Do seu pai...

 

Eu já não sei bem onde estou. Às vezes me olho no espelho e não reconheço quem está ali. Sombras e vozes me atormentam diariamente, minha memória escapa como areia entre os dedos. Ainda há algo em mim, que por alguma razão, ainda sente saudades daquilo que não vivi.

Eu sei, vivi muito, 79 anos. A velhice apodera-se desse corpo e sei que minha hora está chegando. Mas mesmo assim, sinto que deixei de viver muita coisa. Lembranças retornam como flashes borrados e cada flash, mostra-me um tempo distante e tão familiar, mas que ainda sim, quero esquecer por sentir muita vergonha.

Nasci em 1946, em uma terra que ainda não era nossa, embora fosse o que tínhamos. Filho de japoneses duros, trabalhadores, silenciosos. Cresci entre irmãos, no meio de obrigações e silêncios. Acho que aprendi cedo que "sentir" era um luxo que a gente não podia ter.

Quando me mandaram para o Japão, fui sozinho. Não sei se fui escolhido ou descartado. Mas fui. Lá, entre uma língua que não dominava e uma cultura que só conhecia superficialmente, me tornei metade de tudo: meio brasileiro, meio japonês.

Voltei para o Brasil, querendo fazer o certo. Casei-me com uma moça japonesa através de um casamento arranjado pelas nossas famílias e tivemos uma filha juntos, mas a verdade é que eu estava dividido demais por dentro para ser inteiro com alguém. Eu trai minha esposa muitas vezes. Fui egoísta. Andava com a amante nos mesmos lugares onde estava minha família. Hoje vejo que era como se eu gritasse: "Olhem para mim! Eu existo! Eu também quero ser amado!". Mas tudo o que consegui esses anos todos foi afastar as pessoas a minha volta.

Pedi dinheiro e prometi devolver, mas não consegui. Fui inconsequente. Por nunca ter aprendido a cuidar de mim, não soube cuidar dos outros. Não me via com tamanha responsabilidade. O desespero era tamanho que tive que fugir das pessoas, do casamento. Dessa vez fui para um estado distante da minha terra natal e lá conheci sua mãe. Ela era jovem demais, bonita, cheia de vida. Eu, com meus 41 anos, cheio de medos escondidos não a tratei como merecia. Fui ciumento, controlador. Fiz ela largar seu emprego. Dizia que era amor, mas no fundo sentia medo. E nessa fase caótica, nasceu seu irmão e em 1991, você apareceu. Tão pequena, tão minúscula, inocente e frágil. Não aguentei e precisei fugir novamente.

Duas semanas após seu nascimento, covardemente embarquei para o Japão deixando sua mãe sozinha com duas crianças inocentes. Ironia cruel, não? Voltei para o mesmo lugar de onde me senti perdido da primeira vez. Não sei o que fui procurar lá: dinheiro, poder, mulheres, liberdade? 

Passei anos vivendo como quem tenta esquecer o que viveu. 

Hoje, aqui dentro, tem um amontado de rostos, lugares e silêncios que já nem sei ligar entre si.

Mas tem uma coisa que dói:

Eu não vi você crescer. Eu não vi seus passos, seus aniversários, seus silêncios também.

Não fui o pai que você precisava.
Talvez, no fundo, nunca fui inteiro para ninguém, porque nunca soube quem eu era.

Se eu pudesse voltar, não sei se teria forças para fazer tudo diferente.

Mas hoje, ao menos, posso reconhecer:
Eu perdi mais do que ganhei.
Fugi mais do que fiquei.
E a maior ausência foi minha.

Me perdoe, filha.
Por não ter estado presente.
Por ter deixado você com perguntas demais.
Por ter sido um homem sem respostas.

Com tudo que me resta,
- Seu pai.

Memories

 

Fique presa ao tempo. Enquanto via você correndo, sem perder um minuto sequer, abraçando tudo aquilo que a vida estava lhe oferecendo; eu andava em círculos, afundada nos meus conflitos internos, olhando para minhas feridas emocionais sem saber como cuidaria delas.  

 

Eu era só uma menina com traumas de rejeição e abandono quando você segurou minha mão. Uma menina que nunca havia tido uma experiência real de afeto, carinho, atenção e que cresceu tendo que colocar as necessidades do outro em primeiro lugar. 

Tudo foi tão rápido para nós dois, terrivelmente bom e desastroso. Você fez parte da minha história. Eu fiz parte da sua história. Nós fizemos, ainda que um breve período, uma história bonita juntos e se olharmos com os olhos de agora, mais amadurecidos e calejados, veríamos que do início ao fim valeu a pena tudo. 

Quando algo não tem lugar reconhecido no sistema, ele continua buscando visibilidade e aqui está você diante a mim: pedindo para que eu o acolha, sem lutar, sem julgar, sem reprimir.

Hoje eu escolho olhar para aquele tempo com amor e compreensão.

Reconheço que foi uma parte importante da minha jornada, onde aprendi sobre o amor, a dor, a esperança e a minha própria força.

Agradeço pelas memórias que trouxeram ensinamentos e pelos sentimentos que mesmo confusos, fizeram parte do meu crescimento.

Eu acolho aquela versão de mim que viveu tudo isso, com todo o seu medo, sua intensidade e sua vulnerabilidade.

Agora, com o coração mais maduro e consciente, eu libero o passado com respeito e serenidade.

Deixo que as lembranças encontrem seu lugar no tempo e no espaço que lhes pertence: o lugar de aprendizado e não de prisão.

Sigo em paz... comigo mesma, aberta para o presente e para o futuro que construo com quem escolho hoje, com amor e coragem.

Assim é, assim está feito.

Psychological Luring and Stimuli-Processing

It must be understood the basis of fight-or-flight mechanism in order to understand properly how fear and aggressivity processing affect criminal dynamics. However it's important to place it out of moral simplification of "courage or cowardice" and in order to do so it's necessarily an evolutionary perspective.

Biologically it can be said that fight or flight means an initiated course of action before stimuli presented by interaction with other forms of life and environment conditions. Of course, the possibilities of how the course of action will manifest depends on structure and dynamics of life forms and the sources of stimuli. It can be oriented in maximizing processed stimuli, energy expending, intra and/or interspecies engagement, space navigation, sustaining course of action or the avoidance and the opposite of this. It also includes desensitization to very stimuli and non-responsive answers. Fight-or-flight mechanisms are (in a relative way) universal to forms of life in the sense that life forms respond to stimuli and produce them. How they respond vary, but it's a responsive mechanism indeed that involves genes, organism structure, environment, past and current influences of forms of life on the biospace.

Phylosofically, "courage or cowardice" can be relativized as well: Isn't avoiding counterproductive conflicts an act that requires courage? Isn't unrestrained use of power an act of cowardice? That said, it's benefitial to the public debate on those affected by predatory criminality, restraining in distributing easy judgements dehumanizing them as "martyrs" or "chosen sufferers of fate".

Review of stimuli processing, bioengineering and fight-or-flight mechanism

The first sense developed by life forms are understood as the precursor of touch: Bacterial biochemical sensing. It increased the attraction of bacteria towards nutrition and repulsion to toxins, greatly shaping their biological movement and amplifying genetic responsivity. It defined how bacterial life would interact with other organisms and distribute in biospace. This attraction/repulse mechanism would be integrated in the genesis of fight-or-flight mechanism, as this feedback enhanced responsivity before (better perceived) stimuli.

As the Tree of Life expanded in quantity and diversity, the generation of senses also meant complexity of responses, interactions, biospace navigation and occupation, nutritional efficiency and the deepening of natural selection. The more energy obtained and retained by this process also meant increased potentiality for organism complexity, requirements for pluricellular life and branching of Tree of Life. Also the complexity of stimuli and interactions among biospace and life forms laid the biological incentives for centralized brain devolopment which are very important to social animals. And so would be more complex fight-or-flight mechanisms (Not ignoring specificities of intensity, proximity and quality: All forms of life from ancient times to present time are virtually all connected, so any single Evolution is an extended Evolution of the very Tree of Life). 

Female mosquitos are mainly aroused by breathing markers, heat and body odors, also using vision to confirm targets. (It's important to stress that aromatic arousal is a consequence of the life diversity (and extinction catastrophe for many anaerobic life forms) brought by Oxygen Revolution. And as breathing and circulatory increased in complexity and diversity, their byproducts would become biomarkers to be decoded by sensorial Evolution in the many interactions among life forms, be it nutritious, spacial, informational [such as humans navigating on sea observing birds for land proximity insights], communicational, disruptive and/or coordinated interactive actions). When they're aroused by a target their course of action will be impacted by attraction/repulsion (fight-or-flight) mechanism. Sensing the target will lead them to approach it and confirm nutritional interest. However sensing their movimentation (by sensing visual, air flow and heat changings) would lead them to be away from the target, but not for much time, as they'll likely try another approach when hostile movimentation of the host appears to cease till meet nutritional expectatives. Meaning, fight-or-flight isn't always an "yes or no" mechanism, both attraction and repulsion coexist and influences course of action simulteaneously.

Leopard cat is a stealth and patient Hunter. It'll place strategically toward its target to deliver a finishing blow, instead of relying on repeated attacks and prolonged fighting. By relying on patient tracking and target studying it efficiently reduce energy spending and prolonged hunting stress. Also, they have enhanced motor control compared to other hunters counterparts to move with the minimum of noise, reducing sensorial arousal for fight-or-flight mechanism of its prey. This is also a shared evolutionary in cognitively advanced animals, the perception that not providing stimuli related to fight-or-flight of their targets, will hinder their course of action, meaning, perceiving that fight-or-flight mechanisms are shortcuts to decision-making and a decision-making process as well. So not only controlling sensorial processing is important: To control stimuli output determines interactive outcomes in nature.

However, in the same Felidae Family there's the "opposite" hunting strategy, Lion's. Lion often announces its presence and delivers many blows before the finishing one. So are they less strategic than Leopard cat, considering arousing fight-or-flight mechanism on their targets will make them harder to be captured, or is just different strategy? Lions hunting style leads to maximized stimuli processing, energy spendure and it's no less inteligent for it. A maximized stimuli and energy spendure hunting style means also maximized neuromuscular refinement towards strength, increased motivation in prolonged hunter-pray engagement and also morale boosting with their hunting peers. So stealth and solitary hunting and highly adrenalised and team hunting are more different directions in the Felidae tree than a "species mindset schism". This means, both minimizing stimuli output and and maximizing it for interactive outcomes in nature have advantages and disadvantages to be harvested on the biospace and to be sown in the coevolution potentialities of life forms relations.

Highly specialized sensory input can both lead to better spacial navigation and also maladaptation. Moths are known as cautionary tales for irresistible and dangerous attraction because they rely on light sensoring to biospace navigation and this led them particularly confused around fires and artificial light sources. But this also hinders that, despite this, they're great navigators of biospace that derives moon and stars orientation in an effective way that humans only became capable by dedicated learning. Through combination of aromatic arousal and light sensing navigation they find resting places and food sources effectively. Also, they are masters of camouflage and display ability to better position themselves and choose matching places to maximize the most of their camouflage features. Also they're able to detect bats echolocation and make countermeasures. This is to highlight that eficiency of fight-or-flight mechanisms aren't only a matter of sophistication gradation of a species. Even ancient and sophisticated species like moths can be drawn in "attraction traps" and have reduced repulsive mechanisms (that could result in a better balance than just exhaustion), due to the very sources of evolutionary sophistication which amplifies specific stimuli processing. In this sense, both sophistication and simplicity of organism structure have advantages and disadvantages related to natural selection and that's why evolution favors both limitations and expansions. (There are studies suggesting moths living in high-light polluted places have reduced light attraction. Also diurnal and crepuscular moths do experience reduced artificial-light and fire attraction).     

Wolves pack howling together is an developed geossocial processing. When they howl together they reinforce both emotional bonding and coordinated strategy. The very act of howling is neurologically arousing giving them a preparatory adrenalised energy boosting before the pack activity of hunting and exploration. And for territory is an interesting acoustic occupation of space, they not only announce their presence but the very specificity of stimuli reception of the howling amplifies it to receivers, be it from or out of the pack and other species. That results in increased attraction for those who feel belonging and repulsion for those out of the pack and preys. It seems counterintuitive why wolves wouldn't prefer stealth, however it's again a matter of direction and not lack of strategy. By reinforcing bonds and coordination the shared morale for hunting, exploring and territory competition increases. By inflicting repulsive mechanisms they dissuade others to be on their territory. The aroused prey countermeasures can be diminished by group efficiency. Wolves communication works for close (increasing neurological arousal) and long distances (incresed exchange of bioinformation) and which also means they are highly socially devoloped for both independency and cooperation. Lone wolves phenomena proves efficiency in deriving skills from the social exchanging period that enables an autonomy and also, deriving knowledge from the environment including the former and other packs. (Such is the impression wolves can cause that humans developed elaborated views on them. Wolf Dance of the Iñupiaq Eskimos not only involves mimiking their movements but also celebrating their spirit and is made in important cerimonies where spirituality, nature and community bonds are revered. Wolves also left a great mark on Nordic European spirituality: Warriors of Odin held Wolves as high fighting morale standards and are creatures understood to shape greatly the designs of natural and supernatural world).

Foxes are known for being strategic and agile. However when they're cornered by competitors and hunters, the related saying is proven right: They fight harder than expected leading to fierciful resistance till the end (even when they die is a disuasive impression left that benefits the species), stalemate and even victory by killing the attackers or making them run. They highlight that the fight-or-flight mechanism is in fact "fight-and-flight": The mechanism provides a energy boosting, adrenalised states that serve both fight and flight decisions. Also fight and flight aren't mutually exclusive, they're just different responsives of decisory mechanisms of the organisms. A form of life can start and attack and decide running later or begin a run to fight later. And fight and flight are different perspectives in the long run of a organism route in experience of life. In a way, it regulates interactive engagements intra and interspecies, energy retainment and spendure, bioinformation gathering and appliance and stimuli processing and emission, rather than just the simplicity of "courage" or "cowardice". 

Thescelosaurus Neglectus, once overlooked in paleontology (due to the widespread belief that level of predatory ostensive features is the main factor to evaluate organic efficiency in adaptation), proved itself to be a remarkably resilient dinosaur, thriving until the catastrophic end-Cretaceous extinction (Spinosaurus went extinct millions of years before this). This small yet sturdy herbivore exhibited impressive survival strategies, likely utilizing its hightened sense of smell, strong limbs, and potential burrowing behavior to navigate its environment effectively. Even its limited hearing capabilites was enough to detect its likely hunter T. Rex. Also it must be considered that having a heightened sense of smell and limited hearing abilities aren't natural contradiction. Excelling in heightening most of the senses can lead to heightened cognitive stress and sensorial overload. So having an excellent sense of smell and a limited hearing but efficient in detecting an outstanding hunter that lives in the same Habitat like T.Rex is a trait of good adaptation (sensory expansion or limitation need adequate stimuli processing to better adaptative gains - reducing and amplifying stimuli processing can both lead to success and failure in evolution - which justifies why forms of life developed ways to increase and decrease sensitization and the diversity to respond to it - also if they will specialize in one sense in disfavor of others or will they adapt to multifocal sensorial approach - sense adaptative gains are related to stimuli processing gains and vice-versa - Augusto Cury described the existence of Multifocal intelligence (A mind mechanism responsible for managing thoughts, emotions and memory leading to increased self-awareness, perspective expansion for decision making, mental resilience and well being). It could be derived not only from the development of senses but also the development of managing their feedback - So social animals with highly developed cognitive, communicative, energy management and complex emotions became able to possess multifocal intelligence, specially humans. However it's understood here that Dolphins are proven able to be understood as multifocally intelligent as well as their high cognitive and sensorial abilities works their diverse stimuli gathering in a unified generative stock of bioinformation which needs to work harmonically to match their great exploratory, hunting and socializing needs). Its name, meaning "neglected," hardly reflects its significance, it serves as a reminder that even the most unassuming creatures can leave an impressive mark on evolutionary history. (Great sense of smell matches with other burrowing counterparts like the mole. Possessing burrowing skills means having more options for shelter, reduced stress and yet ableness to observe the environment from a safe point. Also is a sensory filtering mechanism, useful for highly sensorial animals like Thescelosaurus Neglectus).

Bears are also misunderstood animals due to the agricultural shift (and then urban shift) that reduced the proximity of humans and bears. Bears were only seen by most of agricultural society as a problem, as the accumulated food could be targetted by them and thus, bears understanding reduced as only a thing to be kept away. Which led to the exaggerated view of bears as aggressive only and non-inteligent animals. A opinion which wasn't shared by hunting humans, be them the forebears of agricultural humans or remaining hunting groups. Hunting (it must be stressed that animal killing entertainment isn't considered the same thing as hunting which in human story has depths of meaning, socializing and surviving) requires tool management, team work and dedicated learning. So through hunting (also a spiritual experience) humans developed technology, knowledge, social bondings, symbols, beliefs and their very civilization so it was common that humans revered animals they encountered and hunted in nature explorations. According to Marie Cachet and Varg Vikernes Neanderthals recognized bears as symbols of wisdom, strength and survival skills and hold them in special spiritual appreciation, which means bears were carefully studied by them and the generated learning impacted how they lived, believed and survived. Bears are also cave dwellers, very curious and social aware animals which also meant that Neanderthals could have some sense of commonality with them, knowing how to interact with them for friendly, neutral and confrontative purposes, as they virtually coexisted on the same biospace. Bears are highly intelligent mammals, they memorize long-term information about resource gathering and environment, understand the basics of tool manipulation, know how to read and judge other social animals (specially in humans case, they also can range from seeing humans as threats but also as intimate companions like bonds developed with researchers and animal care-givers in sanctuaries). High developed cognition also means complexity of nutritional needs and they are less carnivorous than commom assumption, they're ominivorous eating a good amount of vegetal sources of food (which adds that they also have intuitive knowledge of plants, even to the point of displaying zoopharmacognosy behavior, implying a good deal of body awareness, cognition, intuition, memory and biospace exploring). When they hibernate is not a test of vegetative maintenance capabilities only, but also an intelligence test for retaining bioinformation and abilities to be exercised after wakening without a significant time without practice. They have neuromuscular and complex cognitive refinement potentialities which explain intensive time with parental training with mother bears. Even when they're fed, they spend time in gazing-like behavior near and even in the rivers. Which means that they process environment stimuli in a complex way, to draw arousal or relaxation, like humans do. Also prolonged hibernation highlights how hormonal evolution leads to increased anatomical complexity and maintenance. A severe period of hibernation would cause great muscle loss but that doesn't happen in bears who retain most of their strength, suffering only a level of decreased speed and coordination after wakening. As it's understood, hormonal influence keeps neuromuscular balance as it preserves strength and memory as well, revealing how bioinformation integrated into metabolism leads to better protein retainment (bears level of growth hormone remains elevated and cortisol levels are significantly lowered, a management that favors muscles integrity and less protein breakdown), cells arrangement and coordination which are imperative for the task of dealing with toxins management, muscle preservation, immunological and heat stability and neurological adaptability.

Bears highlights that Evolution isn't about dramatic changes in anatomic output, but the "nano" aspect of evolution, like the metabolic and hormonal management which are the basis of Bears remarkable strength. It must be stressed that in the chemical world forms aren't just random variations, evolution isn't creation out of randomness: The shape of elements and molecules influences Earth's evolution by determining how minerals form and how gases interact in the atmosphere. Crystal structures shape rocks, molecular properties affect volcanic activity, and gas interactions influence climate. From microscopic bonds to massive geological shifts, shape plays a key role in modelling our planet. How molecules and elements are structured will determine their interactive dynamics and role in nature. Design is vital*. This leads to the geological work precursor to life. With that said it can be better understood both the nano and macro aspect of the biospace and forms of life. Molecular evolution for instance is a driving force behind biochemical complexity, shaping key metabolic processes and signaling mechanisms. The Krebs cycle, central to cellular respiration, evolved as an efficient energy-generating pathway, producing ATP and precursor molecules that contribute to neurotransmitter synthesis, such as glutamate and GABA (the most widespread neutransmitters among forms of life for excitatory and inhibitory functions. However it must be stressed that even excitatory and inhibitory functions are relative: In specific retinal cells, glutamate actually slows down signal transmission, helping refine visual processing and GABA in newborn brains boosts activity instead of calming it, helping neurons grow and connect properly, so before being inhibitory or excitatory they are regulatory. This shows that neurotransmitters function isn't solely a matter of "biochemical destiny", but the result of how biospace features and interactions shape it. This is valid for protein as well and even for the more mobile genetic elements, although they can be storaged and transported they are influenced by epigenic regulations. It can be said that virus are mobile genetic elements and they could be potentially origined from their functional counterparts. Which is probable since they're as ancient as the first forms of life and interacted with Archae). Protein structures have adapted for specific functions in the many biospace and features and greatly contributed for the Tree of Life complexity, protein shape is an underappreciated engine in evolution and play a great role in genetic expression. They could have existed before the forming of genetic material in evolutionary timeline and may have played a role as early catalysts which could added to the geological evolution that facilitated the rise of genetic structures and DNA life. Viral proteins, often exhibit structural mimicry to evade immune recognition. The shape of a protein dictates its biochemical interactions, making structural evolution a critical factor in immune evasion and cellular communication (the very differential basis of cancer cells and health cells are protein shape and that's the fact the makes their behavior and interaction so dramatically different. Also it's no surprise the existence of oncogenic virus since they deform protein structures which leads to increased risk of cancer). Protein shape is source of bioinformation not only DNA. And given that both are dynamic, independent and depending on each other, they are evolutionary engines that greatly developed bioinformation, biostructures and biodynamics of the Tree of Life. Also, oxytocin, derived from vasopressin, allowed an expanded role in social bonding and societary processing. This evolutionary adaptation reinforces the importance of biosignaling in cooperative behaviors, strengthening survival strategies in social species.

*(Evolution isn’t merely a process of genetic trial and error — it’s the refinement of structure, function, and biochemical precision within biological and geological systems. The strength of bears isn’t just about muscle fibers — it’s the intricate interplay of hormonal regulation, metabolic efficiency, and cellular adaptation. Similarly, the Tree of Life wasn’t built solely by DNA sequences, but by proteins shaping function, stability, and complexity through molecular interactions.  Even the geological evolution of Earth reflects this principle. Crystals, minerals, and gas molecules don’t just exist; their structural properties dictate their role in planetary dynamics — whether shaping tectonic forces or guiding atmospheric transformations. From the depths of biochemical networks to the grandeur of Earth's shifting landscapes, shape and form dictate purpose, interaction, and emergent complexity. Rather than viewing evolution as randomness sculpted by selection, this perspective embraces the structured emergence of function — design woven into the very molecules that form life and planet alike. The conversation about bioinformation needs to expand beyond genetic code; it’s in the proteins, the minerals, the molecular architectures that shape reality itself).

The fight-or-flight mechanism and stimuli processing are in a (relative) way the universal language of organisms. Fight-or-flight generated actions produce stimuli that are processed by each organism specific capabilities and this very processing can lead to activation of fight-or-flight mechanism. Biospace conditions, genetic engeneering, organism structure, energetic economy of the forms of life are interactive, dynamic and related processes and so is the expression of the biological work resulted (which is then refined by selection and adaptation). (It must be stressed that centralised brain isn't the only way stimuli are processed into information and thus into potentiality of course of action - Genetics and organic structures are stimuli processing and information generators even without centralised brain - centralised brain is another layer of stimuli processing and information gathering by biological entities. Chemical signaling, electrical impulses and mechanical feedback are ways that organisms without centralised brain deal with the interactive needs. And centralised brain is structural refinement in evolution that resulted in an organ that will work on the same mentioned base: Chemical signaling, electrical impulses and mechanical feedback. A centralised brain is no stranger to stimuli processing and bioinformation systems: It's a convergence. This fact makes the cognitive evolution of human species less a surprising event but no less admirable in how sophistication in nature have "simple" factors as its engine.) Fight-or-flight mechanism and stimuli processing shape the rhythm and depth of interactions, forming a dynamic network of bioresponses that extend individual survival into collective adaptation. The encoding of threat, urgency, and safety within neural circuits influences the flow of information between individuals, crafting an language where biochemical signals and their expression regulate decisions, alliances, and social placements. As perception refines reactions, organisms synchronize with the demands of their environment, tayloring communication systems built upon reflex, interpretation, and instinctual resonance. Over time, this interplay weaves a structural pattern of interconnected behaviors, shaping the balance between cooperation and conflict, responsiveness and resilience, in the unfolding landscape of evolutionary strategy. Through this process, social animals learned a specific way to cognitively, metabolically and interactively communicate, intra and interspecies. By playfulness they make a combined mental and physical exercise, social bonding and placement, neurological and metabolical stimulation that will enhance coordinative efforts such as better exploring, hunting and socializing. Also they learned how to use stealth and/or ostensive presence, influencing the outcomes of attraction/repulsion responses within themselves and other species. When social animals want to influence others decision they use neurological arousal (activating fight-or-flight mechanisms) mechanisms such as Wolf howling. Domestic animals get closer to their familiars humans in order to influence them for food, interaction and exploration and also show excited behavior to attract them near. Vampire bats emit high-frequency sounds to ask for stocked food from trusted partners when they don't succeed in hunting. Establishing bonds and increased shared survivability is a proven pattern in Vampire bats (contrary to the common assumption, Vampire bats only suck the ammount of blood they need, they don't have "an incresed bloodlust" like Candiru fish). Humans with their specific language (which leads to increased virtual plasticity to be processed by the brain - allowing abstract and "out-of-box' thought) also uses increased stressing stimuli (provoking) and also relaxing tone to influence the decisory process of the ones they address. From this social engineering social animals developed specific self-and-alter awareness and features and humans specially developed specific mind configurations and personalities from which the mental health (within their functions, dysfunctions, convergences and divergences interplay) developed and greatly influenced human capabilities, adaptations and challenges in human species evolutionary timeline. It's not that mental configurations and personality structuring are inherently diseases or ideal, however they regulate stimuli processing and emission, communication, energy management, motor excitation or containment, sexual-affective dynamics, behavior and cognition, which will influence interactive outcomes and internalization processes (alter and self) and thus affecting health.

Psychological Luring and Hostility

One of the pressures many survivors of predatory crimes and even for those bearing the memory of their deceased loved ones are related to "preventive counseling after predatory crime consumation". In no way pointing this is designed to discourage after-crime analysis, but to point counterproductive approaches to survivals and their supportive network that can overburden their suffering. Also it has to be reminded unfortunatelly that many survivals aren't in decisory positions of countercrime policies of society. They play their part on influencing countercriminal measures like any other citizens. And better countercriminal measures require the solidarity of those affected and those not directly affected. This meaning the totality of society. 

That said, openly hostile predatory crime methodically or impulsively can lead to sensory/neurological overload and even overlap on survivors, impacting decisory processess. Counterintuitively, it can lead to desentization as well. And also, many predators can retain social camouflage and fluency to others while doing abuse, harm and deceit to their targets. This can generate vicious cycle where criminal continuation expectation of predators are maintained and increased, while survivors hope are diminished (including going to the process of mental reduction to hopelessness and to the sources of suffering, affecting even personality).

Openly hostile luring isn't so distinguishable as it seems. Many predatory behaviors can be camouflaged as similar to socially accepted ones, like provocative, confident and critic. It also can be disguised as protective behavior like highly aroused warning designed to warn about threats, social games and aggreements violations as observed in parental dynamics. It's no surprise that Predators that psychological and geographically removes survivors out of their supportive geossocial area, pretend methodically or impulsively to be their protectors, when in fact what they're trying to protect is their scheme of abuse, harm and deceit. In the evolutionary perspective, there's no literal "Stockholm Syndrome", but accumulated impact on decisory process, reduction of support and mental reduction to the sources of pain and health decline, leading to profound difficulties of healthy societary, self and alter processing.  

Constant overload of terror stimuli not also affect decisory process but also personality and mental health. This overload can increase internalizations of self and/or alter perceived ideations against life expectancy and valuation. Processing overload of detrimental stimuli (including excess and deprivation) can deeply affects not only mental but also physical health. That's why psychological torture and physical torture are both threats to mental health and physical health, increasing infliction and scalation of physical and mental ilness. So the after effects of torture and schemes of harm, abuse and deceit can persist even when survivors are namely free: Effective freedom is a combination of ceasing the sources of suffering and opportunities for healing.

Survivors and predators sometimes can be in an assymetric war. Survivors are put to an extreme and still be pressured in holding counterproductive expectations, like not using strategy to defend themselves (the expectation of "martyr suffering"), obligation to meet unrealistic "victim profile" to access help and solidarity and performative expectations of explaining their situation when prolonged stress, health decline and psychological and/or geographical displacement impact their communicational skills (asking help isn't always automatic - it needs nurture). Meanwhile predators preserve their predatory schemes with silencing, deceit and even incentives from willingly and non-intentional support.

Exausted survivors with high levels of anxiety, depression and confusion can appear as "complicated persons" and predators as trustworthy. However, the opposite can happen as well, survivors using social camouflage for their suffering appearing as trustworthy (so signalling there's no problem) and predators signalling as anxious, depressed and confused (It doesn't mean predators aren't mentally impacted by their schemes, however their source of suffering is more related to the fear of being contained or discovered than to a legitimate personal struggle).

AI can be leveraged in Hostile Psychological Luring through data-driven manipulation, algorithmic persuasion, and behavioral conditioning, amplifying predatory tactics at scale. By analyzing personal patterns, emotional triggers, and cognitive vulnerabilities, AI predatory designs can generate adaptive messaging, deepfake interactions, or predictive influence models to exploit trust and decision under psychological pressure. Predators using AI may simulate personal responsivity, manufacture credibility, or strategically overwhelm survivors with tailored stimuli, reinforcing control while disguising coercion as rational guidance or emotional dependence. Additionally, AI-assisted misinformation, social validation loops, and adaptive engagement mechanisms can make hostile manipulation more resilient, ensuring continued influence even when survivors attempt disengagement, because AI Psychological Luring leaves Psychological consequences which doesn't fade away in immediate disengagement, meaning, a level of lurability to deceit and stress persists which is exploited when predators use measures to keep engagement going even when the targets start perceiving something wrong. Complete disagagement from predators require proper help to identify and denounce their schemes and also Psychological rehabilitation for survivors. Data gathering and processing by AI in control of predators can greatly amplify the reception of threats and deceits by their targets, which can lead to greater geographical and psychological displacement, resources draining and increased sense of hopelessness (as the perception of predatory reach on the survivors can surpass their perception of reaching for help).

Psychological luring, in its deceptive and hostile forms, operates through manipulation, cognitive overwhelm, and social engineering, exploiting vulnerabilities to sustain control and suppress autonomy for predatory goals. Survivors face underestimated barriers to reach help and healing resources, while predators adapt their strategies to maintain influence: Including leveraging AI-driven behavioral conditioning, misinformation, and re-engagement tactics. To counteract this, society must restructure its approach to incorporate broad psychological understanding for the complex consequences of predatory impact on Society and on survivors, ensuring proper knowledge on manipulation tactics and effects, psychological rehabilitation and continuously updated intervention measures. Strengthening sound communication, trauma-informed aid, and responsible AI management is key to disrupting predatory systems while empowering survivors to rebuild their health and their agency. Social frameworks must prioritize prevention, early detection, and support structures that eliminate false expectations on survivors due to insuficient crime understanding and instead foster effective recovery strategies that restore well-being, trust and solidarity at both individual and collective levels.

De rêves électriques

Des tours sans communication

Surgissent les fils et les filles de la révolution du destin

Ils habitent les jardins du désenchantement
Ils héritent de la décadence
Ils vivent et respirent le néon
Depuis d'innombrables années

Se déplaçant dans la ville comme sur un échiquier
"Ne vous inquiétez pas ! Ce n'est pas une compétition"
Perdre est inéluctable
Les rois et les reines chantent pour les âmes en quête du Paradis
Cachés par la guerre éternelle

Du néant nous avons été créés
Pour le néant nous sommes faits
Pour le néant nous créons
"Ne vous inquiétez pas ! Ce n'est pas une compétition…"

Solutions et idées nouvelles
Transformés en éternité
Le désespoir oubliera son nom
Pour la cause de l'équilibre

Les prophéties sont des distractions conçues pour accomplir les desseins du destin
Ne rêvez plus
Ce n'était qu'une autre porte fermée
Il y en aura plus

Écoutez la mélodie
Alors que cette vie devient une autre
Écoutez temps
Cette marche va atteindre le Divin

Quando Falar Dói e Calar Também...

Se eu já falava baixo, imagina agora, que estou sem voz nenhuma. Tem 5 dias que minha voz sumiu depois que peguei uma gripe forte. Pois é, essa gripe que tem pegado geral em Betim (MG), me pegou também. Começou com um simples sinal de irritação na garganta, tosse seca, congestão nasal... e já fui me automedicando desde os primeiros sintomas. Não que eu seja a doida da automedicação — talvez só um pouquinho, rs. Mas tive que ir ao médico pra entrar com antibiótico e corticoide, porque o que eu já estava tomando não estava dando conta do avanço do vírus no meu corpo. E minhas cordas vocais foram afetadas, tadinhas.

Mesmo assim, tive que trabalhar. E como sou vendedora, fico o tempo todo me comunicando com os clientes. Quarta, quinta e sexta foram o suficiente pra minha voz sumir de vez, de tanto forçá-la no atendimento. Acho que é a primeira vez que lembro de ter ficado afônica desse jeito.

Perder a voz me fez relembrar como cada partezinha do nosso corpo é importante. Acha exagero? Experimenta cortar só a pontinha do dedo e vai lavar a mão depois. Toda vez que você encostar em algo até cicatrizar, vai lembrar o quanto esse “membro” aparentemente pequeno faz falta quando não está inteiro.

E eu, essa semana toda, sem poder me comunicar direito… Esforcei tanto pra minha voz sair, que em certo momento até esqueci como é o som dela, de verdade. Será que você ainda lembra? Será que se eu disser algo, mesmo que minha voz não saia por inteiro, você conseguiria me ouvir?

Esse silêncio forçado, esse recolhimento das palavras, me fez pensar também sobre o que tenho falado ultimamente. Sobre como tenho usado minha voz. Lembrei das vezes em que usei palavras pra comentar a vida alheia de forma meio torta, com julgamentos que nem sempre fazem sentido. E das vezes que eu devia ter falado… e me calei. E depois fiquei dias ensaiando diálogos inteiros na cabeça, como se isso fosse resolver o que ficou preso na garganta.

Engraçado como o corpo dá um jeito de falar por nós quando a gente insiste em engolir o que precisa ser dito. Talvez perder a voz tenha sido só o jeito dele de me lembrar: ouvir é importante, sim — mas dizer o que importa, na hora certa, também é.

Sou do tamanho do que vejo (Fernando Pessoa)

 

Releio passivamente, recebendo o que sinto como uma inspiração e um livramento, aquelas frases simples de Caeiro, na referência natural do que resulta do pequeno tamanho da sua aldeia. Dali, ele diz, porque é pequena, pode ver-se mais do mundo do que da cidade; e por isso a aldeia é maior que a cidade...

"Porque eu sou do tamanho do que vejo e não do tamanho da minha altura."

Frases como estas, que parecem crescer sem vontade que as houvesse dito, limpam-se de toda a metafísica que espontaneamente acrescento à vida. Depois de as ler, chego à minha janela sobre a rua estreita, olho o grande céu e os muitos astros, e sou livre com um esplendor alado cuja vibração me estremece no corpo todo. 

"Sou do tamanho do que vejo!" Cada vez que penso esta frase com toda a atenção dos meus nervos, ela me parece mais destinada a reconstruir consteladamente o universo. "Sou do tamanho do que vejo!" Que grande posse mental vai desde o poço das emoções profundas até às altas estrelas que se refletem nele, e, assim, em certo modo, ali estão.

E já agora, consciente de saber ver, olho a vasta metafísica objetiva dos céus todos com uma segurança que me dá vontade de morrer cantando. "Sou do tamanho do que vejo!" E o vago luar, inteiramente meu, começa a estragar de vago o azul meio-negro do horizonte.

Tenho vontade de erguer os braços e gritar coisas de uma selvajaria ignorada, de dizer palavras aos mistérios altos, de afirmar uma nova personalidade larga aos grandes espaços da matéria vazia.

Mas recolho-me e abrando. "Sou do tamanho do que vejo!" 

E a frase fica-me sendo a alma inteira, encosto a ela todas as emoções que sinto, e sobre mim, por dentro, como sobre a cidade por fora, cai a paz indecifrável do luar duro que começa largo com o anoitecer...

- Fernando Pessoa no livro do Desassossego

Nunca compre um lado da história se você só ouviu uma parte dela...

 

Nunca julgue alguém apenas pelo relato de outra pessoa. Desabafos têm o poder de nos arrastar para dentro de narrativas que não nos pertencem — principalmente quando se tem um coração mole demais como o meu. Quem conta uma história pode até não mentir, mas sua visão é sempre atravessada pela própria emoção. E emoção demais, às vezes, distorce a realidade. A verdade vira fumaça.

E cá estou eu, mergulhada em uma história que não é minha. Só que, agora, qualquer passo em falso pode me custar caro.

Quando foi que me enrolei nisso tudo? Foi quando decidi ficar do seu lado enquanto o mundo virava as costas? Foi quando fechei os olhos para não ver seus erros, tentando acreditar que, no fundo, você era só alguém mal compreendida — e não egoísta ao extremo?

Agora, você quer me arrastar para a forca. Quer me ver sem saída, encurralada, até cairmos juntas num buraco sem volta.

Naquele dia, quando me fez aquele convite, você sequer pensou em mim. Não se colocou no meu lugar, não percebeu que aquilo poderia me comprometer, me colocar numa situação delicada, questionar o meu caráter. Ou percebeu, e mesmo assim foi em frente? Foi um teste? Uma armadilha disfarçada de lealdade? Uma lealdade que, convenhamos, eu nunca te devia por completo.

E ainda assim, fui gentil ao recusar.

Poxa... tente, ao menos uma vez, se colocar no meu lugar, se colocar no lugar de uma pessoa.

Como espera que eu testemunhe contra um lugar onde nunca fui ferida?

Como quer que eu me volte contra pessoas com quem convivo bem?

Essa história não é minha. Os seus inimigos não são meus — porque eu enxergo o mundo de outra forma.

Quando fecho os olhos, sabe o que me vem à mente?

Você. Se consumindo numa obsessão doentia por estar no topo. Sempre a melhor, sempre vendendo mais — não importava o preço, nem quem precisasse atropelar no caminho.

Essa é a lembrança que ficou.

Alguém que colecionou desavenças...

Alguém que nunca soube conviver.

Alguém que adoeceu porque não tinha limites.

Alguém que preferiu colocar a culpa nos outros do que assumir a responsabilidade pelos próprios atos.

E agora, depois de tudo, só me resta aceitar: você fez suas escolhas — e eu fiz as minhas.

Não vou carregar uma culpa que não é minha, nem me afundar em batalhas que não me pertencem.

Me retiro da sua guerra com a consciência limpa e o coração em paz.

Porque a lealdade que você exige… nunca foi recíproca.

The New World Order

After tears and anger

A new peace is coming to the world

Tears and anger will survive 

Tears and anger will prevail

And will kick this new peace out once again

Heroes of the New Era! Arise!

All nations are cards

Of a game with no rules

All persons are data

Of a library without knowledge

And yet some say "Humanity"

Confirming that words made obsolete

Become ornament for speeches that want to hear a yes

And yes

all this mess is now our home

It has happened

There's no turning back

We should have gotten out

We didn't

We've learned nothing or something like that so far

We're just humans

Tomorrow may be different but it will pay for we did last night

What we did last night?

No matter...

It's ok

Now...

We're here to stay

Silêncios, lágrimas e a vontade de mudar de vida

 

As lágrimas escorreram pelo meu rosto antes mesmo que eu encontrasse palavras para explicar o porquê. Sempre foi assim comigo: emotiva, sensível, fácil de chorar. E, quando perguntam “por que você está chorando?”, a resposta muitas vezes é o silêncio. Não por falta de vontade de explicar, mas por não saber como. É um sentimento que simplesmente transborda. Não sei se isso tem a ver com o fato de eu ser autista, sinceramente... não sei. Só sei que ontem foi mais um desses dias: silencioso por fora, caótico por dentro.

Trabalhar com atendimento ao público tem dessas coisas. Aliás, acredito que toda empresa que lida diretamente com pessoas deveria oferecer apoio psicológico aos funcionários. Lidar com gente todos os dias exige muito mais do que técnica — exige paciência, empatia e um autocontrole que nem sempre a gente tem. Só quem vive isso na pele entende como é desgastante enfrentar clientes grosseiros, lidar com conflitos internos da equipe, resolver problemas que parecem não ter fim. Ontem, minha crise teve tudo a ver com isso.

Já são mais de 18 anos no comércio. Uma vida inteira atendendo os mais diversos tipos de pessoas, enfrentando os dramas da loja, ouvindo músicas que não me agradam, porque "é o que o povo gosta". O cliente quer agilidade, quer desconto, quer tudo ao mesmo tempo. E, sim, tenho notado que a clientela está mais impaciente do que nunca. Não sei se tem influência do governo atual, mas é nítido que o comportamento mudou. Durante a pandemia, no governo anterior, mesmo com todo o caos, não via tanta gente pedindo desconto como agora.

E esse cansaço que eu sinto não é só meu. Hoje mesmo, uma jovem de 32 anos, subgerente de uma loja de roupas, me contou, com a pressão arterial nas alturas, que está à beira de um colapso. Trabalha mais de 12 horas por dia, sem direito a almoço, administrando os próprios conflitos e os da equipe. Ela chorou, e eu confessei que me sentia igual. Exausta. Porque é mesmo muito difícil lidar com pessoas o tempo todo. Acho que meu surto tem tudo a ver com isso.

Cheguei em casa e desabei. Chorei muito. E quem me segura nesses momentos é meu marido — o único que consegue ouvir meus lamentos, me aconselhar e me acolher de verdade. A origem do surto era clara: cansaço mental e a frustração por mais uma expectativa que não se concretizou — mudar de área.

Quero deixar o atendimento ao público para trás e migrar para a tecnologia. Essa vontade surgiu um pouco antes da pandemia, quando eu ainda trabalhava em uma loja de festas no centro de Betim. Me planejei para fazer um tecnólogo e, assim que terminasse, procurar um emprego na área. Mas aí veio a pandemia, e com ela o ensino remoto. Me formei no EAD, sem nunca ter vivenciado a prática. Depois, entrei em uma farmácia, onde não tinha nenhuma experiência, achando que seria algo temporário até conseguir uma oportunidade na área. Quatro anos se passaram.

Voltei à faculdade, agora buscando um bacharelado, com a esperança de ampliar meu networking e conhecer professores e colegas que pudessem me inspirar. Mas a entrada no mercado de TI é árdua. Vejo colegas prestes a se formar que ainda não conseguiram sequer um estágio. Eu mesma já bati em tantas portas... e elas continuam fechadas. Tive momentos em que pensei em desistir. É difícil continuar tentando quando tudo o que você recebe em troca é silêncio.

Ontem, depois de chorar e tentar me recompor, fui para a faculdade achando que já estava melhor. Mas bastou sentar no canto da sala para as lágrimas voltarem. Eu estava completamente sem controle emocional. Chorei e, felizmente, recebi apoio de alguns colegas. Eles me incentivaram a seguir, a não desistir. Ainda assim, eu estava destruída. Saí da sala chorando e encontrei meu professor no corredor. Ele, que geralmente é brincalhão e fala mil coisas ao mesmo tempo, me olhou com seriedade e disse algo que me tocou profundamente: que realmente é difícil entrar na área, que ele mesmo só conseguiu emprego um ano depois de se formar na PUC. Foi um pequeno alívio ouvir isso. Um sopro de esperança. Mas, mesmo assim, fui embora chorando naquela noite silenciosa e caótica.

Acho que assustei algumas pessoas no caminho. Gente curiosa, né? Nunca viu alguém chorando, uai?

Hoje, mesmo sem conseguir enxergar um futuro sólido, agarro-me a uma única certeza: quero mudar de área. Quero uma nova profissão. Ainda que eu duvide do meu potencial às vezes, acredito que, se me ensinarem direitinho, sou capaz de fazer um bom trabalho. Pode não ser brilhante ou genial, mas será feito com empenho, com dedicação. E se sou assim num trabalho que já não me motiva, imagina o que posso fazer num lugar onde me sinta valorizada?

O que eu sonho? Um bom salário, escala 5x2, vale-alimentação, vale-refeição (por que não os dois?), gympass e, quem sabe, meu tão sonhado vale-cultura — só para comprar meus livros.

Sei que problemas vão existir em qualquer ambiente. Não espero um lugar perfeito. Mas quem já passou 18 anos trabalhando com salário mínimo, escala 6x1 e salário comissionado sabe que qualquer melhora já é um alívio.

Ah, e a carta do tarot que tirei hoje disse:

"Fracasse e aprenda com a derrota. Nenhum esforço é em vão. Apesar dos seus planos estarem bem delineados, imprevistos acontecem. Siga adiante. Você vai alcançar o êxito, mesmo que não seja agora."

É isso, somente isso.

O silêncio de amar...

 

Captei algo no ar. Uma onda de sentimentos que por tanto tempo permaneceram sem palavras me atingiu em cheio, e, por um instante, tudo fez sentido. O amor sempre esteve ali. Sempre. Invisível aos olhos distraídos, sufocado pelo medo, escondido atrás da indiferença. Mas nunca deixou de existir.

Céus, como as pessoas podem ser tão complicadas? Para alguns, é um desafio imenso comunicar-se com o coração, despir-se do orgulho e dizer, sem reservas, o quanto se ama alguém.

Eu vi amor naqueles olhos. E vi também remorso. Vi desejo, mas também medo. Vi sentimentos sufocados pelo tempo, pela pressa, pelo esquecimento. Eles apenas deixaram de olhar um para o outro com a alma, de enxergar no outro o reflexo do próprio coração.

Muitas vezes, seguimos anestesiados, sem perceber a importância real das pessoas em nossas vidas. Só percebemos o valor de algo quando não o temos mais ao alcance das mãos.

Mas será que o amor precisa estar sempre ao alcance para existir? Será que sua força depende da presença, do toque, da certeza? Talvez o amor verdadeiro não resida na posse, mas na liberdade. No espaço entre dois seres que, apesar da distância, seguem ligados por algo maior do que o tempo e o espaço.

Talvez o amor não seja sobre permanecer, mas sobre reconhecer. Sobre sentir, ainda que em silêncio, que nunca estivemos realmente sós.

Aceitar, Aprender, Seguir

O destino se desenha nas linhas invisíveis da existência com seu inigualável charme, convidando-me a dançar ao ritmo dos seus mistérios. Quase não consigo acompanhar seus passos, quase me esqueço do acaso e das coincidências. Um sorriso amarelo, um olhar cansado, uma roda de conversa vazia, um dia de chuva com o sol ardendo no céu—o destino está ali, sempre à espreita, aguardando a imprevisibilidade do momento, aquele breve instante em que não estou mais no controle.

Talvez algumas situações sejam predestinadas, traçadas pelo espírito para cumprir um propósito maior. Nem sempre cabe a mim compreender os porquês, nem tudo se revela à luz da razão. Mas posso aceitar o mistério e absorver as lições que a vida, incansável, se propõe a ensinar.

E assim, sigo em frente, dançando com o desconhecido, permitindo que o destino desenhe seus traços sobre minha pele. Nem tudo precisa de explicação—algumas respostas estão escritas no silêncio, no intervalo entre um passo e outro.

Abraço a incerteza, entrego-me ao fluxo da vida. O controle escapa, mas a liberdade me encontra.

E, no fim, talvez seja isso: confiar que, mesmo sem compreender, estou exatamente onde deveria estar.

Oração da Serenidade

"Deus, concedei-me a serenidade para aceitar as coisas que não posso modificar, coragem para mudar as que posso e sabedoria para perceber a diferença".

Entre Sonhos e Esquecimentos

 

O tempo escorre por entre meus dedos, levando você junto, como areia fina deslizando sem resistência. Sinto sua presença se dissipar dos espaços que cuidadosamente construí dentro de mim, deixando apenas o eco do vazio. Um vento suave atravessa a janela do nosso quarto, sussurrando palavras indecifráveis, trazendo consigo o fantasma de um cheiro familiar—memória de uma época em que éramos jovens, inocentes, transbordando sonhos e desejos.

Mas o tempo, implacável, desgastou nossos anseios, esmagou sentimentos, sepultou esperanças. Vi você me enterrar sob a dureza das suas palavras, enquanto meu coração, em um último ato de resistência, guardava uma versão idealizada sua. Lá ela permaneceu, oculta na penumbra do meu subconsciente. De tempos em tempos, sua sombra ressurge nesse mundo onírico, e por um instante, quase acredito que ainda há um fio invisível nos ligando.

Mas preciso soltar o que já não existe para que o novo encontre espaço. O que não pulsa mais deve morrer. Não há mais razão para lutar ou sofrer. Entre tantos que querem certezas, escolho abrir mão da necessidade de estar certa.

E assim, posso renascer em outro lugar.

 

Eu já não pertenço a esse lugar

 

A cada dia que passa, a verdade se revela com mais nitidez: eu não pertenço a este lugar. Minha alma, em sua infinita busca por liberdade, recusa-se a permanecer acorrentada – à sombra do passado, às dúvidas que me assombram, à presença que já não me acolhe. Há coisas que, por mais que tentemos reconstruir, jamais voltam a ser como antes. O vidro quebrado pode até ser colado, mas jamais recuperará sua forma original. Assim também sou eu. Assim também é esse ciclo que chegou ao fim.

Mas quando tudo começou a ruir? Em que momento esse abrigo, que um dia me pareceu seguro, tornou-se uma prisão sufocante? Talvez nunca tenha sido um lar verdadeiro, apenas um cenário temporário, uma ilusão de pertencimento. E agora, enquanto os escombros desse mundo desabam ao meu redor, sei que preciso partir. Mas partir para onde? O desconhecido assusta, e dar um salto sem garantias parece loucura... Mas e se for exatamente essa loucura que me falta? E se for nesse salto de fé que reside minha libertação?

Fecho os olhos e peço a Deus que me mostre o caminho. 

Que a porta se feche para sempre, sem espaço para arrependimentos, sem margens para retrocessos.

Será que além desses destroços... hei de encontrar um lugar onde minha alma possa florescer com toda sua plenitude?

Seu armazenamento está cheio...

Essa era a mensagem que meu Google Drive alertava toda vez que eu abria ele e logo vinha acompanhado de: "deseja comprar mais espaço?". Não, não quero, Google. Pagar 1 real por mês para aumentar para 30gb? O que eu guardo tanto de importante nessas pastas e que não posso jogar fora porque não serve mais? 

E lá fui eu, revisitar meu famigerado álbum de fotos virtuais que ficam na "Nuvem" do Google. Todas as fotos que tirei ao longo da minha vida (na verdade, desde que ganhei minha primeira máquina fotográfica japonesa), eu guardava em pastas nomeadas carinhosamente de "Algumas fotos minhas 1, 2, 3, 10 etc". Também guardava fotos de lugares que visitei, viagens e de amizades que naquele época faziam diferença no meu dia-a-dia. 

Quando olho essas fotos, dá uma estranha sensação de outra vida, outra Michele, outra realidade bem distante do meu agora. 

Tantas pessoas conheci nesse tempo de 15 anos! Quantas e inúmeras pessoas passaram por minha pequena existência! Fiz amizades, compartilhei histórias, briguei com algumas/muitas pessoas por motivos banais como política. Sim, eu sei que fui idiota e sinto muito por isso. Me afastei de algumas usando a desculpa do "tempo", "divergências ideológicas" e outras, a distância foi o suficiente para apagar qualquer tipo de intimidade construída outrora. 

E cá estou eu, guardando essas fotos como um bem precioso, como se ainda tivesse importância e valor. Mas exatamente hoje, parando para pensar... essa importância não existe mais. Se teve valor em algum momento, o tempo já corroeu tudo o que restava dos meus sentimentos. 

Nem sequer sentir saudade eu sei mais. 

Return to Valkyrie

I

I hold your hand

I fly over hills of battles and gardens of healing

The eternal battle I face

Moment of discover to moment of unknown

Circle of life is beyond return

It's to move on eternally 

Trying to hold on the eternal soul into the ever changing infinity

Valkyrie, I know you're with me

II

Souls know no beggining and no end

Walking in directions of you

As they change and learn the truth

Life is unremitting revelation 

and only you could the One Guide

I feel the pain but the pain doesn't hold me

I trust you

I'm affraid and still full of courage

I feel the end but the end is not

I know that you see far away

And that's more than enough for me

III

Skies are watching us

The songs of time and promise we're fated to bring

And yet

It's up to us to learn from the Skies how to read a day to day

To give blessings where we fall or rise

And meanings where we turn to foolishness or wisdom

Valkyrie, I am here

Erros... Erros e mais Erros.

 

ChatGpt criador da imagem

"Errar é humano", já dizia Santo Agostinho. Ele ainda complementava: "permanecer no erro é diabólico". De fato, errar é parte da nossa natureza imperfeita. Todos nós cometemos erros — eu, você, nós. Mas o que realmente importa é o que fazemos depois de errar. O ideal seria reconhecer o erro, refletir sobre ele e mudar nossas atitudes para evitar repeti-lo, certo? No entanto, nem todos seguem esse caminho. Para o ego, muitas vezes, é mais fácil se acomodar no erro do que exercer humildade para admiti-lo e corrigi-lo.

Admitir um erro, seja em uma situação ou com alguém, não significa que você deve carregar um fardo na sua consciência. Significa reconhecer que certas ações ou palavras podem gerar efeitos negativos na vida de outra pessoa. Esses efeitos, em alguns casos, podem reverberar por muito tempo, ocasionando consequências que, por vezes, podem ser graves ou até catastróficas. Veja bem, por causa de um erro seu, ela caiu em uma depressão profunda. Ela tinha grandes expectativas de melhorar sua vida profissional, mas essas expectativas não surgiram sozinhas. Você as alimentou com suas palavras, criando esperanças que, no final, você as destruiu sem importar. Falta de empatia ou humanidade?

Você não está assumindo seu erro com ela. Como você mesmo disse: "não tenho a consciência pesada com o que aconteceu com ela". Ao adotar essa postura, você se distancia do problema e o trata de forma superficial, como se isso não tivesse nada a ver com você. No entanto, esse conflito revela muito mais sobre você do que imagina. Agora, vejo você correndo para "mudar", mas está mudando tanto que está perdendo sua essência. Está se apegando a valores superficiais e passageiros, enquanto se afasta das pessoas que realmente se importam com você.

Mas sabe o que é mais preocupante? Os erros não param no primeiro. Quando você se recusa a refletir e assumir a responsabilidade, novos erros inevitavelmente surgem — cada vez mais distantes da verdade, cada vez mais dolorosos para quem está ao seu redor. A mudança que você busca só terá valor se vier acompanhada de consciência e humildade. Caso contrário, você apenas repetirá o ciclo, ferindo a si mesmo e aos outros. 

É preciso coragem para quebrar esse padrão e reconstruir algo verdadeiro, algo que não destrua, mas que cure. Afinal, persistir no erro é negar a chance de crescer.

Jogo repetido...

 

ChatGpt surpreendendo na criação de imagens rsrs

Eu preciso organizar meus pensamentos. Já criei diversos diálogos imaginários com você. Neles, tudo o que preciso falar saí de forma organizada, reflexiva e inspiradora. Em outras prosopopeias, minhas palavras despertam brigas, acusações e discussões. Brigo pelo que acho certo, mas sei que esse não é o caminho correto. Dá vontade, dá. Chegar na tua cara e dizer tudo de ruim que você vem fazendo com todos. Mas... esse não é o caminho, definitivamente não é.

Mudar causa estranheza. Causa espanto, causa tanta coisa dentro de nós e ao redor da gente. As vezes, a mudança é bem recebida com um tapinha nos ombros. Outras vezes, a mudança causa angústia e sofrimento, pois quem não está acompanhando seu ritmo se perde no meio de tanta bagunça que você passa a causar: bagunça no ambiente, bagunça dentro dos outros. Mas mudar faz parte. Você precisa mudar, agradando ou não o outro, pois mudar é necessário, é imprescindível, nossa natureza clama o tempo todo por mudança. 

E acho que é aí que eu deveria ser mais compreensiva com você, sabendo que tu está mudando, não deveria estar aqui, deixando a raiva corroer todo sentimento bom que tenho por você. Assim como você, eu também mudo o tempo todo! Eu na minha condição que atrelo ao meu diagnóstico de TDAH, quero ter liberdade para mudar e isso deveria se estender para todos, inclusive você. 

Esse conflito me mostrou o quanto ainda projeto minhas expectativas em como deveriam ser as pessoas a minha volta. Hoje, você é o alvo de todas minhas projeções: sejam qualidades que almejo ver nas pessoas; sejam defeitos que rejeito veemente nos outros. Em você, minhas projeções saíram foram de controle e elas não são responsabilidades suas. Você tem zero obrigação em atender expectativas minhas. Mas você assumiu um papel, o de "liderar" e eu aceitei o meu papel: o de ser liderada por alguém. 

Ah... Sinto muito se te coloquei nesse lugar. Foi um erro dizer na sua cara que estava insatisfeita com você, com tudo. Sinto muito se não estou conseguindo aceitar suas "mudanças". Será mais uma característica do meu autismo se revelando nesse conflito? Pois é...

Não quero apontar seus erros, pois já tem gente demais fazendo isso. 

Enquanto o tempo nos deu uma distância... que ela seja usada para colocar meus pensamentos em ordem. Quando eu voltar a gente conversa de novo. 

Gratidão 2024!

Reflexões... o que seria a vida sem elas? Que sentido haveria a existência se não transformássemos cada experiência em um aprendizado? Eu tinha um ex-namorado que falava: "-Michele, para que você quer tanto aprender? O que você vai fazer com tanto aprendizado?". A pergunta havia surgido após ele ler meus textos antigos os quais a todo tempo evocava a palavra: "autoconhecimento". E naquela época, eu realmente estava empenhada em me "autoconhecer", aprofundar mais nas minhas emoções turbulentas a fim de não machucar as pessoas a minha volta com minhas indecisões como já fiz incontáveis vezes. 

Mas sempre tive dificuldades em aprender o que determinadas situações vieram realizar em minha vida, extrair lições das dificuldades ou mesmo tornar meu coração "calejado". Para maioria das pessoas, nesse processo de "amadurecimento", os erros vão se tornando menos frequentes. Isso não acontece comigo. O contrário de tal afirmação é bem verdadeiro para mim. Atualmente, eu me pego errando em velhas circunstâncias já conhecidas do meu ser e isso me frustra bastante quando paro para analisar as ditas "cagadas".   

Quando descobri que estava dentro do espectro autista, eu entendi porque era tão difícil mudar determinadas atitudes e porque minha mente continuava "rígida". "Rigidez cognitiva" é o termo certo. Percebi que gostava de rotina, previsibilidade e estabilidade emocional, e que as coisas que fugiam muito dessa necessidade interna de controle me deixavam em um estado de nervos ou esgotamento mental.  Ao mesmo tempo, a imprevisibilidade e impulsividade do meu TDAH me tornavam uma contradição ambulante e as instabilidades emocionais, muitas vezes, me fez perder pessoas importantes e atrasar minha vida profissional e financeira. 

Hoje... eu consigo olhar para o passado analisando melhor minhas reações e comportamentos situações que ficaram marcadas na minha vida. Vira e mexe, esses fragmentos de lembranças pretéritas retornam como um rolo de filme velho, com imagens borradas e distorcidas. 

Fui prejudicada por não ter um diagnóstico correto na infância, por não ter ninguém naquele momento que olhasse para minhas necessidades e me incentivasse a buscar ajuda especializada para entender o que acontecia comigo. A sensação de "não pertencimento", de não "ser normal", era uma constante em meus sentimentos que olhavam para as outras crianças/pessoas e desejava: "queria ser normal igual a elas".  

Agora, com o diagnóstico em mãos, eu tenho um novo direcionamento, uma postura diferente, entendendo cada vez mais como "funciona" meu ser e isso me traz um pouco de "autoconfiança" frente aos desafios que encontro nas minhas relações sociais e com meus objetivos de vida. Ao mesmo tempo que sinto que fui prejudicada em uma infância que tive que ser responsável como um "adulto", foram essas dificuldades que me tornaram quem eu sou hoje e eu gosto de quem eu sou, ainda que não me sinta 100% realizada, eu estou aprendendo a me aceitar, a me acolher e a me amar...

O ano de 2024 vai embora deixando no meu peito um sentimento de gratidão... 

E que o 2025 seja um ano para tirar do papel os projetos e torná-los reais. 

Que seu ano seja próspero! Feliz ano Novo!

Só esse ano de 2024 eu mudei 3 vezes meu cabelo. No início do ano ele estava grande. 

Em meados de junho, cortei bem curto... e estou finalizando o ano com o cabelo encaracolado -kkk. 

Confesso que o visual de agora não me agradou muito apesar de sempre imaginar como seria se meu cabelo fosse "cacheado". O mais engraçado foi as pessoas perguntarem se meu cabelo sempre foi "cacheado" e se eu "alisava". Não, gente. Meu cabelo sempre foi liso de nascença, culpa da minha genética japonesa...  E aí, tal ato me fez pensar que nunca estamos satisfeitos e que sempre encontramos alguma coisa para nos queixar em nossa aparência. Vou esperar a "química" utilizada sair e me comprometer a cuidar do meu cabelo lisinho e natural. Não gostei de mim "cacheada", mas continuo adorando cachos e acho incrível de verdade esses cabelos volumosos!!!

Já vão fazer 3 anos e meio que trabalho no balcão da farmácia. É difícil, cansativo, estressante, diferente. Confesso que até gosto do que faço, mas atendimento ao público é algo que exerço desde os meus 16 anos e estou me sentido bem desgastada ultimamente e quando eu descobri que era autista, ficou mais latente o desejo de encontrar um trabalho home-office ou híbrido. 

A farmácia tem sido uma ponte que me liga a esse objetivo de sair da área comercial para adentrar na tecnologia. Enquanto esse dia não chega, continuo buscando oferecer o melhor atendimento o possível para cada pessoa que entra na loja e compra comigo!

E assim finalizamos 2024 ao lado das pessoas que amamos! 

Que 2025 seja um ano próspero para você, meu querido leitor!