Quanto tempo ainda lhe resta?




Não sabemos a hora, o local e muito menos como será, todavia, a única certeza que temos é que um dia todos nós iremos desencarnar. Enquanto esse dia não chega, como é que você vem utilizando o tempo que lhe é disponível nesta encarnação? Já imaginou, se cada um de nós, tivéssemos recebido um cartão com um cronômetro regressivo? E se esse cartão marcasse exatamente seu tempo de vida restante, quais seriam suas atitudes posteriores? 

Nem todos conseguem perceber a preciosidade dos segundos, minutos e horas, e acabam desperdiçando esses recursos limitados no cultivo da raiva, na distribuição da indiferença, alimentando a discórdia e semeando a ingratidão. Na verdade, nem percebemos quando somos pegos praticando tais atos e no desejo de querer estar sempre certo, distanciamos cada vez mais da comunhão verdadeira com Deus, espantando a paz e a felicidade do nosso convívio. 

A oportunidade de aprendizado que nos é oferecida todos os dias para aprendermos a sermos melhores, para praticarmos o amor e usarmos o nosso tempo produtivamente em coisas que nos trarão crescimento, são deixados no escanteio. Tem gente que prefere ter a razão e chega ao extremo de brigar por questões mais fúteis que se possa imaginar. 

Por exemplo: Um casal de namorados se encontrou para se divertirem em um final de semana. Felizes, nem percebem o tempo passar. De repente, o rapaz fala que a música que está tocando na rádio é ridícula. A moça se sente incomodada e pergunta o porquê da crítica dele a respeito da música. Ele confessa que a letra não é boa e só serve para alienar a massa. A namorada discorda veemente e diz que é ele que não tem sensibilidade para ouvir músicas de qualidade, e que a letra não é o complemento essencial para o conjunto harmônico de uma melodia. O namorado se espanta com a crítica da garota e fala que nem vai discutir sobre questão de sensibilidade. Ela se sente ofendida, pois imagina que nas entrelinhas, ele acabou de dizer que está ao lado de uma mulher insensível e que existem outras melhores do que ela. Pronto. A discussão começa e o final de semana que poderia ser alegre, termina com brigas e ofensas que brotam das bocas sem pensar. 

No exemplo citado acima, se a paciência estivesse presente nas atitudes de ambos namorados, não haveria espaço para intolerância, mas respeito e consideração pelo o que outro pensa e sente. As divergências de opiniões não podem ser uma barreira erguida entre as pessoas, mas sim, um possível caminho para que manifestemos o significado real do Respeito aos valores do próximo. Quantas vezes não repetimos frases como: “Viu? Eu estava certo (a)!”. “É você que está errado (a)!”. E nesse conjunto de palavras, nem notamos os insultos que brotam de nossos lábios, terminando por ferir aqueles que estão perto de nós. 

No desejo de querer ter a razão, acabamos transformando a “verdade” em teimosia. Como desejamos ser felizes e conviver bem com as outras pessoas, se não abrimos mãos das teorias que julgamos serem plenamente corretas para nós e para o mundo? Esquecemos que o quê é verdadeiro para mim, pode não ser para o outro. Procurar entender as bases alheias, sem que nossos argumentos sejam impostos ou invalidados, é sinal de respeito e consideração pela verdade que o outro valoriza.

Cada minuto de nossa existência é extremamente valioso para ser gasto com coisas banais ou supérfluas, ainda mais com brigas e discussões. Há pessoas que só percebem a importância do Tempo quando estão no leito da morte ou mesmo em condições físicas que as impossibilitem de realizar movimentos do cotidiano, como no caso de doenças. Em horas como estas, percebe-se como o tempo é investido em tudo aquilo que não gera crescimento e como deveríamos ter aproveitado melhor a companhia daqueles que nós amamos! E como já dizia um filósofo contemporâneo: O tempo não para! E muito menos, volta! 

Por isso, aproveite cada minuto de sua existência de forma consciente, valorizando cada segundo ao lado das pessoas que você ama, pois ninguém quer partir daqui com a bagagem cheia de ressentimentos pro “Nosso Lar” e para auxiliar um pouco a abertura da sua lucidez, vão aqui, algumas dicas de desapego: 

* Desapegue-se do desejo de querer ter a razão: se você quer ser feliz, não se preocupe em ter a razão! Deixe de lado, essa mania de querer estar sempre certo. Viva sua vida e deixe os outros viverem a deles. Se você os ama, deve lhes dar a liberdade para ser quem são! E antes de querer ter a razão, busque preservar a harmonia! 

* Desapegue-se das coisas inúteis e apegue-se a tudo aquilo que te impulsione a crescer, evoluir e ser alguém melhor! 

* Desapegue-se das mágoas, livre-se dos rancores e das discórdias! Não vale a pena ficar alimentando desentendimentos e gastamos uma energia imensa nesse processo todo! Vale a pena ficar discutindo, brigando, praguejando? Claro que não! Mude imediatamente hábitos improdutíveis como esses e se abra para uma troca mais verdadeira e sincera de sentimentos com o próximo. 

Quando conseguirmos desapegar de tudo aquilo que nos impede de alçar voos maiores na senda evolutiva, teremos a plena consciência que o verdadeiro propósito espiritual se resume em duas verdades máximas: Aprender a Amar a Deus a cima de todas as coisas e Aprender a Amar o Outro como a si mesmo. 

Despertar nossa capacidade para Amar Incondicionalmente, isto é, aceitando o próximo com todos seus erros e defeitos, torna-se o desafio existencial de toda humanidade, seja para espíritos encarnados ou desencarnados! Aliando o Amor ao autoconhecimento, temos em mãos o poder para transformar nossas vidas e está sob nossa responsabilidade a transformação moral necessária para que alcancemos essa Graça. Se cada um alcançar a própria iluminação, o mundo se iluminará também. No final de tudo, Não importa quem tem a razão, o importante é ser feliz, é ter amor e usar sabiamente, o tempo de vida que ainda nos resta para realizarmos a Grande Obra! 

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