No fundo da floresta





Quem está me esperando no fundo da floresta? Meus medos? Minha ignorância? Meus preconceitos? Meu lado escuro e vazio? 

No fundo da floresta, existe um outro eu que tenho dificuldades para enxergá-lo. Minha sombra reside em cantos obscuros e  só se manifesta em momentos inoportunos; momentos que solto a fera que há em mim. No fundo da floresta, minha ignorância se revela na minha tentativa vã de rebaixar aqueles que pensam contrário; quem não enxerga o mundo como eu o vejo. Pobre de mim, pois quanto mais forço os outros a serem como quero, mais limito o que posso aprender com cada universo que esbarro no dia-a-dia. No fundo da floresta, meus medos vivem criando uma realidade que não almejo vivencia-la; meus medos e minhas repulsas, me afastam de aprender a ter domínio sob o meu eu inferior: o eu que julga, apedreja e condena; o eu fraco e escravo de suas paixões; o eu que não reconhece em si a mudança que quer ser no mundo. No fundo da floresta, no vazio, ouço constantemente o barulho do meu Ego. O ego vive em absoluto barulho, abafando as reflexões extraídas do mais completo silêncio interior. Como dormir a noite, com este barulho ecoando na mente com as atribulações da vida mundana e me afastando do meu espírito, da minha individualidade que é eterna e cósmica? 

No fundo da floresta escura, eu vejo uma luz acender e tenho a consciência que esta luz é acesa por mim. Quando abraço meus defeitos, me aceito como um ser, humano e imperfeito, eu abraço minha sombra e a integro a vontade maior de transformá-la em Luz.

No fundo da floresta, existe Luz.     

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