Yin e o Yang




O Mal. O Bem. Conceitos que lutam para ganhar os holofotes no palco da Vida. Dualidades que se confrontam desde os primórdios da humanidade, unindo e separando os seres humanos de si. O Yin e o Yang,  o Masculino e o Feminino, o Positivo e o Negativo, o Homem e a Mulher, o Bem e o Mal, são extremos opostos que se conciliam no caminho do equilíbrio. Mas equilibrar em uma corda tão bamba, são para os equilibristas profissionais. Ainda somos amadores, meros amadores.    

Se não compreendermos que a Dualidade é um princípio universal, dificilmente compreendermos que para existir a Ordem é necessário haver o Caos. Erguemos barreiras para nos proteger da suposta maldade que vemos no outro, mas esquecemos que o Bem e o Mal são relativos. Certo e errado são meros pontos de vistas. Ao escolhermos um lado pelo qual lutar e proteger, excluímos totalmente a outra parte que também possui sua crença e luta pelo o que acredita. Repare. Quando brigamos com alguém, estamos considerando apenas aquilo que acreditamos ao desconsiderar a bagagem emocional que a outra pessoa traz consigo até aquele momento. Uma briga evidencia que nenhum dos dois lados estão certos ou mesmo errados. Ambos carregam consigo suas razões e se fosse realmente empregado o respeito, a convivência abraçaria a diferença de opiniões. A divergência seria irrelevante a tudo aquilo que poderíamos aprender ao lado daquele indivíduo tão rico em potencialidades como nós. Os conceitos de Bem e Mal são tão relativos quanto a teoria de Einstein. 

Estou aprendendo que a maturidade somente é alcançada por um indivíduo quando ele passar a olhar para si, refletindo suas atitudes, em vez de buscar externamente, os culpados para determinado ato. O que tanto desagrada no outro é o que nos faz crescer se estivermos preparados para aceitar que a raiz do problema alheio condiz com a nossa realidade interna. 

Conviver não é uma arte fácil, mas se nos desfazermos dos muros que construímos ao redor de nossa casa, poderemos conversar abertamente com o vizinho. Perceberemos que ele é tão humano quanto nós. Veremos que o seu jardim também é repleto de coisas boas. Não existem inimigos. Existem pessoas que ainda não abriram seus corações para compreender a grandiosidade da máxima que o Mestre das almas expressou: "Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai que está nos céus, pois que Ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos. ."


E aqui estou eu novamente com aquele mesmo grupo que me era tão familiar. Desta vez não dançávamos em volta do fogo, mas celebrávamos a existência de um ser tão radiante quanto a luz do sol. Éramos muitos, mas um só.  
Naquela noite, fui convidada voltar para dentro de mim. Fiz uma viagem no tempo. Perdi muitos sorrisos ao manter-me posicionada em um único lugar, protegendo minha opinião como se fosse a coisa mais preciosa do mundo. Não adianta. Reter algo é a mesma coisa que ir contra os movimentos naturais da vida. Reter o supérfluo pelo valor agregado não nos traz crescimento, mas dor e sofrimento. Valores mundanos estão em constante movimento e são incapazes de lidar com o peso da Eternidade. Mas valores espirituais são eternos.  
Conversei com o passado. Abri as portas do meu coração. Um alívio pôs-se no meu rosto e senti que a existência não era tão pesada nos ombros. E dei graças a Deus por existir a Esperança. Por mais absurda que poderia ser a situação, sempre confiei nela. Sempre confiei que no futuro tudo poderia ser diferente. E se tornou. Culpas, ressentimentos, mágoas, sujam os nossos corações, ressecam os nossos sentimentos e dificultam a nossa capacidade natural para perdoar e amar. Ao nutrirmos discórdias, o que ganhamos com isso? Não crescemos isolados, mas nos unindo, nos amando, nos aceitando como somos e abraçando o outro como ele exatamente é. No Amor está a semente para o nosso crescimento. Ele carrega o fruto da nossa evolução...     




Dançamos para celebrar a vida tal como ela é. Celebramos o Mistério, nossas origens, a Graça, o Milagre, Deus, a Divindade em nós. 


ateh malkuth ve-geburah ve-gedulah le-olahm

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