30 de julho de 2014

Divagações - Aprendizado da semana! Eu quero a Esperança!




Não precisa me oferecer, não irei aceitar. As pessoas dão gratuitamente suas frustrações, mas você não é obrigado a recebê-las. Opinião cada um tem a sua. Nossa visão sobre as "cousas" da vida é formulada a partir de nossas pueris experiências e também porque aceitamos as coisas como aparentemente são. Mas será que realmente é aquilo que nossa visão limitada é capaz de enxergar?! 

O que mata nossos sonhos e ideais são as generalizações e pré-determinações que compramos por aí a preço de alface. Elas nos impossibilitam de acreditar com toda a alma nos valores que estão se perdendo nessa sociedade que cresce, a cada dia, os seus parâmetros individualistas, consumistas e imediatistas. 

A desestimulação do indivíduo frente a sua própria realidade interna (falta de autoconhecimento) e a não necessidade de se pensar nos próprios atos, relevando que as experiências externas são reflexos do que se passa dentro de nós, torna-se os fatos improdutíveis, em que se é descartado a possibilidade de se crescer positivamente com as frustrações. O erro não edifica, mas nos mostra claramente aquilo que precisa ser feito! 

Mas não, ninguém pode chorar! Querem sufocar nossas lágrimas! Se choramos por um amor que não deu certo, logo ouvimos: "essa pessoa não merece que você chore por ela". Assim, a voz do coração é abafada e o que sobra são os zumbidos alheios, nos tornando incapazes de analisar nossos próprios sentimentos! Somos cobrados o tempo todo a nos mostrarmos fortes, inderrubáveis, infalíveis! Ninguém pode mostrar sua tristeza. Que mundo é esse que vivemos? Ninguém quer realmente sentir a própria DOR e nem todos querem aprender com tais circunstâncias! E é por isso que as prateleiras da farmácia estão lotadas com antidepressivos! Não conseguimos enxergar o que é essencial e a prioridade é: Ser feliz, não importando os meios, temos que ser felizes de qualquer jeito. 

E nessa bagunça toda, o indivíduo em negligência com seu próprio íntimo, cultiva valores descartáveis e semeia a desesperança através dos próprios lábios. E nesse ciclo destrutivo plantado por si mesmo, através dos pensamentos e hábitos enraizados, ele se vê encurralado em suas escolhas que só o levam a colher mais do mesmo. É compulsão a repetição, que em outros termos é chamado Lei de Atração...

Entretanto... Eu escolho a Esperança! A esperança de acreditar nos valores que pouco a pouco se perdem na humanidade! Não vou contribuir para que a descrença de nossos ideais cresça, mas sim, para que a esperança brote do íntimo de cada ser. Poxa. Vivemos em meio a tanta incredulidade, para quê querer contribuir com o time da Desesperança? Eu quero a Esperança! E sou idealista sim e sei que vou sofrer para manter esse meu idealismo, afinal de contas, todo ideal corre o risco de se transformar em uma ilusão. No mais, sabendo dos riscos, ainda escolho a Esperança de dias melhores. Ainda escolho acreditar no Amor e ainda escolho acreditar no bem que existe nas pessoas! Se não fosse capaz de acreditar nisso, não seria capaz de ter passado pelo o que eu passei. E o sopro que levou as cinzas, renasci mais forte e confiante no regaste sincero dos valores que acredito com toda minha alma.

Todos nós, temos dias de sol e de chuva! Não é porque adentramos em um dia de chuva, que não tornaremos a ver o sol...

     


    

25 de julho de 2014

A Chuva




Não há como escapar da chuva, ela nos pega desprevenidos. O dia amanheceu desta forma: chuvoso. Assemelhou-se a uma metáfora de mim mesma. As águas que desabavam do céu, parecia-se com meu interior naquele momento. Acordei assim, como a chuva, após uma noite de sono mal dormida. 

Não adianta. Ninguém está preparado. 

Perdemos horas imaginando nossos problemas, criando fantasmas e perpetuando expectativas que no final, se mostram amargas. Damos espaço ao medo, a incerteza e aos conflitos, que de tão bem cultivados, fica difícil removê-los nos momentos que é preciso.

Um minuto de tristeza, parece uma eternidade. Frase de um amigo que relembro toda vez que adentro em dias de chuva. Nossa voz é abafada por lágrimas e cada lágrima possui uma história carregada de sentimentos. 

O coração bate descompassado e pressente que algo não está nada bem. A voz do coração, tão silenciosa, sabiamente nos avisa. A tensão está no ar. Será que estamos preparados para baixar a guarda e descer daquele forte que criamos em torno de nós mesmos?

O que foi mesmo que aconteceu? Onde estamos errando? Onde foi que tropecei? O que não quero enxergar? Sei dos meus defeitos, das minhas imperfeições, mas estou fazendo o que posso, o que dou conta e sei que você também faz o mesmo. Estamos fazendo o nosso melhor. É isso! Mas ainda assim, tropeçamos e há muitos desencontros. O céu nublado prenuncia uma tempestade e os raros momentos de Sol que temos, são radiantes, únicos e verdadeiros.   

Horas perdidas no acúmulo de problemas, que infelizmente, não nos fará chegar a solução. Dúvidas e incertezas marcam o momento de forma opressora e bailam no ar, mas porque não dançar com os conflitos? Porque não findar as preocupações que temos hoje, com hoje. Basta a cada dia, seu próprio mal...

Mas a Chuva lava a terra, purifica o Ar. Após a tempestade, respiramos melhor e o Sol, sempre ressurge com sua onipotente luz, aquecendo nossos corações e reanimando as esperanças. E por cima, está a Mão que nos guia, nos ampara e nos intui ao caminho da Luz e do Bem. Sendo assim... Em cada gota derramada, um voto para purificação... Em cada rua lavada, um voto para renovação... Afinal... quem quer ver o Arco Iris, precisa suportar a chuva... 




22 de julho de 2014

Um fragmento...




Eu não sou forte, não o tanto quanto demonstro ser. Sério. Transpareço uma imagem de força que está além da minha realidade interna. Por dentro, sou alguém cheia de inseguranças, medos e complexos. Talvez, parte dessa insegurança advenha do ambiente que cresci (não interpretem isso como uma tentativa para passar minha responsabilidade para outra pessoa, nada disso). A infância vivenciada, sem dúvidas, na vida de um indivíduo, é um fator primordial para se entender determinadas neuras que o Ser leva para vida adulta.  

Possuo muitas fraquezas, as quais tento lutar todos os dias, para não me dar por vencida por elas.

Chega um momento, entretanto, que tudo começa a ficar mais difícil, ensosso, dando a entender que estou andando em círculos, sem saber ao certo para onde ir.

Inseguranças são evidenciadas e logo, na tentativa de suprimi-la, tento projetá-las inconscientemente em quem está perto de mim. O conflito se instala. E tudo aquilo que eu não queria, vem à tona.  

O Erro não é sinônimo de aprendizado. Nem todos que erram, estão dispostos a aprenderem com os próprios desacertos. É mais fácil jogar a culpa de nossos fracassos em cima do outro. Contudo, a responsabilidade mesmo não admitida, continuará sendo sua, unicamente sua. 

É difícil aceitar as consequências de nossas escolhas, quando estas, nos levam a beira da total desilusão. 

Complicado é admitir, que o conjunto de pequenas decisões tomadas ao longo da vida, repercutem na construção de nossa atual realidade. 

São pequeninas ações, que não julgamos tão grandes quando decididas, mas capazes de mudar totalmente, o rumo de nossas vidas. 

Enquanto isso... A Vida continua e o Tempo não pára. Ou lutamos para sobreviver, perdendo horas do ponteiro que usaríamos para viver... Ou usamos as horas que temos, para viver, fazendo o nosso melhor todos os dias, não importando em qual situação ou com quem estaremos. 

A força que desejo, ainda está longe de ser alcançada... 
A maturidade que almejo, está um pouco distante daquilo que compõe o que sou...
A independência que anseio, vai demorá um pouco para vim...

Continuo persistindo, insistindo e resistindo até alcançá-las. Se me perguntarem qual é meu maior sonho e o que desejo, certamente responderei agora:

Quero ser mais forte, mais madura e mais independente.

10 de julho de 2014

Diálogos (Conto)




Não era todas as noites que deixava meu corpo físico adormecido, enquanto minha consciência astral volitava por um mundo invisível aos olhos mortais. Entretanto, naquela noite em especial, acordei em um lugar extremamente verde. Assemelhava-se com uma floresta, muito vívida por sinal. O entoar do cantos dos pássaros harmonizava o ambiente com energias revigorantes e um pouco distante, ouvia-se aquele inconfundível som de água. Me senti, imediatamente, atraída para um específico lugar. De longe, uma figura surgia, muito reluzente, perto de uma singela queda d'água. Logo a imagem embaraçada, tornava-se mais límpida, e as linhas de expressões faciais esboçavam um sorriso encantador. Eu já sabia, estava diante de meu mentor espiritual. Seu olhar carinhoso, me convidava a aproximar-se. A emoção era tamanha, pois raramente tinha a permissão para encontrá-lo. Me sentei do seu lado, embaixo daquela gigantesca árvore. As águas serenas e cristalinas daquele riacho, transmutaram meus pensamentos conflituosos, unindo-os em apenas um sentido: paz. Aquele ambiente me causava um tremendo bem-estar. Mergulhada em uma profunda meditação, ouvi uma voz, ecoar fortemente em minha mente e firme, assegurou-se a dizer:

- Por onde passarmos, deixaremos um pouco de nós, mas nem todos se lembraram perfeitamente de nossos feitos e pouco são os corações que nos guardaram nas memórias da eternidade. Não tenha medo de cair na rede do esquecimento. Conviver com a possibilidade do anonimato é um risco a se correr. Tenha em mente que somente lembrará da gente, quem nos importou para dentro de si. O tempo, não é infinito como imaginamos ser. Vivemos a vida, sem nos importar com o tempo, acreditando que ele é absolutamente infinito. Ele não é. E quando se deparar com essa problemática, não corra contra o tempo, pois a ação dele continuará imperturbável. O tempo passa despercebido para todos nós. Ao fim de cada minuto, o que era infinito acaba-se. As escolhas nos mostram, cedo ou tarde, suas consequências. O que um dia, considerou-se eterno, cessa no piscar de olhos. Não há como recuperar um tempo que se foi. Tudo é efêmero, inconstante, conflituoso e mutável nas areias que escorregam na ampulheta interna de cada indivíduo.

Suas palavras, tão sábias e ponderadas, fizeram acender em mim, a fagulha da dúvida. Meus questionamentos não eram apenas sobre a passagem do tempo e ação dele em nossas vidas. Minhas perguntas saíram de forma confusa:

- Minha vida vêm sido atualmente, uma busca por significados. Talvez, eu ande pensando bastante, pois não me dou satisfeita com as respostas vazias que não preenchem o meu anseio de querer saber. O que exatamente quero significar? Não sei. Quero saber o sentido de minha existência! Vivo esse conflito, afinal, questionar a própria existência não é sinônimo de incredulidade nas obras do Criador? O que gostaria de saber, liga-se ao meu propósito. Será que caminho em direção a ele? A ausência de uma dúvida é decreto de veracidade? Ou a dúvida faz parte do complemento existencial de cada criatura?

Ele sorriu, cerrando os lábios e continuou a me fitar por um longo período. Aquele sorriso, misteriosamente me acalmou. Abaixei a cabeça e pus as mãos sobre ela, desabafei:

- Acho que estou a um passo da loucura.

- Nem todos os loucos conseguem organizar suas ideias na folha de um papel. A loucura tem como uma das características a incapacidade de colocar em ordem os pensamentos e expô-los coerentemente. - disse - portanto, considere-se perfeitamente "normal". Estranho seria se você não questionasse, duvidasse ou mesmo entrasse em conflitos.

- Qual é o meu propósito?

Ele me fitou por alguns minutos e pediu para que eu fechasse os olhos e quando solicitou para que os abrisse, estávamos diante de uma família em algum lugar parecido com um shopping. Esta família era composta por uma senhora já de idade avançada, a filha dela (acredito), o esposo de sua filha e um filho do casal.

- Observe aquela senhora. Veja o quão calejado estão seus pés e suas mãos. Olhe para cada ruga em seu rosto e note que há uma história a ser contada. Provavelmente, ela passou por momentos tristes e felizes, mas as mãos denunciam muitas horas de trabalho debaixo do sol, plantando, colhendo, tecendo e também, cuidando de sua prole. Em cada calo, veja uma vitória. Entretanto, quando esta senhora partir, ela não será lembrada por muitos, mas os poucos que conviveram com ela, guardaram nas lembranças, algum semblante característico de sua personalidade. Mas... Você consegue imaginar, qual era o propósito daquela alma?

Olhava para senhora e nada vinha a minha mente. Cuidar de filhos, viver uma vida de árduo trabalho, tudo isso poderia servir como propósito? Vendo um outro conflito instalado em minha mente, ele continuou dizendo:

- Lembre-se, o que você considera grandioso, para muitos podem ser ínfimo, pequeno ou supérfluo demais. Tente enxergar com os olhos espirituais. Em cada corpo habita uma alma e cada alma há uma história milenar. Todos os trajetos percorrido por elas, são totalmente individuais, como um rio que nasce, divide-se no caminho em inúmeros percursos e posteriormente, reencontram-se Mar. As criaturas, vivem se debatendo na superfície, sem compreenderem ao certo o projeto da vida e o propósito espiritual de suas existências... Minha querida criança, esse propósito que tanto quer encontrar já está dentro de si, basta enxergar com os olhos espirituais. E para enxergar com os olhos espirituais, é certo que o próprio trabalho de lapidação, removendo os fluídos densos da matéria, serão necessários para ti alcançar essa graça.  


- Mas... Se... Se eu morrer e não for capaz de cumprir o meu propósito? Não quero ter que enfrentar a vida na terra novamente...

- Não lembrastes da palavra do Mestre: "Eu sou a ressurreição e a vida. Todo aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá. E quem vive e crê em mim, não morrerá eternamente."  Ou seja, a morte é uma ilusão, o mundo que estamos é o Maya, tão disseminado pela sabedoria oriental. O que morre é o corpo físico, mas o espírito, permanece vivo e tão vivo, poderá continuar trabalhando para cumprir os propósitos de sua alma. Agora vá, minha criança, descanse e reflita... A caminhada é longa, não precisa se afobar com seus próprios passos. Viva um dia de cada vez, tal como o Mestre nos ensinou.



E confie na Providência, ela não nos desampara jamais. 







  

3 de julho de 2014

Póstumas de um solitário...






Aqui estou eu, imobilizado nesta cama, derrotado pelas forças de uma natureza que desconheço, mas que me incita a refletir sobre uma vida que tive, a que queria ter e a que não vivi. Estou morrendo, sem forças para mudar tudo aquilo que me desagrada. O que me consola nos minutos fatais, apesar de ser desolador, é saber que estamos todos morrendo e que da morte, ninguém escapa. 
Entretanto, poucos são os que encaram a morte sem arrependimentos. A maioria das pessoas quando se depara com a possibilidade de cessação da própria vida, começa a correr atrás de milagres que prolongue seus segundos de existência, pois não querem morrer no anonimato e nem esperam que seus epitáfios estejam marcados com frases clichês que resumem pobremente o que um dia foi. A vida de uma pessoa, não pode caber inteiramente no jogo de palavras, resumindo-a na escassez de uma simples frase.
Clamamos pela cura de nossas moléstias. Desejamos que às graças sejam divinamente concedida a nós, apenas a nós. Acreditamos que pedir é o suficiente e não fazemos por merecer. Esquecemos que toda realização não se concretiza somente com a vontade, sem o planejamento devido. Não adianta desejar colher rosas se tudo o que plantou foi espinhos. Não adianta querer ter uma casa, se não esteve presente nos processos de construção de suas bases. 
Quantos sonhos já foram destruídos, largados ou simplesmente, esquecidos? Entramos nos becos da vida solitariamente, sentindo o amargo de nossas desilusões, até sermos surpreendidos por um assalto. Roubam-nos o pouco que tínhamos, tira-nos a vida. O sentimento de injustiça brota em nosso íntimo, mas esquecemos que a criatura está a mercê dos males semeados pelos seus próprios passos e que toda moléstia vivenciada, é resultado de suas más escolhas, pensamentos degradantes e oportunidades ignoradas. 
Sob estes paradigmas, vive o ser, incrédulo de seu presente, restando-lhe apenas a incerteza da esperança de que, um dia, no futuro, tudo será melhor. Minha opinião, não obstante, é de pouca valia e nada posso fazer, para transformar hoje minha vida...
São escritos de um solitário, póstumas que talvez não sobrevivam quando, enfim, me for.
Mas, a infame esperança, traiçoeira e errante, ainda consola meu ser, dizendo-me intimamente, que a vida continua e a morte só faz parte do roteiro...

A morte não existe...