A Educação e o Convívio humano



Tenho me assustado com  pequenas atitudes que passam despercebidas pela maioria, mas que para um olhar observador, é impossível não notar estas particularidades que estão sendo cultivadas em detrimento dos valores que estão, evidentemente, enfraquecidos.

A cena foi esta:

Marido, esposa e filhas adentram a livraria e se direcionam à seção infantil de livros. As crianças permanecem soltas pela loja e retiram os livros da estante sem dar a devida atenção eles. Os pais, parecem não se preocupar com o ato, pois o marido está entretido no celular. A esposa também. Ambos não desgrudam os olhos da tela. O que há de interessante naquele mero aparelho? O que faz com que ambos permaneçam alheios ao ambiente, sem prestarem atenção nas filhas ou mesmo na parceria afetiva?  O que me chocou não foi a liberdade dada as pequeninas, mas a frieza expressada pelos genitores, que preferiam mexer no celular em vez de aprofundar o diálogo entre eles. Engano achar que por dormir na mesma cama, ambos se conhecem dos pés a cabeça. Engano achar que as crianças se educam sozinhas. Engano achar que somos livres para fazermos o que quisermos sem pensarmos nas consequências futuras que nossos atos são capazes de gerar, por vivenciarmos somente o "agora". Outro questionamento levantado por essa situação foi: a falta de Educação, cria seres ausentes? Isto é, ausentes na construção do mundo que vivem, ausentes no compromisso com outras pessoas, ausentes de si mesmas?  


Não nascemos para vivermos isolados, pois somos seres do convívio. Moramos em um grande condomínio que precisa de alguns fatores para que a convivência não se prejudique pela falta de cuidado ou respeito. Se não ensinamos nossos pequeninos a zelar pelos detalhes da responsabilidade individual perante àquilo que é coletivo ou não contribuirmos para formar cidadãos que zelem pelo bem-comum, estamos ajudando criar gerações que fogem do compromisso ético através de atos irresponsáveis adquirido nos exemplos obtidos pelos próprios pais que são ausentes na educação filial. Crianças precisam de um direcionamento para que suas faculdades cognitivas se desenvolvam saudável e livremente. Mas liberdade não quer dizer irresponsabilidade e sim, a consciência dos deveres e limites que precisam ser ensinado por pais, através de seus exemplos, pois eles criarão filhos para conviverem socialmente.

Essas pequenas particularidades tem me assustado dia-a-dia e me reforçam o sentimento de que se quero que as próximas gerações não se denigram pelo imediatismo ou pela consumação de desejos pouco importantes para o desenvolvimento de um indivíduo, devo permanecer estudando a Educação para tornar-me uma conscientizadora daquilo que não podemos deixar morrer: Ser Humano Consciente da nossa Humanidade.
  
E ser humano, na sua concepção filosófica, é trazer a tona a natureza do "fazer o bem" para si, para os outros. É saber que o crescimento ocorre "juntos" e não "separados". É abraçar as diferenças, respeitar as discordâncias e contribuir para que o mundo seja um lugar melhor com suas atitudes.

É através dos encontros que temos com outras pessoas, que diálogos nascem e enriquecem nossas percepções a cerca do mundo! Crescemos através dos olhos do outro e potencialidades podem ser construtivas se direcionarmos nossas forças para um bem maior. Não podemos pensar: "faço o que bem entender, pois a vida é minha". Isso está fora de cogitação sob a ótica coletiva. Ninguém é autossuficiente para abdicar sua necessidade do outro. Nenhuma história de vida é construída na ausência de outras pessoas. A vida não é um projeto para ser vivenciado de forma isolada, pois isso é apequenar a vida e torná-la medíocre quando ela é abundantemente rica.

Viver é partilhar,
ensinando e aprendendo,
convivendo e se conhecendo!
Partilhando o pão que se tem,
para saciar todos!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Estrela + 9 de Espadas

Gita e os 22 arcanos do Tarô

Tarô - Uma expansão da Mente, Coração e Alma! [parte 2]