Mais um episódio de intolerância religiosa para minha lista...

 


Ei gente... queria dividir com vocês um episódio que aconteceu comigo essa semana no meu trabalho. É justo aquela situação que te pega desprevenido e que você não espera, muito menos de alguém que vc deposita algum tipo de confiança e você fica se  questionando muitas coisas sobre a vida, sobre a forma como a religião pode "aprisionar" o pensamento de um ser em um único ponto e fazê-lo enxergar como se fosse a verdade única, inquestionável e que lhe permite julgar todos os outros pontos de vistas contrários ao seu como errados. 

Eu estudo tarot tem muitos anos. Desde 2010 adentrei nesse estudo esotérico, comprando livros, fazendo cursos, me dispondo a jogar para muitas pessoas. Já fiz atendimentos para pessoas de outro estado e país. E geralmente, essas pessoas chegavam por indicação e essa é a melhor propaganda que se pode ter: o boca a boca! Vc ter seu trabalho divulgado pq uma pessoa gostou da forma como vc joga. ... E esse é um universo que eu me sinto bem, que eu estudo porque gosto pra caramba. Não sou uma tarologa exímia, pois erro bastante; mas sou uma tarologa que conhece suas limitações com relação a conhecimento como também sabe o poder que as cartas podem ter nas decisões individuais, como elas podem servir para nortear caminhos, fazer a pessoa se "centralizar", fazer clarear as situações ante nubladas...

Mas... não é a primeira vez que alguém extremamente religioso chega até mim, dizendo que o tarô é coisa do diabo. Logo nos meus primeiros anos de estudo, na empresa que estagiei chamada Plascar aqui em Betim, tive que ouvir de um "peão" que meu livro era coisa do "demônio". ... Ou mesmo ouvir da minha ex-cunhada que não queria que eu tirasse tarô na casa dela porque ia contra sua religião Católica e pasmem, ela nem frequentava a igreja assiduamente. Já tive que bloquear um sujeito chamado "Itamar" porque ele não concordava com minhas praticas espirituais. Isso tudo me faz pensar: por que nos preocupamos tanto como a forma que o outro vive e por que não cuidamos da nossa própria vida?

Essa semana, uma colega de trabalho me deu uma revista chamada Sentinela. Ela é testemunha de jeová. Ela disse que tinha lido a revista no final de semana e que havia pensado em mim e resolveu trazê-la pra eu ler. Eu lembro de ter comentado com meu marido: "tenho certeza que vai ser uma revista com uma matéria falando mal do tarô e essas práticas esotéricas". Dito e feito. Na terça-feira ela me entregava uma revistinha e lá tinha uma matéria falando especificamente mal e condenando a astrologia, as cartas, as "adivinhações" do futuro e que praticava tais coisas. De fato, eu já previa uma revistinha condenando... e até aí, nada de novo debaixo desse sol... mas me bateu uma certa tristeza por ainda existirem pessoas por aí que acham que são melhores que as outras por causa da religião, que acham que seus caminhos são mais certos que outros... que somente eles detém a salvação e que quem não segue a mesma religião estão fadados ao pecado, ao "inferno". 

Eu tratei a situação como uma ofensa pessoal. Afinal, por que ela me daria uma revistinha que atacasse justamente coisas que eu estudo há tantos anos? Eu poderia ter me calado, como fiz outras vezes... mas dessa vez, não me calei e levei o caso para o gerente da loja tratar. E ainda comentei com ele, ainda que na brincadeira, que isso se chamava "proselitismo religioso": pratica de buscar converter alguém para sua religião, doutrina, filosofia. O gerente tratou a situação da melhor forma possível e disse que conversaria com a pessoa em questão. E a conversa rendeu depois um pedido de desculpas com a frase: "não era minha intenção te magoar". E eu falei: assim como você tem praticas que validem sua experiência na sua fé, eu também tenho práticas, vivências e experiências que constroem minha fé na espiritualidade, nas leis do universo, nos meus estudos de tarô, nos mapas astrais que faço. Dei exemplo dos meus sogros que são católicos e que participam de muitas atividades na igreja (como ministros da palavra, da música), já ajudei na época da pandemia a igreja que eles frequentavam me dispondo a trabalhar de modo voluntário ... E eles nunca vieram falar comigo que eu estava errada nos meus estudos, que devia parar de estudar tarot, astrologia... espiritismo! Existe respeito. Eu respeito sua fé e espero que respeite a minha. 

Na minha vida social, eu pouco falo dessas coisas, pois não quero forçar ninguém a acreditar em cartas de tarô... na astrologia, no carma, no espiritismo. Eu geralmente fico na minha. Somente quando me pedem opinião que aí posso conversar de coisas que são meu "hiperfoco". E sabe o que me entristece... são pessoas como essa colega que não se colocam no lugar do "outro" e tomam ações como essa, dizendo que foi sem intenção, como se fosse algo absolutamente normal. E se fosse ela, recebendo uma revistinha falando mal da religião dela? Será que ela não ficaria incomodada? Será que ela não se sentiria invalidada ou mesmo desrespeitada? 

É a reflexão de hoje. Se são efeitos do Pós-eclipse ... pois li que seria normal a partir desse momento... "muitas máscaras" ao seu redor caírem... sei lá! Só sei que coisas assim me lembram a velha máxima do universo e que estamos muito longe de alcançar: não fazeis ao outro aquilo que não gostaríamos que fizessem conosco.

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