28 de outubro de 2015

Idealização, Passado, Experiências [Reflexões]




É doloroso lidar com as ilusões que cultivamos, ainda mais aquelas que são recheada de expectativas e idealizações que criamos em torno de determinadas pessoas. Eu deveria ter aprendido a lição que idealizar demais e colocar seres em pedestais de perfeição, poderia fazer mal à minha visão... Tenho um óculos cor rosa e sempre vou acreditar que todas as pessoas são repletas de boas intenções. Isso é bom e mau ao mesmo tempo. Crio um ideal, sem permissão do idealizado, e convivo com ele dessa forma.: acreditando que ele é um deus, imortal, perfeito, sem erros.

O ser idealizado que existe enterrado no meu subconsciente e que a noite, aparece em sonhos, não existe. Minha mente deu vida a um indivíduo totalmente fora dos padrões reais. Estipulei paradigmas incapazes de serem alcançados por pessoas comuns, vivas, reais e sem poderes mágicos. O problema da idealização é frustração existente no final do caminho. Decepcionar-se com a realidade confrontada, dar dor de cabeça e cansaço físico. 

Já deveria ter me libertado dessa imagem idealizada que criei em torno de você. Você não é nenhum Deus. É apenas um homem comum, mergulhado no orgulho da própria imagem, vivendo como pode, fazendo o que sabe da forma mais habitual o possível. 

Somos pessoas extremamente comuns, vivendo o extra-ordinário da vida. Sem as experiências que cada existência vivencia, qual sentido haveria para existir? Como posso desejar me relacionar com alguém se não consigo respeitar o passado afetivo daquela pessoa? Como posso querer que ele não se lembre de suas experiências, se são justamente as experiências que tornaram a pessoa como ela é, hoje? Ah... E me perguntaram: se você pudesse encontrar com ele novamente, o faria? Fico sem respostas. Eu não tenho essa resposta. Talvez, haja na verdade medo, porque o dia que eu o ver, minhas idealizações serão finalmente quebradas... Contudo, são essas idealizações que uso em tudo aquilo que faço, escrevo, desenho, componho. Mas prefiro não postular respostas prontas, caminhos pré-feitos ou destinos que não podem ser mudados, pois a vida é um ciclo constante de transformações. E basta estar vivo para que coisas boas ou ruins, aconteçam... Sempre.


Shine, shine down on me
Shine on this life that's burnin' out


  

23 de outubro de 2015

Chuva (Conto)



Como imaginar uma existência seca, desprovida de água, fonte da vida?

Fazia meses que não chovia. Os moradores daquela pequena região sabiam perfeitamente que havia algo de errado com o clima. A estiagem estava afetando não só a colheita, como também o lado psicológico de alguns indivíduos, especialmente, o de Cíntia. 

Moça do interior, mal sabia ler e escrever. Entretanto, isso não era impedimento para que ela deixasse de aprender algo observando ou mesmo, experimentando. Ela frequentara outro tipo de escola, a Escola da Vida. Desde cedo, aprendeu que para sobreviver, era necessário deixar a brincadeira de lado e arregaçar as mangas para ajudar os pais na roça. Suas mãos calejadas denunciavam que o tempo era gasto apenas com o trabalho. Nas raras horas de folga, Cíntia se relaxava em um pequeno riacho que havia perto de sua casa. Gostava de ver a água percorrer seu corpo. Flutuava sob ela e nem sentia o peso de sua vida. Sentia-se se leve e até mesmo suas mãos pesadas, desenhavam delicados movimentos enquanto boiava na água.

Devido a forte estiagem daquela temporada, o riacho que Cíntia banhava, secou-se. Durante meses, ela ficou sem dar um mergulho ou mesmo ver a cara da água. A seca não poupara as plantas e nem mesmo os animais. O trabalho tornou-se mais dificultoso para aquele povo. A fome, a sede, o fardo, todos compartilhavam o mesmo destino, a mesma sorte. A única saída era mudar. Os antepassados viviam migrando para outros lugares, pois só através de mudanças, era possível encontrar um lugar melhor para se viver. Um dia antes de partir, um estrondoso barulho se expandia naquele céu. Todos olharam assustados e saíram de suas casas para conferirem. Avistaram no horizonte, gigantescas nuvens negras. Um vento forte passou por todos e fez com que a porta batesse. O vento trazia uma única mensagem: Esperança. 

Todos comemoram por aquela milagrosa notícia. Os pais e os irmãos de Cíntia entraram em casa para desfazerem as malas e prepararem um delicioso café. Ela permaneceu do lado de fora. Levantou as mãos para o céu e agradeceu, mesmo não sabendo se existia alguma existência superior para receber aquele agradecimento.

A chuva timidamente foi caindo. Cíntia sentiu a água deslizar por sua face. Um vento gelado beijou teu rosto. Um misto de alegria e tristeza tomou conta de suas sensações. Ela não sabia se ria ou chorava. Brincou entre os raios, brindou com a natureza. Seus irmãos, ao saírem lá fora, presenciaram aquela cena. Não hesitaram e correram para brincarem com ela. Brincavam pulando na poça, jogando água um no outro. Ela parou por um instante e observou que nunca havia brincado com seus irmãos. Ao ver o sorriso de cada um deles, sentiu que a existência já não era tão pesada. Sentiu-se leve e riu porque a chuva havia lavado sua preocupação e renovado suas esperanças.

21 de outubro de 2015

Roteiro de Viagem: Carrancas


Cachoeira da Fumaça

Se eu pudesse imaginar o paraíso, certamente o imaginaria repleto de flores, água corrente, natureza viva e abundante. Ouviria os sons dos pássaros ao amanhecer. Haveria cigarras à cantar, para embalar cada sonho. Ao escurecer, veria todas as Estrelas e me encantaria com suas luzes a iluminar minha noite. O paraíso seria assim aos meus olhos e o melhor de tudo, ele existe e esse lugar se chama Carrancas. 

Carrancas é uma cidade do interior de Minas Gerais. A calmaria interiorana, sua beleza natural, a gastronomia particularmente mineira e suas 56 cachoeiras, fora as grutas, são os principais atrativos para turistas de todo o Brasil que desejam conhecer esse pedacinho do céu na terra.

Carrancas é perfeito para você que quer relaxar a mente, fugir da rotina e se propor a conhecer coisas novas. Nosso grupo ficou hospedado na Pousada Céu e Serra. Fomos bem recepcionados por Palash, dono da pousada, que se mostrou bastante receptivo ao grupo e interessado em nos mostrar as belezas desse paraíso terreno.

A Pousada nos ofereceu durante a estadia de dois dias, um maravilhoso café da manhã para nos colocar no pique de se aventurar e um delicioso café da tarde, para repor as energias gastas nas trilhas percorridas até as cachoeiras. Além dos serviços normais, a Pousada oferece algumas opções de relaxamento (massagem, shiatsu, reiki) com uma aplicação holística, ministrada pelo próprio Palash. Eu recomendo as meditações que acontece na parte da manhã, são simplesmente incríveis!



A Experiência com a Meditação

Tive uma experiência diferente das habituais. Houve uma dinâmica com a dança. Nada como descobrir nesse processo a dificuldade que se tem em permanecer "leve"! A Dança te coloca em contato com seu corpo, afinal, ele é o seu veículo. Ela ajuda a desenferrujar os seus movimentos naturais, pois um carro não pode se movimentar com os membros enferrujados.

Sentir a leveza dos próprios movimentos foi difícil para mim. Senti que meu corpo não obedecia o ritmo da música. Para alguém que tenta sempre controlar a si mesmo, relaxar não foi tão fácil assim. Esqueci-me, que neste corpo, o espírito não tem peso. Sua essência é desprovida da materialidade física. E é essa Leveza de Ser que não podemos esquecer nas turbulências do dia-a-dia. Ficamos rígidos por acumular preocupações. A Vida não te cobra nada, não te pede absolutamente nada disso, mas somos mestres para nos preocupar, acumular problemas e estresses.

Travei uma luta com a mente para vencer a timidez e a rigidez que se apresentavam diante a melodia. Ao perceber a forma desengonçada que me corpo se soltava com o ritmo da música, senti que estava sendo descongelada. Abri os olhos e percebi que não era a única a travar lutas para me libertar. Contudo, fechei imediatamente os olhos ao ouvir algo me dizendo: "pare de avaliar o processo dos outros e se concentre no seu!". Obedeci. Meu corpo reagia diferente do habitual.

Estava livre para dançar da forma como quisesse e, mesmo que os movimentos fossem engraçados, eu não precisava me preocupar com uma opinião alheia ou algum crítico de dança. Me divertia, internamente, ao me imaginar fora do corpo para observar aquela cena.

Essa experiência foi autoconhecedora para mim.
Agradeço por me ter-la proporcionado, Palash!


Palash fazendo uma leitura do livro do Osho.

Chalé que ficamos hospedado. 
O cuidado está nos detalhes, que nos faz sentir acolhidos!
Alias. A numeração do quarto (6), foi totalmente numerológica!

Lavar o Corpo. Lavar a Alma!


Vive-se, mas às vezes viver não é suficiente.
O meu passado de ontem, era o meu presente de hoje.
O que perdemos quando piscamos os olhos?
Que segundos escapam de nossas vistas?
A cada inspirar, encho-me de vida, que merece se vivida.
A cada expirar, a beleza  efêmera, 
mostra-me que apesar de sua brevidade,
sua singular identidade será mantida.

16 de outubro de 2015

Chão de giz



Percebo que este caminho que trilho, mostra-me verdades sobre mim mesma que por tanto tempo as ocultei dos outros por vergonha, ora por medo. As situações corriqueiras, estão me ensinando que não tenho absolutamente o controle de nada. Na evolução espiritual não há espaço para se cultivar a prepotência de julgar que se possui algum poder para salvar vidas, direcionar ações alheias. A dura verdade é que só posso salvar a minha alma, ajudar a mim mesma, curar o meu espírito. Estou tendo que aprender a abrir mão dos conceitos que me limitam, do "Amor" que sufoca e das relações unilaterais... 

Caminhar para frente requer coragem para deixar para trás o que já não é mais necessário. Baixo minha guarda. Quebro minhas defesas para me desfazer a imagem de "fortaleza" que criei em torno de mim. Escolho permanecer vulnerável, pois descobri que sou falho, humanamente falho.

Admitir que não se é Deus e aceitar a condição de ser apenas um humano, é o bastante. Basta-me minhas próprias fraquezas, pois elas são o limo que necessito para evoluir. 

Cada consciência busca experiências condizentes com sua necessidade. Só preciso entender que nenhuma escolha é igual e que cada vida é um aprendizado único. Cada alma é um ser único. E conforme eu for trabalhando neste caminho, é certo que encontrarei corações que se uniram em um único propósito? Qual? Não sei. O que sei é que o Amor estará presente em tudo aquilo que for feito agora e daqui para frente.   

  

A criação




A criação

Quando o brilho renova o amanhecer
A alma pede pra ser
Os grilhões do tempo
Não fazem mais mal
As chamas acesas
Liberam o árduo néctar do viver
E em comunhão
Os seres vão brincando de luz
Se apertam, se doam, se entregam
Deixam ser o que virá
Let it be, é isso aí

Cada qual amando à sua maneira
Nesse jogo de pique esconde
Esconde quem quer
E se encontra
Quem puder

Encontrar-se
Encontrar-se
Encontrar-te
Te encontro.

No oceano infinito do céu


"...Você os conduz suavemente para o mar que é o Infinito, refletindo as profundezas do céu na limpidez da sua alma linda- e quando, cansados pelo marulho e cevados dos produtos do Oriente, eles voltam ao porto natal, são ainda meus pensamentos enriquecidos que voltam do Infinito a você"

(Convite à viagem - Baudelaire)

13 de outubro de 2015

Malévola



Todas as pessoas nascem com a sementinha da maldade e da bondade dentro de si. Conforme crescemos, as escolhas que fazemos, podem alimentar uma dessas duas plantinhas que estão enraizadas em nosso ser. As situações enfrentadas e a forma como nos posicionamos diante aos obstáculos, potencializam a maldade ou a bondade existente em nós. Resta-nos saber, qual dos dois serviremos ao longo da vida.

Diante a situação que estou passando, algumas palavras ganham forma. 

Não acho que falei demais, mas o necessário para ambos. Não posso apoiar atitudes erradas de ninguém. Fechar os olhos e ser conivente, é a injustiça praticada por milhões de pessoas todos os dias que tapam os olhos para não verem o desrespeito! Mas ele acontece e piora porque escolhemos ficar calados frente aos descasos!

Por favor! Não espere que eu apoie suas atitudes erradas ou passe a mão na sua cabeça diante um erro. Se você deseja uma amiga para isso essa pessoa não é eu. Já não consigo agir insensivelmente quando estou diante à outro ser humano e sofro porque vejo as pessoas desperdiçando o tempo delas com coisas superficiais! Sinto muito te dizer isso. Descobri com essa situação toda que só conseguimos ajudar aquele que quer ser ajudado. Me interfiro nos problemas alheios achando que poderia fazer algo e vejo que todo esforço é em vão. Eu não tenho esse poder todo que julgo ter e quem sou eu, pra achar que poderia impedir a pessoa de vivenciar uma situação negativa! Ficar preocupado com o outro, é perda de tempo. 

Contudo, cada vez que mergulho nesse universo espiritual, cresce em mim um forte senso de dever e moral e isso está me impedindo de conviver normalmente com as injustiças, os desrespeitos... Não sei o que está acontecendo comigo. Por outro lado, sinto que necessito conhecer pessoas que estão em outra frequência vibracional de energia. Sinto que preciso conhecer mais pessoas que estão empenhadas em se melhorarem como seres humanos!

Estou me afastando de várias pessoas e me isolando nesse momento. Sei que tenho que trabalhar mais minha tolerância e perceber que erramos porque estamos tentando acertar. Sei também que as pessoas ao qual resolvi me afastar, são pessoas boas, eu sei que são. Elas erram, assim como eu erro. O erro faz parte do ensino. É errando que se aprende a escolher o caminho certo. Mas preciso desse tempo. Preciso me afastar porque sei que não sou tolerante e capaz de aceitar os outros como de fato são. Me retiro ao prenúncio de uma possível derrota, pois é melhor se prevenir do que se machucar com os próprios atos.  

11 de outubro de 2015

A Hora da Estrela...



A noite me traz lembranças que ficam ocultadas durante o dia. Dores enterradas e lágrimas escondidas estão criando um sentimento de frustração em mim, por não fazer aquilo que deveria estar fazendo. É difícil fechar algumas portas, desapegar-se daquilo que lhe causa sofrimento, dar o primeiro passo ou se arriscar em busca de um sonho.

Dias atrás, voltei àquele lugar que outrora fora meu centro de atenções. Acreditava que o mundo estava contido ali, em todas aquelas palavras empilheiradas. O conhecimento à sua disposição, arrumado na estante e a troca de ideias, eram o suficiente para que eu aguentasse uma rotina estressante de comércio. Contudo, o que havia aconteceu? Porque o gosto por trabalhar ali, desvaneceu sem que eu percebesse? A empolgação deu lugar ao desânimo. Olhei para aquelas paredes e uma sensação de limitação se apoderou de mim. Senti que aquele lugar era pequeno demais, já que minha alma desejava se expandir.... Meu coração estava sufocado e mesmo no clima de férias, senti-me angustiada por imaginar estando ali novamente.

A Espiritualidade Maior, sabendo de minhas necessidades, agiu em meu favor e logo fez com que eu reencontrasse uma pessoa muito especial, iluminada e que por alguma coincidência cosmológica, estivemos em busca do mesmo aprendizado, unidas pelo mesmo sentimento de querer ajudar as pessoas através do processo de autoconhecimento. Esse reencontro abriu várias portas e me fez perceber a imensidão deste mundo! Naquela noite, enquanto íamos comprar algo para comer, senti que meu mundo estava se expandindo, senti que deveria sair da concha e compartilhar o que andei aprendendo nesses 6 anos de busca espiritual. Senti que poderia realmente ajudar as pessoas a encontrarem seus caminhos com as orientações dadas pelo tarô. Senti que as possibilidades eram infinitas assim como as estrelas que ilustravam aquele céu. Senti que Deus havia atendido minhas preces e estava me dizendo: "Michele, agora é com você. Vai lá! Ganbatte!"

Jesus fala que antes de orar para o Pai que está no Céu, Ele já sabe exatamente aquilo que necessitamos.  Por isso, o Universo manda aquilo que você precisa! E eu estava precisando entrar em contato com pessoas que estão na mesma vibração energética, se empenhando para se melhorar através do autoconhecimento e buscando ajudar as outras pessoas com tudo aquilo que se aprendeu durante a jornada espiritual de cada uma! A vida é um eterno aprendizado que pode ser experimentado ou compartilhado, e isso tudo, torna nossa existência mais rica.   

Agora é a hora, a Hora da Estrela! E há espaço demais para que todas as Estrelas brilhem e iluminem cada vez mais o mundo que aparece se afundar em meio as "trevas". Mas se cada um buscar acender a luz dentro de si, o mundo se iluminará aos poucos! É com a força que compartilhamos nesse desejo sincero por uma mudança mais profunda, que realmente, seremos capazes de "acender" o mundo!!!

Ps: Devo imensa gratidão a Luisa Trajano por ter abrido essa porta dentro de mim e ter me apresentado um Universo repleto de oportunidades!!! Todas as coisas boas e que ajudam no nosso crescimento pessoal, tem o dever moral de ser compartilhado!!! Muito Obrigada Lu por essa feliz coincidência predestinada!

Dia de iniciação do Reiki da minha mãe e minha irmã! Experiências únicas e incríveis que ambas vivenciaram!!! É muito Amor que merece ser compartilhado! SEMPRE! 


















   

6 de outubro de 2015

Explosão de cores




Chuva que passa
Na madrugada sem fim
Do meu ser
Mostra que teu saber
Move montanha e mares
E a força do teu sol
Levanta qualquer ferida
Imposta pela dor
O sentimento aqui dentro
Misto de tonteira e felicidade
É como uma chama acesa
Que brilha ao som do luar
Uma mistureza de cores
E energia
Voi la
Cria ativdade

Sobre a compaixão [reflexão]


Buda já dizia: "Se a sua compaixão não inclui a si mesmo, ela é incompleta." 

A palavra compaixão é derivada do latim, compassione, e pode ser descrita como a capacidade para compreender o estado emocional alheio. Por trás desta compreensão há sempre um desejo de querer aliviar ou diminuir a dor daqueles que sofrem. 

A compaixão te permite conectar-se com seu próximo, descobrindo nele uma parte sua. Quando você se dar conta que as mesmas dores, alegrias, sofrimentos, tristezas, felicidades, fazem parte da experiência humana e que todos, sem exceção, estão sujeitos a vivenciarem dissabores, os seus níveis de compreensão são expandidos. Nos tornamos mais humanos e cientes do que nossas ações poderiam causar na vida do próximo, evitando assim, muitos males. 

A capacidade para se colocar no lugar do outro, entretanto, está aos poucos se perdendo em meio a tanto individualismo alimentado pela sociedade das aparências. Muitas pessoas agem como se tivessem desligado o botão da "consciência" e  pouco se importam com suas próprias ações. Sério! A maioria das pessoas não estão ligando para os sentimentos dos outros, pois o botão do "fodas" está constantemente ligado. Atitudes impulsivas, atos improdutíveis, levam o indivíduo a se importar apenas com o saciamento de suas necessidades.  

Dias atrás, passei por uma situação que me fez tomar atitudes drásticas para minha autoproteção. Uma pessoa, estimada por mim, procurou-me para contar seus problemas e eu senti que poderia ajudá-la a sair desse ciclo de ações destrutivas. Contudo, mergulhada nos próprios interesses, ela não deu ouvidos ao que eu dizia, voltando a repetir os mesmos erros de outrora.  Aquela situação me perturbou durante uma semana, pois comecei a me sentir mal por dentro por não ter conseguido ajudá-la.  Para sair desse quadro de sentimentos negativos, relembrei-me das palavras que ilustram o início desse texto: "Se sua compaixão não inclui a si mesmo, ela é incompleta". E infelizmente, resolvi cortar essa pessoa da minha vida e me afastar dela. 

Há muitas pessoas que são necessitadas interiormente, mas não são todas que recebem com o coração aberto a sua ajuda ou querem mudar seus hábitos e darem um novo significado as suas existências. Elas sabem, inconscientemente, que suas ações prejudicam tanto o outro como a si mesmo. Um exemplo para ilustrar isso é o fumante ativo e o passivo. Ambos são prejudicados, mas ação principal advém daquele que acende o cigarro e o coloca na boca na tentativa de diminuir sua ansiedade e estresse. É verdade ou não é? Ele não faz um mal apenas para si mesmo, como para o outro. Estou até ouvindo:"Michele, cada um cuida da sua própria vida", mas sempre que ouço isso, retomo as palavras do pequeno príncipe: "somos responsáveis por aquilo que cativamos"... 

Se sua intuição lhe diz para se afastar de determinadas companhias, ouça a voz sutil de seu coração. Deixe que o Universo se encarregue de cuidar dessas pessoas. Não se sinta culpado (a) por não ter conseguido ajudar quem estava necessitado. Às vezes, o melhor auxílio está em justamente o "não-ajudar", ainda mais quando a insistência está presente.



Talvez, essas situações venham me mostrar que nem todas as pessoas querem ser ajudadas. Não é todo mundo que busca o autoconhecimento ou muito menos, aprender com os próprios erros. Poucos são aqueles que estão realmente compromissados com sua reforma interior. Percebi que somente cuidando de si mesmo, sendo atencioso com o que se passa em seu íntimo, você será capaz de oferecer o melhor que há em você para o próximo.

Quando Jesus disse: "Ame o próximo como a si mesmo", ele estava se referindo a importância do Amor próprio e como ele faz bem à alma se cultivado com a verdadeira estima de si! Se você não se ama, como espera amar o outro? Como espera oferecer Amor para ele?  


Deixo uma reflexão a todos.
Ótima tarde, Namastê!    

Aprendizado da semana: Superação.


Nosso dia-a-dia é repleto de histórias inspiradoras. São histórias reais de pessoas que nos mostram como o Milagre age em nossas vidas. Histórias que revelam como o esforço, a dedicação e a paciência, são capazes de causar uma transformação na vida do indivíduo que antes de tudo, busca acreditar em si mesmo e em seus sonhos.

Ser persistente em um sonho, não trata-se de burrice, mas de coragem. Ser corajoso o suficiente para continuar acreditando, quando a maioria duvida, é salto da credulidade para fé que se  move através das obras.

Dias anteriores, estava no meu serviço quando deparei com uma situação que me mostrou a força da superação de uma pessoa que acreditou em seus potenciais mesmo diante da limitação temporária de seu corpo. Um cadeirante havia chegado na loja e solicitou um livro de xadrez para meu colega de trabalho. O rapaz era bastante simpático e cordial. Após o atendimento, sua mãe viera buscá-lo e comentou conosco que aquele jovem havido sido Campeão Mineiro de Xadrez (2015). Isso mesmo! A deficiência física do jovem não foi impedimento para que ele competisse em igualdade com os demais, levando o 1° lugar do campeonato mineiro de xadrez.

Eu fiquei pensando. O que a força da mente não faz?! O Xadrez é um jogo de puro raciocínio lógico e estratégia! Qualquer movimento da peça durante a jogada pode colocar tudo a perder. Um dos benefícios atribuídos ao exercício do xadrez está na desenvoltura adquirida para tomada de decisões, além de treinar a mente para o raciocínio crítico, velocidade no pensamento e poder de análise das consequências.

Imagine o quão foi difícil para esse jovem, superar as barreiras físicas e acreditar no potencial de sua mente? Quantos "nãos" ele deve ter ouvido ou mesmo se deparado com pessoas que desacreditaram na sua força de capacidade para superar as adversidades da vida? Pois é. A história desse jovem nos ilustra que tudo é possível para aquele que acredita. E vem ensinar que os obstáculos estão inclusos na vida de todos. A questão é: diante do obstáculo você vai fugir e reclamar ou vai querer crescer através dele?

Uma ótima semana para todos!
Namastê


Obs: Mandei um email pedindo autorização para citar o nome dele, mas como não recebi respostas, resolvi escrever a  história que consegui captar nos poucos minutos em que estive na presença dele. Quem quiser saber mais, é só acessar o link pra o Betim Cultural.