Medo



Um velho ditado popular  diz: o medo de perder, tira a alegria de ganhar. É contraditório dizer que somos seres totalmente corajosos, desprovidos de qualquer sentimentos derivados da fobia. A apreensão internalizada toma proporções inimagináveis, quando passamos a exteriorizar cada medo existente dentro de nós em alguma pessoa ou situação, alvos notórios dessa projeção. Mal sabemos, que se entregar as sensações do medo, acabará nos induzindo ao caminho da dor e do sofrimento. 

O medo nasce da ilusão, do apego e do controle. Quem sente medo se apavora antes da hora, sofre antecipadamente com situações que ainda nem ocorreram e podem não ocorrer. Há um fino véu que separa a realidade de nossos anseios e desejos. Os manuais de auto-ajuda sempre nos mostram que somos capazes de ter tudo o que sonhamos. Desejamos que nossas vontades sejam todas realizadas, pois o mundo gira ao nosso redor! Sem respeitar o livre-arbítrio do outro ou analisar as condições externas para a efetivação do que queremos, existirá uma único caminho a ser trilhado quando agimos dessa forma: o caminho da perda, da dor, do sofrimento.  

Se pudéssemos optar, escolheríamos a permanência de determinados sentimentos ou até mesmo, situações. Esse medo, derivado do apego, não encara as mudanças e acha que todas as situações ou pessoas, serão permanentes em nossas vidas. Se fosse possível, escolheríamos sempre a felicidade em vez da dor, pois quem deseja sofrer? Ninguém! Quem é que deseja passar por alguma perda, seja esta, afetiva, profissional ou material? Por mais que seja difícil admitir, somos sedentos pelo controle, mas a verdade é que, não estamos no controle de nada e só podemos dominar a nós mesmos. 

O medo só existe quando é alimentado pela ilusão. A ilusão só existe porque somos demasiadamente apegados. E o apego é justamente desejo interno de querer controlar as pessoas e situações de nossa vida sem perceber que a Existência nos convida o tempo todo para olharmos o desconhecido e sermos transformados dia-a-dia. 

Medo de perder, medo de sofrer, medo de amar, medo de ser traído, medo de ser abandonado, medo de não ser reconhecido, medo de desagradar os outros, medo de se comprometer, medo de fracassar, medo, medo, medo... Existe tantas formas de se sentir o medo, não é mesmo? Mas são as situações externas que nos causam medo? Não. A insegurança é condizente com cada realidade interna e talvez, tais medos nos mostrariam apenas que alguma coisa precisa ser trabalhada dentro de nós mesmos. Algum aspecto interno necessita ser transformado! E essa é  a importância do autoconhecimento, principalmente para o Ser que busca o melhoramento de si. Ele nos convida a transformação interna, permitindo que reavaliemos os valores que acreditamos para adentrarmos em harmonia com as Leis Universais. 



O Medo desaparece na presença Divina do Amor. Não há nenhum mal que possa te atingir quando a Força desta energia transborda de seu Ser. O Amor cura todas as feridas, trabalhando cada medo cultivado pela insegurança. Somente o Amor é Real. Somente o Amor nos transforma, nos faz querer sermos melhores que ontem! 

As barreiras estão sendo pouco a pouco quebradas. O furo na represa já não consegue conter o fluxo da água. Não posso segurar mais a Água! Todas as paredes estão se desmoronando, tudo em mim está se rompendo. A água precisa correr livremente, pois já não consigo lutar contra a Força dela. E já que não posso ir contra, deixo que Ela se torne parte de mim... Todas as minhas defesas estão sendo levadas para longe. Todos os meus disfarces caíram e aqui está o meu Verdadeiro Eu: frágil, vulnerável, pequenino. Agora sei que posso correr todos os riscos e viver cada minuto, como se fosse o último sem os medos que me aprisionaram outrora...


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Estrela + 9 de Espadas

Gita e os 22 arcanos do Tarô

Tarô - Uma expansão da Mente, Coração e Alma! [parte 2]