22 de dezembro de 2024

Não se torne alguém frustrado

 

A palavra "frustração" vem do Latim frustratione, que significa "deixar sem efeito". Segundo uma pesquisa rápida no Google, frustração é definida como uma emoção negativa gerada quando nossas expectativas não são alcançadas ou realizadas da maneira que desejamos.

Ultimamente, tenho percebido o tema da frustração se repetir no meu dia a dia. É desanimador ver pessoas que amo carregando frustrações acumuladas ao longo de anos. São dores profundas que a alma carrega, a ponto de a tristeza parecer enraizada, incrustada no coração. A frustração cria raízes tão profundas no ser que removê-las sem promover alguma mudança torna-se uma tarefa árdua. Porque, para sair desse estado, algo dentro de você precisa mudar.

A frustração pode surgir de desejos que, muitas vezes, nem percebemos plenamente. Há quem se frustre por não ter sucesso em suas relações ou por não alcançar uma posição social desejada. Outros, por não receberem o reconhecimento que almejam, especialmente quando se dedicam ao máximo em algo. Conheço uma pessoa assim: alguém que busca sempre fazer o melhor, entrega um trabalho impecável e se esforça ao extremo para agradar, mas nem sempre é valorizada pelas pessoas ao seu redor.

Com o tempo, essa pessoa acumulou anos de frustrações, alimentadas por um desejo inconsciente de ser vista, reconhecida, aplaudida. Essas frustrações começaram a amargar sua visão de vida e mundo. E, em vez de se libertar desse peso emocional, ela permaneceu presa ao ciclo, nutrindo as dores ao invés de transformá-las.

Ao observar essa situação, algumas reflexões surgiram para mim:

  1. Faça o seu melhor, mas faça por você. Não espere reconhecimento, aplausos ou uma plateia para validar o que você faz. Confie em si mesmo, nas suas habilidades e na sua capacidade de crescer, independentemente das circunstâncias ou da opinião alheia. Seu compromisso mais importante é consigo mesmo.

  2. Aprender a lidar com a frustração é um exercício de maturidade emocional. Isso exige compreender e aceitar que nem tudo sairá como planejamos. Coisas boas e ruins acontecem, mesmo quando nos esforçamos ao máximo. Pessoas ao nosso redor podem agir de maneiras inesperadas — para facilitar ou dificultar nossa vida.

  3. Não deixe a frustração azedar sua alma. As dificuldades são inevitáveis, mas permitir que elas transformem seu sorriso em amargura é uma escolha. Enfrente os desafios sem deixar que eles definam sua essência ou destruam sua alegria.

No final, a frustração é uma oportunidade de crescimento. É um convite para ajustar expectativas, abraçar a imperfeição da vida e seguir em frente com leveza. Afinal, como dizem, “há quem faça dos limões uma bela limonada”. Então, por que não transformar suas dificuldades em força?


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Eu já deveria ter aprendido...

 


E cá estou eu, errando como se não tivesse vivenciado essas situações nessa vida. A vida sempre me ensinou uma coisa e parece que nunca aprendi: que as pessoas não são quem elas aparentam ser. Até eu mesma me vejo vestindo máscaras sociais para me adaptar ao meio, para não ser esmagada ou engolida por ele. 

As coisas não deveriam ser assim... e se realmente for, não for apenas paranoia da minha cabeça... normalizamos a mentira e a superficialidade das relações... Não há profundidade, todos vivem nessa zona controlada e infértil, medíocre, banal: conversas infrutíferas, palavras medíocres e ações banais.. estamos todos nadando na superfície de um mar morto, com medo de mergulhar, de sair desse fluxo de conexões rasas, de encarar o que vai ser encontrado nas profundezas. 

Eu já deveria ter aprendido que não são todos que estão dispostos a um exercício sincero de autoconhecimento, de reconhecer as próprias falhas e se ver também um "pecador". O erro sempre é do outro, nunca meu, nunca.

Mas... por mais que o "instinto" me coloque neste fluxo de mentiras sociais contadas diariamente... meu espírito reluta, me alerta, me diz: "não siga a multidão, não se contamine pelas vozes do inconsciente coletivo, faça a diferença, seja a diferença que você quer ver no mundo, viva em um mundo corrompido sem se corromper..."

 A honestidade emocional deve ser um exercício diário, consigo em primeiro lugar.

A coroa da arrogância...

 


A regra foi clara: um sorteio.

Sorteio é isso: lida com a "sorte", lida com o acaso, lida com uma conjectura de probabilidades que podem resultar em algo inesperadamente bom como também ruim. Os itens sorteados iam dos mais simples aos mais sofisticados. Sei que foi o modo que eles encontraram para agradecerem os funcionários pelos serviços prestados no decorrer do ano. Eu não estava criando expectativas, juro. Mas por alguma razão fiquei frustrada quando descobri que meu "prêmio" era um conjuntinho de tupperware de bebê (da marca buba). E confessando minha frustração com meus colegas balconistas, não era só eu que estava, vou colocar entre ASPAS, "chateada". 

Uma colega comentou que por sermos a "linha de frente" da farmácia, tínhamos direito a itens melhores. E naquele momento, eu dei razão a ela. Estagiários ganharam "itens melhores"... até mesmo uma senhora que é dos serviços gerais, que vai duas vezes na semana limpar a loja, também ganhou um prêmio bom. Na hora, acabei dando meu "prêmio" para uma colega. 

Chegando em casa, conversei com minha sogra e nessa conversa, ela trouxe vários insights que me fez repensar sobre a reação que tive diante a situação.

Não querendo me vitimizar com o ocorrido e achar que fui injustiçada por acreditar que trabalho bastante para ver as coisas funcionando dentro daquele espaço... mas quem sou eu diante as milhares de estrelas do universo? Quem sou eu para julgar se "fulano" ou "ciclano" merece ou não ganhar determinada coisa? Quem sou eu para julgar quem trabalha mais ou menos dentro da empresa? Só porque trabalho na linha de frente, negociando diretamente com quem paga nosso salário no final do mês não significa que mereço ganhar um prêmio melhor que um estagiário que está no início da sua jornada profissional. Como fui mesquinha diante a situação, como fui "pobre" em espírito em não conseguir me alegrar com a alegria do outro. Espero em ocasiões futuras, semelhantes a essa, sair um pouco de "mim" e pensar mais no "nós"... 

E a outra reflexão é... Graças a Deus, não me falta nada, nada mesmo. As dificuldades que já enfrentei na vida, em um passado distante, não são meu presente, não é o que vivencio hoje. Tenho meus desafios, confesso, mas nada comparado a dez, quinze, vinte anos atrás. Instabilidades emocionais, financeiras... materiais... isso, Graças a Deus, foi retirado da minha vida. Eu reconheço como sou privilegiada em vários sentidos e sei que trabalho com pessoas que nem sempre tem a mesma "oportunidade"... Por isso, pesou na minha consciência quando julguei que essas pessoas não eram merecedoras de tais coisas porque seus trabalhos eram de menor valor. Loucura, né? Eu sei...  

O nome disso é "arrogância", momento em que passo desprezar o feito do outro por ter uma visão de "auto-importância"... Coitada. Quem sou eu entre milhões de estrelas? Quem sou eu na imensidão desse vasto e infinito universo? Reconheço minha pequenez... Reconheço que sou pequena demais...  Tenho que tomar cuidado para que essa arrogância não coma meus olhos, meus sentimentos, meus pensamentos... minhas ações, minha humanidade.

Que esse texto fique salvo para que eu volte por aqui e o releia sempre que necessário.    

   


3 de novembro de 2024

Sonhos... Desejos do inconsciente?

 


Naquela noite eu tive um sonho estranho. Sonhei que você morria. Sonhei que eu observava você morrer e nada fazia para ajudá-lo. A sensação que tinha ao ver a cena era de alívio, não tristeza. Acordei espantada e em choque com meus próprios sentimentos. Estranhamente, na semana que tive este bizarro sonho foi na semana que você passou mal e eu tive que ficar um dia inteiro com você na UPA. E aquele dia foi um teste de paciência e de me fazer olhar mais uma vez para um tanto de sentimentos ruins que guardo com relação a você.

E aqui fica uma carta em aberto para ti, pois sei que você nunca a lerá, essas palavras nunca vão chegar até você e elas morrerão antes de alcançarem seu verdadeiro intento.

No fundo, eu nunca te perdoei por ter me deixado para trás. Eu não queria ter sido abandonada por você ainda recém nascida. Eu tinha tantas idealizações de querer ter crescido com um pai presente que isso continua sendo uma ferida aberta em mim. Cresci sem referências de como me posicionar no mundo, sem uma referência masculina forte, estável e presente para me mostrar como ser alguém decidida e segura dos meus passos. E todas as figuras masculinas que tentaram substituir seu espaço, não o fizeram tão bem assim, pois o seu espaço era insubstituível. 

Eu precisava de você para crescer forte. Eu precisava de você para ser minha rocha nos momentos de instabilidade. Eu precisava de um pai e nunca tive de fato um. E isso é algo que dói em mim quando olho pra você, desfalecendo nessa cama, prostrado pelo envelhecimento de seu corpo; dói quando me pego pensando no tempo que perdemos e em toda distância que nos separou por ter sido um completo babaca individualista, por não ter pensado nem um pouquinho em sua família. Dói pai, tudo isso dói porque agora tenho que cuidar de você e isso se tornou um pesado fardo. 

E antes que me falem que é obrigação de filhos cuidarem de seus pais idosos, deixa eu contextualizar a situação: meu pai me abandonou com apenas 2 semanas, foi para outro país, nunca cogitou levar a família com ele e tampouco procurou ser presente. Nunca "cuidou" de mim, nunca cuidou de ninguém da sua família. Viveu a vida de modo egoísta. Fui conhecê-lo com 27 anos doente, velho, desmemoriado. E são longos 6 anos cuidando dele... cuidando de alguém que não cuidou de mim..  

Você tentou preencher sua falta com dinheiro e com aquilo que o dinheiro podia comprar, mas... olhando agora, o que o dinheiro comprou para você, para mim, para nossa família? O dinheiro não comprou afeto, não construiu relações. E todo poder que você almejava ter, com a definhação do seu corpo com o passar dos anos, esse poder não lhe serviu para ampará-lo em sua desgraça. E agora você está tendo que confrontar seu carma e tudo aquilo que rejeitou no passado e ainda que finja demência, sua consciência faz incessantes cobranças de como as coisas poderiam ter sido diferentes se você tivesse sido mais amoroso, mais atencioso; menos egoísta e mais família. 

Eu sei que a Espiritualidade tem alguma lição para me ensinar com toda essa experiência, mas está difícil enxergar sentido... está difícil, mas eu vou aprender com esse desafio. 

Mas acho que meu sonho foi meu inconsciente emergindo. Mostrando no fundo que guardo pensamentos sombrios, maléficos, não tão bons assim. Esse desejo é uma mistura de tudo: sentimentos de dor, de raiva, de nojo, de rejeição. Por um instante, desejei que tivesse chegado sua hora de partir, desejei de verdade me ver livre dessa obrigação, desse fardo. 

Não está muito correto esse tipo de pensamento, eu sei... e tento direcionar esses pensamentos quando vejo que estão indo para um caminho que também pode me destruir mentalmente. 

Naquele mesmo dia que o vi desfalecendo naquela cama, você olhou pra mim e eu olhei para você e quando eu falei que estaria com o senhor e que não era pra se preocupar, foi sincero também.


22 de outubro de 2024

Procuro-me dentro deste ser complexo chamado "eu"

 

Em algum momento tudo que outrora já fora existente serão apenas momentos vividos de um passado errôneo.
De uma vida que muita das vezes não se houve a mínima vontade de viver.
Dentre todas as experiências infinitas que a vida nos proporciona ainda assim continuamos capazes de nos sentirmos entediados.
Somos frágeis, irrefutáveis, e ao mesmo tempo tão fúteis, inovadores e experientes
A vida se torna uma ilusão de tudo aquilo que projetamos.
No fim, o que é isso?
Se não os momentos que já foram passados, se não todos os "presentes" já vividos.
O que é a vida?
Se não uma mera criação de cada ser que habita nesse universo.
Por que nos sentimos tão pequenos comparado com as oportunidades que nos são dadas?
A vida não somente seria "viver", mas sim uma dádiva de estar aqui?
Por que nos diminuímos tanto comparado ao que nos foi dado?
Por que somos capazes de sentir todas as emoções possíveis e independente disso, faremos de tudo que a pior seja a mais frequente.
Como dizia Freud "o ser humano tende a autodestruição".
E estamos constantemente nos destruindo, sendo sugados por outras pessoas, pela a correria da cidade, pela monotonia do nosso próprio ser
Sempre em busca de sair desta bolha que nos prende e cada vez a tornando ainda mais resistente, impenetrável.
A sociedade que dizem ser líquida.
Estamos constantemente tentando fugir disso, sair daquilo que sempre achamos errado, que achávamos inútil
E acabamos nos perdendo dentro do nosso próprio julgamento. 
O que você enxerga fora desta bolha?
O que você sente fora disso?
Como saber que você está fora disso?
Por tantos pensei que houvesse alguma forma de sair disso, me tornar alguém que não fosse alienada e me tornei tudo aquilo que nunca quis. 
Estou imersa numa bolha que eu mesma criei
Me prendi e me transformei naquilo que tanto julguei
Sou fútil, superficial, sem argumentos próprios, dependente, presa em algo que eu mesma criei.
E ao mesmo tempo tão livre, tão capaz, tão suficiente.
Minha complexidade me mata e ao mesmo tempo me salva de mim mesma. 

8 de outubro de 2024

O primeiro passo depende de você...



Não tenha medo de sair pela mesma porta que entrou. 

O que te prende a um lugar que não te faz bem? O que te prende a um propósito que não faz mais sentido mantê-lo? O que te prende a um sonho alheio? Já dizia um filósofo: sonho que se sonha só, é só um sonho; mas sonho que se sonha junto, vira realidade. 

Nessa história toda, eu vejo você sonhando sozinha e lidando com seus sentimentos que foram rejeitados de um modo cruel e mesquinho. Na verdade, você não está mais sonhando. Você foi acordada pela realidade que te mostrou que nem sempre as pessoas que sorriem para ti são aquelas que desejam seu crescimento. Infelizmente, para elas... geramos apenas números, geramos algum valor. Mas, quando não somos mais capazes de gerar valor, somos dispensados, rejeitados, abandonados. Esquecem com facilidade das horas de dedicação, do esforço empregado para tornar real o sonho de outra pessoa. 

Eu observo a situação e sei que sua alma já não se identifica com aquele espaço. E vejo que quanto mais tenta ignorar os sinais de que precisa ir embora dali; mais você sofre, mais adoece e se entope de remédios. 

Eu quero aquela mulher altiva, carismática e alegre de volta. Mas por que só vejo você voltando a ser quem era, se for saindo pela mesma porta que entrou? Deve ser porque sua alma escolheu não estar mais ali. Ela já tomou uma decisão. Ela não quer estar em lugar que não se sente mais parte. Ela não quer lutar por um sonho que não é dela. Ela não quer ser apenas números. Ela quer fazer a diferença. Ela quer transmitir o conhecimento com quem quer aprender. 

Sua alma já decidiu. Só falta o coração e a mente processarem essa decisão.  

    

1 de outubro de 2024

O Moedor de Sonhos

 


Ela caiu em desencanto e mergulhou numa profunda tristeza. Quando viu que foi enganada, seu mundo desmoronou. Ela ficou paralisada  vendo seus sonhos tão acalentados, sendo colocados numa máquina de moer. Aquele triturador estava moendo cada parte do seu corpo. Começou por seus sonhos e logo após sua alma foi junto. Quando chegou em seu coração, seu instinto a fez reagir e em um ato desesperado, o pegou antes de vê-lo partir em miúdos pedaços. 

Segurando o coração em mãos, a moça não sabia mais o que fazer. Sem sonhos, sem alma, quem era ela naquele lugar que dedicou suas energias em torno de um propósito. Acordava religiosamente todos os dias junto com o primeiro raio de sol, preocupada em dar o seu melhor naquele trabalho, acreditando que um dia seria recompensada por seu esforço! Quanto mais se dedicava, mais palavras que a seduziam eram verbalizadas, mais encanto era gerado em troca de um serviço análogo ao escravo. Ela não percebeu que foi sugada dia-a-dia por uma oferta enganosa.  

Quando a mentira foi desmascarada, a verdade não lhe trouxe libertação. A verdade lhe trouxe tristeza, descrença, sofrimento... O pior é que essa história pode morrer silenciada ao ser ignorada. Não se brinca com sonhos alheios, não se gera desejos na mente do outro se não há propósito de consumá-los. Nessa história, eu só vejo um lado errado e não é da moça que segura seu coração.

Ela pode ter perdido seus sonhos na asa da descrença, mas eles voltaram nas asas da esperança.

Ela pode ter perdido sua alma quando confiou em outro Homem, mas a alma é uma centelha divina e ainda que sua chama se enfraqueça, ela não se apaga. 

Ela ainda segura seu coração. Enquanto estiver batendo, ela está viva.

24 de agosto de 2024

Minha Crise Nervosa...

 


Eu surtei com meus colegas de trabalho. Uma simples situação foi capaz de fazer meu copinho da tolerância transbordar. "Simples situação", assim foi nomeada por esses ditos colegas. Só que o gatilho da crise ... advindo de algo tão besta é apenas a ponta de um iceberg de situações estressantes que venho enfrentando... Sobrecarga de situações ruins pregressas me fez surtar. Surtei com alguém que não tinha nada a ver com a situação. A raiva tomou conta das minhas ações e ficou difícil controlar meu tom de voz, as batidas do meu coração e minha comunicação se transformou em um desastre oratório. Ela pedia: "calma Michele". Calma? Calma! CALMA? 

No momento, eu não lembro exatamente as palavras que usei. Mas estava tão brava por causa desses ditos colegas de trabalho que tentei controlar todas as emoções. Chorei muito a ponto de respirar profundamente e bufar (típico quando quero controlar o choro e não consigo). 

No decorrer do dia, queria evitar a todo custo ter que falar com essas pessoas. Ter que viver no "masking" para sobreviver no dia-a-dia chega a ser cansativo e desgastante. O gestor, vendo a proporção que a situação chegou mediante a minha crise nervosa, fez uma reunião de emergência e fechou a loja por 40 minutos. Ali, ele pontuou muitas coisas importantes para andamento da loja, para convivência de um modo geral da equipe, mas não sei se fez sentido para maioria porque quando ele virou as costas, as pessoas estavam cometendo os mesmos "atos", sem se importar com o que fora dito e expressado ali.  

Tem algumas coisas que eu já deveria ter aprendido ao vivenciar situações assim... por algumas vezes em ambientes coorporativos. Não é a primeira e nem será a última que lido com colegas de trabalho que fazem grupinhos de fofoca. Não é a primeira e nem a última vez que estou em um ambiente de línguas maliciosas que se unem para detonar um outro colega. Não é a primeira e nem última vez que deparo com pessoas que não fazem seus trabalhos, que ficam o tempo todo mexendo no celular enquanto há produtos para guardar, loja para organizar, clientes para atender. Não é a primeira e nem última vez que estou diante de pessoas que sujam e não limpam, deixando a pia da cozinha cheia de louças e farelos de pão. Mas eu já deveria ter aprendido. Tem seres humanos assim.  

O problema é que eu quero me distanciar emocionalmente das pessoas/situações, mas me "apego" muito a forma como eu acho que o mundo/pessoas deveria ser/funcionar e é difícil desassociar desse ideal... Por exemplo: eu sou muito organizada. Gosto de um ambiente organizado e limpo. Tento o máximo fazer isso no meu trabalho, manter minha seção limpa, organizada, precificada, tudo para melhorar a experiência do cliente na loja. Mas os ditos "neurotípicos" não se importam com a bagunça ou sujeira. E nem o mínimo que fazem, fazem bem feito. Aí... é isso. Eu organizo tudo. Guardo coisas da minha seção. Guardo coisas de outra seção. Pego para arrumar o que ninguém quer arrumar. E de pouco a pouco vou me sobrecarregando. Fora a falsidade que eu estava tendo que lidar...  

Aí você me pergunta: Michele, você é gestora? Não... sou um simples peão na roda. Então, por que você está dando importância para isso? Deixe que o gerente "gerencie". Isso não tem a ver com você, tem a ver com elas. O que o outro faz não lhe diz respeito. Continue fazendo seu trabalho, continue estudando e aprimorando seu currículo para conseguir algo melhor. Enquanto não acha um outro local, faça seu melhor onde estiver. 

É... esse pensamento acima é o ideal. 

Daqui uns dias retorno do período de férias que recebi. 

Eu estou com uma pequena crise de ansiedade mediante a situação.  

Não sei como vai ser... Mas já sei o que não quero mais viver nas minhas próximas experiências profissionais...

 



30 de junho de 2024

Eu ainda não vendi minha alma para o diabo...

O que é certo é certo. Não existe meio termo. Olhar para o mundo, ver suas injustiças e fechar os olhos quando elas acontecem do meu lado não é do meu feitio. Não consigo lidar bem com isso. Se eu quiser sobreviver no mundo corporativo, seja no meu local de trabalho atual ou em qualquer outro lugar, preciso fingir que não estou vendo as coisas erradas. Esse foi o conselho que recebi de alguém que já foi chefe durante gestões públicas de esquerda e direita. Nunca se dobrou diante a oposição, soube liderar as diferenças e uni-las em nome de um bem comum. Será que sou capaz disso? Será que minha rigidez cognitiva vai ser flexível e se dobrar diante as maldades alheias cometidas em ambientes corporativos?

Essa semana aconteceu algo que me deixou muito chateada. Identifiquei o autor das intrigas geradas na equipe. E lá vou eu outra vez, levantar o bastião da justiça com risco de ter a cabeça cortada. O alvo é alguém protegido do chefe. Chamemos ele de o "funcionário intocável". Sabe aquele indivíduo que adora puxar saco, adora um leva-e-traz de informações criando inimizades e intrigas na equipe, manipulando colegas para que fiquem um contra o outro? Estou tendo que lidar com um tipo assim atualmente.

Nessa semana, fora os inconvenientes que ele vem gerando entre nós, o "funcionário intocável" transgrediu uma regra; regra que foi muito clara bem no início em que foi apresentada. Contudo, o "intocável" fingiu desconhece-la, tirou vantagem da desatenção de seu superior e ficou por isso mesmo. Como eu poderia ficar calada vendo tudo isso acontecer? Eu sou autista, mas não nasci muda. Se há uma injustiça, ela deve ser exposta. Se há um erro, ele não deve ser corrigido com outro erro. Não se passa a mão na cabeça de quem errou, pois ele não tirará nenhum aprendizado de tal situação. Seja por dissimulação, por falta de caráter, por ingenuidade, por omissão ou por desatenção; erros não são corrigidos premiando quem errou.  

Amanhã será um dia de cortar cabeças. 

Talvez a minha role dessa vez, mas vai rolar ladeira abaixo sabendo que falei o que era certo, ainda que tenha gerado constrangimento e incomodo. 

Eu ainda não vendi minha alma para o diabo. 

Meus valores não estão corrompidos com a podridão do mundo.


22 de junho de 2024

Meu Shutdown - sobrecarregando meu sistema interno...



Em dezembro de 2023 recebi meu diagnóstico de autismo e TDAH de uma neuropsicóloga especialista em TEA. Uma avaliação neuropsicológica não é uma simples entrevista que você faz com um psicólogo. Pelo contrário. A avalição tem várias atividades selecionadas para avaliar o nível cognitivo do paciente e suas formas de percepção da realidade que o cerca. É um diagnóstico tardio para quem viveu a vida toda sofrendo as penalidades de tais condições... Mas... nunca é tarde para se conhecer, não é mesmo? 

Essa semana levei meu diagnóstico para o neurologista. De cara, ele já me disse que precisaria avaliar minuciosamente esse laudo, pois ficou faltando algumas informações mais detalhadas de alguns resultados. Me deu até uma solicitação para encaminhar para neuropsicóloga que fez a avaliação. Farei com ele também acompanhamento médico mensal para tratar os sintomas do TDAH, parte essa da minha personalidade que me prejudica bem mais que o autismo. Me sinto muito incomodada com minha falta de atenção, com minha procrastinação e dificuldade para me concentrar nos estudos. 

Não queria que minha mente fosse dessa forma. Só quem sofre com o TDAH sabe que é uma luta diária com seus próprios pensamentos que estão em uma guerra constante e aí, com as pressões do trabalho, pressões familiares e sociais, com a sobrecarga sensorial que vivencio diariamente, meu sistema interno entra em um tal de "shutdown do autismo", um ato que me faz querer se desligar por completo. Tudo o que eu quero depois de um dia de trabalho é chegar em casa e me enfiar debaixo do cobertor e ficar por lá. Lá é tão bom, tão aconchegante... mas com os pensamentos intrusivos, que não param por nada, todo segundo que passo descansando é cobrado por uma voz que fica falando: "você poderia estar fazendo algo com o tempo que você passa olhando pro nada"; "você poderia estar estudando se você quer virar programadora"... "você poderia estar gravando vídeos para o canal..." e por aí vai... os pensamentos não param. Meus pensamentos são armadilhas... armadilhas que me prendem e não me soltam enquanto não me verem derrubada e sem forças. 

Hoje, meu dia foi assim: sem energia para fazer alguma coisa. Percebi que no dia anterior eu havia me esforçado para ser sociável, pra fazer boas vendas, impressionar meu público e trazer uma energia de empolgação para o ambiente. Até que eu fiz algumas coisas direitinho -só acho. Cheguei em casa exausta com tanto "esforço" empregado. No outro dia, eu estava igual um zumbi e trabalhei dessa forma durante 6 horas direto. Sem energia alguma. Minha bateria social foi pro espaço. Tudo o que eu queria era chegar em casa, tomar um banho quente e entrar debaixo das cobertas em plena 16h daquela tarde. Normal? Talvez seja. Não sei se é uma exclusividade de quem vive no espectro autista. Não sei se quem é normal também é assim. Esse não é um episódio incomum na minha vida e sei que estarei sujeita a viver com isso, pois eu nasci assim. 

Sabe o que é foda? É que as pessoas que não estão vivendo com isso, acham que ser autista/tdah é uma escolha voluntária... você é assim porque você quer! Você acha mesmo que eu gosto de ser distraída? Você acha mesmo que eu gosto de começar algum estudo e largar no meio do caminho? Você acha que eu gosto conhecer pessoas e não lembrar o nome delas? Você acha mesmo que eu gosto de ficar isolada no meu canto enquanto as outras pessoas estão socializando? Se bem que eu gosto bastante de ficar no meu canto.

Enfim... acho que se fosse para escolher, eu queria ser "normal"... Normal? 

Será que isso é legal?


13 de maio de 2024

Envelhecimento e Asilo... Problema ou Solução?

 


A velhice te assusta? As rugas que aparecem indiscriminadamente no seu rosto é motivo de preocupação? E os cabelos brancos que você tenta esconder todo mês por debaixo da pintura? 

Tem gente que tem medo de tanta coisa.
Uns tem medo de morrer mais cedo.
Outros tem medo de barata.
Tem gente que tem medo de envelhecer. 

Atualmente tenho vivenciado muito esse tema da velhice na minha vida. 

É desafiador, confesso.

Tenho um pai de 78 anos, velho, com Alzheimer e outras comorbidades. Ele mora numa casa de repouso. As circunstâncias da situação que estávamos inseridos na época nos fizeram tomar em conjunto (eu e meus irmãos) essa dura decisão de colocá-lo lá. Quem queria viver com o velho? Cheio de manias, teimoso, rabugento, cujo passado foi marcado por suas traições, promessas não cumpridas e feridas emocionais bem amargas nos corações da família. Claro, como filha, não poderia deixar meu rancor ser maior que minha humanidade. Acolhemos a situação do meu pai com seus desafios e com suas dificuldades. Houve momentos difíceis e perturbadores. Tive inúmeras vezes que confrontar minhas questões emocionais não resolvidas com o homem que me abandonou ... para cuidar e amparar ele na velhice e doença. Ainda que nenhum "muito obrigado" tenha saído de seus lábios em todas as vezes que estávamos nos esforçando para cuidar dele, eu sempre senti no meu íntimo que estava fazendo o que era certo e um dia, minha consciência ia me agradecer por isso. 

Lidar com o envelhecimento das pessoas com quem convivemos pode ser difícil e desafiador para toda a família. Acompanhar o deterioramento das funções físicas e psicológicas de quem amamos mexe demais com os nossos valores internos... e nos cobra uma postura a qual a fibra moral deve ser flexível o suficiente para não se rachar com as "pancadas de impotência" que levamos aos estarmos mergulhados nessa situação. Mas ... se não fomos presentes para os "nossos", quem será presente para "nós" quando estivermos na mesma situação?  Ou você acha que não vai envelhecer um dia? Só se você morrer mais cedo, ao contrário disso... a velhice te aguarda daqui uns anos.

Eu penso que... antes de se revoltar com as circunstâncias que a vida lhe colocou, como por exemplo, cuidar de um parente idoso e doente... podia-se exercitar os seguintes pensamentos: o que determinada situação veio realizar em minha vida? Como posso ajudar ele(a) nesse momento? Se eu não tiver compaixão pelo meu próximo, quem terá por mim quando eu estiver no mesmo lugar? Pensamentos assim deveriam permear nossa mente e não o contrário. Temos uma facilidade incrível para dispensar inúmeros cuidados com "bebês", mas não temos o mesmo carinho e cuidado por nossos "idosos". Por que será? Claro, o bebê precisa de cuidados essenciais para sua sobrevivência e cabe aos pais prover toda segurança material e afetiva para essa criança não crescer desamparada. Agora... quando chegamos aos "idosos"... existe uma revolta de filhos em amparar os pais na velhice. Pelo menos é o que vejo ao meu redor. 

Eu sei que sou julgada por algumas pessoas por ter tido a "coragem" de ter colocado um pai no asilo, mas o que as mesmas pessoas não enxergam é que lá, ele não está "desamparado". Tem alimentação correta todos os dias, tem roupa limpa e pessoas que estão lá estão 24h para ampará-lo. Está com seus exames médicos em dia. Nunca lhe faltou medicações. Visito sempre que dar. E olha que eu vivi 27 anos da minha vida, distante dele sem ao menos receber 1 visita (minto, ele me visitou 2 vezes quando eu era criança). Ele tem sua rotina na casa de repouso. Eu tenho minha rotina também. Não preciso parar minha vida para estar 100% cuidando dele. As mesmas pessoas que julgam não são aquelas que acompanharam ele quando estava internado no hospital durante 10 dias exaustivos de revezamento entre familiares, genro e nora para não deixá-lo sozinho nesses dias difíceis. Eu não me sinto culpada por ter colocado ele no asilo e tenho certeza que faço o meu melhor diante dessa situação. Faço o que dou conta de fazer, faço o melhor com o que eu tenho disponível no momento. 

Eu acompanho o drama de algumas famílias, passando a mesma situação: pai/mãe envelhecendo e desenvolvendo doenças, desgastando os filhos que mudaram suas rotinas de vida para olhar "ele/ela". E quando falo a palavra: "asilo", é como se eu tivesse matado alguém. Me olham espantadas, provavelmente achando que eu não tenho coração. Mas algumas situações/casos deveriam ao menos ser discutido ou debatido a possibilidade. E não é. Se insistir no assunto, vira uma guerra homérica. Contudo, essa possibilidade deveria ser analisada com cuidado e com lógica... deixando um pouco as emoções de lado para encontrar uma solução para o "problema".

Pensa comigo: uma casa de repouso tem profissionais preparados para lidar com idosos, tem atividades como fisioterapia e artes. Fornece uma rotina saudável para o idoso. Tem alimentação criada por nutricionista. Tem enfermeiros e cuidadores e os medicamentos são ministrados corretamente no horário. Um profissional/cuidador tem muito mais conhecimento e prática do que EU ou VOCÊ para lidar com os comportamentos de um idoso.  

A lógica é tão simples. 

E outra, a palavra asilo carrega um péssimo estigma, como se estivéssemos colocando os "velhos" em um lugar trancafiado e sem liberdade alguma. Existe tantas casas de repouso que são tão bem equipadas e preparadas para receber essas pessoas que é provável que eles "vivam" muito melhor que nós que estamos inseridos numa rotina estressante do dia-a-dia e se acabando nos antidepressivos para conseguir dar conta da "realidade do mundo". 

Na minha mente autista, esse problema seria resolvido assim. É uma decisão sem "coração"? Sim. Mas ninguém vai ficar desgastado no processo e pelo menos, seu parente vai estar sendo cuidado 24h. 

E outra, o "asilo" só nos assusta porque temos "consciência" da nossa liberdade atual. Mas para um idoso que está desenvolvendo demência, certamente ele não ligará para isso. É sério. Eu conversei com cuidadores/enfermeiros das casas de repouso que meu pai já passou. Meu pai não se lembra absolutamente de nada, nem dos dias traumáticos que foi para todos nós, ficar no hospital com ele. Nós sofremos muito vendo ele naquela situação. Ele não, pois não estava "lúcido e plenamente consciente". Ele nem se lembra de tal situação. O essencial para um idoso é o fornecimento de uma rotina a qual ele poderá acompanhar sem muito estresse e mudança e quanto menos "deslocamento" ele tiver de fazer, melhor ainda. Como eu digo: asilo é ruim para nós, que temos a liberdade de ir e vir, pois temos consciência e discernimento para tomar decisões. 

Eu sei que tem famílias que dedicam de coração a cuidar de um parente idoso/doente sem reclamar, como um gesto de amor a causa e compaixão para com seu semelhante. 

Eu conheço uma pessoa assim: cuida do ex-marido acamado, reclamão e que traiu ela pra viver com outra. E hoje, essa pessoa se dedica de corpo/alma a esse ex-marido que raramente lhe diz um "muito obrigado". É algo fora do comum? Demais. Conhecei uma outra senhora na farmácia que cuida de dois idosos que não tem familiares. Moram com ela. Ela faz isso por amor a causa. Tem pessoas que tem um talento natural para cuidar de outras pessoas. ... Mas algumas ou muitas, precisam desenvolver isso melhor.

Nos tempos que eu estava perdida lá nas aulas de Pedagogia na Uemg (Graças a Deus me livrei desse destino de ser professora kkk), eu tive uma professora inspiradora que cuidava dos dois pais idosos  e ela dizia: eu limpo bunda de criança, eu limpo bunda de adulto, sem frescura, sem nojo. E de alguma forma... isso ficou marcado em mim... e sempre vem a tona nessas situações que eu tenho que realmente limpar a bunda do meu pai e da minha mãe. E eu já limpei! Meu pai estava 15 dias sem defecar. Corremos com ele para Upa e lá foi ele tomar glicerina no rabo. Você não vai acreditar, mas eu vi o maior cocô do MUNDO! E a diaba da enfermeira me deu só 2 gazes para limpar ele em um banheiro que mal tinha papel higiênico. Nojo de limpar meu pai? Frescura de pegar na bosta? Vergonha de ver pinto murcho? Que nada! Tentei encarar a situação normal, afinal, é normal!

Hoje eu rio desse momento e não deixo de carregar lenço umedecido na bolsa para nunca mais passar por isso. Limpar bunda de adulto com 2 gazinha, tá de brincadeira comigo, né?! O bom de passar situação assim, a gente cria algumas pequenas malícias. Falou em levar o velho para UPA? Só se minha mochila estiver equipada com cobertores, um biscoito, lenço umedecido, carregador de celular e água. Só por precaução. Melhor estar prevenida, não é mesmo?

Envelhecer faz parte de uma etapa da vida que segue aquele ciclo que todo mundo conhece:
nascer, crescer,  reproduzir, envelhecer e morrer. 

E nesse ciclo as doenças que o envelhecimento traz consigo também são normais.

Acho que é isso... é sobre isso e nada mais que isso.


4 de maio de 2024

Uma mídia nojenta



É muito triste acompanhar a derrocada da mídia do nosso país, infestada de esquerdistas nojentos e sem caráter nenhum. 

Essa mídia vendida, fica politizando catástrofes e fechando os olhos para toda corrupção descarada que acontece no nosso congresso. 

Quando foi mesmo que a classe jornalística se vendeu tanto?  

Vejo inúmeros comentários grotescos desses leitores do presidente Lula, comentando que é para os gaúchos chamarem o Bolsonaro para resolver a calamidade pública que se instalou no Rio Grande do Sul por causa das enchentes que assolam suas terras. Me indigna ver como essas pessoas esqueceram que a falta de ação do governo federal em mobilizar recursos e sua demora em atender a demanda, não tem nada a ver com o Bolsonaro. 

Lula, infelizmente, é presidente de todos. Ele não governa apenas para os interesses da esquerda, ele governa para o povo brasileiro. Isso é democracia. Ganhou pela maioria dos votos (não com o meu, claro) para representar a população como um todo. Contudo, sua postura é deselegante. Não é postura de Chefe do Estado, Chefe de uma nação! E ao falar do Lula, não é quer dizer que eu fechei os olhos para as baboseiras que o ex-presidente da República já falou também em sua gestão! 

Tenho um olhar crítico. 
Jamais venderei meu raciocínio e bom senso em nome de uma posição política. 

Em caso de catástrofe, quem tem que agir é o governo federal, estadual e municipal. Se há demora no socorro das comunidades atingidas, a culpa não são dos gaúchos porque votaram em sua maioria no Bolsonaro. O governo que é ineficiente e não tem planos de ações adequadas para trabalhar nessa situação. E essa situação de enchente não é nova em nosso país. Todo ano a história se repete e nenhum governante oferece um plano para prevenção e contenção de danos ocasionados pelas catástrofes. Não é cultural do brasileiro pensar na prevenção.

Mas esse grupinho imbecil esse que fica correlacionando catástrofe com política e essa mídia nojenta me enoja. Enquanto uns aplaudem um investimento público de mais de 20 milhões de reais para um show da Madonna que será realizado nesse sábado, dia 04/05/2024 no Rio de Janeiro, a ajuda prometida pelo governo federal para o Rio Grande do Sul em sua última catástrofe (2023) não foi cumprida até hoje e o que dirá nessa de agora. 

É muito triste essa politização toda. A mídia majoritária só fomenta a discussão.

Enquanto isso, milhares de pessoas estão desabrigadas, o número de mortos e desaparecidos só sobem... os prejuízos materiais e emocionais são inúmeros. 

O governo se esqueceu do seu povo, mas não esqueceu de cobrar os impostos, apesar de tudo... o lucro deles está garantido sob a falta de muitos. 
 

20 de abril de 2024

Organizando minha biblioteca interna...


Cheguei até minha psicóloga com a minha biblioteca de livros bagunçada. Os títulos que deveriam estar organizados por ordem alfabética, estavam todos trocados. As seções de cada gênero não estavam em seu lugar. A psicóloga estava ali pra me ajudar a colocar minhas coleções em ordem. Mas antes de organizar as prateleiras, cada livro deveria ser revistado a fim de avaliar a utilidade daquela experiência para construção do meu "Eu". E como foi estranho esse olhar de fora. Olhar pra mim e não me ver como protagonista da minha história. 

Uma hora de conversa passou voando. Uma conversa que me deixou a vontade para falar e enfim, era ouvida sem julgamentos e críticas. Ela me convidou a adentrar em outra seção não muito explorada: os porões da biblioteca. Ainda não desci lá. Mas vamos ter tempo para fazer isso. 

Na mesma semana que iniciei meu tratamento psicológico, comecei a tomar um remédio chamado Sertralina e para mim, ela funcionou tão bem, que seu efeito foi como um milagre para minha mente. Os pensamentos intrusivos sumiram por completo. O que ela fez foi desligar a torneira dos pensamentos negativos, pensamentos sobre TUDO. Meu raciocínio melhorou e minha dicção também. Agora estou mais calma. Menos ansiosa. Agora posso olhar melhor pra minha condição e com o auxílio da psicóloga, posso olhar para dentro de mim. Eu sempre falei muito de autoconhecimento nos meus textos, mas autoconhecimento qualquer um fala e quase não se pratica. E nesse percurso de olhar pra si, você precisa de um olhar de fora que não vai te julgar pelas suas decisões erradas. Precisa de alguém para te guiar por esse caminho, lhe fazendo enxergar as situações por outra perspectiva menos critica. Enquanto eu falava, ela dizia: "olha como você está se criticando por isso". 

Não é fácil organizar seu interior. Pode demorar... São 33 anos de bagunça.




Notas melancólicas...

 

Hoje, enquanto escrevo, percebi que estou a espera de um milagre. Às vezes, sinto que as coisas não fazem o menor sentido. Hoje eu o nomeei como o dia da "melancolia". A lembrança de um dia cinzento, entediado, sem movimento. A calmaria demais é algo que me incomoda. Reflexo, talvez, do meu TDAH ou é o fato que as vozes do inconsciente coletivo gritam para que as mudanças sejam reais e me alcancem? 

É surreal ver o tanto de gente que pegou dengue nesse início de ano. Eu ainda não peguei. Mas, se algum dia eu pegar, tenho certeza que é porque há água parada em mim. Há águas que estão paradas, proliferando e disseminando doenças. 

Essa sensação de frustração é decorrente de não ter ainda realizado o propósito da minha vida? O que dá para fazer agora, Universo? As escolhas refletem quem queremos ser. 

Hoje, vi que minha coleguinha de infância, se tornou uma terapeuta holística e taróloga também. Bateu uma inveja. Amarga inveja. Será que é esse o sentimento correto? Ela nasceu em um berço rico, pais bem instruídos e presentes. Ela nasceu em um lar não destruído, teve um campo fértil para florescer todas suas potencialidades e ampliar sua visão de vida. Ela já estava nesse caminho que os pais prepararam ao longo de suas vidas. O que ela fez foi seguir por essa via, aproveitando tudo o que a vida lhe ofertou. Agora, se foi fácil ou não seguir por esse caminho é outra questão. Estou julgando, sendo que eu nem sei se a realidade que ela está apresenta ou não seus desafios. Julgo ela pelas aparentes facilidades quando na verdade, de verdade, nunca sabemos o peso que é ser o outro. 

Minhas notas de hoje são melancólicas. 

Tem sabor de café amargo, intragável. 



22 de fevereiro de 2024

Cachorro e o Prego

Um rapaz estava dirigindo há horas em um deserto. De repente, ele se depara com um posto de gasolina bem simples, com uma bomba de gasolina e apenas um senhor de aproximadamente uns 70 anos de idade, sentado em uma cadeira de balanço antiga e ao seu lado estava um cachorro. O rapaz para o carro e diz:

“Senhor, por favor, encha o tanque para mim.”

O senhor levantou e começou a encher o tanque.

Enquanto fazia isso, eis que o jovem motorista avistava a reação do cachorro que chorava e parava, chorava e parava. O motorista agoniado com o fato, pergunta ao senhor:

“Esse cachorro é do senhor?”

“Sim” – respondeu o senhor.

“Então me responda por que ele não para de uivar?”

O senhor responde: “É porque ele está sentado em um prego.”

“Então por ele não levanta e sai dali?” – indaga o rapaz.

” É que não deve estar doendo tanto – Dói-lhe o suficiente para se queixar, mas não o suficiente para se mexer” – responde o senhor.


Engraçado como essas histórias se encaixam em nossas vivências cotidianas.

Quanto tempo de nossas vidas perdemos reclamando de uma situação? Será que o tempo que gastamos reclamando é proporcional ao tempo que perdemos buscando uma solução? Esse incômodo que você julga sentir é um motivador para procurar agir? Ou você reclama porque não tem mais nada a fazer? Ou porque no fundo você gosta dos olhares piedosos, gosta da atenção que te dão quando estão com pena de ti?

Ouvi essa história ontem da minha professora. Ela jogou essa história em mim sem dó nem piedade e doeu para caramba. Doeu porque era verdade e a verdade tem dessas coisas: te fazer encarar suas mentiras e desculpas e depois te libertar do julgo das mesmas.   

Se eu quero que determinado desejo se realize, eu tenho que agir de acordo. Tenho que parar de me queixar, sempre lamentando a falta do que não tenho agora. Enumerar o que falta para me sentir completa não significará nada se eu não agir nesse exato momento e parar de me lamentar pelo tempo perdido, pelas escolhas que fiz e não fiz, por todas as decisões que tomei por impulso e que perdi algo. 

Preciso agir.

Preciso mostrar para meu cérebro e ensinar para ele que continuar abraçada ao incômodo não vai me fazer avançar adiante. Afinal, nos apegamos e criamos como um bichinho de estimação esse negócio chamado incômodo. Mas... todo adeus requer desapego. Estou me desapegando de ti, Sr. Incômodo porque a convivência contigo esses anos todos foi uma experiência sofrida! Não quero que essa dor me definhe e me faça seguir um caminho oposto a qual imaginei para mim. 

Está doendo o suficiente para que eu levante... e avance!



4 de fevereiro de 2024

Minha fase "Low Profile"


Meu momento me pede para fazer o movimento contrário. Estou me retraindo mais uma vez, como um caranguejo que se esconde em seu buraco. Muitos compartilham cada passo de suas vidas em suas redes sociais. Acho que não me identifico mais com esse ato. Parece que a vida dos outros virou uma vitrine virtual. Onde você se encaixa nesse layout chamativo e atraente? Será que ao observar as vidas alheias aparentemente felizes, sua vida também se torna automaticamente feliz? Eu não quero fazer da minha vida uma vitrine aberta. Eu estou entre aqueles que escolheram o caminho inverso, o estilo de vida "low profile". Calma. Só tem 1 mês que desativei tudo. Eu sei. Sempre tenho recaídas. Desativo e tampouco tempo ativo de novo. Mas agora é pra valer.

Sair de redes sociais como Instagram ou Facebook diminuiu notoriamente minha ansiedade e minhas crises emocionais e devo me lembrar disso quando me sentir tentada a voltar para elas. Em uma busca rápida pelo Google, a Associação Paulista de Medicina, em um texto publicado em sua página diz que o uso de redes sociais pode afetar nossa saúde mental: "Redes sociais muitas vezes promovem uma cultura de comparação onde as pessoas podem se sentir pressionadas a comparar suas vidas e conquistas com as dos outros. Isso pode levar à baixa autoestima, sentimentos de inadequação e ansiedade em relação à imagem e status social". 

Longe das redes sociais, estou podendo olhar para outras áreas da minha vida que precisam que eu foque nelas para elevar o patamar que se encontram. Sobra mais tempo para olhar para dentro e repensar o que você está fazendo, repensar no que pode ser mudado e focar para que essa mudança esse real.

Eu ficava com medo de cair na rede do esquecimento, pois as redes sociais me permitiam acompanhar a vida de pessoas que não estão perto de mim. Mas sei que quem é realmente importante para mim, eu vou levar comigo onde quer que eu for, pois o pensamento viaja o tempo-espaço e abraço em pensamento quem não se faz presente fisicamente. 

Agora... é a fase "low profile". 
Mas se você estiver com saudades, manda uma mensagem no whatsaap ou me acompanhe no Youtube.
Ou me chama para tomar um café da tarde. Se me chamar, eu vou!

1 de janeiro de 2024

Esse ano quero...?

 



Mais um ano se inicia! Mais um ano que muitos vão encarar como uma nova chance para colocar em prática seus sonhos, seus projetos e desejos. Da listinha de promessas para serem cumpridas no decorrer do ano que carrego no bolso, existe duas metas em específico que desejo realizar. 

Não fiz mapa dos sonhos dessa vez, não pulei ondinhas e nem mesmo pulei sete vez com um pé só. Não comi romã e nem uvas. Dispensei o branco e roupas novas, não me arrumei para tirar fotinho para postar no feed do Instagram desejando feliz ano novo para todos. Onde estou, é uma espécie de refúgio. Estou com as pessoas importantes para mim, isso é o bastante. Todos nós 5, escolhemos "fugir" do centro urbano, da barulheira, das conversas infrutíferas para um lugar tranquilo, rodeado de natureza, rodeado de vida. E aqui, junto com a natureza fiz  2 pedidos  e sei que não basta fazê-los e esperar que Deus os realize para você. Ambos são pedidos que envolve minha dedicação e meu esforço para querer mudar alguns pontos da minha realidade que não me trazem satisfação pessoal. 

É um ano que se inicia sem muitos pedidos, sem estresse e ansiedade, sem muitas cobranças,. Estou iniciando esse ano com a certeza que a vida sempre encontrará um jeito para organizar as coisas mesmo que você tenha vivenciado períodos confusos. E sei que o que mentalizo hoje para mim, a vida vai encontrar um jeito de realizar no tempo certo!

Espero que você, meu querido(a) leitor, esteja bem e com a mesma certeza no coração que tudo passa e as coisas se organizam naturalmente...