23 de agosto de 2014

Agosto / Mudanças / Ser Criança!



Agosto, o mês do... Você termina a rima da forma que achar apropriada. Agosto tem sido um mês de muitas mudanças na minha vida. Sabe aquelas mudanças bruscas, rápidas, que te tiram da zona de conforto, muda sua rotina e te apresenta novas escolhas, novos caminhos que precisam ser trilhados? 

Tudo o que modifica a estabelecida rotina, causa um desgaste mental, físico e emocional em nosso ser. Entretanto, é um período de transição. Uma espécie de metamorfose da natureza. Mudanças são necessárias, especialmente aquelas que não desejamos ou muito menos a prevemos. Certamente, são as que mudam totalmente o rumo de TUDO! Mudanças estão me ensinando a necessidade de ser mais flexível! Quem vive rigidamente, não percebe que a alegria acontece quando estamos distraídos. A vida é movimento e não rigidez. E toda leveza do ser, carregamos no brilho de nosso olhar. Quem compra prazer, pouco sabe que a alegria se esconde nos momentos mais improváveis, arrancando-nos sorrisos espontâneos!   

Vim aprendendo que ser inteligente emocionalmente difere-se do acúmulo de conhecimentos. A inteligência emocional está ligada a nossa capacidade de contornarmos sabiamente os conflitos interiores, independentemente da demora que existe para resolver determinada questão. Não adianta ter diplomas, títulos acadêmicos, ser reconhecido profissionalmente, se você não conhece 1/3 do seu interior, não conhece suas emoções e vive na inconsciência de seus próprios atos.

Já estamos no segundo semestre de 2014 e estou voltando às origens, tendo que recriar novos caminhos.  

É preciso voltar para dentro de si quando todas as portas externas estiverem fechadas. A porta do autoconhecimento está sempre aberta, esperando que nós adentremos nela. O autoconhecimento, tal como um pai, espera saudosamente o retorno de seu amado filho.

É preciso reconhecer nossos limites pessoais e admitir nossas fraquezas. Que possamos ter força, coragem e determinação para mudar tudo aquilo que pode ser mudado. Paciência, fé e resignação para aceitar aquilo que não podemos mudar e, sobretudo, sabedoria, para distinguirmos as duas coisas.

É preciso ter humildade o suficiente para pedir desculpas se errar e nunca cair nas armadilhas do orgulho. É melhor se desculpar pela falta cometida do que esperar as desculpas alheias. É melhor fazer sua parte, mesmo que o outro se esqueça de fazer a dele. É melhor estender a mão do auxilio do que cobrar resultados. É melhor encher o coração com Amor do que deixar que ele se contamine pela vaidade e orgulho. 

É preciso... E eu preciso disso tudo no momento que estou passando: voltar para dentro de mim.



O mês de agosto começou com altos e baixos. Passei por um término que abalou bastante minhas estruturas emocionais, físicas, mentais e espirituais. Quando tomamos um pé na bunda, sequer imaginamos, afinal, o golpe é sempre dado pelas costas. E de alguma forma, os acontecimentos estão muito recentes para se tirar alguma conclusão saudável. Não sei ao certo o real motivo e nem as circunstâncias que acarretaram essa tomada de decisão, pois foi um dos términos mais estranhos e confusos que já passei pela minha vida (e espero ser o último). A outra parte estava extremamente perdida, desorientada e nem parecia aquela pessoa que conheci há um ano, tão segura de si mesma e de seus próprios ideais.  

Entretanto, o que está feito, feito está. Não adianta chorar pelo leite derramado, criar expectativas, alimentar ilusões. Nos primeiros dias, é impossível que a revolta não se instale ou que as indagações não surja. “O que foi que eu fiz?”, “Será que nada do fiz foi o suficiente?”, “Por que fulano fez isso se dei todo o meu amor?”. Isso me faz lembrar o quanto já fiz meus ex-namorados sofrerem e como me arrependo por ter feito cada um deles se angustiarem com minhas indecisões.


Lucas, Leandro, Guilherme, me perdoem! Como tal manda a Lei de Causa e Efeito, sempre colhemos o que plantamos em algum lugar no futuro e o que fiz com vocês, estou colhendo agora ou pelo menos, é o que parece ser.


O fim de um relacionamento, esse em especial, me fez refletir a forma como lidamos superficialmente com nossos conflitos internos e como desconhecemos totalmente quem está ao nosso lado!

Não sabemos o que se passa no íntimo de quem têm as nossas mais caras afeições!

Não conhecemos o tamanho do desespero ou da dor que aquela alma carrega!

Achamos que esconder, omitir, ocultar são os melhores caminhos, só porque achamos que compartilhar aquilo que nos aflige incomodará o outro.

Até quando você irá aguentar esse peso? 
Até quando você suportará carregar tudo isso sozinho?




As relações atuais estão assim. Começam intensamente. Ambos estão embarcados na loucura dos sentimentos ali compartilhados. Querem viver o frenesi do momento e na desestrutura do sentir, não pensam na manutenção das emoções à longo prazo. Ninguém quer realmente conhecer a verdadeira face do outro e tudo aquilo que ele julga amar, é apenas o reflexo de si mesmo. Sim! Amamos a imagem que o outro reflete, carregada de expectativas, sonhos e idealizações nossas! Amamos aquilo que idealizamos dele e quase sempre, difere-se muito do que ele é realmente!  Não existem diálogos verdadeiros nas relações atuais. A comunicação é algo banalizado ou totalmente supérfluo! Você conhece as dores do seu parceiro? Você conhece o que realmente angustia ele? Quais são os sonhos e ideais dessa pessoa que está ao seu lado? A conversa é algo estimulante, inspirador, criativo ou inovador? Vocês preferem ressaltar as qualidades um do outro ou vive desestimulando o parceiro com seus deméritos? Quando você fala, o outro está com suas atenções voltadas à você ou a  um celular?

Eu acho muito irônico, essa troca que nós fazemos atualmente. Trocamos humanos por máquinas! Vai ver que o motivo seja porque, um celular é de simples manuseio e nem nos dá dor de cabeça nesse ciber relacionamento! Nem percebemos que um celular/máquina/virtual é mais prazeroso que a companhia de um ser humano/humano/real!

Não existem partilha verdadeira de sentimentos, pois ambos estão obcecados com o apenas “receber”. Não existe doação, apenas cobrança. Não existe estímulo sincero frente aos acertos, mas desânimo ao lidar com os defeitos e erros.

E infelizmente, é isso o que vemos nas relações atuais. O que começa intensamente termina abruptamente também!

Não há respeito, consideração e nem zelo pela relação que vivenciaram. Pior, são os términos que acontecem virtualmente! Não há conversa ou olho no olho, pois um não tem coragem para dizer para pessoa os reais motivos, preferindo muitas vezes, se esconder atrás de desculpas! E tudo o que queremos é manter distância. Como? Se ontem existia amor, hoje não existe mais? O Amor é algo tão banalizado dessa forma? O Amor que julgava sentir é tão superficial assim, a ponto de não se importar mais com a pessoa? É assim mesmo? Pois é, a realidade é essa. E dessa forma o ser humano se relaciona, superficialmente consigo mesmo e com o outro.




Ser superficial é se vestir de máscaras, viver na defensiva, levantar barreiras e não se conhecer.  

Quem não se conhece, não busca autoconhecimento, relaciona-se de modo superficial consigo mesmo e com outro.

Barreira erguida é coisa de gente adulta, paranoica, que tem medo de arriscar e vive receoso, pois não quer ser surpreendido pela vida. É gente adulta que tem medo de expor suas fragilidades e ser vulnerável na própria sinceridade. Mas toda regra há uma exceção e quem cresce mantendo o coração puro como o de uma criança, certamente há de descobrir que a alegria nasce da distração e não nos momentos de prazer que compramos por aí.



O encontro de duas crianças é assim: uma se fascina pela outra, quer brincar, quer descobrir, quer aprender, quer se divertir. É o encantamento natural que existe entre duas crianças que se acabaram de conhecer, pois elas estão realmente interessadas uma pela outra. Seus olhares são repletos de curiosidade, brilho e intensidade! Não há maldades em suas intenções. Sabe por quê? Porque elas são verdadeiras, são sinceras com seus sentimentos e como já dizia o Mestre da Vida, o lugar delas no céu, já lhes é reservado. Não podemos viver sufocando a criança que mora dentro de nós, senão nos tornaremos esses adultos ranzinzas, que vivem reclamando da vida, do tempo e das pessoas. E por tanto reclamarem, nem percebe que o milagre da vida é justamente esse que acontece agora: o presente, a dádiva de estar vivo e poder viver esta encarnação repleta de aprendizado! É preciso que soltemos nossa criança interior, pois ela conhece aquilo que nos traz paz, tranquilidade, felicidade! É preciso deixar que essa criança cuide de nosso coração, limpando-o das mágoas, ressentimentos e maldades, e renovando-o com a mais pura esperança! Por isso, deixem suas crianças livres, pois se você tiver o coração puro como a dos pequeninos, certamente será convidado a entrar no Reino dos Céus.


A arte de lidar com o fim, é difícil, sim! Mas aprender a sair de um relacionamento grato por tudo é quase uma missão impossível! E se foi mentira ou verdade, não importa mais. O importante é que fui realmente feliz em cada momento ao seu lado e por isso mesmo, agradeço a você, Flor da Noite, por me ajudar a compreender mais sobre nossas relações humanas!  


Agradeço infinitamente a oportunidade que o Universo me concedeu de estar ao lado de cada um de vocês: Lucas, Leandro, Guilherme e Carlos! Muito Obrigada! Muito Obrigada! Muito Obrigada! Vocês serão sempre importantes para mim. Quando digo importar, significa: “eu importei você para dentro de mim, para dentro de meu coração!” 

Pois é... E nesse mês maravilhoso que estou tendo (ironia), faço minhas reflexões, acreditando que todas as situações podem me ensinar algo sobre minha própria natureza, sobre o mundo que me rodeia, pois assim poderei me relacionar melhor comigo e com quem está perto. Meus propósitos espirituais, certamente estão vibrando em mim, com mais força. Errar com conhecimento é lamentável. Dessa vez, sim. Eu me perdoo, pois meu maior erro não foi com o outro e sim, com o meu “Eu”, que por vaidade (ego), deixou-se cair nas redes da ilusão, evitando olhar os fatos e distorcendo toda a realidade.. “Eles” te avisam, mas se você não mantem sintonia, essa mensagem entra no ouvido e sai pelo outro.

Mas nem tudo são dores. Apesar de este mês ter apresentado bastantes dificuldades não só para mim, mas para toda a família, sinto que tais circunstâncias são necessárias para nosso amadurecimento como SER. Afinal, Rocky Balboa já dizia: "Ninguém vai bater mais forte do que a vida.não importa como você vai bater e sim o quanto aguenta apanhar e continuar lutando; o quanto pode suportar e seguir em frente. É assim que se ganha."

E é vivendo que vamos aprendendo!  

Existem escolhas certas e erradas, não existe caminho do meio. Ambas irão gerar consequências boas ou ruins, mas até mesmo as escolhas aparentemente ruins, trazem consigo, valiosos aprendizados.

A vida nos surpreende de todas as formas. Mudanças são imprescindíveis! Mudar é sempre deixar as portas abertas para o novo, pois o que é velho, não será mais necessário no caminho a diante! Quando mudamos, sempre deixamos algo para trás. É inevitável não deixar algo para trás, mas imagina sair por aí, carregando tudo o que se quer levar? Suas mãos estariam ocupadas demais para receber o novo!  

As dificuldades podem ser superadas com um esforço! É preciso que suportemos a chuva, se quisermos ver a beleza do arco-íris. E dessa vez, vou me esforçar para libertar essa criança que adormece em mim, pois toda criança, na chuva ou no sol, brinda com toda sua energia pela dádiva da vida!

Let it be! Let it be! Let it be!
Namastê!

Que Deus vós acompanhem!


11 de agosto de 2014

Ser-aí




Aprendi que o Tempo cura as feridas, se encarrega de cultivar a memória e guarda as boas lembranças na bagagem que levamos por toda a vida. 

Havia me esquecido que toda vez que me perco, acabo me reencontrando. E as escolhas aparentemente confusas, mostram-se certas em algum lugar do futuro.

O certo é que eu não queria lhe dar reticências, mas um ponto final. Assim abriria espaço para que ambos pudessem continuar a escrever novos prólogos em uma página totalmente branca. Desejo que seja assim. Novas linhas serão escritas e novas estórias nasceram daí. Aí, ficará fácil descobrir que a alegria se esconde em um sorriso espontâneo e a leveza de viver carrega-se no olhar.

Aprendi que nenhuma relação sobrevive se não houver companheirismo, procura sincera entre os amantes, noites de conversas à fio pelo telefone... Uma relação não sobrevive se não houver total entrega das ambas partes. Percebi que vale mais caminhar sozinho, curtindo a própria companhia, do que manter uma relação por conveniência. 

Aprendi que machucar e ser machucado, faz parte do processo. E nem por isso devemos nos descabelar. Todos os dias, tem gente que termina ou começa uma relação. Na sorte ou azar, independente da vibe que você está, tudo isso há de passar e logo os dias de choro de ontem, serão motivos para risada amanhã.

Um dia de cada vez, vou vivendo. Se ontem estive triste, hoje estou feliz e as surpresas de amanhã, só Deus sabe. Nos altos e baixos, entre o mutável e o inconstante, refaço meus passos na certeza que encontro, toda vez que olho para dentro de mim.  

8 de agosto de 2014

Bem vindo à Toca do Coelho...



Cada ser encarnado tem seus próprios processos de desenvolvimento espiritual. Todos nós seremos convidados a esse trabalho que está unicamente a sua responsabilidade, desenvolvê-lo. Tudo vem no tempo devido e não adianta querer colocar o carro na frente dos bois. Faz aproximadamente cinco anos desde que comecei a estudar mais sobre esse universo espiritual, buscando na crença da reencarnação o porque de vivenciar determinadas situações. Ontem eu reaprendi a valiosa lição de que tudo vem para seu aprendizado individual e faz parte da caminhada esses percalços que somos obrigados a passar por eles ou simplesmente, contorná-los.

Ontem, foi um dia bem diferente. A convite de uma amiga, fui conhecer uma fraternidade mística, com bases bem assentadas nas linhas kardecistas, umbandistas e também, eles fazem trabalho com a bebida Ayahuasca. O ambiente, tinha uma energia muito tranquila, boa, semelhante a do centro espírita que costumo frequentar. As pessoas sorriam e a maioria estavam vestidos de branco. Iríamos participar de uma roda de gira, o que na umbanda significa uma sessão mediúnica, que eu não vou saber explicar muito bem o que é. Tudo o que sei, é que a energia naquele local era muito forte demais. E também, na minha leve curiosidade a respeito do daime, resolvi experimentar. 


Metade de um copo daqueles que se servem conhaque foi o suficiente para que eu tivesse, o que eles chamam de "mirações". Se eu for tentar explicar elas, você leitor, vai achar que fiquei muito doida. O ritual acontecia com muitos batuques, muita música que saudavam os orixás e muitas incorporações. Ao mesmo tempo que via mirações ao fechar os olhos, a região dos meus chacras cardíaco e frontal eram fortemente pressionados. Uma queimação muito forte na região das costas subia até minha nuca. Sentia uma energia poderosa percorrendo todo meu ser. Minha amiga, toda hora perguntava: "Você está bem?"... E eu respondia: "Não sei. Isso é normal?"... E ela respondia na maior tranquilidade: "Calma, tenha calma". Isso, de alguma forma me tranquilizava bastante. Mas aqui, convenhamos... A sensação de perda de controle e perda dos sentidos é muito ruim. Isso me fazia pensar (como pensar né, meu raciocínio estava muito bixado na hora para tentar discernir alguma coisa) o quão apegados somos a coisas como: status, família, amigos, trabalho, namorado, diplomas...   

O interessante da experiência foi que quanto mais eu tentava manter os olhos abertos, mais algo me puxava para "olhar para dentro de mim". E foi em um desses momentos que desabei a chorar. Tudo tornava-se escuro e as mirações coloridas deram lugares as imagens do meu ex (passamos por um término que me abalou bastante). E quanto mais lembrava dele, mais eu chorava desoladamente, perguntando porque exatamente ele havia terminado comigo. E nas copiosas lágrimas, eu pedia desculpas e muitas desculpas por não ter feito o suficiente para ele. Eu sei que você irá ler esse post, mas não se assuste. Eu chorava feito uma criança, toda vez que me lembrava de você. Lembro-me que os batuques haviam encerrado e haveria uma segunda dose da bebida. Pensei comigo: "Melhor não. Quero me manter um pouco mais sóbria dessa vez."

Minha amiga, levantou-se da cadeira e perguntou se eu queria conversar com o preto velho. Respondi um sim, muito confuso por sinal. Fomos até o local onde estava sendo ministrado o trabalho dele, quando as frequentantes da casa, olharam para mim e perguntaram: está tudo bem?.. Eu respondia: não sei, minha cara de choro está tão visível assim? Uma das moças me aconselhou a voltar para cadeira onde eu estava, permanecendo sentada, esperando o efeito do Daime acabar, o que achei muito sensato, já que não estava em uma boa condição para assimilar alguma coisa. Precisava vivenciar aquele processo, pelo menos foi o que eu entendi.

Retornei a sentar na cadeira. Enquanto isso, as pessoas faziam fila para tomar a segunda dose da bebida. Quando todas as pessoas já estavam sentadas, o batuque começou e a música agitava o ambiente. Sob efeito da primeira dose, tornei a ver novamente as mirações, muito coloridas, cheia de estrelinhas. Sentia dessa vez, que todos os meus sentidos estavam sendo expandidos. Ouvia sons que não sabia ao certo se era ou não sons da música. Uma forte energia percorria meu corpo todo e novamente sentia, aquelas pressões nos meus chacras cardíaco e frontal. Abria os olhos e tentava acompanhar o ritual e bem na minha frente, muitas incorporações acontecia. Lembro-me mais especificamente das giras para Erê e Oxum. Lembro-me também que olhava para nossa acompanhante (que foi junto com nós) e dizia para ela: você está em uma luta muito grande. Vai saber o porquê de eu ter dito aquilo. 

Mas... na segunda parte do ritual, estava mais certa do que exatamente queria com o Daime. "Quero pensar nele", dizia comigo mesma, "quero chorar tudo o que tenho para chorar". E novamente, as imagens dele vinham na minha cabeça, e eu retornava a chorar bastante acompanhado por pedidos de desculpa. Chorava copiosamente e sentia que tudo aquilo ia aliviando aos poucos a dor que estava sentido com esse término. E a cada lágrima, não sentia desamparo, mas sim, que estavam sendo acolhida. Que em algum lugar do Universo, existia Alguém que desejava somente o Bem para todos seus filhos. Não pense que você está só. A Espiritualidade Maior está sempre nos acompanhando, nos intuindo e nos auxiliando na nossa jornada terrena, pois como disse o Pai João: não é fácil, nada é fácil. E naquele momento de pranto, me senti amparada, acolhida, amada.

Na gira de Erê, era impossível você não sorrir ou sentir mais alegre. Uma das pessoas incorporadas, chegou até mim, oferecendo uma bala, dizendo: isto é para você não ficar mais triste. Agradeci. Via naquele centro, muita animação. E enquanto eu chorava, pensava: "poxa, a festa aqui está tão bonita e eu estou chorando." Mas eu precisava passar por aquilo. Já no final do ritual, o efeito do daime começava a sumir vagarosamente. E sentia que não era preciso mais chorar pelo que não deu certo. No encerramento aconteceu uma dinâmica em dupla, muito boa por sinal.          

Saí de lá, um pouco tonta... com a pressão baixa, me deram até sal. Mas senti que algo havia mudado em mim. Não sei exatamente o que é. Pensava em você e senti que um peso havia saído de meu coração. Eu o amo com todas as minhas forças, mas tenho a plena consciência que você é livre para escolher seus próprios caminhos. Eu tentava manter você preso dentro de mim, através das lembranças, mas descobri no final disso tudo, que o Amor tudo liberta e que você é digno de ser amado, não só por mim, mas por várias e várias pessoas. Nós dois e todos os outros seres do universo, são dignos de serem amados e felizes! Deus, só quer o bem de todos seus filhos! Eu amo você e desejo de todo o meu coração que você possa ser verdadeiramente feliz. E estarei aqui, sempre para te apoiar, ajudar e para qualquer outra coisa que precisar.

           

"E Ele disse: Que haja LUZ."


Ps: o título do post foi inspirado em um blog que meu amigo Yama escreveu relatando alguma de suas experiências transformadoras com a Espiritualidade. Como tive, de certa forma, uma experiência que transformou-me também, resolvi prestar essa "pequena" homenagem. hahaha O texto possui alguns erros de concordância. Ainda estou me sentindo "fora de mim"... 

7 de agosto de 2014

Vômito


Estou adoecendo com o mundo. Partilho das mesmas mesquinharias de forma/pensamentos, minhas ideias ultrapassadas não passam de quimeras que são extinguidas pouco a pouco. Bebo esta mesma água da loucura coletiva que distorce e abafa a voz trêmula de meu coração. Não sei em quem confiar. As pessoas mostram-se cheias de boas intenções. Logo eu, que sempre tentei olhar o mundo de uma forma bela e idealista, me vejo carregando desilusões e distribuindo frustrações, em vez da esperança. Talvez seja apenas uma fase, tenho que encontrar forças para superar ela. 

Mas o sistema, não quer saber como você realmente está e poucos são os que se preocupam com seu estado de espírito. E meu espírito está cansado, minha mente e meu coração estão confusos e meu corpo está enfraquecido. Somos todos algemados e aprisionam-nos naquilo que não tem nome. A cegueira se estende na idolatria da negligência. Se esquece os feitos e os fatos tornam-se efêmeros. Perde-se valores na estrada da incertezas. Com os sentidos letargiados, os sinais demonstram desânimo, falta de fé e resquícios de uma coragem enfraquecida. Estou sem forças para me mover. Vejo você dando largos passos sem olhar para trás. Permaneço imóvel, sem saber exatamente para onde ir. 

A tristeza emaranha-se em mim e sorrateiramente enfraquece o que dia foi força para me dar ânimos para viver. O sofrimento que sinto, me dá a sensação de ser um mau perdedor. E só dói na gente, aquilo que não aceitamos totalmente. Eu não aceitei. Estou em um estágio de confusão, não sabendo o que foi mentira ou o que foi verdade, ainda mais vinda de você. Até que ponto houve sinceridade e honestidade com suas emoções? 

O que está doendo, não é exatamente esse término, mas sim... a falta de honestidade sua, com seus próprios sentimentos. Você não foi sincero consigo mesmo. E essa falta de sinceridade foi matando pouco a pouco o que existiu de bom entre nós dois. Pagamos um preço alto pela nossa desonestidade emocional para consigo e para com os outros. 

Os sinais, entretanto, já estavam a vistas e quanto mais tentava não pensar no óbvio, me auto-iludia... Me doei demais, me entreguei demais e vivi tudo de uma forma muito intensa, mas em compensação me desgastei demais e também, estou sofrendo demais. Se eu tivesse uma bola de cristal que conseguisse prever o fim, a única coisa que mudaria era ter evitado entrar em conflitos... Teria evitado brigar com meus familiares por uma relação que não teria futuro. E valeu a pena? Não. Saí machucada demais e tudo o que eu quero é apagar de minha mente os fatos e ocorridos... Todavia, isso também não é possível. Sobra-me apenas carregar as minhas feridas e cuidar delas da melhor forma o possível, com muito amor, com muita fé e esperanças que tudo isso é somente uma fase, e logo após a tempestade, eu acredito que sol retorne, brilhando com todo o seu esplendor.          

5 de agosto de 2014

Saber brigar, também é uma arte.





Será que é possível transformar uma briga em uma conversa? Difícil, né. Quando estamos no auge de uma discussão, a adrenalina sobe, os batimentos cardíacos aceleram, fazendo com que percarmos o controle de nossas ações. 

Tem briga que eu não entendo. Sempre surge algo da outra parte que você não sabia no meio de uma discussão. Porque é que temos a mania de prolongar aquilo que já deveria ter sido exposto, e só é dito em momentos como esse? Ser sincero com os próprios sentimentos, é uma tarefa difícil. Poucos valorizam a sinceridade. Nas relações atuais, as pessoas se relacionam com medo de mostrar suas fraquezas e suas vulnerabilidades. Todos querem transpassar uma imagem de serem fortes, mas não são. Carregamos tantas incertezas, dúvidas e receios em nossos corações e sequer encontramos alguém para desabafar, pois não queremos nos expor. Não queremos dividir o nosso próprio monstro, afinal, quem seria capaz de nos aceitar verdadeiramente quando descobrirem que somos apenas humanos sujeito a falhas e defeitos?

Numa discussão, os problemas brotam discriminadamente, deixando a outra parte atônita e surpresa, pois nem sempre estamos preparados para receber uma bomba. A discussão revela conflitos e os conflitos evidenciam uma necessidade de harmonização e equilíbrio que está faltando entre os dois. Mas, se as queixas atrasadas fossem ditas no decorrer do tempo, certamente a discussão viraria uma séria conversa e esta conversa daria espaço à compreensão. E com toda certeza, é com a mente e o coração, calmos, que encontramos a solução!   

Tem briga que mostra ilegitimas queixas, pois raramente compreendemos bem o que o outro quer dizer. Algumas vem acompanhadas de risos e choros e outras, são o tempero da relação, uma espécie de sazón para dar mais sabor. Só que, nem todos sabem brigar e muitos acabam saindo-se feridos pelo monstro que residem em nós mesmos... E é nesses momentos de desatenção com os próprios sentimentos, que descarregamos toda aquela carga de frustrações emocionais, matando aos poucos, o que há de bom por aquela pessoa na gente. 

  

Ps: mas não tem coisa melhor, do que depois de uma briga, reconciliar-se. O beijo fica mais profundo. Os olhos brilham mais. O sexo torna-se mais intenso. E as declarações, continuam apaixonadas. É nesses momentos que descobrimos que certas brigas são necessárias, para reacender um fogo que nunca se apagou, mas que a rotina pouco a pouco abaixou suas chamas.  

Contratempo



Não há como escapar deles e é provável que você se depare com pequenos impedimentos diariamente. São contratempos, obstáculos que não prevíamos causando atrasos incalculáveis. Diante desse pequeno embaraço, é normal que a irritação surja acompanhada pelas queixas. E se um dia, se deparar com essas dificuldades, só tenho uma coisa a dizer: pare de querer ter controle sobre tudo, absolutamente tudo! Acreditar piamente que temos o controle das pessoas, ambientes e situações, é abrir as portas para uma possível ilusão. Não temos nem controle do que se passa dentro, imagina para com aquilo que acontece fora da gente?

Contratempos me ensinam a necessidade interna de se relaxar, ou literalmente, deixar que as coisas fluam, entrar na dança, curtir a música. Aprendo também, o quão inflexível sou, quando me deparo com tais situações. Mas as vezes, é necessário deixar que as coisas percorram seu próprio fluxo, pois nada funciona direito quando a energia está retida em desencontros, atrasos e variáveis que não prevemos, mas que estão lá, justamente para que vivenciemos!

Contratempos surgem atrasando nossos planos, adiando compromissos, causando muito desencontros. E vem para te ensinar a que não se deve descabelar, por aquilo que não tem solução. Ter calma e entender que estes pequenos impedimentos fazem parte do dia-a-dia... 

3 de agosto de 2014

...




Naquela noite, voltei sozinha. Tudo o que queria era colocar minha cabeça sobre o travesseiro, acordar no outro dia e respirar aliviada, acreditando que tudo isso não passasse de belo um pesadelo. Mas isso não aconteceu. Acordei da mesma forma que fui dormir... Com uma sensação doída, com a mente e o coração confusos, sem saberem ao certo o que realmente houve. Estou dando adeus a algo que muito acalentei e nem sempre queremos nos despedir dessa forma: desprevenidos. Estou dando adeus não porque quero, mas sim... porque isso fará bem a você.

Cada lágrima é sussurro de uma história que vivenciamos. E Cada lembrança irá se apagar lentamente com o passar de cada dia. Cada lágrima é o desespero silencioso de nosso ser... Quero arrancar essa raiz minha que há em você. Você quer arrancar essa raiz sua que há em mim. Mas... dói... dói porque essas raízes são fundas demais para se arrancarem de uma só vez.

E um dia...

O que restaram serão imagens borradas, turvas e embaraçadas, que acabaram distorcendo a realidade por serem subjugadas e filtradas por nossas emoções de cada momento. Um dia, certamente, essa dor irá cessar e logo a ferida se cicatriza. E a marca, continuará lá.   

E naquele momento em que estávamos prestes a nos despedir silenciosamente, descobri que queria ficar. E um filme passou pela minha cabeça, mostrando situações em que não estaria presente e nesse desenrolar... tudo o que queria era ter continuado lá, mas não dá. Por isso... me retiro assim, pela porta da frente carregando em meus ombros a frustração que não deu certo, mas certa que tudo é porque há uma razão de ser...