Kunlun e Jiaoxin

         




             I

Adormeci de pé
Enquanto passava o rio das mudanças
O alvorecer das angústias
Esqueceu de existir
O pássaro ferido criou asas
E vôou ao além-mar
Esquecendo-se de quem era

Não há mais pingo no galho
Não há mais coração partido
Não há mais o Adeus indizível

A mudança nos carrega pra ventania
O vendaval acerca nos embriaga para mais uma
Viagem

Acertando-se
Os peixes vão morrendo e se deslocando
Ao céu infinito jogam suas asas
E como karpas voadoras

Transitam ao ser
Dragão

Dragão de si mesmo
Responsável pelo que cativas

Esse novo Eu emudecido pela dor
Carrega um outro sentido
Talvez uma nova direção
E carrega o mais belo e puro
NÃO

Não para o resquício
As pedras do sapato
Sim para a possibilidade de fluir com o Dao
De sentir e ser ti
Além-mar, no encontro dos rios, na floresta de símbolos
Naufragamos, navegamos, caminhamos...


Framboesa com amora batidas no liquidificador

(O Livro das Mudanças)


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