Agora eu sei
O que deixa o ser humano moderno
Tão deprimido
São linhas retas
Esses quadrados grandes
Esses cubos e poucas cores
Essas formas grosseiras
As geometrias da natureza
Empobrecidas na obra de nossas mãos
De tantas formas, apenas algumas e essas algumas
Ocupam o espaço de tantas formas
Por acaso verias televisão tão frequentemente
Se houvesse uma cachoeira perto de sua casa?
Por acaso buscarias o entretenimento da selva de pedra
Tão desprazerosamente, dessaborosamente, tão desesperadamente
E com tanta carência e real necessidade
Se conseguisses ver o que já foi azul antes de tanta fumaça?
Será? Será?
Será que está acostumado com perguntas?
Por que se incomoda?
Ser humano que tem resposta e analgésico para tudo
E olhando para esses retângulos
Aos milhares sobrepostos
Eu vejo a pobreza
Então fecho os olhos
Para poder ver a riqueza da natureza que ainda tenho dentro de mim
Então fecho os olhos
Para não ver a miséria
A miséria da modernidade.
Não quero saber de pós-modernidade
“Que não é libertação”!
Não quero saber de pós-modernidade
Que não é ponto final.
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