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As pessoas sempre me perguntam: “por que você não tem WhatsApp ou Tinder”? Os motivos podem parecer bobos, mas são óbvios. Já passei por um assalto e a primeira coisa que levaram foi o celular que havia ganhado de presente. Tempos depois, fiquei pensando que o acontecido me ajudou a não ficar tão ligada no mundo virtual, já que o Blogger e o Facebook consomem maior parte do meu tempo livre. Adotei um celular de modelo simples. Quem quiser me achar, liga ou manda mensagem. Além das funções mais básicas de um aparelho de comunicação, há um mp3 embutido, pois a música é uma das raras coisas que não vivo sem ouvir uma no dia-a-dia. 

Evito aquilo que pode representar um certo perigo. É fato que os níveis de interações sociais aumentaram com ajuda do mundo virtual. Mas, meu receio está na deterioração das relações pessoais com sujeitos reais e verdadeiros! Como explicar? Imagine a cena. Você está reunido com os amigos em alguma mesa de bar. Repare. Sempre vai ter alguém mexendo no celular para postar uma foto do momento! Prefere guardar uma foto que ficará esquecida nos murais da sua timeline, sem ao menos vivenciar e guardar no registro da memória a alegria de estar reunido com os amigos... 

O que me incomoda nesse aplicativo chamado Tinder é a forma como o indivíduo se coloca à disposição para ser avaliado por aquilo que aparenta ter. Ter olhos bonitos, ter o rosto perfeito, ter o cabelo arrumado, ter a maquiagem impecável, ter, ter e ter algo na aparência que o destaca dos outros para ganhar um “like”, ou seja, a aprovação alheia. Mas aparência não é tudo nessa vida e a transitoriedade da existência nos faz dar valor as coisas simples e verdadeiramente puras. Quando eu falo algo puro, falo sobre aquilo que nasce do coração. Esqueça o sorriso maquiado, os filtros que escondem as rugas, os movimentos faciais previstos e automaticamente padronizados. Eles não superam a realidade! 

Procurar relacionamentos em redes semelhantes a esse aplicativo, é querer tampar o sol com a peneira. É se relacionar na superfície que não admite aprofundamento. As pessoas não se veem, não se tocam, não sabem o histórico de vida e nem o que a intimidade revela na convivência... E se o contato físico acontece, é apenas por causa do apelo sexual, mas NUNCA afetivo. Pelo o que eu observo, nunca vi exemplo de algum relacionamento sério que nasceu do Tinder. Encarrego-me de questionar. 

Como meu ser é atemporal, nostálgico e pragmático, o único romantismo que me interessa é aquele que me conquista com o olhar, com os modos como se fala e o jeito como sorrir. São as expressões faciais que formam rugas discretas e você descobre sem querer, aquela pintinha tímida que só se revela na convivência. 

Não quero perder tempo em busca de algo tão ilusório quanto a aparência.

Para ser conquistada, o homem precisa me convidar a estar em seu universo, mergulhar em sua história, me embriagar com teu cheiro e me fascinar por sua mente. 

Belezas interioranas me atraem, quando despidas de máscaras...


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