Dar e Receber



A convivência diária com nossos semelhantes torna-se um campo de aprendizados edificantes, imprescindíveis para quem está compromissado verdadeiramente com sua reforma íntima.

Em nossa caminhada evolucional, nos deparamos com alguns desafios relevantes no âmbito das relações sócio afetivas. A inflexibilidade interior encontra-se presente em cada alma, em diversos graus evolutivos, e tem por finalidade evidenciar nossa inata dificuldade na aceitação dos limites temporários do outro, exigindo aquilo que ele é incapaz de nos oferecer em dado momento.

Nossa agenda interna está com todas as linhas preenchidas por exigências que fazemos ao próximo. Desejamos sermos amados, aceitos ou compreendidos por quem quer que seja. Mas será que amamos, aceitamos e compreendemos nosso irmão da maneira que esperamos que ele faça conosco? Os problemas que enfrentamos nos relacionamentos interpessoais mostra-nos claramente que não podemos dar aquilo que não possuímos. Ou seja, você só dar aquilo que possui. Como você pode desejar ser amado, se dentro de si, continua guardando a intemperança, a mágoa ou ódio? Como você espera colher flores da vida, se tudo o que tem a oferecer são seus espinhos? E por último, será que fazemos por merecer aquilo que desejamos?

Essas perguntas são reflexões necessárias que devemos fazer frente à todos os relacionamentos e situações que surgem durante os percalços da nossa caminhada. Quanto maior é a expectativa gerada em algo ou alguém, maior é chance de nos decepcionarmos quando aquilo que foi idealizado não se realizar da forma como planejado.

Esquecemos que o outro e as situações da vida, é um perfeito espelho de nós mesmos. O Universo devolve para nós, aquilo que emitimos constantemente através das vibrações de nossos pensamentos. Os defeitos que tanto rejeitamos e temos dificuldades de aceitar no próximo faz parte daquilo que não aceitamos totalmente em nós: nossa sombra.

Certamente é laboriosa a tarefa do autoconhecer e ninguém nasce pronto para nada. A maravilha da vida está em descobrir que, apesar de temporárias limitações, o ser humano se autotransforma no momento em que decidir despertar-se, para os tesouros que estão guardados em seu interior. Logo descobriremos que o quê verdadeiramente importa, não é somente o "receber", mas doar de si, o que da alma transbordará quando essa centelha divina ascender em nossos corações.


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