30 de novembro de 2014

Chaves - Saudade!


Um levante sereno passou no meio de todos nós e levava consigo uma vida que fez parte da infância de todas as crianças crescidas... 

Como não sentir essa perda? Como não se deparar com a fragilidade de nossa existência? Como não se emocionar diante desse ícone mundial, que em vida, tentou levar graça, alegria e sorrisos que víamos estampados nos rostos da geração juvenil que acompanhou as trapalhadas de seu famoso personagem: Chaves? Tão notório é o que essa alma se predispôs a fazer, mostrando-nos que não nos importa a idade, temos que manter viva, a criança que existe em nós! 

Ele conseguira tratar de assuntos tão delicados com tanta humanidade, simplicidade e coerência. Deu nos exemplos que a transformação está no cerne de cada ser humano através de personagens tão verdadeiramente humanos quanto nós. Muito Obrigada Roberto Bolaños, por ter feito parte da infância de milhares de crianças! Que a Espiritualidade Maior te receba com os braços abertos e que esse sopro venham em tua vida, repleta de renovações, esperança e transformação!      
  

29 de novembro de 2014

Obituário [Conto]



Naquela noite, seria velado meu corpo. Tudo estava muito confuso para mim. Desde que morri ou em outros termos, desencarnei, não sabia exatamente o que estava fazendo ali. Sei que estava na igreja e ora ou outra me surpreendia com flashes que me transportavam de uma cena para uma totalmente diferente. E do ponto em que me encontrava, observava meu caixão. Meu semblante não transparecia o sofrimento que tive em vida quando descobri que havia um câncer nas regiões do meu útero. Jamais imaginei que morreria precocemente, ainda mais por essa doença.

Vi meus irmãos sentados nos bancos da igreja. Alguns familiares e poucos amigos faziam presença. Imagino que suas ausências de muitos amigos eram sinônimo que não era tão "querida". Talvez minha morte tenha sido um alívio para alguns. Saí um pouco do recinto, fui lá para porta de entrada e quando vi meu primeiro namorado, Edward, assustei-me. Ele estava parado, com uma feição hesitante, não sabendo se deveria ou não entrar. Me aproximei dele e na mesma hora, passou um senhor e curioso, perguntou:

- "Jovem, me perdoe a intromissão, mas quem morreu?"

Edward olhou nos olhos daquele velhinho e com a voz embargada pelas emoções, disse:

- "Morreu alguém muito importante para mim. Alguém que amei muito e que jamais poderá ouvir essas palavras por ser tarde demais. "

Eu, entretanto, ouvia toda a confissão de Edward e cada sussurro, rasgava meu coração em fortes emoções. O senhor, ciente da situação e sem desrespeitar os sentimentos do jovem, retirou o chapéu que usava, abaixou a cabeça e consentindo com Edward, disse:

- "Eu sinto muito..."   

Edward não tinha muito conhecimento que a vida continuava e que a morte era apenas uma passagem, muito dolorosa por sinal. A morte era só mais uma porta que todos nós seremos convidados a atravessá-la, carregando conosco, somente a fé, justamente por não saber o que nos encontra do outro lado. Mas, eu, apesar do meu corpo físico ter falecido, me sentia mais viva do que antes. 

O senhor, com carinho, perguntou para Edward que tipo de pessoa eu era e me surpreendi ao ouvir tais palavras:

- "Ela? O que posso dizer? Ela era uma garota diferente. Sua presença se destacava em qualquer ambiente, mesmo que não o quisesse. Ela tinha alguma coisa que atraia os demais olhares. Era o jeito de se expressar, a forma de agir, olhar, conversar, sorrir... Tudo isso a tornava alguém especial. Mas, ela era uma garota muito teimosa, cabeça dura e impulsiva! Quantas vezes, não brigamos por causa dessas coisas? Mas sei que ela tinha um coração imenso e movia esforços para ajudar aqueles que amava. Era alguém carinhosa, afetiva e sensível, mas ao mesmo tempo era uma garota muito instável e insegura. Havia dores mais profundas em sua alma, cuja quais, reservava-se apenas para si por acreditar que dividi-las seria incômodo para os outros. Ela sempre achava que incomodava as pessoas, quando na verdade, sua presença tranquilizava os outros. As pessoas se sentiam bem ao lado dela... E foi, a única mulher que amei de verdade..."

Ouvindo a confissão de Edward, era impossível que eu não me sentisse abalada. Não imaginava que ele pensasse isso tudo sobre mim. O velho incentivou o jovem a entrar no velório para se despedir de mim. Ele agradeceu e adentrou no recinto. Meus olhos acompanharam Edward até que sumisse de minhas vistas. De repente, um outro amigo meu chega, cumprimenta o senhor na portaria. Era Louis. Antes de entrar no velório, Louis percebeu que o senhor desejava um pouco de sua atenção e resolveu fazer companhia para ele. Parados, na portaria da Igreja, o velho perguntou:

- "Como era essa pessoa que faleceu?"

- "Cara, eu nem sei o que responder! Tudo o que eu sei, é que ela era minha melhor amiga! Sabe, ela era conselheira. Sempre tinha uma visão positiva para nos dar, mesmo nas piores situações. A garota era ingênua demais. Acreditava em tudo o que os outros lhe diziam e por ser tão bobinha, alguns acabavam se aproveitando da sua ingenuidade. Era meio doidinha, desastrada e enrolada. Tinha uma dificuldade imensa para concluir projetos que iniciava. Desistiu de uns dois cursos até encontrar o certo. Contudo, sempre notei nela, um desejo muito grande por querer ajudar as pessoas. Era bem idealista e acredito que realmente ajudaria os outros se não tivesse interrompido seus planos por causa dessa doença..."

Louis era meu melhor amigo. Era espiritualizado e assim como eu, era alguém que sabia que a morte era só uma parte do processo de transformação. Em vida, eu e ele buscávamos nos inspirar nas leituras do Grande Mago, para deixarmos nossa obra no mundo! A morte, contudo, nos pega de surpresa e como deixar para trás, uma vida da qual éramos tão apegados? Nos apegamos facilmente as pessoas, os títulos, os status, as situações e quando somos surpreendidos por Ela, como ir embora sem demonstrar um mínimo de apego a matéria? Louis, demonstrava serenidade em seu semblante e o senhor, olhou carinhoso e falou para ele adentrar ao recinto para se despedir de mim, Louis, sorriu e respondeu:

-"Mas a vida continua! E ela está tão viva em outros planos quanto em meu coração!"

O velho concordou com a cabeça e acenou para Louis, se despedindo. Enquanto o tempo passava, continuei ao lado daquele senhor, como se sentisse que mais uma figura fosse surgir para falar alguma coisa sobre mim. Alguém atravessou o jardim dos fundo da igreja e trazia em mãos, rosas. Era minha mãe. Ela cumprimentou o senhor e o convidou para adentrar no velório. O velho perguntou se ela estava bem e minha mãe respondeu:

-"A pior dor é ver um filho seu partir antes de nós, pais..."

O velho consentiu com um olhar acolhedor e perguntou para minha mãe, que tipo de filha eu era, e ela, emocionada, respondeu:

- "Minha filha? Ela era moça inteligente! Esperta, curiosa e ao mesmo tempo, preguiçosa com os afazeres domésticos. Tinha mente de filósofo! Nem sei donde ele tirava tantas teorias malucas! Sei que ela adorava o mundo esotérico e místico. Sempre desejou que alguma manifestação espiritual acontecesse com ela. Minha filha era meu braço direito, me ajudava no que podia. Às vezes queria carregar as dores dos outros, se preocupava demais com problemas que não era dela. Seu sonho era fazer algo para ajudar as pessoas... Muitas vezes, brigávamos, pois ela era cabeça dura demais! Sei que minha filha era uma garota muito romântica, idealista e sonhadora e por ser tão sensível, sofria com as dores do mundo. Ela se fazia de forte, mas sei que era uma menina meiga... Tínhamos dificuldades para demonstrar afeição uma pela outra e nas raras exceções, ambas compartilhavam grande emoções! E eu sei... que onde ela estiver, estarei junto em pensamento, pois Amor de mãe, é eterno!"

O velho olhou para minha mãe, carinhosamente sorriu e despediu-se dela. As palavras haviam me emocionado bastante. O Senhor, olhou para mim e me perguntou:

- "Michele, agora você está pronta para atravessar o portal?"

Ele me deu a mão e me acompanhou à um imenso portal de luz que surgia diante de nós. Eu não sentia medo, tristeza ou dor. Meu coração vibrava em uma única sintonia, chamada AMOR. E eu sabia que por onde fosse, levaria comigo quem eu tivesse importado para dentro de mim...

28 de novembro de 2014

A Importância do Autoconhecer em minha vida...




Em novembro faz cinco anos que conheci o Espiritismo Kardecista e posteriormente comecei a estudar o Tarô. Conheci a Espiritualidade Maior pelo caminho da Dor. Havia passado por um término de namoro que abalou muito as minhas estruturas internas, as quais descobri mais tarde, o quão insegura e falsas eram as bases que me apoiava Encontrei no Espiritismo o conforto e a consolação. Não nego. Nos primeiros anos, era bem difícil para eu aceitar, que determinadas consequências eram resultado de meus próprios atos.

Ao longo desses cinco anos, passei por altos e baixos. Tive que lidar com muitos aspectos de minha sombra. A culpa e o arrependimento por ter feito uma das pessoas que mais amei nesta vida sofrer, atingiam-me em cheio, cada vez que mergulhava nesse universo espiritualista. Como isso era possível? Na verdade não deveria ser o contrário? Em que parte estava a cura e libertação? Onde estava a consolação prometida? Ela estava na minha frente o tempo todo. Era uma porta que não havia acessado ainda por estar presa ao passado, mas que permaneceu aberta, esperando um dia que eu adentrasse por ela, redescobrindo o caminho que me levasse de volta à casa do Pai.

Durante três anos após esse término, estava presa na culpa, na tristeza, pois na verdade era que eu não conseguia perdoar minha imperfeição. Foi difícil trabalhar esse perdão dentro mim pelas faltas oriundas dos meus impulsos, ações improdutivas e a imaturidade. Hoje, vejo o quão necessário foi para que eu passasse por determinadas provas a fim de educar meu espírito.

Nesses cinco anos, perdi muitas amizades. Afastei-me de algumas pessoas e perdi do meu convívio algumas que tinha uma consideração imensa. Entretanto, nem tudo foram dores. Tive muitos momentos de alegria pura desde que adentrei na senda do autoconhecimento! Conheci pessoas incríveis e me permitir abrir a mente para outras formas de pensamento. Conquistei novas amizades, verdadeiras e melhores! 

Nesses cinco anos me arrependi de algumas atitudes, mas descobri que se não por fosse elas, não teria conquistado muita coisa que há em mim, não teria descoberto o universo que há aqui dentro.

No trabalho do autoconhecimento, diariamente faço uma reflexão das minhas atitudes e pensamentos.

De nada adianta eu dizer para pessoas à importância que têm a reforma íntima se eu não dou exemplos dela na minha própria conduta? 

Que valor tem eu falar da Boa Nova e dizer que acredito em Cristo se não vivencio o exemplo de suas ações deixadas para nós através de seu Evangelho de Amor? 

Como adentrar no Espiritismo e não se permitir ser transformada pelos conhecimentos edificadores transmitidos na Doutrina? 

Como não validar a reforma íntima, encontrando na transformação de si mesmo a MUDANÇA que desejamos ver no mundo?

Como não acreditar nesse Universo de repletas possibilidades e perceber que há uma sincronicidade que nos interliga a tudo e a todos?

Como não se sentir gratificado nas consultas que realizo com o Tarô, quando o consulente se propõe a refletir os ciclos transitórios de sua vida?

Como não se sentir inspirado por conhecer pessoas que estão debaixo do sol: lutando, trabalhando e se esforçando para mudarem os aspectos negativos de suas próprias existências?

O Maior Conquistador do Mundo, não é exatamente aquele que tem muitos títulos acadêmicos, um status social invejável, um corpo esteticamente bonito, uma conta bancária repleta de dinheiro... Não! O Maior conquistador do mundo é aquele que move esforços próprios em prol da sua transformação interior! Ele não só conquista as terras do seu mundo interino através do autoconhecimento, como também conquista a simpatia dos outros, cujo atos, tornam-se exemplos de condutas edificadoras aos seus semelhantes! 

E este sentimento que repousou-se sobre mim, não sei porque e quando exatamente começou. Sei que uma sensação trouxe-me esperanças que muitas coisas boas ainda hão de acontecer em nossas vidas... E sob essa inspiração, peço que a Espiritualidade continue me guiando na senda do meu auto conhecimento, para que eu continue trabalhando incessantemente na minha mudança interior! E que cada um, possa trabalhar na sua própria iluminação, pois uma fagulha de luz que acendemos, espanta todas as trevas que possam nos circundar!

27 de novembro de 2014

O Ego, a Angústia, o Pessimismo e a Esperança.




A mensagem que recebi através de uma intuição foi a seguinte: 

Não se desespere ou se angustie. Todas as situações conflituosas são transitórias e passar por determinadas ocasiões vem justamente com o intuito de fortalecer sua alma. A Providência Divina age sutilmente em nossas vidas e há dois dias, tive a plena certeza dessa ação dos "Deuses". Em uma briga, nenhum dos dois lados estão certos ou são possuidores da dita razão. O que se evidencia em momentos como esse, são duas pessoas completamente alheias aos sentimentos um do outro. Valoriza-se mais a si mesmo em detrimento das emoções do próximo. Abrimos espaço para que intolerância, o orgulho e o egoísmo ditem nossos julgamentos. O ponto de vista, muitas vezes, torna-se algo extremista, isento da tolerância ou complacência. 

Em uma briga, ambos lados só conseguirão chegar a um acordo quando deixarem de lado as condenações para abraçar a fraternidade e o entendimento. De que adianta manter uma rígida postura se esta lhe deixa em oposição com o mundo? Não é errado defender suas convicções, mas faça isso com decência, bom senso e ética. 

Certas experiências são necessárias para nosso amadurecimento. Somos convidados a passar por determinadas situações com um olhar mais compreensivo a cerca de nossas próprias dores, sem se deixar cair nas armadilhas da autocomiseração. Momentos em que somos testados, há um confronto direto com o nosso EGO e só entraremos na senda do verdadeiro aprendizado, quando retirarmos as amarras que nos prende ao egotismo! Ego, Egoísta, Egocentrismo, Ego, Ego, Ego. Ele não faz parte do nosso verdadeiro EU. É apenas uma fachada, mas nunca uma verdade sobre si mesmo. 

  • O Ego precisa da atenção dos outros, o Eu verdadeiro precisa voltar sua atenção para si mesmo, cuidando de cada ação ou pensamento.
  • O Ego precisa ser constantemente enaltecido, precisa mostrar que tem conhecimento, O Eu verdadeiro reconhece sua pequenez frente aos mistérios da VIDA.
  • O Ego ama a imagem refletida, O Eu verdadeiro desperta-se para o Amor incondicional.
  • O Ego só conhece o que os outros ditam para ele, O Eu verdadeiro busca constantemente o Autoconhecimento como ferramenta para se tornar um ser humano melhor. 




Cada pessoa processa uma situação com o nível de maturidade emocional que ela possui naquele momento. Ela, contudo, jamais alcançará 100% da coerência dos fatos reais, pois tudo o que se vivencia externamente adentra em suas percepções interiores por um filtro, que remodela constantemente a sua forma de enxergar o mundo, as pessoas e os acontecimentos. Por isso, cada pessoa reage de uma forma diferente diante a uma mesma situação.








Viver certas situações podem nos fortalecer se empregarmos sabiamente os recursos educativos oferecidos por elas em prol do nosso auto-melhoramento. Pois, no momento em que nos deixamos transformar por tais vivências, alcançamos o propósito inicial que cada situação embarga.   

Por isso, não vale a pena ser detentor da "razão", nem comprovar a veracidade dos fatos ou justificar atos. Às vezes, o melhor caminho que tomamos é aquele que não precisamos discutir seja com quem for... É melhor seguir por outros caminhos e se permitir ser feliz por outras vias.  


Nossa Vida é curta demais para ser gasta com coisas desnecessárias. Nosso tempo é limitado e não deve ser desperdiçado em tudo aquilo que estaciona o nosso progresso. Há tanta maravilhas nesse mundo e só basta ter olhos para ver, ainda que os incrédulos duvidem! O pessimismo é um veneno que corrói o íntimo aos poucos. O pessimista sempre espera o pior em todas as situações e quando algo diferente ocorre, se surpreende, pois ele ainda duvida do potencial de mudança que o ser humano tem ao seu dispor. O realista, contudo, tem a plena certeza sobre todas as situações. O pessimista acha que algo pode dar errado. O realista tem a certeza que algo irá dar errado. 

Frente as desmotivações oferecidas pelo Sistema atual, pois o tempo todo somos bombardeados com mensagens de desesperança, desespero, angústia e violência, há quem acredite que o melhor para o planeta terra seria sua destruição em massa. Imagina! Um cometa atingindo a Terra, seria o cenário de destruição perfeitamente idealizado , concorda? Claro que não. É evidente que se nossas posturas atuais persistirem, sem sinais de mudanças, é óbvio que haverá um colapso natural do próprio planeta! Catástrofes naturais como tsunamis, furacões e terremotos, são gritos urgentes de socorro vindo de um organismo tão vivo quanto nós! Contudo, Deus não criou a Terra para ser destruída. Somos parte dessa GRANDE OBRA universal! Um dia, quando reconhecermos que a mãe terra é organismo repleto de VIDA, mudaremos nossa forma de interagir com o meio ambiente! 

Esperar por destruições em massa, como uma fórmula de solução imediata para os problemas sociais do Sistema, é retirar das criaturas o próprio esforço que elas precisam desenvolver se realmente anseiam por mudanças mais significativas em suas existências. Precisamos aprender a discernir e se conscientizar de quem somos e o que podemos fazer para melhorar nossa vida!  

E que mérito teríamos, se não exercitássemos nossa consciência quanto aos deveres e responsabilidades que são imprescindíveis ao nosso crescimento? Como não perceber que em cada situação, as criaturas são expostas para vivenciarem processos essenciais para sua própria edificação moral/espiritual? Nenhuma luta terrena é fácil, nenhuma situação nos é exposta sem que possamos aprender algo com elas.

O Ser Humano encarnado, Homem ou Mulher, serão chamados para prestar contas no Tribunal da Verdade, em que a maior justiça não será feita pelas mãos dos outros ou de Deus, mas da própria Consciência!


Como é gratificante banhar nossos corações com a mais pura esperança, carregando em nosso íntimo a certeza que muitas coisas boas ainda hão de acontecer em nossas vidas, principalmente para aqueles que se abrem com fé para viver os desígnios divinos. 

Se tivermos a fé, a esperança e a credulidade que a Providência Divina jamais nos desampara, a confiança renascerá como um sopro inspirador, fazendo-nos ver as inimagináveis belezas nas linhas das Verdades Universais que cada alma carrega!

25 de novembro de 2014

Quanto tempo ainda lhe resta?




Não sabemos a hora, o local e muito menos como será, todavia, a única certeza que temos é que um dia todos nós iremos desencarnar. Enquanto esse dia não chega, como é que você vem utilizando o tempo que lhe é disponível nesta encarnação? Já imaginou, se cada um de nós, tivéssemos recebido um cartão com um cronômetro regressivo? E se esse cartão marcasse exatamente seu tempo de vida restante, quais seriam suas atitudes posteriores? 

Nem todos conseguem perceber a preciosidade dos segundos, minutos e horas, e acabam desperdiçando esses recursos limitados no cultivo da raiva, na distribuição da indiferença, alimentando a discórdia e semeando a ingratidão. Na verdade, nem percebemos quando somos pegos praticando tais atos e no desejo de querer estar sempre certo, distanciamos cada vez mais da comunhão verdadeira com Deus, espantando a paz e a felicidade do nosso convívio. 

A oportunidade de aprendizado que nos é oferecida todos os dias para aprendermos a sermos melhores, para praticarmos o amor e usarmos o nosso tempo produtivamente em coisas que nos trarão crescimento, são deixados no escanteio. Tem gente que prefere ter a razão e chega ao extremo de brigar por questões mais fúteis que se possa imaginar. 

Por exemplo: Um casal de namorados se encontrou para se divertirem em um final de semana. Felizes, nem percebem o tempo passar. De repente, o rapaz fala que a música que está tocando na rádio é ridícula. A moça se sente incomodada e pergunta o porquê da crítica dele a respeito da música. Ele confessa que a letra não é boa e só serve para alienar a massa. A namorada discorda veemente e diz que é ele que não tem sensibilidade para ouvir músicas de qualidade, e que a letra não é o complemento essencial para o conjunto harmônico de uma melodia. O namorado se espanta com a crítica da garota e fala que nem vai discutir sobre questão de sensibilidade. Ela se sente ofendida, pois imagina que nas entrelinhas, ele acabou de dizer que está ao lado de uma mulher insensível e que existem outras melhores do que ela. Pronto. A discussão começa e o final de semana que poderia ser alegre, termina com brigas e ofensas que brotam das bocas sem pensar. 

No exemplo citado acima, se a paciência estivesse presente nas atitudes de ambos namorados, não haveria espaço para intolerância, mas respeito e consideração pelo o que outro pensa e sente. As divergências de opiniões não podem ser uma barreira erguida entre as pessoas, mas sim, um possível caminho para que manifestemos o significado real do Respeito aos valores do próximo. Quantas vezes não repetimos frases como: “Viu? Eu estava certo (a)!”. “É você que está errado (a)!”. E nesse conjunto de palavras, nem notamos os insultos que brotam de nossos lábios, terminando por ferir aqueles que estão perto de nós. 

No desejo de querer ter a razão, acabamos transformando a “verdade” em teimosia. Como desejamos ser felizes e conviver bem com as outras pessoas, se não abrimos mãos das teorias que julgamos serem plenamente corretas para nós e para o mundo? Esquecemos que o quê é verdadeiro para mim, pode não ser para o outro. Procurar entender as bases alheias, sem que nossos argumentos sejam impostos ou invalidados, é sinal de respeito e consideração pela verdade que o outro valoriza.

Cada minuto de nossa existência é extremamente valioso para ser gasto com coisas banais ou supérfluas, ainda mais com brigas e discussões. Há pessoas que só percebem a importância do Tempo quando estão no leito da morte ou mesmo em condições físicas que as impossibilitem de realizar movimentos do cotidiano, como no caso de doenças. Em horas como estas, percebe-se como o tempo é investido em tudo aquilo que não gera crescimento e como deveríamos ter aproveitado melhor a companhia daqueles que nós amamos! E como já dizia um filósofo contemporâneo: O tempo não para! E muito menos, volta! 

Por isso, aproveite cada minuto de sua existência de forma consciente, valorizando cada segundo ao lado das pessoas que você ama, pois ninguém quer partir daqui com a bagagem cheia de ressentimentos pro “Nosso Lar” e para auxiliar um pouco a abertura da sua lucidez, vão aqui, algumas dicas de desapego: 

* Desapegue-se do desejo de querer ter a razão: se você quer ser feliz, não se preocupe em ter a razão! Deixe de lado, essa mania de querer estar sempre certo. Viva sua vida e deixe os outros viverem a deles. Se você os ama, deve lhes dar a liberdade para ser quem são! E antes de querer ter a razão, busque preservar a harmonia! 

* Desapegue-se das coisas inúteis e apegue-se a tudo aquilo que te impulsione a crescer, evoluir e ser alguém melhor! 

* Desapegue-se das mágoas, livre-se dos rancores e das discórdias! Não vale a pena ficar alimentando desentendimentos e gastamos uma energia imensa nesse processo todo! Vale a pena ficar discutindo, brigando, praguejando? Claro que não! Mude imediatamente hábitos improdutíveis como esses e se abra para uma troca mais verdadeira e sincera de sentimentos com o próximo. 

Quando conseguirmos desapegar de tudo aquilo que nos impede de alçar voos maiores na senda evolutiva, teremos a plena consciência que o verdadeiro propósito espiritual se resume em duas verdades máximas: Aprender a Amar a Deus a cima de todas as coisas e Aprender a Amar o Outro como a si mesmo. 

Despertar nossa capacidade para Amar Incondicionalmente, isto é, aceitando o próximo com todos seus erros e defeitos, torna-se o desafio existencial de toda humanidade, seja para espíritos encarnados ou desencarnados! Aliando o Amor ao autoconhecimento, temos em mãos o poder para transformar nossas vidas e está sob nossa responsabilidade a transformação moral necessária para que alcancemos essa Graça. Se cada um alcançar a própria iluminação, o mundo se iluminará também. No final de tudo, Não importa quem tem a razão, o importante é ser feliz, é ter amor e usar sabiamente, o tempo de vida que ainda nos resta para realizarmos a Grande Obra! 

23 de novembro de 2014

Metamorfoses - Quem sou?




Quem sou? Não sei dizer. Essa pergunta ainda me confunde. Acho que uma palavra é ínfima demais para personificar quem realmente somos. Sei que sou amiga, irmã, conselheira, dedicada, esforçada, amorosa, emotiva, amante, desenhista, taróloga, espírita, sensível, intuitiva, autodidata, ingênua, escritora. Mas sei também, que sou insegura, orgulhosa, mimada, infantil, impulsiva, fofoqueira, inimiga, egoísta. Sou Yin, mas também o Yang. Sou a Noite e o Dia. O Ódio ou Amor. Sou o amanhecer e o anoitecer. Sou a Lua, o Sol, as Estrelas. Sou a Escuridão e Luz.   

Quem sou eu? Sou as inúmeras faces de um mesmo rosto. Tenho um ritmo diferente para cada estilo de música. As minhas máscaras são só minhas, fazem parte do que sou. Isso não é demonstrativo de falsidade ou falta de integridade. São várias as faces que me compõe. Não há a menos verdadeira. 

Sou parte do que sei, daquilo que nem sei e também daquilo que virei a saber.

Quem sou? Alguém que se encontra em constante transformação, alguém que procura reinventar o humano que adormece em mim, atravessando constantes desconstruções, reconstruções para recolocar minha parte no todo.

Quem sou eu? "..."