Fique presa ao tempo. Enquanto via você correndo, sem perder um minuto sequer, abraçando tudo aquilo que a vida estava lhe oferecendo; eu andava em círculos, afundada nos meus conflitos internos, olhando para minhas feridas emocionais sem saber como cuidaria delas.
Eu era só uma menina com traumas de rejeição e abandono quando você segurou minha mão. Uma menina que nunca havia tido uma experiência real de afeto, carinho, atenção e que cresceu tendo que colocar as necessidades do outro em primeiro lugar.
Tudo foi tão rápido para nós dois, terrivelmente bom e desastroso. Você fez parte da minha história. Eu fiz parte da sua história. Nós fizemos, ainda que um breve período, uma história bonita juntos e se olharmos com os olhos de agora, mais amadurecidos e calejados, veríamos que do início ao fim valeu a pena tudo.
Quando algo não tem lugar reconhecido no sistema, ele continua buscando visibilidade e aqui está você diante a mim: pedindo para que eu o acolha, sem lutar, sem julgar, sem reprimir.
Hoje eu escolho olhar para aquele tempo com amor e compreensão.
Reconheço que foi uma parte importante da minha jornada, onde aprendi sobre o amor, a dor, a esperança e a minha própria força.
Agradeço pelas memórias que trouxeram ensinamentos e pelos sentimentos que mesmo confusos, fizeram parte do meu crescimento.
Eu acolho aquela versão de mim que viveu tudo isso, com todo o seu medo, sua intensidade e sua vulnerabilidade.
Agora, com o coração mais maduro e consciente, eu libero o passado com respeito e serenidade.
Deixo que as lembranças encontrem seu lugar no tempo e no espaço que lhes pertence: o lugar de aprendizado e não de prisão.
Sigo em paz... comigo mesma, aberta para o presente e para o futuro que construo com quem escolho hoje, com amor e coragem.
Assim é, assim está feito.
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