Caos



Ele não sabe onde está errando. Mas eu sei onde estou errando. Erro toda vez que esqueço de mim para atender necessidades que não são minhas. É difícil continuar caminhando quando não se sabe ao certo para onde ir. Submersas em confusões, velhas conhecidas de meu ser, me vejo repetindo velhos erros, sem nunca ter aprendido a lição que cada desacerto embarga. Um hábito destrutivo.  Até quando isso tudo continuará acontecendo? Ao ruminar meu coração, fico estilhaçando-o em pequenos pedaços que se perdem toda vez que tento reconstruí-lo. Acho que perdi, esqueci esse pedaço ao camuflar a falta. Uma ausência que paira no olhar sem brilho e que está no rosto fadigado que acredita na impossibilidade ofertada pela descrença de si mesmo. 

Deixei em algum lugar a chave do meu coração e não consigo encontrá-la. Ou será que deixei em mãos erradas? A questão que tenho dificuldades para me entregar, não só o corpo, com minha alma. Fiz promessa à uma única pessoa de me entregar totalmente. Bloqueios surgem para me mostrar que as promessas tem que ser desfeitas. Contudo, meu lado racional não consegue ser mais forte que os meus ideais, meus sonhos, minha paixão, meu Amor. Seria mais fácil se conseguisse analisar tudo friamente, sem um pingo de emocionalidade, pois assim, não estaria tão vulnerável as armadilhas do sentimento.

É difícil encontrar uma razão para esses estados melancólicos que adentro sem perceber. O céu lá fora está estonteantemente azul, mas me encontro em um estado cinzento. O estômago embrulhado, o olhos nublados, a cabeça fervilhando em mil pensamentos por segundo, mas continuo parada, esperando. Esperando pelo o quê? A vida passa, mas continua-se esperando um milagre, uma absolvição ou algo que mude instantaneamente nosso estado. O que outrora fora  motivação, hoje, estar a ruir com as dúvidas e incertezas. Mas dizem, os mais positivistas que em toda destruição está o cerne da transformação. É preciso ruir velhas estruturas, pois elas não aguentam o peso do novo. É preciso destruir alicerces incapazes de suportar uma casa ao prenúncio de uma tempestade de inseguranças. 

Do caos algo novo estará à nascer.


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