Crises e a Existência [reflexão]



A tristeza pesa estes ombros, trazendo para eles um fardo que carrego desde nova. A existência nunca pareceu-me leve, mas sofrível, pesarosa, amarga. Talvez, as lutas fazem parte da vida humana e não sou a única privilegiada a enfrentar os obstáculos, inerente a condição daquele que escolhe viver no plano material e mundano. Desde cedo, sou ensinada a carregar o peso da responsabilidade e esta me ensina a franzir a testa e esconder o sorriso. Nas linhas do meu rosto, a seriedade é minha primeira imagem expressa ao mundo. Uma sustentação frágil de um ser interno que vive o contrário daquilo que aparenta: dualidades emocionais, contradições do ser e uma enorme insegurança que invade as paredes do meu mundo interno e as destroem pela fragilidade com quais são feitas. 

As crises externas deveriam ser um indicador que a mudança interna é urgente e necessária. Só que a coragem parece se esvair pelo ralo. O sofrimento perpetua-se pela falta de ação. A atitude é impedida por esperar-se a afirmativa alheia. Esperar com a certeza que obteremos o que nos é reservado por direito ou correr atrás, afirmando constantemente que a vitória só é recompensada através da luta e do próprio esforço? 

Espero que essas situações sejam passageiras e que, em algum dia do futuro, eu possa reler esse texto e rir daquilo que outrora fora motivos para me preocupar. Os ventos dizem: tudo passa. Mas até passar, tenho que estar preparada para viver os altos e baixos da existência, sem deixar-me abater... sem deixar de acreditar em mim, no universo, em Deus. 

Resta-me visualizar um futuro repleto de esperanças, pois só dessa forma, salvo o meu coração de se entregar as amarguras do passado e ao caos da vida presente.


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