Conheci uma garota... (Conto)

Conheci uma garota, melhor, conheci uma mulher. Tudo bem, na verdade é um mulherão. Ela é graciosa, meiga e sincera.

Sabe aquela mulher que gosta de ter controle ou domínio das situações? Sabe aquela mulher que passa a imagem de poderosa, “beijinho no ombro pro recalque passar longe”? Ela é assim. Tem muita força, muita garra para conquistar o que desejar.

Por onde passa, arranca suspiros alheios com todos seus gestos atraentes. Não vejo malícia em seu maneirismo, o magnetismo dessa dama é algo natural. Ela é naturalmente encantadora, por assim dizer.

Só que a vejo, sempre travando uma luta interna. Ela luta contra seus próprios sentimentos. Quer ter controle das próprias emoções, emoções que nem ela mesma compreende. Dá para ver em seu interior, um turbilhão de sentimentos que percorrem por todo seu ser, intensamente.

Ela tem medo de amar alguém e se perder nesse sentimento. E toda vez que algo assemelhar-se à sua visão distorcida de amor, bater em sua porta, ela se esconderá, avisará que não está e que não irá atender essa visita inesperada.

Ela tenta a todo custo se proteger. Não quer se apaixonar, não quer amar, mas no fundo, eu sei que ela deseja tão ardentemente quanto eu, amar e ser amada por alguém.

Só que ela sabe, e eu também, que no encontro do Amor, não tem hora ou lugar para acontecer. Somos pegos desprevenidos e convidados a arriscar nossa segurança por algo vulnerável, mas forte o suficiente para fazer-nos crescer. Amar é permitir-se crescer, melhorar-se como Ser, pois no fruto do Amor, está a semente para nosso crescimento e não ascenderemos nas sendas evolutivas, se não buscarmos evoluir com ele.


Um dia ela descobrirá que é Amar é imprescindível e que é melhor doar nosso Amor que somente abrir as mãos para recebê-lo.

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