Carta de Amor...


Essa será uma carta diferente de todas que já escrevi. É uma carta de amor. Eu sei. É brega, piegas demais, com direito a muito doce, recheada as bordas com chantili mais cremoso. Vou controlar o excesso de glicose, se minhas mãos e minha imaginação permitirem. 
Toda carta é um grito no vazio, que ecoa no silêncio das palavras. Não vemos os gestos e não há conversa de olhar para olhar. A comunicação entre os amantes torna-se um segredo, guardado no sigilo mais que absoluto que se compartilha apenas entre os enamorados.  Não há espaço para outro alguém. Uma carta quebra essa abertura. O amor é livre, mas a liberdade é comedida no respeito e na confiança que a entrega total de si têm sobre nossos ombros. 
Uma carta de amor é uma obra incompleta, de prazo inesgotável e valor inestimável. Na incompletude, procura-se preencher as rachaduras de uma falta, com palavras que nascem no íntimo e no ato de transcrevê-las, morrem sem alcançarem seus reais objetivos. Nas entrelinhas são expostas as emoções, que a mente não entende, mas o corpo e alma compreendem...
Toda carta de amor é paciente e não abre espaço para intolerância. Quem a recebe, pode guardá-la consigo e lê-la no tempo devido, que toda a energia contida nas palavras, continuará intacta e os sentimentos naquela folha, assemelharam-se com um beijo, que chega até nós atrasado. 
Falei, falei e aparentemente isso não é uma carta de amor, mas alguma coisa que explique o que não precisaria ser explicado. Cartas de Amor não são explicativas, são apenas cartas de Amor... 
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