Cachorro e o Prego

Um rapaz estava dirigindo há horas em um deserto. De repente, ele se depara com um posto de gasolina bem simples, com uma bomba de gasolina e apenas um senhor de aproximadamente uns 70 anos de idade, sentado em uma cadeira de balanço antiga e ao seu lado estava um cachorro. O rapaz para o carro e diz:

“Senhor, por favor, encha o tanque para mim.”

O senhor levantou e começou a encher o tanque.

Enquanto fazia isso, eis que o jovem motorista avistava a reação do cachorro que chorava e parava, chorava e parava. O motorista agoniado com o fato, pergunta ao senhor:

“Esse cachorro é do senhor?”

“Sim” – respondeu o senhor.

“Então me responda por que ele não para de uivar?”

O senhor responde: “É porque ele está sentado em um prego.”

“Então por ele não levanta e sai dali?” – indaga o rapaz.

” É que não deve estar doendo tanto – Dói-lhe o suficiente para se queixar, mas não o suficiente para se mexer” – responde o senhor.


Engraçado como essas histórias se encaixam em nossas vivências cotidianas.

Quanto tempo de nossas vidas perdemos reclamando de uma situação? Será que o tempo que gastamos reclamando é proporcional ao tempo que perdemos buscando uma solução? Esse incômodo que você julga sentir é um motivador para procurar agir? Ou você reclama porque não tem mais nada a fazer? Ou porque no fundo você gosta dos olhares piedosos, gosta da atenção que te dão quando estão com pena de ti?

Ouvi essa história ontem da minha professora. Ela jogou essa história em mim sem dó nem piedade e doeu para caramba. Doeu porque era verdade e a verdade tem dessas coisas: te fazer encarar suas mentiras e desculpas e depois te libertar do julgo das mesmas.   

Se eu quero que determinado desejo se realize, eu tenho que agir de acordo. Tenho que parar de me queixar, sempre lamentando a falta do que não tenho agora. Enumerar o que falta para me sentir completa não significará nada se eu não agir nesse exato momento e parar de me lamentar pelo tempo perdido, pelas escolhas que fiz e não fiz, por todas as decisões que tomei por impulso e que perdi algo. 

Preciso agir.

Preciso mostrar para meu cérebro e ensinar para ele que continuar abraçada ao incômodo não vai me fazer avançar adiante. Afinal, nos apegamos e criamos como um bichinho de estimação esse negócio chamado incômodo. Mas... todo adeus requer desapego. Estou me desapegando de ti, Sr. Incômodo porque a convivência contigo esses anos todos foi uma experiência sofrida! Não quero que essa dor me definhe e me faça seguir um caminho oposto a qual imaginei para mim. 

Está doendo o suficiente para que eu levante... e avance!



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