19 de novembro de 2015

O INDIZÍVEL





Quem dera a vida fosse mais vivida que falada
Mas a dor de sentir, eleva o ser ao nada
Tentando e tentando ser capaz, o homem
Perde o momento do fluir, corre atrás
Do que passa
E tudo que passa
Já se foi um dia

Acorda, amor
Ontem tive um sonho
Mas no meio do riso sangrento do
Despertar
A aflição de perder-se
Uniu-se ao alívio
De não mais necessitar

A roda, a espada, a gira
Girando tudo na contramão
Entre o esperar e o sofrer
Decidi dissolver-te
E querendo sem mais poder
O querer já não existe
Como uma esfera enciumada
Se partiu em duas
E a mulher é assim
Pensada
Como algo que se tem
Não vem, não mais vem
A mulher é ser criadora
Gozosa de batom vermelho (ou roxo)
Querendo sim, ser livre de poder
E não mais esperar para ser
Mais uma na sua gaveta de lembranças
Depois de um ano não vindo...
Chama ladrão!
Só freira nos calos


Nenhum comentário:

Postar um comentário