Castelo de Areia


Não existia fórmulas para impedir que as ondas avançasse e destruísse tudo aquilo que demorei anos para construir. Observei atentamente aquele castelo que construímos com o máximo de cuidado, desmoronar morosamente com o avançar da infrene água. Os ventos eram outros e o mar agitava-se irreconhecivelmente, assustando-me com sua peculiar força. O cair das folhas indicavam que uma nova estação se aproximava. Ouvi naquela noite, o zumbido de sua trêmula voz. Palavras eram ditas, totalmente incompreendidas. No entanto, a desesperança estampada em seu semblante falava mais que mil verbetes. Até mesmo o mais insensível de todos os homens, seria capaz de perceber que em tão poucos segundos, o seu calcanhar de aquiles fora atingindo.

A paixão é mesmo uma droga. Mergulhamos de cabeça nela. Não pensamos mais do que aquilo que idealizamos e não enxergamos mais do que aquilo que queremos ver. Nossos sentidos são alterados e nossa ótica é totalmente distorcida. O nosso fetiche é alvo das mais caras projeções. Apaixonar-se é projetar constantemente seus ideais no outro, sendo que este, passa a ser um espelho que reflete uma imagem borrada de si próprio. Uma droga,  oferecida livremente e a adquirimos sem prescrição médica alguma... Tudo o que desejamos é suprir nossas necessidades, cuja quais não tem limites. Não sabemos quando parar...

Olho para os lados, com o coração na mão, desesperançoso, de verdade. Vejo o quão superficial somos em todas as nossas relações. Não conhecemos quem estar do nosso lado, será mesmo que nos importamos com alguém? Não queremos saber de suas reais aspirações ou inspirações, ou mesmo suas dores, seus sofrimentos. Tanto faz, isso não importa! Me deixe ser feliz!

Você só será feliz se viver na inconsciência de sua própria existência alheio as desumanidades as quais somos todos susceptíveis... Uma inconsciência consciencial.  

Por que teimamos no perpetuamento de nossas desuniões? Cadê o abraço do entendimento? Onde foi parar o olhar fraterno, sem pré-julgamentos? 

Por que nossas mentes estão poluídas com segundas, terceiras ou quartas intenções?..  

Vivemos assim... desconhecendo totalmente nossas ações. E no cume da ignorância, hostilizamos as consequências indesejadas oriundas de nossos atos.

Não aprendemos... Caímos e esquecemos de aprender com tais tropeços...        

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