O novo acena para mim, mas olho para ele desconfiada. Não sei o que esperar dele, nem se devo esperar algo.
Tudo que escapa da minha falsa sensação de segurança me mergulha num estado de angústia e incompreensão. Sei que permanecer naquilo que é cômodo, no que minha mente já conhece e repete, não moverá nada dentro de mim.
Ainda que em muitos momentos eu escolha conscientemente o abraço sórdido da procrastinação, minha mente deseja vivenciar o frescor do novo como um vento que entra pela janela numa tarde quente e abafada. O tipo de vento que beija suavemente seu rosto e acaricia seus cabelos, sussurrando algumas palavrinhas mágicas que faz sua alma lembrar da confiança esquecida, da alegria que se escondeu da vida e da fé que um dia já foi minha.
O novo bate à porta. Ele não entra sem permissão.
Enquanto ele espera pacientemente, você olha a sua volta e enxerga os padrões: um modo de viver defensivo, cheio de armadilhas disfarçadas de um sorriso; um padrão que não acolhe seus sonhos, alimenta suas frustrações dia após dia, um padrão totalmente destrutivo e repetitivo.
Você sabe.
Sabe que precisa fazer algo antes que essa bagunça consuma o que ainda resta de seu brilho, antes que você mesma queime o coração, rasgue seus próprios sonhos e se esqueça, mais uma vez, de quem é e por que está aqui.
Você passou anos se desvalorizando, subestimando sua evolução emocional.
Por quanto tempo você alimentou sentimentos por um amor do passado, que te afundou num poço repleto de julgamentos e críticas? Por quanto tempo deixou de reconhecer a sua força de realização por estar tão focada nas perdas, no que já não é mais, sem perceber o ouro que sempre esteve em suas mãos?
O Novo vem com uma proposta: recomeçar, mas desta vez seguindo com aquilo que é autêntico e intuitivo para você.
O caminho é um retorno a si mesma: seguir com leveza, deixando a vida fluir, mas com propósito...
O que pareceu perda, foi libertação.
O que ainda não brilhou, ainda brilhará.
O Caminho é fluido como a água.
E a sorte virá disfarçada de simplicidade.
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