Desencarne Coletivo [Estudos Espiritualistas]



As pessoas estão espantadas. Os noticiários, as mídias, o Facebook, estão cheio de informações catastróficas que estão eclodindo pelo mundo. Ondas de violência, intolerância, discórdia, crueldade, formam a desoladora realidade que estamos enfrentando. Contudo, não lidamos apenas com a força destrutiva do ser humano, mas também com as forças naturais: tsunamis, terremotos, furacões. Milhares de pessoas morrem no ano devido à essas duas causas. O mundo não está mais violento, pois a violência sempre esteve presente na natureza humana. O que está acontecendo é uma eclosão de informações que perturbam o nosso estado de espírito e nos fazem desacreditar cada vez mais na recuperação da humanidade.

Diante as calamidades ocasionadas pelas mãos ou não do próprio Homo sapiens, nos perguntamos o por quê. Qual é a finalidade das mortes coletivas na visão espiritual? Se Deus é Amor, como Ele permite que passemos por sofrimentos, dores ou moléstias?  

Sob a ótica do Espiritismo e outras doutrinas espiritualistas, determinadas tragédias acontecem devido ao acúmulo de energias negativas nas regiões atingidas. O carma coletivo se origina de tudo o que se passou antes. Em um certo sentido, é o carma da raça humana. Embora o carma seja positivo, é o carma negativo que cria problemas para as gerações futuras. Nenhuma pessoa é responsável por tê-lo criado pessoalmente. Indivíduos podem ter feito parte de sua manifestação em outras vidas, ao participar de guerras, expurgos, ideologias e outros movimentos coletivos. Certas pessoas encarnam com a intenção de tomar parte no carma coletivo e limpá-lo para um todo mais amplo. ¹

E no livros dos Espíritos², essa questão é bem respondida nas perguntas 737 à 741.

737. Com que fim fere Deus a Humanidade por meio de flagelos destruidores?
"Para fazê-la progredir mais depressa. Já não dissemos ser a destruição ma necessidade para a regeneração moral dos Espíritos, que, em cada ova existência, sobem um degrau na escala do aperfeiçoamento? Preciso é que se veja o objetivo, para que os resultados possam ser apreciados. Somente do vosso ponto de vista pessoal os apreciais; daí vem que os qualificais de flagelos, por efeito do prejuízo que vos causam. Essas subversões, porém, são frequentemente necessárias para que mais pronto se dê o advento de uma melhor ordem de coisas e para que se realize em alguns anos o que teria exigido muitos séculos." 

738. Para conseguir a melhora da Humanidade, não podia Deus empregar outros meios que não os flagelos destruidores?
"Pode e os emprega todos os dias, pois que deu a cada um os meios de progredir pelo conhecimento do bem e do mal. O homem, porém, não se aproveita desses meios. Necessário, portanto, se torna que seja castigado no seu orgulho e que se lhe faça sentir a sua fraqueza."

a) - Mas, nesses flagelos, tanto sucumbe o homem de bem como o perverso. Será justo isso?
"Durante a vida, o homem tudo refere ao seu corpo; entretanto, de maneira diversa pensa depois da morte. Ora, conforme temos dito, a vida do corpo bem pouca coisa é. Um século no vosso mundo não passa de um relâmpago na eternidade. Logo, nada são os sofrimentos de alguns dias ou de alguns meses, de que tanto vos queixais. Representam um ensino que se vos dá e que vos servirá no futuro. Os Espíritos, que preexistem e sobrevivem a tudo, formam o mundo real (85). Esses os filhos de Deus e o objeto de toda a Sua solicitude. Os corpos são meros disfarces com que eles aparecem no mundo. Por ocasião das grandes calamidades que dizimam os homens, o espetáculo é semelhante ao de um exército cujos soldados, durante a guerra, ficassem com seus uniformes estragados, rotos, ou perdidos. O general se preocupa mais com seus soldados do que com os uniformes deles."

b) - Mas, nem por isso as vítimas desses flagelos deixam de o ser.
"Se considerásseis a vida qual ela é e quão pouca coisa representa com relação ao infinito, menos importância lhe daríeis. Em outra vida, essas vítimas acharão ampla compensação aos seus sofrimentos, se souberem suportá-los sem murmurar. Venha por um flagelo a morte, ou por uma causa comum, ninguém deixa por isso de morrer, desde que haja soado a hora da partida. A única diferença, em caso de flagelo, é que maior número parte ao mesmo tempo. Se, pelo pensamento, pudéssemos elevar-nos de maneira a dominar a Humanidade e abrangê-la em seu conjunto, esses tão terríveis flagelos não nos pareceriam mais do que passageiras tempestades no destino do mundo.

739. Têm os flagelos destruidores utilidade, do ponto de vista físico, não obstante os males que ocasionam?
"Têm. Muitas vezes mudam as condições de uma região. Mas, o bem que deles resulta só as gerações vindouras o experimentam."

740. Não serão os flagelos, igualmente, provas morais para o homem, pondo-o a braços com as mais aflitivas necessidades?
"Os flagelos são provas que dão ao homem ocasião de exercitar a sua inteligência, de demonstrar sua paciência e resignação ante a vontade de Deus e que lhe oferecem ensejo de manifestar seus sentimentos de abnegação, de desinteresse e de amor ao próximo, se o não domina o egoísmo."

741. Dado é ao homem conjurar os flagelos que o afligem?
"Em parte, é; não, porém, como geralmente o entendem. Muitos flagelos resultam da imprevidência do homem. À medida que adquire conhecimentos e experiência, ele os vai podendo conjurar, isto é, prevenir, se lhes sabe pesquisar as causas. Contudo, entre os males que afligem a Humanidade, alguns há de carácter geral, que estão nos decretos da Providência e dos quais cada indivíduo recebe, mais ou menos, o contragolpe. A esses nada pode o homem opor, a não ser sua submissão à vontade de Deus. Esses mesmos males, entretanto, ele muitas vezes os agrava pela sua negligência."


A Lei da destruição é necessária para que a Transformação aconteça. Somente dessa forma, as consciências são verdadeiramente despertadas para um propósito Maior. É imprescindível relembrar que TODOS estamos vivenciando um período de uma grande transição energética do planeta Terra. Toda alma anseia pela própria evolução, ainda que de forma consciente ou inconsciente. Contudo, a evolução espiritual não abrange apenas o aspecto individual, mas coletivo. Relembrarmos que no íntimo de nosso Ser está a Centelha Divina que nos reconecta ao Universo, é jamais esquecermos as nossas origens espirituais. As leis dos homens são falíveis e descartáveis com o tempo, mas os valores espirituais fazem parte da nossa verdadeira natureza!   

Os acontecimentos que geram tragédias coletivas, nos ensinam a importância da união e fraternidade. Eles trabalham a nossa empatia e a capacidade para fazer algo que amenize a dor do outro. Precisamos focar no que podemos fazer para ajudar as áreas afetadas ou as almas que desencarnaram, tendo em mente que cada coração contribui da forma que consegue. Cada um dar aquilo que têm. Ajudamos os outros de forma direta ou indireta, seja através de ações concretas ou pela mobilização do compartilhar de informações verdadeiras.


Um Forte Abraço
Namastê!


¹ Vidas Passadas, Carmas e Astrologia. - Judy Hall
² Livro dos Espíritos - Allan Kardec

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Estrela + 9 de Espadas

Gita e os 22 arcanos do Tarô

Brincar na chuva...