Loop...




Repetição mata lentamente minha alma. Me sinto uma vitrola quebrada, repetindo sem parar os mesmos dramas, as mesmas conversas e vivendo os mesmos problemas. Até as discussões de ontem são as mesmas que enfrento hoje. Nessa repetição insana, percebo que não é apenas eu que me encontro dessa forma, mas as pessoas que estão à minha volta. Todos estão repetindo seus dramas sem se darem conta que as mesmas histórias são contadas há anos. Isso é o que chamo de conversa infrutífera, pois o que há de novo para aprender se estamos agarrados as velhas tramas de nossa medíocre vida?

Medíocre vida? É... Me espanto quando percebo que estou mergulhada no mar de mim mesma, sufocada pelos meus ideais ilusórios, pelas promessas vãs e sem sentido. Estou novamente perdida. Tento encontrar a saída, mas tudo o que vejo é a construção de uma vida que não desejo para mim. Sinto como se tivesse vivido estes anos todos de modo inconsciente; sem pensar nas consequências dos meus atos e como cada decisão afetou esta existência. Sinto que andei perdendo tanto tempo, desperdiçando tantas oportunidades de expandir meus horizontes para ver que a vida não se trata desse resumo cansativo do dia-a-dia. E só agora, percebo que vivo o que minha alma não deseja e está chegando a hora de se libertar.    

Você só se liberta daquilo que te prejudica quando você percebe as dimensões do estrago e avalia minuciosamente todos os danos que tem feito a si. Isso te faz pensar como o amanhã pode ser diferente com as escolhas mais conscientes no agora. Estar consciente daquilo que nos faz mal se trata de uma postura interna que não nos permite vivenciarmos as degradações da dignidade humana. Uma coisa é crescer com a dificuldade e saber que os desafios são impostos pela vida para que sejam superados com a nossa força de vontade; outra é estar imersa no problema sem perspectivas de mudanças, sem compreender o que o momento difícil veio realizar em nossas vidas.

O labirinto apresenta sua saída. Após rodar em círculos, procurando respostas para meus conflitos, descubro que somente o tempo irá me ensinar a lidar com minha própria natureza. Consciente dos meus impulsos e das minhas motivações, a repetição perde lentamente sua força destrutiva e aos poucos tudo vai entrando no eixo. Transição alguma é fácil e sei que estou diante de um momento poderoso na vida. O momento é de decisão. Opto por mudanças ou por caminhos que me afastam dos anseios de minha alma? Escolho a primeira opção, pois estou ciente que o único evento que traz realmente evolução para existência é a transformação.   

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