31 de agosto de 2020

O tempo e sua insanidade.

Time Can Make You Happier Than Money | by Robert Roy Britt | Elemental
   
O ser humano é insano por natureza, pois tudo que está à sua volta é também de pura insanidade. 
Olhe para todos os elementos essenciais para a nossa vida e note o quanto algo possa ser considerado "insano". Para mim o mais insano de todos é o tempo. 
O tempo funciona de forma misteriosa e quase sempre é uma caixinha de surpresas, porém, olhemos o tanto que é maluco pensar que o tempo não é o mesmo para as pessoas. Sim, as horas são as mesmas, os dias são os mesmo, mas o tempo em si não é o mesmo para nenhum de nós. Para alguns ele pode aparentar passar mais rápido, quase como um sopro, entretanto, para outros ele decide que a tortura é o mais adequado (querendo ou não, acaba sendo um aprendizado), tornando-o difícil demais para vivencia-lo. 
O tempo também tem o poder de cura, ele cura aqueles males que carregamos conosco quais custamos a deixar ir, e nesse caso, o tempo é mais individual do que nunca. Pessoas diferentes podem ter passado por situações super parecidas, mas nunca irão se curar no exato momento que a outra. Uma irá sentir aquilo como se fosse o fim do mundo por 2 meses enquanto a outra sentirá aquilo por 1 e 6 meses. O tempo é relativo nesse quesito. 
O tempo também nos acarreta memórias, sejam elas nostálgicas ou ruins.
Ele nos permite sonhar, nos permite crescer, nos tornamos ambiciosos pela sua existência.
O insano é aquilo que nos faz evoluir como seres humanos.
O tempo é insano e isso não quer dizer que seja algo ruim. 
Que o insano seja aceito e notado pelas sua habilidosa maneira de nos sustentar. De nos fazer crescer. De evoluir.

"Não somos nós que temos o tempo, é ele que nos tem." - Dark.


23 de agosto de 2020

A Inquisição Digital


Apenas trocaram-se as frutas podres pelas palavras de baixo-calão. O linchamento virtual ganha proporções incontroláveis e todos que participam desse ato nem percebem o quão conectados estão com o inconsciente coletivo que clama ainda pela discórdia e violência. Será que realmente estamos mais evoluídos em quesitos de consciência? E o que dizer sobre a consciência moral e espiritual? No que difere a cultura do cancelamento que move essa geração atual com a inquisição que matou inocentes na fogueira? Mudou-se os meios de linchar alguém, mas a essência continua a mesma. 

Mudam-se os tempos, os séculos passam, os avanços da tecnologia englobam a todos e cada dia ficamos mais reféns da comodidade que a era contemporânea nos trouxe; mas a consciência humana ainda se limita a atos preconceituosos, a ignorância dos sentidos, a recusa em reconhecer e aceitar o outro com um olhar mais empático e humano. 

Quem não erra? Quem nunca errou? Quem nunca errará? 

Antes tirar o entrave dos olhos do seu irmão por que não tirar os seus?

Os inquisidores digitais se auto alcunham como justiceiros da dita verdade. São paladinos iluminados que vestiram a roupa da intolerância e que combate veementemente quem se opõe contra as suas enérgicas ideias. Ninguém pode falar nada contrário a cartilha ideológica deles. Os patrulheiros estão de olho em TUDO. Se você for contra a uva passa no salpicão, cuidado, você poderá se taxado de intolerante. Os adoradores de uva passa irão te perseguir onde quer que for. 

As pedras estão sendo jogadas aos montes e quem atira nem para pra refletir nos pecados que sua alma carrega. Não aceitam que a mão que acusa alguém tem 4 dedos virados para si. E são justos esses dedinhos que me fazem lembrar que sou falha, que erro e que também tenho muita coisa pra trabalhar dentro de mim. 

Quem não tiver pecados que atire a primeira pedra, disse Ele. E a pedra foi atirada porque o pecador se julgou livre de pecados e da maldade humana. Jogou-se a pedra sem peso na consciência. Jogou-se a pedra porque se julgou alguém de bem e por ser do "bem", ele foi escolhido pela Justiça que mostrou a ele como fazê-la com as próprias mãos. 

Segue o link das Redes Sociais




Para meus pais



Por muito tempo vivia questionando meus pais, vivia numa briga interna onde havia juízes e sentenças irreversíveis. E quanto mais eu cobrava uma postura diferente deles, mais conflitos surgiam. Eu queria que eles fossem os pais de minha idealização. Eu não dava-lhes o direito de serem como eram. Eu não aceitava. Eu brigava. Eu gritava. Eu chorava. Vivia apontando seus erros, mostrando-lhe como eram incapazes e imperfeitos para mim. 

Foi numa fase de autodescoberta, numa busca para trabalhar esses conflitos que conheci a Constelação Familiar e a partir do primeiro movimento em querer modificar minha atitude com meus pais que a minha vida mudou completamente. 

Hoje, faço um exercício diário. 

Tento abrir minha mente, busco ser mais flexível e tento aceitar as coisas como elas foram e como elas são. Sem idealizações. Sem projeções. Tudo é como deveria ser. Esse é o exercício diário de aceitar a vida como ela é. Não tem por que eu me meter na relação deles. Isso não é assunto meu. As escolhas que fizeram também não me diz respeito.

A única coisa que tenho que reconhecer é:

Graças a união sagrada dos dois, eu nasci. Meu pai e minha mãe são perfeitos, pois Deus lhes capacitou com a bênção de dar a VIDA e esse é o maior presente que pude receber deles. Ter conhecimento disso basta. Sentir no peito é o suficiente. Eu faço parte dessa vida tão imensa, tão grandiosa. O sentimento de pertencimento brota quando se conhece uma árvore da raiz a folha, do tronco a flor, da terra a seiva, do respeito ao amor; e sente que faz parte desse círculo de transformação e crescimento.

Eu sou capaz, mãe. 
Eu sou capaz, pai.

Gratidão pela vida. 


19 de agosto de 2020

Desconectar - parte 2




É bom se afastar um pouco das redes sociais.

Se desconectar do mundo virtual se tornou uma nova chance para reconectar com meu interior. Parei no meio do frenesi, nessa loucura que o mundo se encontra, para olhar o que ocorre aqui. Tenho ficado tão imersa na vida do outro: tentando entender suas razões, tentando corrigir suas ações, que descuidei da minha própria vida. Estou parando e dando a volta. Remando contra a maré. Andando na contramão pra ouvir mais o que minha alma fala, pra ouvir as batidas do meu coração. Andamos tão distraídos diante da tela que perdermos os instantes mágicos, os instantes que o Universo lhe dá para mudar alguma coisa que lhe desagrada. Ficamos tão entretidos com a tela do celular que mal reparamos como o outro ao nosso lado está.

Desconectar é o meu convite para não ficar tão mergulhada no feed alheio. Tanta notícia ruim sendo compartilhada e você acaba, sem querer, absorvendo esses sentimentos de medo e revolta. Tem tanta gente gritando através do teclado para ser ouvido, para mostrar que sabe sobre algo, pra criticar e diminuir os outros. Tem tantas opiniões que se batem o tempo todo numa briga de egos para ver quem é o certo da história. Uma hora, isso cansa. Ficar imerso na loucura alheia, no medo, na vibração da morte, revoltar-se com coisas que não estão nas minhas mãos resolver; tudo isso é cansativo demais. Tanta coisa se perde no instante que ficamos distraídos numa tela, deslizando os dedos em compartilhamentos que não agregam nem um pouco a nossa alma. 

Essa é a minha proposta do período: "desconectar" do mundo virtual para se "conectar" com uma força muito mais poderosa que circunda tudo e a todos: a Vida.

Da forma como é.

Real, Dura e Bonita. 
     

16 de agosto de 2020

Karma - parte 3


O princípio do karma opera em toda parte ao nosso redor. Repare. Mesmo quem não acredita no karma e muito menos em reencarnação tem a percepção que certos acontecimentos parecem ser consequência de suas ações anteriores. Existem diversos tipos de karmas que podem ser ativados por situações específicas da vida presente. A lista que segue adiante não é definitiva e as vezes, karmas diferentes se sobrepõem, dificultando a avaliação de qual tipo de karma se está lidando no momento.

Karma conjunto: tem suas raízes no passado e continua nos relacionamentos da vida presente. Isto é, uma antiga interação continua operando. Seu objetivo pode ser o de provocar uma mudança de hábitos, levar adiante um trabalho que já começou ou proporcionar uma experiência de aprendizado constante. Por exemplo: você enganou uma outra pessoa numa encarnação passada e esta segunda deixou-se ser enganada, as duas podem se encontrar de novo numa situação que se apresente a possibilidade da trapaça, mas também de uma solução honrosa. 

Karma retributivo: é um efeito bumerangue, pelo qual algo que saiu de nós volta para nós. Nós colhemos o que semeamos. Este é o nível do karma tipo "dente por dente, olho por olho". É o nível mais simples: uma pessoa cegou alguém em outra vida, pode ter problemas nos olhos nesta vida. Uma pessoa decepou a mão de alguém pode ter problemas de artrite ou  uma incapacitação total da mão. A pessoa ignorou um sofredor e pode vir ela mesma a sofrer. A pessoa virou as costas para seu amigo em perigo e pode ser abandonada em sua hora de maior necessidade. Esse é um tipo de karma de "última instância". A alma prefere aprender, e o Eu superior prefere ensinar as suas lições de maneira muito mais sutil. Um antigo alcoólatra, pode se ver nessa vida tratando de alcoólatras ou sentido de perto a tragédia familiar provocada pelo alcoolismo num membro da família. O que deseja pro outro pode se voltar contra você. 

Karma orgânico: acontece quando o corpo foi maltratado ou teve os seus desejos excessivamente satisfeitos em uma vida anterior. Antigas feridas ou mesmo um estado emocional profundamente arraigado podem ser sinal desse karma. Os ferimentos e as emoções ficam gravados na matriz kármica, a partir da qual é feito o nosso corpo. As vezes manifestam-se imediatamente como deformações físicas; às vezes ficam ocultos, simples pontos de fraqueza kármica, até serem postos em ação por algum acontecimento de vida presente (gatilhos). Os problemas decorrentes do karma orgânico costumam ser chamados de doenças, mas o melhor é chamá-lo de simples "enfermidades", "fraquezas" ou "mal-estares". É como algo que não se encaixa muito bem, que não está acompanhando o ritmo, que está incompleto ou danificado na matriz kármica que determinou a formação do corpo atual.

Karma de atitude: pode se manifestar fisicamente. Decorre de atitudes ativas e emocionais profundamente enraizadas. A pessoa que em outra vida foi extremamente suscetível, irando-se com facilidade, pode ter escoliose nesta vida ou desenvolver uma "corcunda". Do mesmo modo, a dureza de coração pode manifestar-se sob a forma de problemas cardíacos; o mau humor permanente pode provocar problemas no fígado; um sofrimento prolongado pode causar problema crônico nos pulmões. As possibilidades são infinitas.

Karma de relacionamento: ele opera em todos os nossos relacionamentos, por mais superficiais que sejam, e começa nas interações familiares da infância. Uma vez que as coisas que pusemos em movimento no passado chegam até esta vida, o karma de relacionamento pode ter muitos aspectos e ramificações. Pode-se perpetuar um antigo hábito - como a infidelidade, a traição ou o amor profundo. Pode também sofrer uma situação diametralmente oposta, como meio de equilibrar as coisas. Certas pessoas que traíram o marido ou a mulher numa vida passada constatam que, nesta vida, são elas que são traídas e abandonadas. Às vezes, se vêem obrigadas pelas circunstâncias a reparar de alguma forma o ato de traição.

As questões de poder são muito comuns no karma de relacionamento. A pessoa é atraída a um relacionamento simbiótico e codependente, no qual é o seu parceiro que detém todo o poder. Pode haver aí um sinal para que a pessoa recupere o poder sobre a própria vida. Há também quem esteja ligado a um antigo voto com uma pessoa. É possível que o voto tenha se cumprido, mas também é possível que tenha de ser revogado. É possível que toda a atitude da pessoa em relação ao amor tenha que ser reformulada.

Karma de trabalho: se no passado, a pessoa demonstrou falta de integridade e de lealdade, se mentiu ou trapaceou, se acreditava no oportunismo como meio de alcançar os próprios objetivos, se levou a desonestidade a seu máximo de refinamento, ou se tirou partido de seus empregados de qualquer maneira que seja, estará sujeita agora a um tipo de "karma de negócios". O karma do trabalho positivo acarreta uma sucessão de vidas que favorecem o desenvolvimento de uma habilidade ou capacidade. Pode-se dizer que as crianças prodígios desenvolveram um alto grau de habilidade de no decorrer de várias vidas e talvez, tenham planejado nesta encarnação demonstrar seus talentos frutos de seus esforços.

Karma ideológico: quando a força de uma crença determina o curso de ação no qual a pessoa impõe essa mesma crença aos outros. A imposição pode ser simplesmente psicológica, mas muitas vezes incorpora uma forma de violência e pode até causar uma guerra. Esse curso de ação baseia-se na ideia de que os que vêem as coisas de maneira diferente são inferiores ou, no mínimo, ignorantes. Tal karma pode ocorrer no nível pessoal ou mesmo grupal. As religiões, em especial, tendem a praticar a conversão forçada ou a castigar os incrédulos ou "hereges", mas a verdade é que todas as ideologias usam a força para persuadir as pessoas a adotarem aquele ponto de vista. O comunismo, por exemplo, extinguiu a religião. A força desse sentimento ideológico é extremamente grande.

Karma da zombaria: surge quando ridicularizamos o sofrimento de alguém, rimos de suas aflições ou gostamos de vê-lo sofrer as agonias de um humor cruel. Ridicularizar ou desprezar uma pessoa determinam um forte vínculo kármico com essa pessoa. Aquele que ri da aflição de outrem está determinando para si uma série de circunstâncias das quais não conhece a necessidade interior, está desprezando o direito que todo indivíduo tem de evoluir passando até pelas formas inferiores da loucura, está depreciando a dignidade, o valor e o caráter divino que estão presentes em cada alma, por mais baixo ou ridículo que seja o estado ao qual tenha se decaído. O gozador, além de tudo, considera a própria individualidade superior a da pessoa ridicularizada.

O Moedor de carne kármico: funciona quando a pessoa fica presa a hábitos, situações ou relacionamentos destrutivos. O alcoolismo, por exemplo, pode ser um fenômeno recorrente. O desejo é tão forte que arrasta incessantemente a alma de volta à encarnação. Para pôr fim a esse círculo vicioso, a força de vontade nem sempre é suficiente. A alma precisa entregar-se totalmente a um poder superior. O moedor de carne kármico fica evidente nos relacionamentos. Muitas vezes, um ou outro dos parceiros simplesmente recusa a se afastar. O desejo é tão forte que atrai os parceiros para uma mesmíssima interação, repetindo erros, fracassos e situações trágicas.

Karma de recompensa/mérito: se você ajudou muitas pessoas no passado, foi um bom samaritano no que diz respeito ao karma, é possível que tenha direito a algum karma de recompensa. Os atos de caridade são como dinheiro no banco kármico. Esse dinheiro pode ser sacado nos momentos de necessidade. Ter um bom relacionamento com as pessoas a sua volta, encarnar numa família harmoniosa, ter colegas e chefes que te apoiam; são exemplos de karmas de mérito. A alma fez por onde para merecer onde está agora. Compreendeu no processo de evolução a não atropelar as pessoas por causa de seus desejos. O karma de mérito simboliza os frutos positivos de todas as ações passadas.

A alma que chega a terra pode estar "carregada de carma". As condições nas quais ela se encarna, as pessoas que a rodeiam e os hábitos que trazem consigo, todas essas coisas moldam-lhe a vida na terra. O que vai determinar a direção final da vida, porém, é o livre-arbítrio, é a capacidade que o indivíduo tem para escolher, para tomar uma decisão sem se deixar influenciar pelas compulsões, pela relatividade e pelo medo.

"A alma não tem começo nem fim. Toda alma vem a este mundo fortalecida pelas vitórias ou enfraquecida pelas derrotas da sua vida anterior. Seu lugar no mundo, enquanto vaso reservado para honra ou a desonra, é determinado pelos seus méritos ou deméritos anteriores. Suas obras nesse mundo determinam o seu lugar no mundo que há de vir depois deste". (De Principiis) 

Quer saber mais sobre os desdobramentos do carma e toda sua dinâmica? Leia o livro: Quem foi você de Judy Hall

6 de agosto de 2020

Karma - parte 2




O karma opera em quatro níveis diferentes e que se correlacionam em si:
  • Pessoal
  • Grupal (anímico e familiar)
  • Coletivo
  • Cósmico

O karma pessoal é aquele que o indivíduo tem de lidar com aquilo que ele mesmo cria. Algumas almas permanecem no que é chamado de "moedor de carne kármico", um ciclo de ação e reação que se repete indefinidamente, geralmente com as mesmas pessoas. Não, não é um conceito da série Dark da Netflix. No nível pessoal kármico, o conhecimento é quase nulo e alma segue o plano que está como gravado nela. Há duas escolhas: caminhar eternamente em círculos ou escolher um caminho novo, talvez, uma espiral ascendente. E só fazendo um adendo e propaganda sem fins lucrativos, a série Dark da Netflix tem muito conceito hermético em seu roteiro. Vale a pena conferir o desenrolar da história dos personagens e como a Lei de Causa e Efeito é muito bem trabalhada. 

Quando a alma começa a progredir a ponto de reconhecer o momento em que "lá vamos nós outra vez", ela pode começar a mudar. Uma vez admitido o hábito, a possibilidade de mudança é ofertada através de uma escolha. Depois, vem a prova para testar o que foi realmente aprendido. Se o conhecimento foi extraído, um outro nível de experiências se abre para ela.

Outras almas, trilham o caminho do crescimento kármico. Novas situações, novos parceiros, novos companheiros vão surgindo a medida que elas se desenvolvem e vão reagindo de maneira diferente. É muito possível que velhos amigos - ou inimigos - tenham de ser deixados para trás à medida que a alma vai evoluindo e se libertando de seus antigos hábitos. Novos desafios são assumidos. Bloqueios são curados. Dívidas antigas são pagas. O potencial desabrocha. 

O Karma grupal é o grupo anímico ao qual pertence a pessoa e muitas vezes ele sobrepuja o karma pessoal. Geralmente, a decisão é tomada antes da encarnação. No plano entre vidas, o grupo tem uma determinada tarefa ou objetivo a realizar. Sendo assim, o karma individual pode ficar suspenso até que se realize essa tarefa. Existe também a possibilidade de que, quando o indivíduo lida bem com seu karma pessoal, o grupo inteiro se beneficia. É por isso que quando você busca se melhorar como ser humano, não só você se beneficia desse feitio, mas todos aqueles que convivem com você. 

É muito possível que o grupo proporcione ao indivíduo uma situação específica, ou uma ajuda, que lhe permita resolver seu karma. Leia e procure mais sobre Constelação Familiar para entender as dinâmicas ocultas do seu grupo familiar, como padrões de pensamento e comportamento são passadas de geração a geração. 

A alma pode até decidir se encanar em determinada família porque essa família traz em si o padrão kármico mais apropriado para o crescimento dessa alma. Esse padrão kármico pode ocorrer em níveis físicos (como no caso de certas doenças ou propensões de origem genética), emocional (uma proibição familiar contra a manifestação de certos sentimentos, por exemplo), mental (hábitos de pensamento profundamente arraigados, ideologias, crenças) ou no espiritual (um grupo anímico fechado em si). 

Certos indivíduos encarnam numa determinada família para interromper uma linhagem. Segundo as tradições xamânicas, o rompimento de um hábito familiar pode salvar as sete gerações anteriores e as sete posteriores. 

O Karma coletivo é o karma que vem sendo gerado no decorrer de eras e mais eras. Nenhuma alma em particular é responsável por ele. Trata-se de uma acumulação de vidas e mais vidas, com seus assuntos inacabados, suas dívidas pendentes, suas emoções inadmissíveis, sua polução, seus genocídios, sua intolerância religiosa, suas perseguições e sua ignorância. O karma coletivo faz parte do progresso científico e espiritual da humanidade. 

Um dos melhores exemplo do funcionamento do karma coletivo é a guerra. Embora ela pareça se dar no nível racial ou grupal, seus efeitos são coletivos e se fazem sentir em toda parte. Por exemplo, a Primeira e Segunda Guerra Mundial, ocorreram pelo acúmulo de ações praticadas em diversos países por pelo menos duzentos anos. As pessoas são engolfadas pela guerra quer elas acreditem ou não, quer elas desejam ou não, a guerra as leva consigo. Outro exemplo disso é o que a população global vivencia atualmente: a Pandemia do Covid-19. 

E por último, existe o Karma Cósmico. O espírito sente a premência de se unir de novo consigo mesmo. As almas são levadas à evolução pelas próprias forças do cosmos. As religiões novas que se espalham repentinamente por países inteiros podem ser vistas como manifestações do karma cósmico, desencadeadas por avatares que se encanaram para estimular na humanidade o desejo de atingir um novo estágio de desenvolvimento espiritual. E isso faz com que o indivíduo assuma a responsabilidade pelos próprios atos, pois a alma tem que conhecer o papel que desempenha junto ao cosmos.


Karma - parte 1



O Karma tem várias definições. Desde o antigo testamento com o famoso: "olho por olho, dente por dente" até o nome emprestado das leis de Newton, "Causa e Efeito", o conceito de Karma traduz perfeitamente o dinamismo da vida em ações que resultam efeitos bons ou ruins. Cada pensamento, palavra, ato e desejo produzem efeitos e o somatório desses efeito determinam a natureza, as condições e as circunstâncias de felicidade ou infelicidade de uma pessoa em sua próxima vida, assim por diante, de encarnação em encarnação. 

A "Lei do Karma" pode soar um tanto rígida, opressiva e autoritária demais, não é mesmo? Mas o indivíduo enquanto encarnado, precisa ter consciência da sua responsabilidade com seu crescimento interior. Ele precisa domar os instintos baixos que o guiam em direção ao detrimento de sua moralidade. Seu objetivo é elevar o seu espírito numa profunda reconexão com a Centelha Divina, transmutando seu próprio karma através de suas ações. 

O conceito de Karma compreende três preceitos básicos:
  • Desejo - nós manifestamos ou criamos o que queremos ou precisamos.
  • Objetivo - o que nós viemos fazer aqui.
  • Graça - uma oferta do nosso Eu superior, que nós não podemos recusar.

O desejo é responsável por criar circunstâncias nas quais nos encontramos. É uma força poderosíssima. Se você deseja uma pessoa, um modo de vida, um hábito; você fará manifestar uma situação que lhe ponha em contato com aquilo que deseja. A manifestação do desejo começa antes da encarnação. É algo que fica gravado na alma através de vidas passadas. Os desejos básicos determinarão a forma física e as condições de vida a não ser que reconheça exatamente o por que de está se encarnando ou as exatas circunstâncias em que vai se encarnar. O desejo pode ser como o inferno também. "Querer algo, desejá-lo o mais intensamente possível, num lugar onde não se tem poder algum para obtê-lo - eis o que deve ser o inferno". Algumas almas são tão obcecadas no desejo de possuir algo que aparentemente está disponível, mas que não se pode obtê-lo; que podem voltar a um novo corpo só para manifestar mais uma vez na terra o relacionamento, o desejo ou sofrimento doentios. 

Nós de fato, obtemos o que desejamos no nível mais profundo, mais subconsciente. O objeto obtido pode ser contrário do que nós desejamos conscientemente. A reprogramação de velhos desejos pode fazer parte do objetivo de nossa vida. 

O objetivo pode ultrapassar o desejo. Representa a razão da nossa encarnação. É vinculado ao plano de vida: as lições que temos de aprender, as reparações que temos de fazer, o potencial que temos que abrochar. A alma tem o objetivo de progredir espiritualmente e o objetivo kármico é um dos veículos da sua evolução. Entretanto, o Eu Egóico também tem um objetivo. Quando esse Eu egoíco é constrangido pelo excesso de desejos, o objetivo espiritual encontra dificuldades para se manifestar. 

A Graça sobrepuja o objetivo quando este não está muito bem desenvolvido. Quando o objetivo principal da vida é dirigido pelo Eu Egóico, é possível que o Eu Superior faça à pessoa uma proposta que ela não pode recusar. A graça opera quando olhamos para trás e pensamos: "Se aquilo não tivesse acontecido... Eu jamais teria... E agora não estaria tão evoluído do ponto de vista espiritual...".
O karma da Graça determina que nas situações em que a pessoa fez tudo o que pode, ela tem a permissão para ir em frente. Não precisa ficar presa em relacionamentos estagnados ou doentios. A graça também lhe permitirá ter acesso às qualidades que você precisa, sendo ela, um talento, um conhecimento ou uma habilidade que você ainda não mereceu para ter, mas da qual precisa no seu atual estágio para o seu crescimento.


Para saber mais, leia: "Quem foi você - Judy Hall"

Um sincero pedido


Ela era linda. 

Eu invejava a forma como ela se vestia e se maquiava. Estava sempre bisbilhotando seu perfil em uma rede social, procurando saber mais sobre sua vida. Ela parecia ser uma garota tão segura de si. Aparentava viver a vida sem medos, sem restrições. Tinha muitos amigos. Tinha uma vida social agitada. Ela era tudo o que eu não era: alguém muito segura de si e que sabia valorizar sua feminilidade.   

Mas...

As fotos que postamos em redes sociais servem como máscaras. Elas mascaram nossas angústias, podem esconder uma depressão, não revelam nossos conflitos. Podemos construir um personagem ou contar uma história de vida totalmente averso ao que realmente vivemos, pensamos e sentimos. O perfil virtual é como a pontinha de um iceberg. É muito superficial, efêmero e incapaz de nos mostrar como alguém é. E essa garota por alguma razão desconhecida decidiu que era melhor não existir. Ela tirou a própria vida. 

Isso ainda me abala e várias vezes ao dia, me pego pensando no "por que".

Tentei entender o que poderia ter culminado nesse cruel desfecho e a única conclusão que cheguei é que ela deveria estar sofrendo por dentro há muito tempo. Só consegui chegar a essa conclusão porque também já tive pensamentos suicidas. Esse incômodo na alma é tão angustiante que pensamos que a única forma de solucioná-lo é dando fim a própria vida. Mas, por misericórdia divina, tive e tenho auxílio de pessoas que me mostram como valorizar cada minuto que passo viva. Não que a ideia de suicídio não assombra mais a minha mente. Quando essa ideia aparece, tem algo mais forte que segura minha mão e  faz com que eu reconheça o valor da minha vida. Eu importei pessoas para dentro de mim e fui importada para dentro delas. E é esse reconhecimento de que minha presença vale algo que ainda permaneço, firme, forte, como um bambu. 

Mas... Será que ela teve essa oportunidade também? Será que alguém foi capaz de perceber sua dor e dizer para ela: "O caminho não é por aí, Naomy. Por mais difícil que seja, viva." 

Se soubesse há exatos 1 ano que ela não estaria mais aqui, teria rejeitado seu pedido de amizade no Facebook? 

Penso que em algum plano da vida você já está sendo amparada, acolhida, assistida.

Eu consigo ver isso. 

E se numa outra vida a gente se encontrar, peço humildemente: me deixe ser sua amiga.