo nossas empoeiradas espadas, lutando por uma dignidade que não conhecemos, mas sabemos que ela é melhor que nossa atual realidad..."

15 de abril de 2014

Os primeiros raios de Luz.




"Bem aventurados os aflitos, porque estes serão consolados. "

Meus amigos, como é belo esse caminho que nos leva ao desenvolvimento da nossa Espiritualidade e o despertar da nossa consciência. Após passar um dia inteiro em uma espécie de "depressão", de tristeza profunda, começo a ver os primeiros raios de luz. O Lenitivo veio mais rápido do que se esperado, me mostrando a mais bela verdade de todas: tudo é passageiro! Não importa o tamanho da sua dor, da sua tristeza, das suas aflições que te atormenta no momento, tenha fé e acredite: isso há de passar! Por mais desesperador que esteja a situação e mesmo que você esteja quase se entregando a total descrença aos propósitos de Deus, tenha a absoluta certeza, que você não está desamparado e o tempo todo a Espiritualidade Maior tenta encontrar uma forma pra te fazer enxergar tudo isso! Não estamos sós, jamais. Existe uma legião ao seu favor, que deseja verdadeiramente seu bem e seu comprometimento com sua evolução espiritual! E pude sentir o quão verdadeiro é isso! Deixo-me na reserva para comentar depois nas outras postagens esse "despertar", que chegou até mim, através de uma conversa muito produtiva com uma pessoa com níveis de evolução consciencial altíssima... 

Muito Obrigada, Espiritualidade!

 Muito Obrigada. 

14 de abril de 2014

Noite Negra da Alma


Hoje, não irei escrever porque estou bem, ao contrário, não estou muito"bem". Estou passando por um momento bem depressivo, opressor e cheio de frustrações. Por onde quer que eu olhe, vejo-me carregada por um árido pessimismo. Estou desconhecendo quem sou. E não sinto mais aquela ligação que me fazia estar conectada com o Todo. Ou será que isso só é mais uma ilusão e na verdade, nada dessa baboseira de plano espiritual existe?! Todo o conhecimento que vim adquirindo, toda as Verdades Espirituais que vim descobrindo, pouco fazem sentido neste momento. Começo a duvidar da sua Existência. Como posso confiar em Ti, Deus, se a cada minuto mais desacredito em mim  e nas minhas reais capacidades? Deus não é cada alma viva? Cada Ser não carrega a Centelha Divina? Se eu tivesse uma fé, do tamanho do grão de uma mostarda, com certeza moveria montanhas. Mas, descobri que minha fé não é grande, mas frágil, pequena, muitas vezes desconhecendo que ela exista.. Ainda não a encontrei... Mas sei que ela está aqui dentro, escondida em algum lugar... 

Estou na parte mais obscura e sombria de minha alma, quase me entregando a total descrença...  Escrever tem sido minha melhor forma pra desabafar, pois cansei de conversar com as paredes. Escrevo hoje, para que no futuro eu olhe para este post e veja: tudo há de passar. Mas, enquanto essa visão otimista está tão distante da minha atual realidade, venho me defrontando com meus monstros, mergulhada neste inferno interior. 

Os místicos chamam este teste como a "noite negra da alma". Momento em que o ser se depara com o que há de pior em si, mergulhado nas dificuldades, nos fracassos e total descrença, chegando a rejeitar toda bagagem espiritual (conhecimento/experiências) que ele já adquiriu até aquele momento. Estou dessa forma e sei que ninguém poderá me ajudar a sair do fundo do poço. Sei que essa experiência é unicamente minha, individual. Só quem atravessa o inferno de suas paixões, há de superá-las. Só que estou sem forças, não tenho coragem e nem por hora, motivação... Não tenho determinação o suficiente para dar um "basta" e sair da minha zona de conforto. E quanto mais penso em sair dessa lama toda, mas as forças externas e internas me mantém no status quo. Não sei até quando irá perdurar... Mas estou sem coragem para enfrentar a Vida e nunca pensei que um dia suplicasse aos céus o meu retorno, já que também não tenho coragem o suficiente para tirá-la com minhas próprias mãos... Não quero causar mais dor as pessoas a minha volta, nem quero abraço de misericórdia, não quero que se preocupem comigo ou com minhas lágrimas... Pois ainda que a escuridão faça-se presente, a luz há de voltar, um dia, a brilhar... 

     

Cansei...


Cansei deste jogo de meias palavras... Estou cansada de brincar que estou me relacionando. Não quero guardar nesta bagagem, mais sonhos e sentimentos que se mostram descartáveis... Não quero levar pra nossa casa essas meias verdades. Não quero plantar ervas daninha da ingratidão no nosso jardim e nem semear a discórdia, a incompreensão, que darão frutos amargos e sem vida. Não quero saborear contigo esta comida sem gosto, servida em um prato frio. Não quero que continuemos fingindo que os problemas não existem, pois não há nada, absolutamente nada na vida que não vamos vivenciar alguns obstáculos. Se a expectativa foi mais forte que a realidade, temos que manter a calma. Tudo são flores no começo, mas quem disse que a magia deve acabar no primeiro sinal de um conflito?

Estou confusa e incerta sobre muitas coisas. Você chegou em um momento do qual passo por uma insegurança interna muito grande, em que minha casa está prestes a ruir. Não estou conseguindo segurar mais as pontas. Mesmo sendo apegada como uma rocha, está sendo um momento difícil. Mas é melhor que esta casa desmorone, pois assim terei novas chances para reconstruir algo mais sólido e verdadeiro dentro de mim. E, sem sombras de dúvidas, você foi a melhor coisa que me aconteceu nesses anos de toda minha vida. Mas, ainda assim, há muitas coisas a serem resolvidas dentro de mim. Me perdoe.

Estou buscando coragem onde não sei se ela realmente existe: em mim. Uma semente jamais sabe o que será. Ela não cai no meio da terra acreditando que um dia se tornará uma bela flor e tampouco uma árvore. Pouco desconhece o que virá a ser. E só passando pelas adversidades da intempérie, enfrentando a hostilidade do solo em que caiu, das pedras que surgiram no meio do caminho, da falta de água que poderá sentir ao longo de sua jornada, é que ela romperá com sua casca, tornando-se um broto que virá a ser uma majestosa árvore ou uma bela flor. Mas, a jornada não para por aí. Um brotinho corre inúmeros riscos, mas ele lança-se por desconhecido, em direção da luz solar, lutando diariamente pelo milagre da vida. 

Se é um desafio, lutarei para superá-lo, ainda que meu ser fraqueje. Estou lutando comigo mesma, pois sei que o pior inimigo que tenho sou eu. Na maioria das vezes, me auto-sabotei, por realmente acreditar que não conseguia, não era capaz, cansei disto também. Cansei de pensar que não tenho capacidade para realizar... Cansei de achar que não sou digna ou que não mereço o que ganho. Cansei de pensar que não sou boa o suficiente para estar ao seu lado e que você merece algo melhor. Cansei de abrir mão do que acredito em favor dos outros, simplesmente para evitar conflitos. Cansei de desistir dos meus projetos quando avisto o primeiro obstáculo. Cansei de jogar no lixo minhas idéias, meus sonhos. Cansei de pensar que um suicídio solucionaria meus problemas. Cansei... 

Estou buscando esta coragem e sei que vou encontrá-la. Estou procurando em mim esta coragem para enfrentar a vida. E se a semente está condicionada a passar por todas as adversidades para se tornar uma flor, é certo que estou no meio favorável para minha auto-transformação. Preciso ser corajosa o suficiente para me transformar naquilo que vim realmente ser.



13 de abril de 2014

Algumas palavras...



Sei que sou difícil. Tenho gênio que gosta de complicar o que deveria ser simples. Também, tenho uma facilidade incrível para mostrar meu pior lado à aqueles que amo. Não sou perfeita, e nem almejo perfeição, mas isso não é desculpas para uma imaturidade que se apresenta inconvenientemente nos momentos menos oportunos. Ninguém gosta de perder, mas sabemos fingir bem.  

Sou muito instável e inconstante, emocionalmente falando. As emoções são sentidas ao extremo, são intensas e profundas. Às vezes, tornam-se impossíveis de se controlar. Uma sensibilidade que chega a ser irritante, sabe. Tento transparecer uma imagem de pessoa forte, decidida e independente, mas são apenas fachadas para uma carência que não encontra espaços para ser claramente expressada. Escrever e desenhar, tornam se meios para extravasar o que em mim há de sobra: drama. 

Alguém já me disse uma vez, que parecia ter dentro de mim, duas forças opostas que lutavam para ganhar a cena no palco. Isso ficou gravado em minha mente. Desconheço-me e quanto mais procuro esse "auto-conhecimento", mais descubro o quão errôneo é a auto-imagem que criei para mim. Estou em um processo constante de desconstrução. Não há nada seguro, pois estou destruindo aquilo que criei em torno de mim, estou destruindo também a imagem que os outros julgam para mim. Não sei quem sou... E, certamente, no final de minha vida também não me conhecerei completamente. 

Cometerei muitas faltas, é certo. E por mais que me controle, tomarei decisões por mero impulso. Não saberei agir de forma madura e é provável que me sensibilize bastante diante a uma situação que eu não tenha maturidade o suficiente para resolvê-la. A idade não é sinônimo de maturidade, ainda não cresci. Não faço porque gosto. Não machuco porque quero.  Não irrito porque sinto prazer. Mas, quando percebo o que fiz, a consciência desperta. Me desculpe... Só peço um pouco mais de paciência, pois isso eu sei que esta é sua virtude, que tanto admiro, e é certo que em mim isso falta. 



   

O Amor acaba?


Naquele dia pude notar o quão triste era seu olhar. Ainda que sorrisse, as rugas eram um claro sinal do quão desesperador era viver sem ter sonhos. Falo de sonhos que iluminam nossas vidas, destes que nos impulsiona a correr atrás daquilo que nos inspira. A passagem dos anos fora o suficiente para eu compreender que os sonhos são tão mutáveis quanto à nossa alma... Todavia, ela não tinha sonhos. Carregava uma estranha e nítida tristeza, tão enraizada e profundamente intrínseca a sua natureza. Seu olhar expressava os anos amargos de sua experiência. Cada ruga demarcava perfeitamente seus momentos de irritação, tristeza, aflição ou angústia.

Vi em seu olhar muita tristeza e sérios indícios de uma profunda depressão ainda que tentasse camuflar. Casou-se jovem, com o homem que julgava ser o amor de sua vida. Mas a convivência tornara se difícil e insuportável. Hoje, convivem sob o mesmo teto, mas não se falam e nem se olham. Moram juntos, mas dormem em quartos separados. Ela contava que não sabia onde tinha errado. O carinho deu lugar as queixas e brigas. O que era “Amor” tornou-se o seu cativeiro e a aprisionou ao lado de um homem que tornava-se outro conforme os dias iam passando. Estavam casados há mais de 30 anos e tiveram quatro filhos.

Enquanto eu dizia aos quatro ventos frases feitas e bonitas sobre o Amor, ela me olhava com um ar saudosista que dizia: “já passei por essa fase”. Permanecera calada ainda que seus pensamentos me falassem: “como você está enganada”. O que ela poderia dizer a uma jovem de 23 anos cheia de sonhos e esperanças? Uma jovem que tinha uma idealização tão bonita sobre o AMOR. Essa jovem realmente desconhecia a Verdade Cruel do Mundo. Mas, que Verdade é essa? Eu realmente desconheço. Na verdade, finjo que desconheço, pois não quero acreditar que este é um mundo onde nossos sonhos não se realizem e que o Amor é apenas uma história contada para as menininhas.

Quando, enfim, ela chegou ao seu destino, pedi desculpas e perguntei se não era ruim contar-me tudo aquilo. Ela respondera que não e que servia como forma de desabafo. Convidou-me para tomar um café ou voltar em uma tarde qualquer. O convite ficou em aberto, não voltei depois.


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Passaram-se algumas semanas... Deparei-me com outra questão. Ele me disse que segundo um psicanalista famoso: só amamos uma vez e o que vier depois de um grande amor serão paixões. Será mesmo que o Amor é algo tão medido, quantificado ou esgotável? Será que o Amor apresenta-se sob uma única face? Tão egoístico é este modo de pensar: achar que só amamos uma vez. Tolos são aqueles que vivem desacreditando na fonte inesgotável que é esta Energia, a Energia do Amor.

O amor não acaba, mas se transforma. Sem Amor em nossas vidas, não caminhamos e nem abrimos espaço para o crescimento. Essa energia passa a existir de formas diferentes ganhando diariamente novas significações a partir dos momentos que vivenciamos. Ela está sempre em transformação e caminha de mãos dadas com a EVOLUÇÃO.

Amar torna-se um encontro e deste encontro potenciais são desenvolvidos. Amar não é apenas um ato individualista, mas é uma entrega, em que partirmos para encontrar aquele que nos busca, nessa troca reciproca de afinidades. É uma entrega de si mesmo e não são todos que conseguem se entregar justamente por medo de se frustrarem, por medo de achar que não poderão vivenciar um grande amor por se apegarem demasiadamente ao passado. E justamente essas pessoas fecham suas portas para alegria do presente, por acreditar que no passado eram mais felizes. Ledo engano. O Amor nos salva quando partirmos para seu encontro. Estando presente em cada gesto que fazemos ao outro esquecendo-se de si mesmo.

“Só amamos uma vez” faria sentido se esta frase fosse atribuída às pessoas que nos relacionamos, afinal, cada um é diferente, único e especial. Cada relacionamento, uma nova porta se abre, podendo esta ser potencialmente construtiva ou destrutiva. É um encontro repleto de possibilidades.

O Amor nunca acaba, mas se transforma, assim como todas as coisas da natureza...


11 de abril de 2014

Me deixe...



Quantas vezes me perdi e quantas vezes serão necessárias que eu me perca, para encontrar um dia, o caminho certo?

Porque as escolhas que fiz, julgando serem certas, mostram-se hoje, tão contrárias? Onde foi mesmo que eu errei? Às vezes, tenho uma leve sensação de estar andando em círculos, querendo encontrar a saída deste labirinto. Não sei ao certo quando entrei... Mas, não estou conseguindo sair. Tudo está se repetindo, os mesmos processos, as mesmas dúvidas, os mesmos conflitos e estou caindo novamente. Estou me perdendo... E não existe ninguém que possa realmente me ajudar. Me vejo sozinho, tendo que enfrentar o pior dos inimigos que alguém pode ter: eu mesmo. 

Tudo me parece tão confuso, incerto e duvidoso. Não sei em quem confiar, não confio nem em mim mesmo e nas minhas capacidades. Duvido, não sei se elas existem. O que foi mesmo que aconteceu? Porque está tudo tão diferente? Ando com cuidado. Não quero pisar neste chão sabendo que ele é de vidro, mas ele já está trincado e a qualquer momento posso cair. Já estive de novo nesse poço, reconheço essa sensação. Reconheço essa história. Uma impressão indelével de minha alma. Um conflito amigável avisto de longe. Esta será um noite realmente longa... 


Estou perdendo tempo tentando ser algo ou alguém, sem ao menos se dar conta do que já sou. O que sou mesmo?  

Agora é tarde... Estas lágrimas que descem, não conseguem explicar o motivo. Tudo o que sei e o que quero neste exato momento é ficar sozinho. Me deixe sozinho. Quero ficar sozinho, quero abraçar minha solidão, pois não há ninguém ou algo do mundo que consiga transformar ela, por enquanto. 

Leave me alone to ... 

Let go of my hand, you no longer need to hold it longer.

8 de abril de 2014

Sobre as oportunidades...


"Faça a tua parte que eu te ajudarei”- 


Mestre, senti hoje o quão poderosa é a energia que move ao nosso favor, quando abrimos o coração para perceber as sutis oportunidades que batem na nossa porta. 


Misterioso, são os caminhos do coração e da alma, quando estamos ligados com as leis divinas. E tão enigmático continua sendo a Vontade Superior para as mentes que se endureceram no caminho. 

A leveza do pensamento endurece-se frente à face sombria da sociedade enferma que vivemos. Essas mentes esqueceram-se da importância da higienização mental e o quão ela é benéfica para nosso espírito. Esqueceram-se de jogar seus lixos fora e os cultiva pela própria invigilância para com seus pensamentos. Esqueceram se do mais importante, esqueceram-se de si mesmas. Esqueceram-se de multiplicar seus talentos e os enterram nesta terra infértil, infrutífera, escassa e improdutível. 

Vivem pelos cantos, reclamando do tempo, do atraso, das pessoas, da chuva ou do sol. Vivem insatisfeitas, proliferando para os quatro cantos suas dores, amarguras. Descontente com o mundo em que vivem, não reparam que a própria "realidade" é um reflexo do que se passa no íntimo, afinal, "pensamento cria realidade". Mas... Elas não percebem que o milagre da vida acontece a cada instante, no momento que o Ar entra e sai por nossas narinas. 

As oportunidades passam por nós como um vento ligeiro em um dia de Sol. Podemos sentir sua brisa refrescar nossos rostos ou podemos ignorar e continuar reclamando da falta de chuva.


Tudo Passa




"Não há mal que dure para sempre e nem alegria que se regojize eternamente. 


Não te afliges pelo o que não aconteceu e nem sofreis pelas dificuldades que assombram a nossa invigilante mente. Não te antecipe o sofrimento. Não encha o copo com a ansiedade. 

Cale-te o coração frente as dúvidas. A angústia só gera mais angústia. A Ingratidão frente aos desígnios divinos, só gera mais ingratidão. A raiva, a mágoa, as queixas, só geram mais do mesmo. É Lei de Atração. Ela opera independente se acreditamos ou não nela. A lógica é simples: Tudo aquilo que muito têm, mais lhe será dado. E o pouco que se têm, lhe será tirado.

Convide a Certeza para adentrar no seu íntimo quando tudo parecer incerto. Essa Certeza é trabalhada todos os dias, no esforço que fazemos para dominar nossas más inclinações. Não é preciso que alguém lhe diga o que precisa ser feito. Não há ninguém melhor do que você para dizer o que necessita ser verdadeiramente MUDADO! Não espere a ação de terceiros, aja. Pois somos herdeiros de nós mesmos. 

Confie na Providência, pois esta não nos desampara e quando achar que tudo está perdido, busque adentrar no seu íntimo, e faça um contato entre a Criatura e o Criador. Certamente, há de perceber que recebemos exatamente aquilo que nos é proporcional à necessidade de aprimoramento do nosso espírito. 

E não te esqueças em hipótese alguma: Tudo Passa, Tudo Passará. Não há mal que dure para sempre e nem alegria que se regojize eternamente. A tristeza tem sem fim, assim como toda felicidade. São ciclos a serem vivenciados. São fases. Nada é permanente. O que importa é como você vivencia estes momentos sem se apegar a estes dois extremos. Afinal: Tudo há de passar.


4 de abril de 2014

O Que é Amar?


- O que é amar? – Ele me perguntou.

Senti naquele momento, que uma confusão embalada pelas incertezas transitórias da vida começara a incomodá-lo. A pergunta havia me assustado. Busquei no meu íntimo algo que respondesse esse conflito de forma compensatória a dúvida levantada. Mas o esforço fora em vão. O que poderia dizer a um coração angustiado sobre o que é o Amor? Seria um tanto presunçoso de minha parte, coloca-me na posição de sábia, quando na verdade, trazia em meu ser as mesmas dúvidas que ele compartilhou.

- Estou cansado – Continuou – Cansado de tudo. Dessa bagunça que é “crescer”. Das atitudes infantis que nossos corações nos levam a tomar. E... – suspirou profundamente – da esperança, maldita esperança que nos faz acreditar que coisas melhores estão para vim.

O conflito era maior do que eu imaginava. Na incompreensão daquele momento, pensei sinceramente que ele já estava cansado de “nós” e que buscava apenas justificativas para que um término no fosse ocasionado do nada. Mas, não. A situação me convidava a alçar um voo maior me mostrando que era necessário ser compreensiva. Estava sendo convidada a não apenas ser companheira, mas sua amiga, sua confidente.

- Nossos corações tomam direções que a razão muitas vezes a desconhece – Respondi - A vida nos “empurra” muita coisa para que suportemos, mas o meu alívio e lenitivo encontro no sorriso daqueles que amo.

Ele permaneceu calado. Abaixou a cabeça e ficou pensando. Em meu íntimo buscava respostas satisfatórias ainda para a questão: 

O que é amar?

O amor é sempre um enigma a ser desvendado. A cada relação que você começa, descobre-se uma nova face do Amor. Esqueça as experiências passadas, elas não servirão para muita coisa. É apenas um processo de amadurecimento pessoal e intransferível, cujas experiências pretéritas jamais poderão ser reutilizadas. Afinal, uma relação nunca é igual à outra, e os processos e dinâmicas devem ser respeitados, pois são exclusivos dessa relação. Entramos em um relacionamento, acreditando que não deveremos cometer os mesmos erros de outrem. Mas, esquecemos que estamos diante de uma pessoa totalmente diferente e esta individualidade que se apresenta a nós, precisa ser respeitada.


Essa pessoa também se encontra no mesmo ponto que nós: encontrar alguém que o desperte para o potencial do Amor, mas esse potencial só é desperto quando reconhecemos a importância do amar a si próprio em primeira instância. Esse processo de identificação são as primeiras fases do relacionamento. É onde descobrimos as afinidades que dão origem a verdadeira simpatia que une o casal. Nesse processo nasce também a admiração que temos por aquele ser e a necessidade que sentimos em manter aquilo que foi conquistado. As decepções e frustrações são apenas sinais da idealização que criamos no “objeto” que detém nosso amor. Se buscássemos enxergar a outra pessoa como ela é, sem expectativas, sem idealizações, seus defeitos pouco nos incomodariam. Afinal, o Amor acolhe em seu seio nossos erros e acertos. Ele é soberanamente justo, fiel e bom. Quem ama, descobre o quão é importante amar sem esperar ser amado. A espera também é justa e necessária, pois descobrimos que cada Ser possui um ritmo. Descobrimos também que a felicidade é relativa, pessoal, mas está ligada a nossa capacidade de Amar. Ela pode está atrelada aos valores íntimos ou mesmo aos acontecimentos externos. Amar é poder compartilhar essa "felicidade" que só existe quando se estão juntos. Mas ela não é a única felicidade do mundo. Imagine-a como um bolo que se come em pequenas fatias, muito pequenas. Bem, mas se a dúvida se instalar novamente no seu íntimo, recorde de suas palavras, você mesmo disse um dia: 


"Uma Vida vivida com Amor, nunca será monótona." 

Que nossos corações não hão de esquecer a importância do Amor em nossas vidas...




Distância...


Sonhei que estava com você. Quando acordei, deparei com a cruel realidade: você não está ao meu lado. Ainda que inconscientemente, te chamo constantemente a adentrar nos meus sonhos, pois essa é a única forma que encontrei para ver você. Continuo me iludindo, buscando-te em minhas ilusões e o cativando em minhas fantasias. Está sendo difícil conviver com essa ausência e quanto mais penso em ti, mais a solidão me entrelaça fazendo com que eu mergulhe nessa utopia...

Você não sente saudades? Acho que já lhe fiz inúmeras vezes essa mesma pergunta. Me desculpe pela insistência. Sinto saudades, sinto sua falta. Será que a saudade é realmente um sinal de dependência? Abri um livro por acaso esses dias que dizia: não vivemos sem o outro. Descobri, então, que sou dependente dos seus sorrisos, das suas conversas, dos seus abraços e afagos. Preciso de um remédio. Alguém, alguém, me dê uma pílula do desapego! Preciso me encontrar. Mas, como posso querer me encontrar se apenas me "encontro" no reflexo de seu olhar? Estou perdida. Estou esperando. Espero por algo que ainda não existe, com uma saudade inexplicável daquilo que não vi. Uma falta que não encontra seu presente... Uma distância para a qual não há pontes que a diminua.

A falta que você me faz é exatamente proporcional ausência ocasionada por essa distância. Distância que não se mede, não se quantifica... Distância, esta, que só nossos corações são capazes de sentir, deixando que as lágrimas falem por nós o que não pôde ser colocado em palavras. Distância que só nossos corações reconhecem através do brilho de nossos olhares quando nos reencontramos unidos pelo mesmo sentimento. 


Que sentimento é este?
Qual é o laço que ainda nos une?