Sobre a compaixão [reflexão]


Buda já dizia: "Se a sua compaixão não inclui a si mesmo, ela é incompleta." 

A palavra compaixão é derivada do latim, compassione, e pode ser descrita como a capacidade para compreender o estado emocional alheio. Por trás desta compreensão há sempre um desejo de querer aliviar ou diminuir a dor daqueles que sofrem. 

A compaixão te permite conectar-se com seu próximo, descobrindo nele uma parte sua. Quando você se dar conta que as mesmas dores, alegrias, sofrimentos, tristezas, felicidades, fazem parte da experiência humana e que todos, sem exceção, estão sujeitos a vivenciarem dissabores, os seus níveis de compreensão são expandidos. Nos tornamos mais humanos e cientes do que nossas ações poderiam causar na vida do próximo, evitando assim, muitos males. 

A capacidade para se colocar no lugar do outro, entretanto, está aos poucos se perdendo em meio a tanto individualismo alimentado pela sociedade das aparências. Muitas pessoas agem como se tivessem desligado o botão da "consciência" e  pouco se importam com suas próprias ações. Sério! A maioria das pessoas não estão ligando para os sentimentos dos outros, pois o botão do "fodas" está constantemente ligado. Atitudes impulsivas, atos improdutíveis, levam o indivíduo a se importar apenas com o saciamento de suas necessidades.  

Dias atrás, passei por uma situação que me fez tomar atitudes drásticas para minha autoproteção. Uma pessoa, estimada por mim, procurou-me para contar seus problemas e eu senti que poderia ajudá-la a sair desse ciclo de ações destrutivas. Contudo, mergulhada nos próprios interesses, ela não deu ouvidos ao que eu dizia, voltando a repetir os mesmos erros de outrora.  Aquela situação me perturbou durante uma semana, pois comecei a me sentir mal por dentro por não ter conseguido ajudá-la.  Para sair desse quadro de sentimentos negativos, relembrei-me das palavras que ilustram o início desse texto: "Se sua compaixão não inclui a si mesmo, ela é incompleta". E infelizmente, resolvi cortar essa pessoa da minha vida e me afastar dela. 

Há muitas pessoas que são necessitadas interiormente, mas não são todas que recebem com o coração aberto a sua ajuda ou querem mudar seus hábitos e darem um novo significado as suas existências. Elas sabem, inconscientemente, que suas ações prejudicam tanto o outro como a si mesmo. Um exemplo para ilustrar isso é o fumante ativo e o passivo. Ambos são prejudicados, mas ação principal advém daquele que acende o cigarro e o coloca na boca na tentativa de diminuir sua ansiedade e estresse. É verdade ou não é? Ele não faz um mal apenas para si mesmo, como para o outro. Estou até ouvindo:"Michele, cada um cuida da sua própria vida", mas sempre que ouço isso, retomo as palavras do pequeno príncipe: "somos responsáveis por aquilo que cativamos"... 

Se sua intuição lhe diz para se afastar de determinadas companhias, ouça a voz sutil de seu coração. Deixe que o Universo se encarregue de cuidar dessas pessoas. Não se sinta culpado (a) por não ter conseguido ajudar quem estava necessitado. Às vezes, o melhor auxílio está em justamente o "não-ajudar", ainda mais quando a insistência está presente.



Talvez, essas situações venham me mostrar que nem todas as pessoas querem ser ajudadas. Não é todo mundo que busca o autoconhecimento ou muito menos, aprender com os próprios erros. Poucos são aqueles que estão realmente compromissados com sua reforma interior. Percebi que somente cuidando de si mesmo, sendo atencioso com o que se passa em seu íntimo, você será capaz de oferecer o melhor que há em você para o próximo.

Quando Jesus disse: "Ame o próximo como a si mesmo", ele estava se referindo a importância do Amor próprio e como ele faz bem à alma se cultivado com a verdadeira estima de si! Se você não se ama, como espera amar o outro? Como espera oferecer Amor para ele?  


Deixo uma reflexão a todos.
Ótima tarde, Namastê!    

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